Para ONDE vai a ARGENTINA?
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
trad g...
http://www.nuevamayoria.com/index.php?o ... &Itemid=39
Junho começou com o governo assumindo a economia agora é mais difícil, que responde a mais do Estado e uma política externa que nos leva para longe do mundo desenvolvido. A resposta em economia confirma mais uma vez que o aprofundamento do modelo envolve mais do Estado no capitalismo. Aumentou os impostos para o país, medidas para despolarizar a economia, controles mais rígidos sobre as importações, as decisões para as entradas de mineração são fornecidos nos controles de viagens país, e mais apertado sobre os empréstimos hipotecários, e as pressões sobre as famílias mudar para dólares mais baixos do mercado, são ações em que a política.
Diplomacia por outro lado, enfatiza a nova abordagem, que envolve mais longe do mundo desenvolvido. Argentina quer vir para a Rússia de ter alianças para evitar sua expulsão do G20 (Cimeira que se reúne este mês em junho), enquanto acelera as missões, tais como Angola, começaram a preparar-se para o Azerbaijão, Vietnã, Jordânia e Argélia . Na Assembleia da reunião da OEA na Bolívia esta semana a Argentina procura decisão a seu favor nas Malvinas, porque você não entrar na Cúpula das Américas e confirmou que a 14 de junho aniversário da rendição, Argentina, em as ilhas, o presidente vai falar perante a Comissão de Descolonização da ONU, em Nova York.
O conflito político no interior da sentença intensifica tanto Scioli e Moyano como governadores. Embora, em última análise, o governador de Buenos Aires eo partido no poder nacional agiu em conjunto para alcançar aprovação do aumento do imposto rural na legislatura de Buenos Aires, as diferenças foram de imediato. Os legisladores provinciais apoiou Campora 3 novos pedidos de relatórios de oposição ao governador, além do 4 aprovada há duas semanas, da mesma forma e vice-presidente da Câmara dos Deputados de Buenos Aires (Ottavis) desse grupo, Scioli criticado por seu silêncio sobre as acusações contra ele, ter dado propina a parlamentares para votar o projeto radical.
Decisão Luis Barrionuevo para deixar a frente de trabalho contra Moyano, para se juntar ao líder caminhão, complica a estratégia do governo nacional tomar o controle da CGT, apesar de que o Ministério de movimentos trabalhistas para desafiar o Congresso da Central trabalhadores convocada pelo Conselho, onde o sindicalismo é mais anti-K.
Quanto às províncias, exacerbou o problema do financiamento de frente para o pagamento de bônus ambiental. O governador de Córdoba (Do Sota) defendeu os títulos provinciais, que começam a confiar mais e mais províncias, incluindo Buenos Aires e Santa Fé Ainda sem dinheiro quase-emitidas, mas se você não receber mais recursos do governo nacional vai acabar assim. Ainda na reunião do Conselho Nacional de PJ, realizada na terça-feira 29 de Maio na cidade de Buenos Aires, nenhum governador questionou o presidente e Scioli apoiado quando ele foi excluído dos 21 membros do Comitê de Ação Política é criado.
Enquanto isso, o Campora contínua adição de posições, colocando os seus próprios oficiais da Inspecção-Geral das Sociedades Anônimas, CAMMESA e ENARSA.
A luta contra as corporações é outra estratégia que a decisão intensifica à medida que a economia é complicado e por isso está dentro da coalizão governista. O presidente criticou o Tribunal de Justiça, porque na sua opinião, demorou muito para limitar o tempo para que a justiça se pronunciar sobre a constitucionalidade do artigo 161 da lei de imprensa, que exige venda de rádio e TV multimídia. Ele deu a sua interpretação de que deve vender em Dezembro, o que é questionável de acordo com o julgamento. Ele participou do aniversário do jornal Página 12, mostrando o seu apoio significa alinhados com o governo.
No que diz respeito ao empreendedorismo, o governo continua a impulsionar as queixas contra as empresas por suas ações durante o governo militar, que seria estendida a mídia nas próximas semanas.
O conflito com a decisão visão de campo é outra corporação - é intensificada pelo desemprego, na província de Buenos Aires, que termina em 10 de junho e por enquanto não inclui bloqueios de estradas afetam ou alimento não-perecível. A greve pode se espalhar para outras províncias, como Entre Rios e do Comité de Ligação foi reativada.
Por sua vez, o retorno de cacerolazos poderia indicar que as questões de ética e corrupção podem ter começado a afetar o governo. Que teve lugar na quinta-feira 31, teve o epicentro bairros de classe média alta, onde votaram contra o governo e passou a vigorar aumento das taxas. Mas feito em Oliveiras frente à Residência Presidencial e dia Flor e Pony seguinte, eram bairros de classe média, onde as taxas não foram aumentados.
Os cacerolazos convocadas pelas redes sociais eram contra a insegurança ea corrupção, dois assuntos pendentes da decisão. Reclamações contra Boudou e as Mães da Plaza de Mayo, a queda do caso contra James ou reclamação sobre corrupção no Legislativo de Buenos Aires estão entre as causas da corrupção que têm impactado o público nos últimos dias, mas em um contexto qual a influência da decisão na justiça continua a ser elevada (47% dos juízes federais no cargo foram nomeados pelo governo). A isso se acrescentam as questões éticas como a poupança em dólares do presidente e seu gabinete e membros da Campora, que juntamente com as objeções ao plano do candidato para Procurador (Rest), gerar desconforto no meio.
As experiências específicas da Argentina é que, enquanto a economia cresce eo consumo é alto, a opinião pública não dá prioridade às questões de ética e corrupção e começar a fazê-lo quando a economia é complicado, como pode estar acontecendo agora.
http://www.nuevamayoria.com/index.php?o ... &Itemid=39
Junho começou com o governo assumindo a economia agora é mais difícil, que responde a mais do Estado e uma política externa que nos leva para longe do mundo desenvolvido. A resposta em economia confirma mais uma vez que o aprofundamento do modelo envolve mais do Estado no capitalismo. Aumentou os impostos para o país, medidas para despolarizar a economia, controles mais rígidos sobre as importações, as decisões para as entradas de mineração são fornecidos nos controles de viagens país, e mais apertado sobre os empréstimos hipotecários, e as pressões sobre as famílias mudar para dólares mais baixos do mercado, são ações em que a política.
Diplomacia por outro lado, enfatiza a nova abordagem, que envolve mais longe do mundo desenvolvido. Argentina quer vir para a Rússia de ter alianças para evitar sua expulsão do G20 (Cimeira que se reúne este mês em junho), enquanto acelera as missões, tais como Angola, começaram a preparar-se para o Azerbaijão, Vietnã, Jordânia e Argélia . Na Assembleia da reunião da OEA na Bolívia esta semana a Argentina procura decisão a seu favor nas Malvinas, porque você não entrar na Cúpula das Américas e confirmou que a 14 de junho aniversário da rendição, Argentina, em as ilhas, o presidente vai falar perante a Comissão de Descolonização da ONU, em Nova York.
O conflito político no interior da sentença intensifica tanto Scioli e Moyano como governadores. Embora, em última análise, o governador de Buenos Aires eo partido no poder nacional agiu em conjunto para alcançar aprovação do aumento do imposto rural na legislatura de Buenos Aires, as diferenças foram de imediato. Os legisladores provinciais apoiou Campora 3 novos pedidos de relatórios de oposição ao governador, além do 4 aprovada há duas semanas, da mesma forma e vice-presidente da Câmara dos Deputados de Buenos Aires (Ottavis) desse grupo, Scioli criticado por seu silêncio sobre as acusações contra ele, ter dado propina a parlamentares para votar o projeto radical.
Decisão Luis Barrionuevo para deixar a frente de trabalho contra Moyano, para se juntar ao líder caminhão, complica a estratégia do governo nacional tomar o controle da CGT, apesar de que o Ministério de movimentos trabalhistas para desafiar o Congresso da Central trabalhadores convocada pelo Conselho, onde o sindicalismo é mais anti-K.
Quanto às províncias, exacerbou o problema do financiamento de frente para o pagamento de bônus ambiental. O governador de Córdoba (Do Sota) defendeu os títulos provinciais, que começam a confiar mais e mais províncias, incluindo Buenos Aires e Santa Fé Ainda sem dinheiro quase-emitidas, mas se você não receber mais recursos do governo nacional vai acabar assim. Ainda na reunião do Conselho Nacional de PJ, realizada na terça-feira 29 de Maio na cidade de Buenos Aires, nenhum governador questionou o presidente e Scioli apoiado quando ele foi excluído dos 21 membros do Comitê de Ação Política é criado.
Enquanto isso, o Campora contínua adição de posições, colocando os seus próprios oficiais da Inspecção-Geral das Sociedades Anônimas, CAMMESA e ENARSA.
A luta contra as corporações é outra estratégia que a decisão intensifica à medida que a economia é complicado e por isso está dentro da coalizão governista. O presidente criticou o Tribunal de Justiça, porque na sua opinião, demorou muito para limitar o tempo para que a justiça se pronunciar sobre a constitucionalidade do artigo 161 da lei de imprensa, que exige venda de rádio e TV multimídia. Ele deu a sua interpretação de que deve vender em Dezembro, o que é questionável de acordo com o julgamento. Ele participou do aniversário do jornal Página 12, mostrando o seu apoio significa alinhados com o governo.
No que diz respeito ao empreendedorismo, o governo continua a impulsionar as queixas contra as empresas por suas ações durante o governo militar, que seria estendida a mídia nas próximas semanas.
O conflito com a decisão visão de campo é outra corporação - é intensificada pelo desemprego, na província de Buenos Aires, que termina em 10 de junho e por enquanto não inclui bloqueios de estradas afetam ou alimento não-perecível. A greve pode se espalhar para outras províncias, como Entre Rios e do Comité de Ligação foi reativada.
Por sua vez, o retorno de cacerolazos poderia indicar que as questões de ética e corrupção podem ter começado a afetar o governo. Que teve lugar na quinta-feira 31, teve o epicentro bairros de classe média alta, onde votaram contra o governo e passou a vigorar aumento das taxas. Mas feito em Oliveiras frente à Residência Presidencial e dia Flor e Pony seguinte, eram bairros de classe média, onde as taxas não foram aumentados.
Os cacerolazos convocadas pelas redes sociais eram contra a insegurança ea corrupção, dois assuntos pendentes da decisão. Reclamações contra Boudou e as Mães da Plaza de Mayo, a queda do caso contra James ou reclamação sobre corrupção no Legislativo de Buenos Aires estão entre as causas da corrupção que têm impactado o público nos últimos dias, mas em um contexto qual a influência da decisão na justiça continua a ser elevada (47% dos juízes federais no cargo foram nomeados pelo governo). A isso se acrescentam as questões éticas como a poupança em dólares do presidente e seu gabinete e membros da Campora, que juntamente com as objeções ao plano do candidato para Procurador (Rest), gerar desconforto no meio.
As experiências específicas da Argentina é que, enquanto a economia cresce eo consumo é alto, a opinião pública não dá prioridade às questões de ética e corrupção e começar a fazê-lo quando a economia é complicado, como pode estar acontecendo agora.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
A arrogância campeia tanto lá quanto cá
Autor(es): Por Pedro Cafardo
Valor Econômico - 11/06/2012
Há muito tempo, é moda achincalhar a Argentina. Pudera, o governo de lá é dado a trapalhadas. Estatiza empresas, impõe barreiras contra importações, controla o mercado de câmbio, manipula estatísticas sobre a inflação, tenta amordaçar a imprensa, mete-se em confusões sem fim e cultiva sua costumeira arrogância.
Com um pouco de tolerância, porém, é possível olhar para os vizinhos do sul sem visões preconcebidas ou vieses conservadores. O Valor tem feito isso desde o início de sua circulação, em maio de 2000.
Uma década atrás, a Argentina foi ao fundo do poço. A população se revoltou com a crise que tornava o país cada vez mais pobre, foi à rua e derrubou dois governos em um único mês.
É possível olhar para a Argentina com menos preconceito
Durante os dois primeiros anos deste século, o país viveu seu inferno astral. Aplicou um calote nos credores da dívida externa, o maior da história da economia mundial até aquela data, e foi colocado de castigo no mercado financeiro internacional. Depois de ser a garota prodígio, incensada pelos economistas do FMI, a Argentina virou a menina terrível.
É bom não esquecer que o FMI teve grande culpa na crise argentina. Apoiou e incentivou durante longos anos, na década de 90, a política de câmbio fixo adotada pelo ministro da Economia Domingo Cavallo e depois, quando isso desequilibrou as contas externas do país, receitou medidas recessivas para estabilizá-las.
Deu tudo errado. Nos dois anos em que foi ao "inferno" - 2001 e 2002 - a Argentina teve recessões de 4,4% e de 10,9%. A renda per capita do país, que havia chegado a US$ 7,7 mil em 2000, caiu para US$ 2,7 mil em preços correntes. A taxa de desemprego subiu para 22% da força de trabalho e a inflação para 40% ao ano em 2002.
A partir daí, a Argentina se recuperou. Durante seis anos, de 2003 a 2008, conseguiu apresentar taxas chinesas de crescimento econômico. Com a crise americana, reduziu sua expansão para 0,8% em 2009, mas nos dois anos seguintes retomou seu ritmo de 9% ao ano.
Antes de achincalhar a Argentina e sua política econômica, é bom dar uma olhada nas estatísticas do país nesses anos de crescimento chinês. Mesmo tendo permanecido praticamente fora do mercado financeiro internacional, a economia dobrou de tamanho em dez anos - o crescimento acumulado atingiu 102%, considerando-se uma expansão prevista de 3,5% neste ano.
Com isso, o índice de desemprego caiu para 6,6%, um dos mais baixos da América Latina. Puxado pela demanda interna, o nível de investimentos subiu para 25% do PIB, performance nada brilhante, mas muito distante dos míseros 10% dos tempos do "inferno".
Sem pagar dívidas externas e ajudada pelo boom dos preços das commodities, mas também por conta de seus avanços na produção agrícola, o país conseguiu seguidos superávits no balanço de pagamentos que somaram cerca de U$ 30 bilhões em dez anos.
Mas os problemas voltaram e se agravaram com os reflexos da crise europeia e a queda das commodities. Em 2011, pela primeira vez em quase uma década, o balanço de pagamentos apresentou déficit (de US$ 2,2 bilhões), tendência que se mantém em 2012. Sem poder contar com crédito internacional para financiar seus déficits, o país começa a fazer estripulias cambiais e comerciais, sem poupar seu grande parceiro, o Brasil. Na verdade, nunca deixou de fazê-las nesses anos todos, embora como menos assiduidade.
Nesse ponto, porém, convém observar no gráfico abaixo como se inverteram as linhas que mostram os saldos comerciais no relacionamento entre Brasil e Argentina. Desde o início do Mercosul, em 1995, até 2003, o Brasil teve déficits que, acumulados, atingiram quase US$ 10 bilhões. A partir de então, a tendência se inverteu e o Brasil passou contabilizar superávits que já somam US$ 30 bilhões.
A Argentina não é um parceiro qualquer. É especial, porque compra do Brasil quase exclusivamente produtos manufaturados. No ano passado, comprou US$ 20 bilhões, enquanto os Estados Unidos compraram apenas US$ 11 bilhões. Em dez anos, as vendas brasileiras de manufaturados para o mercado argentino somaram impressionantes US$ 111,6 bilhões.
Fica difícil, ao examinar esses números, sustentar a tese de que a Argentina deve ficar quietinha em seu canto, sem pedir mudanças nas estruturas que regulam o comércio com o Brasil. Seria muita arrogância, defeito que os brasileiros normalmente atribuem aos vizinhos do sul.
Até os empresários exportadores brasileiros já se movimentaram para tentar alterar essa situação. A Fiesp, em colaboração com industriais de Buenos Aires, fez recentemente um estudo envolvendo 38 produtos manufaturados que o governo argentino considera estratégicos para suas exportações. E constatou que o Brasil importa US$ 12 bilhões por ano desses produtos, mas apenas US$ 2 bilhões da Argentina. Ou seja, seria possível aumentar as compras brasileiras desses itens sem nenhum ônus para o superávit da balança comercial.
Há inúmeras críticas que podem ser feitas aos governos argentinos nas últimas décadas, ora pelo neoliberalismo exacerbado ora pelo peronismo que loteia o poder público. Nenhuma delas, entretanto, autoriza conclusões que subestimem a parceria do Mercosul.
Pedro Cafardo é editor-executivo do Valor. Sergio Leo, que escreve às segundas-feiras, está em férias.
Autor(es): Por Pedro Cafardo
Valor Econômico - 11/06/2012
Há muito tempo, é moda achincalhar a Argentina. Pudera, o governo de lá é dado a trapalhadas. Estatiza empresas, impõe barreiras contra importações, controla o mercado de câmbio, manipula estatísticas sobre a inflação, tenta amordaçar a imprensa, mete-se em confusões sem fim e cultiva sua costumeira arrogância.
Com um pouco de tolerância, porém, é possível olhar para os vizinhos do sul sem visões preconcebidas ou vieses conservadores. O Valor tem feito isso desde o início de sua circulação, em maio de 2000.
Uma década atrás, a Argentina foi ao fundo do poço. A população se revoltou com a crise que tornava o país cada vez mais pobre, foi à rua e derrubou dois governos em um único mês.
É possível olhar para a Argentina com menos preconceito
Durante os dois primeiros anos deste século, o país viveu seu inferno astral. Aplicou um calote nos credores da dívida externa, o maior da história da economia mundial até aquela data, e foi colocado de castigo no mercado financeiro internacional. Depois de ser a garota prodígio, incensada pelos economistas do FMI, a Argentina virou a menina terrível.
É bom não esquecer que o FMI teve grande culpa na crise argentina. Apoiou e incentivou durante longos anos, na década de 90, a política de câmbio fixo adotada pelo ministro da Economia Domingo Cavallo e depois, quando isso desequilibrou as contas externas do país, receitou medidas recessivas para estabilizá-las.
Deu tudo errado. Nos dois anos em que foi ao "inferno" - 2001 e 2002 - a Argentina teve recessões de 4,4% e de 10,9%. A renda per capita do país, que havia chegado a US$ 7,7 mil em 2000, caiu para US$ 2,7 mil em preços correntes. A taxa de desemprego subiu para 22% da força de trabalho e a inflação para 40% ao ano em 2002.
A partir daí, a Argentina se recuperou. Durante seis anos, de 2003 a 2008, conseguiu apresentar taxas chinesas de crescimento econômico. Com a crise americana, reduziu sua expansão para 0,8% em 2009, mas nos dois anos seguintes retomou seu ritmo de 9% ao ano.
Antes de achincalhar a Argentina e sua política econômica, é bom dar uma olhada nas estatísticas do país nesses anos de crescimento chinês. Mesmo tendo permanecido praticamente fora do mercado financeiro internacional, a economia dobrou de tamanho em dez anos - o crescimento acumulado atingiu 102%, considerando-se uma expansão prevista de 3,5% neste ano.
Com isso, o índice de desemprego caiu para 6,6%, um dos mais baixos da América Latina. Puxado pela demanda interna, o nível de investimentos subiu para 25% do PIB, performance nada brilhante, mas muito distante dos míseros 10% dos tempos do "inferno".
Sem pagar dívidas externas e ajudada pelo boom dos preços das commodities, mas também por conta de seus avanços na produção agrícola, o país conseguiu seguidos superávits no balanço de pagamentos que somaram cerca de U$ 30 bilhões em dez anos.
Mas os problemas voltaram e se agravaram com os reflexos da crise europeia e a queda das commodities. Em 2011, pela primeira vez em quase uma década, o balanço de pagamentos apresentou déficit (de US$ 2,2 bilhões), tendência que se mantém em 2012. Sem poder contar com crédito internacional para financiar seus déficits, o país começa a fazer estripulias cambiais e comerciais, sem poupar seu grande parceiro, o Brasil. Na verdade, nunca deixou de fazê-las nesses anos todos, embora como menos assiduidade.
Nesse ponto, porém, convém observar no gráfico abaixo como se inverteram as linhas que mostram os saldos comerciais no relacionamento entre Brasil e Argentina. Desde o início do Mercosul, em 1995, até 2003, o Brasil teve déficits que, acumulados, atingiram quase US$ 10 bilhões. A partir de então, a tendência se inverteu e o Brasil passou contabilizar superávits que já somam US$ 30 bilhões.
A Argentina não é um parceiro qualquer. É especial, porque compra do Brasil quase exclusivamente produtos manufaturados. No ano passado, comprou US$ 20 bilhões, enquanto os Estados Unidos compraram apenas US$ 11 bilhões. Em dez anos, as vendas brasileiras de manufaturados para o mercado argentino somaram impressionantes US$ 111,6 bilhões.
Fica difícil, ao examinar esses números, sustentar a tese de que a Argentina deve ficar quietinha em seu canto, sem pedir mudanças nas estruturas que regulam o comércio com o Brasil. Seria muita arrogância, defeito que os brasileiros normalmente atribuem aos vizinhos do sul.
Até os empresários exportadores brasileiros já se movimentaram para tentar alterar essa situação. A Fiesp, em colaboração com industriais de Buenos Aires, fez recentemente um estudo envolvendo 38 produtos manufaturados que o governo argentino considera estratégicos para suas exportações. E constatou que o Brasil importa US$ 12 bilhões por ano desses produtos, mas apenas US$ 2 bilhões da Argentina. Ou seja, seria possível aumentar as compras brasileiras desses itens sem nenhum ônus para o superávit da balança comercial.
Há inúmeras críticas que podem ser feitas aos governos argentinos nas últimas décadas, ora pelo neoliberalismo exacerbado ora pelo peronismo que loteia o poder público. Nenhuma delas, entretanto, autoriza conclusões que subestimem a parceria do Mercosul.
Pedro Cafardo é editor-executivo do Valor. Sergio Leo, que escreve às segundas-feiras, está em férias.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Justiça concede primeira liminar para compra de dólares na Argentina
13/06/2012 - 18h07
DA EFE, EM BUENOS AIRES
A Justiça da Argentina concedeu nesta quarta-feira a primeira liminar que autoriza a compra de dólares a um cidadão após os controles fiscais do governo terem negado a transação. Buenos Aires aumentou as exigências para o câmbio com moeda estrangeira no fim de maio, a fim de conter a saída das reservas internacionais.
A medida foi adotada pela juíza Carolina Pandolfi, da Província de Neuquén, no sudoeste do país, a favor de um homem que teve recusada a compra de US$ 125 mil para o pagamento de um crédito hipotecário. A Administração Federal da Receita Pública (AFIP, em espanhol) recorreu à medida para instância federal.
A autorização não deverá ser concedida antes que os tribunais de Buenos Aires julguem o caso, mas é a primeira vez em que uma corte provincial concede uma liminar a um cidadão argentino que precisa comprar dólares.
Desde a imposição dos novos controles, no fim de maio, cidadãos argentinos recorreram à Justiça contra a medida da AFIP, que dificulta a compra de dólares no país para conter a saída de divisas e o aumento do preço da moeda americana.
As restrições ainda provocaram o incremento da procura do mercado paralelo do dólar, cuja cotação supera em cerca de 25% o valor oficial, dos 4,50 pesos das operações legais para 5,90 pesos.
O governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner lançou em 28 de maio novas restrições para a compra de dólares para os argentinos, em mais uma medida para manter o nível de reservas para garantir o pagamento da dívida externa do país, em moratória desde a crise de 2001.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1104 ... tina.shtml
13/06/2012 - 18h07
DA EFE, EM BUENOS AIRES
A Justiça da Argentina concedeu nesta quarta-feira a primeira liminar que autoriza a compra de dólares a um cidadão após os controles fiscais do governo terem negado a transação. Buenos Aires aumentou as exigências para o câmbio com moeda estrangeira no fim de maio, a fim de conter a saída das reservas internacionais.
A medida foi adotada pela juíza Carolina Pandolfi, da Província de Neuquén, no sudoeste do país, a favor de um homem que teve recusada a compra de US$ 125 mil para o pagamento de um crédito hipotecário. A Administração Federal da Receita Pública (AFIP, em espanhol) recorreu à medida para instância federal.
A autorização não deverá ser concedida antes que os tribunais de Buenos Aires julguem o caso, mas é a primeira vez em que uma corte provincial concede uma liminar a um cidadão argentino que precisa comprar dólares.
Desde a imposição dos novos controles, no fim de maio, cidadãos argentinos recorreram à Justiça contra a medida da AFIP, que dificulta a compra de dólares no país para conter a saída de divisas e o aumento do preço da moeda americana.
As restrições ainda provocaram o incremento da procura do mercado paralelo do dólar, cuja cotação supera em cerca de 25% o valor oficial, dos 4,50 pesos das operações legais para 5,90 pesos.
O governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner lançou em 28 de maio novas restrições para a compra de dólares para os argentinos, em mais uma medida para manter o nível de reservas para garantir o pagamento da dívida externa do país, em moratória desde a crise de 2001.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1104 ... tina.shtml
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
http://clippingmp.planejamento.gov.br/c ... a-uma-ilha
Isolada no cenário argentino, Cristina Kirchner tem 48% de aprovação para seu governo, bem menos que os 70% registrados no fim do ano passado
No xadrez político da Argentina, a rainha está sozinha no tabuleiro. Seis meses depois do início de seu segundo mandato, a presidente Cristina Fernández de Kirchner impera sem a companhia dos sindicatos, dos governadores, da grande imprensa e dos movimentos sociais, dos industriais de peso, do setor bancário e dos latifundiários. No front externo, entrou em atrito com União Europeia, Estados Unidos e seus parceiros do Mercosul, Brasil entre eles. Em sua opção pelo isolamento, a deterioração da situação fiscal é a maior ameaça à hegemonia de Cristina.
A desaceleração econômica reduz a arrecadação e encurta o dinheiro para as transferências aos governos estaduais (províncias) e prefeituras e, sobretudo, para os programas sociais que alavancaram em outubro a reeleição de Cristina, com 54% dos votos. "A hegemonia de Cristina se organizou de cima para baixo, por meio do controle do caixa, e agora pode entrar em crise pelo mesmo motivo. A inflação corrói os programas sociais e os governadores começam a ter dificuldade de pagar salários e fornecedores", disse o analista internacional Jorge Castro, que foi secretário de Planejamento Estratégico no governo Ménem, entre 1998 e 1999.
Das 23 províncias argentinas, 13 estão em insolvência orçamentária, pela queda dos repasses federais. A mais importante de todas, a de Buenos Aires, é dona de metade do déficit, que soma US$ 5 bilhões. O governador Daniel Scioli, pretendente à Presidência em 2015, se desgastou ao decretar um aumento de até 350% no imposto sobre propriedades rurais. Em Entre Ríos, o governador Sergio Urribarri, aliado incondicional de Cristina, ainda não pagou os salários de maio, mas aumentou impostos em até 600%. Em Córdoba, o governador Juan Manuel De La Sota busca crédito internacional para obras viárias, mas não tem como arcar com a folha de aposentados.
Das 23 províncias, 13 estão insolventes, inclusive a mais importantes de todas, a de Buenos Aires, que carrega metade do déficit
O modelo institucional argentino esvazia o Congresso como instância de poder, já que os deputados são eleitos dentro de listas partidárias de base regional. Na hegemonia de Cristina, a novidade foi a decadência do poder dos governadores, evidenciada no ano passado. Pela primeira vez desde a redemocratização, partiu da própria presidente a palavra final sobre os candidatos que encabeçariam cada lista, tirando um poder que sempre coube aos chefes regionais.
Se os governadores sofrem calados, ainda é incerto o comportamento dos prefeitos do entorno de Buenos Aires, o chamado "conurbano", área onde brotou a revolta que derrubou em dezembro de 2001 o presidente Fernando De La Rúa e que concentra um quarto da população do país. Só um município, o de La Matanza, reúne um eleitorado equivalente ao de toda a Patagônia argentina.
Ao contrário do que acontece com os governadores, os prefeitos não estão pendurados em dívidas. Mas dependem do poder central para tocar obras públicas e organizar a assistência social. "As transferências de recursos aos municípios para obras públicas se multiplicaram por quatro no governo Cristina e isto não tem mais como ser mantido. Esta é a raiz do problema", comentou o cientista político Germán Lodola, da Universidade Torcuato di Tella.
Nas ruas, protestos refletem a diminuição de recursos para os programas sociais
A inflação mascarada na Argentina começou a cavar um fosso nos programas de transferência de renda, que já beneficiavam 21% da população do país em 2010, segundo o "Barômetro das Américas", pesquisa organizada pela Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, da qual Lodola é um dos coordenadores. E os programas assistenciais são estratégicos para a aliança do governo federal com os movimentos sociais, que data de 2003, quando Néstor Kirchner (marido de Cristina, morto em 2010) tornou-se presidente.
Os programas sociais começaram no fim dos anos 1990, ainda no governo de Carlos Ménem, como reação para apaziguar os primeiros movimentos de desempregados que levantavam barreiras nas rodovias (os "cortes"). Ménem entregou o governo em 1999 em meio a 252 cortes. Nos dois anos de governo De la Rúa, o governo cortou os planos assistenciais e o número de piquetes passou a 1.383 em 2001.
Ao ser eleito, Néstor Kirchner não apenas manteve os planos de assistência como abriu espaço aos movimentos nas listas de deputados e em cargos na administração. Os líderes piqueteiros, como Luis D"Elia, que comanda ocupações urbanas, ou Emilio Persicco, do Movimento Evita, tornaram-se políticos da base governista. Com a ascensão de Cristina, os movimentos perderam espaço no governo, mas os programas foram ampliados.
Se conseguir maioria absoluta nas eleições parlamentares de 2013, Cristina poderá mudar a Constituição para buscar um terceiro mandato
O ponto culminante foi a criação, em 2009, da alocação universal por filho (AUH), equivalente ao Bolsa Família brasileiro. O valor do benefício, contudo, é corrigido abaixo da inflação. Na Argentina, desde 2007, a variação oficial de preços é calculada em apenas cerca de 10% ao ano, muito menos que as estimativas de todos os agentes econômicos. A correção dos benefícios sociais no ano passado ficou abaixo de 20%.
Até 2011, os sindicatos argentinos conseguiram reajustes que cobriam com folga a variação de preços. Houve categorias, como os empregados da indústria da alimentação, que conseguiram reajustes de 35%. Esse tempo também ficou para trás. Com o freio na economia, vários sindicatos fecharam reajustes entre 18% e 24%. Outros retardaram as negociações, esperando o resultado da disputa pela presidência da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), campo em que Cristina tenta desalojar o cacique Hugo Moyano, líder dos caminhoneiros, que comanda o sindicalismo argentino desde o fim dos anos 1990.
Enquanto Néstor Kirchner foi vivo, Moyano cresceu dentro da estrutura política, comandando o partido peronista na província de Buenos Aires e colocando parentes em postos-chave em outros sindicatos e na estrutura do governo. Hoje, o líder sindical vive um cerco político. "Cristina parte de uma construção política menos ampla que Néstor Kirchner, embora, paradoxalmente, seja uma presidente com força popular muito maior. Ela vive um enfrentamento pessoal com Moyano e decidiu limitar o crescimento político sindical", disse Lodola.
A troca clandestina de pesos por dólares é intensa, mas não ostensiva
Em meio à solidão cristinista, quem cresceu foi o movimento "La Cámpora". Formalmente, é uma espécie de juventude peronista, ainda que seus dirigentes não sejam tão jovens: estão na faixa entre 30 e 40 anos e são comandados pelo filho da presidente, Máximo Kirchner. A gestação palaciana fez com que seja um movimento organizado de cima para baixo e vitaminado com empregos públicos: os integrantes da corrente ocupam dez cadeiras no Congresso, comandam a Aerolíneas Argentinas, a empresa aérea estatal, e foram indicados por Cristina para integrarem os conselhos de administração de todas as empresas nas quais o governo participa da direção.
Isolada no cenário argentino, a presidente conta com 48% de aprovação para seu governo, segundo o cientista político Sérgio Berensztein, coordenador de pesquisas de opinião pública do Instituto Poliarquia. É uma oscilação forte em relação aos 70% que aprovavam a administração no fim do ano. Na Argentina, ao contrário do que acontecia no Brasil no tempo de Lula, a aprovação pessoal da presidente é menor que a de seu governo. Cristina ganhou as eleições porque colheu os frutos do melhor momento econômico da Argentina desde a Segunda Guerra Mundial: a partir de 2003, os produtos exportados pela Argentina, como a soja, tiveram valorização inédita no mercado internacional, principalmente em função da demanda chinesa.
Fora do mercado internacional de títulos, o país mantém um baixo nível de endividamento e teve caixa para manter uma expansão econômica longa. "Os termos de intercâmbio, ou seja, o poder de compra da Argentina, ao se relacionar a pauta de exportações do país com a pauta de importações, teve em 2011 o seu momento mais favorável desde 1948", comentou Jorge Castro.
Máximo Kirchner lidera movimento que lembra a juventude peronista
Mas a vitória de Cristina também se explicou pela desorganização da oposição. Dividida entre cinco candidatos, não empolgou. E até agora está sem liderança clara. Seu nome mais conhecido, o do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, é identificado como oposicionista por apenas 30% da opinião pública, segundo pesquisa da Poliarquia.
Em 2011, a parcela da população que não embarcou na odisseia kirchnerista não mostrou o seu desagrado com o voto na urna, mas nas filas das casas de câmbio. O mês da reeleição de Cristina marcou uma saída recorde de divisas do país. A resposta foi uma catarata de medidas que tornou a compra de dólar um objetivo virtualmente impossível para o poupador argentino.
Sem poder se reeleger em 2015, Cristina depende de uma vitória eleitoral com a mesma dimensão da do ano passado nas eleições parlamentares de 2013. Caso consiga maioria absoluta folgada nas duas casas do Congresso, poderá mudar a Constituição para buscar um terceiro mandato. Apesar da solidão da presidente, ninguém descarta a possibilidade de que o roteiro de 2011 se repita e Cristina tenha outro triunfo solitário. "Essencial será saber se o governo terá caixa para manter sua hegemonia. A Argentina é simples de entender. Mas tem sua própria lógica", definiu o analista internacional Jorge Castro.
Isolada no cenário argentino, Cristina Kirchner tem 48% de aprovação para seu governo, bem menos que os 70% registrados no fim do ano passado
No xadrez político da Argentina, a rainha está sozinha no tabuleiro. Seis meses depois do início de seu segundo mandato, a presidente Cristina Fernández de Kirchner impera sem a companhia dos sindicatos, dos governadores, da grande imprensa e dos movimentos sociais, dos industriais de peso, do setor bancário e dos latifundiários. No front externo, entrou em atrito com União Europeia, Estados Unidos e seus parceiros do Mercosul, Brasil entre eles. Em sua opção pelo isolamento, a deterioração da situação fiscal é a maior ameaça à hegemonia de Cristina.
A desaceleração econômica reduz a arrecadação e encurta o dinheiro para as transferências aos governos estaduais (províncias) e prefeituras e, sobretudo, para os programas sociais que alavancaram em outubro a reeleição de Cristina, com 54% dos votos. "A hegemonia de Cristina se organizou de cima para baixo, por meio do controle do caixa, e agora pode entrar em crise pelo mesmo motivo. A inflação corrói os programas sociais e os governadores começam a ter dificuldade de pagar salários e fornecedores", disse o analista internacional Jorge Castro, que foi secretário de Planejamento Estratégico no governo Ménem, entre 1998 e 1999.
Das 23 províncias argentinas, 13 estão em insolvência orçamentária, pela queda dos repasses federais. A mais importante de todas, a de Buenos Aires, é dona de metade do déficit, que soma US$ 5 bilhões. O governador Daniel Scioli, pretendente à Presidência em 2015, se desgastou ao decretar um aumento de até 350% no imposto sobre propriedades rurais. Em Entre Ríos, o governador Sergio Urribarri, aliado incondicional de Cristina, ainda não pagou os salários de maio, mas aumentou impostos em até 600%. Em Córdoba, o governador Juan Manuel De La Sota busca crédito internacional para obras viárias, mas não tem como arcar com a folha de aposentados.
Das 23 províncias, 13 estão insolventes, inclusive a mais importantes de todas, a de Buenos Aires, que carrega metade do déficit
O modelo institucional argentino esvazia o Congresso como instância de poder, já que os deputados são eleitos dentro de listas partidárias de base regional. Na hegemonia de Cristina, a novidade foi a decadência do poder dos governadores, evidenciada no ano passado. Pela primeira vez desde a redemocratização, partiu da própria presidente a palavra final sobre os candidatos que encabeçariam cada lista, tirando um poder que sempre coube aos chefes regionais.
Se os governadores sofrem calados, ainda é incerto o comportamento dos prefeitos do entorno de Buenos Aires, o chamado "conurbano", área onde brotou a revolta que derrubou em dezembro de 2001 o presidente Fernando De La Rúa e que concentra um quarto da população do país. Só um município, o de La Matanza, reúne um eleitorado equivalente ao de toda a Patagônia argentina.
Ao contrário do que acontece com os governadores, os prefeitos não estão pendurados em dívidas. Mas dependem do poder central para tocar obras públicas e organizar a assistência social. "As transferências de recursos aos municípios para obras públicas se multiplicaram por quatro no governo Cristina e isto não tem mais como ser mantido. Esta é a raiz do problema", comentou o cientista político Germán Lodola, da Universidade Torcuato di Tella.
Nas ruas, protestos refletem a diminuição de recursos para os programas sociais
A inflação mascarada na Argentina começou a cavar um fosso nos programas de transferência de renda, que já beneficiavam 21% da população do país em 2010, segundo o "Barômetro das Américas", pesquisa organizada pela Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, da qual Lodola é um dos coordenadores. E os programas assistenciais são estratégicos para a aliança do governo federal com os movimentos sociais, que data de 2003, quando Néstor Kirchner (marido de Cristina, morto em 2010) tornou-se presidente.
Os programas sociais começaram no fim dos anos 1990, ainda no governo de Carlos Ménem, como reação para apaziguar os primeiros movimentos de desempregados que levantavam barreiras nas rodovias (os "cortes"). Ménem entregou o governo em 1999 em meio a 252 cortes. Nos dois anos de governo De la Rúa, o governo cortou os planos assistenciais e o número de piquetes passou a 1.383 em 2001.
Ao ser eleito, Néstor Kirchner não apenas manteve os planos de assistência como abriu espaço aos movimentos nas listas de deputados e em cargos na administração. Os líderes piqueteiros, como Luis D"Elia, que comanda ocupações urbanas, ou Emilio Persicco, do Movimento Evita, tornaram-se políticos da base governista. Com a ascensão de Cristina, os movimentos perderam espaço no governo, mas os programas foram ampliados.
Se conseguir maioria absoluta nas eleições parlamentares de 2013, Cristina poderá mudar a Constituição para buscar um terceiro mandato
O ponto culminante foi a criação, em 2009, da alocação universal por filho (AUH), equivalente ao Bolsa Família brasileiro. O valor do benefício, contudo, é corrigido abaixo da inflação. Na Argentina, desde 2007, a variação oficial de preços é calculada em apenas cerca de 10% ao ano, muito menos que as estimativas de todos os agentes econômicos. A correção dos benefícios sociais no ano passado ficou abaixo de 20%.
Até 2011, os sindicatos argentinos conseguiram reajustes que cobriam com folga a variação de preços. Houve categorias, como os empregados da indústria da alimentação, que conseguiram reajustes de 35%. Esse tempo também ficou para trás. Com o freio na economia, vários sindicatos fecharam reajustes entre 18% e 24%. Outros retardaram as negociações, esperando o resultado da disputa pela presidência da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), campo em que Cristina tenta desalojar o cacique Hugo Moyano, líder dos caminhoneiros, que comanda o sindicalismo argentino desde o fim dos anos 1990.
Enquanto Néstor Kirchner foi vivo, Moyano cresceu dentro da estrutura política, comandando o partido peronista na província de Buenos Aires e colocando parentes em postos-chave em outros sindicatos e na estrutura do governo. Hoje, o líder sindical vive um cerco político. "Cristina parte de uma construção política menos ampla que Néstor Kirchner, embora, paradoxalmente, seja uma presidente com força popular muito maior. Ela vive um enfrentamento pessoal com Moyano e decidiu limitar o crescimento político sindical", disse Lodola.
A troca clandestina de pesos por dólares é intensa, mas não ostensiva
Em meio à solidão cristinista, quem cresceu foi o movimento "La Cámpora". Formalmente, é uma espécie de juventude peronista, ainda que seus dirigentes não sejam tão jovens: estão na faixa entre 30 e 40 anos e são comandados pelo filho da presidente, Máximo Kirchner. A gestação palaciana fez com que seja um movimento organizado de cima para baixo e vitaminado com empregos públicos: os integrantes da corrente ocupam dez cadeiras no Congresso, comandam a Aerolíneas Argentinas, a empresa aérea estatal, e foram indicados por Cristina para integrarem os conselhos de administração de todas as empresas nas quais o governo participa da direção.
Isolada no cenário argentino, a presidente conta com 48% de aprovação para seu governo, segundo o cientista político Sérgio Berensztein, coordenador de pesquisas de opinião pública do Instituto Poliarquia. É uma oscilação forte em relação aos 70% que aprovavam a administração no fim do ano. Na Argentina, ao contrário do que acontecia no Brasil no tempo de Lula, a aprovação pessoal da presidente é menor que a de seu governo. Cristina ganhou as eleições porque colheu os frutos do melhor momento econômico da Argentina desde a Segunda Guerra Mundial: a partir de 2003, os produtos exportados pela Argentina, como a soja, tiveram valorização inédita no mercado internacional, principalmente em função da demanda chinesa.
Fora do mercado internacional de títulos, o país mantém um baixo nível de endividamento e teve caixa para manter uma expansão econômica longa. "Os termos de intercâmbio, ou seja, o poder de compra da Argentina, ao se relacionar a pauta de exportações do país com a pauta de importações, teve em 2011 o seu momento mais favorável desde 1948", comentou Jorge Castro.
Máximo Kirchner lidera movimento que lembra a juventude peronista
Mas a vitória de Cristina também se explicou pela desorganização da oposição. Dividida entre cinco candidatos, não empolgou. E até agora está sem liderança clara. Seu nome mais conhecido, o do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, é identificado como oposicionista por apenas 30% da opinião pública, segundo pesquisa da Poliarquia.
Em 2011, a parcela da população que não embarcou na odisseia kirchnerista não mostrou o seu desagrado com o voto na urna, mas nas filas das casas de câmbio. O mês da reeleição de Cristina marcou uma saída recorde de divisas do país. A resposta foi uma catarata de medidas que tornou a compra de dólar um objetivo virtualmente impossível para o poupador argentino.
Sem poder se reeleger em 2015, Cristina depende de uma vitória eleitoral com a mesma dimensão da do ano passado nas eleições parlamentares de 2013. Caso consiga maioria absoluta folgada nas duas casas do Congresso, poderá mudar a Constituição para buscar um terceiro mandato. Apesar da solidão da presidente, ninguém descarta a possibilidade de que o roteiro de 2011 se repita e Cristina tenha outro triunfo solitário. "Essencial será saber se o governo terá caixa para manter sua hegemonia. A Argentina é simples de entender. Mas tem sua própria lógica", definiu o analista internacional Jorge Castro.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
http://blogs.estadao.com.br/ariel-palac ... genitalia/
O secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, autoconcedeu-se o poder de fechar as associações de defesa dos consumidores. O governo fez o anúncio por intermédio de uma resolução publicada no Diário Oficial, na qual Moreno estipula que ele próprio terá a atribuição de “fechar as associações” que considere necessário clausurar. O secretário é o braço-direito da presidente Cristina Kirchner no combate à alta de preços, na política restrições às importações e na maquiagem dos índices oficiais.
Nos últimos anos as associações tornaram-se críticas do governo Kirchner, já que reclamam da manipulação do índice de inflação elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O governo afirma que não existe uma escalada inflacionária e acusa de “golpistas” que pretendem “destituir” a presidente Cristina aqueles que afirmam que está ocorrendo uma alta de preços.
“Agora o secretário Moreno possui uma ferramenta legal para silenciar as associações de consumidores, que são as organizações que nos últimos anos denunciaram o aumento sistemático dos preços”, disparou a deputada Patrícia Bulrich, do partido União por Todos, de oposição.
Susana Andrada, presidente do Centro de Educação ao Consumidor (Cec) – uma das mais combativas associações de defesa dos consumidores – considera que o texto da resolução é ambíguo e possibilita ao governo o fechamento de uma associação que não esteja alinhada com o governo Kirchner. Héctor Polino, da associação Consumidores Livres, afirmou que a medida pretende “intimidar” as organizações de defesa dos consumidores.
INFLAÇÃO - Em maio, segundo o governo Kirchner, a inflação foi de 0,8%, enquanto que o índice acumulado nos cinco primeiros meses deste ano foi de 4,3. No entanto, o índice elaborado pelos partidos da oposição no Parlamento, indica que a inflação real de maio teria sido o dobro, de 1,7%. O índice paralelo também sustenta que a inflação acumulada desde janeiro é de 9,9%;
Este índice é preparado com a base dos cálculos das principais consultorias econômicas, que há dois anos estão proibidas de anunciar as estimativas que elaboram de forma paralela ao Indec. Desde 2010 o secretário Moreno aplica pesadas multas sobre as consultorias que anunciam índices que não são os oficiais. Por este motivo, os deputados, que contam com imunidade parlamentar, fazem o anúncio sobre o cálculo alternativo de inflação.
Desde dezembro passado existe o risco de que economistas e jornalistas que divulguem os índices paralelos possam ser enquadrados dentro da nova lei antiterrorista. A legislação, aprovada em dezembro, estipula que as pessoas que divulguem informações que podem provocar o pânico na população podem ser detidas sob a acusação de terrorismo.
Embora o governo insista em afirmar que não existe uma escalada inflacionária, dentro do próprio ministério da Economia os preços do bar e restaurante destinado aos funcionários públicos registraram uma alta substancial nesta semana. Os preços das refeições e refrigerantes tiveram aumentos de 15% até 38%.
O secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, autoconcedeu-se o poder de fechar as associações de defesa dos consumidores. O governo fez o anúncio por intermédio de uma resolução publicada no Diário Oficial, na qual Moreno estipula que ele próprio terá a atribuição de “fechar as associações” que considere necessário clausurar. O secretário é o braço-direito da presidente Cristina Kirchner no combate à alta de preços, na política restrições às importações e na maquiagem dos índices oficiais.
Nos últimos anos as associações tornaram-se críticas do governo Kirchner, já que reclamam da manipulação do índice de inflação elaborado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O governo afirma que não existe uma escalada inflacionária e acusa de “golpistas” que pretendem “destituir” a presidente Cristina aqueles que afirmam que está ocorrendo uma alta de preços.
“Agora o secretário Moreno possui uma ferramenta legal para silenciar as associações de consumidores, que são as organizações que nos últimos anos denunciaram o aumento sistemático dos preços”, disparou a deputada Patrícia Bulrich, do partido União por Todos, de oposição.
Susana Andrada, presidente do Centro de Educação ao Consumidor (Cec) – uma das mais combativas associações de defesa dos consumidores – considera que o texto da resolução é ambíguo e possibilita ao governo o fechamento de uma associação que não esteja alinhada com o governo Kirchner. Héctor Polino, da associação Consumidores Livres, afirmou que a medida pretende “intimidar” as organizações de defesa dos consumidores.
INFLAÇÃO - Em maio, segundo o governo Kirchner, a inflação foi de 0,8%, enquanto que o índice acumulado nos cinco primeiros meses deste ano foi de 4,3. No entanto, o índice elaborado pelos partidos da oposição no Parlamento, indica que a inflação real de maio teria sido o dobro, de 1,7%. O índice paralelo também sustenta que a inflação acumulada desde janeiro é de 9,9%;
Este índice é preparado com a base dos cálculos das principais consultorias econômicas, que há dois anos estão proibidas de anunciar as estimativas que elaboram de forma paralela ao Indec. Desde 2010 o secretário Moreno aplica pesadas multas sobre as consultorias que anunciam índices que não são os oficiais. Por este motivo, os deputados, que contam com imunidade parlamentar, fazem o anúncio sobre o cálculo alternativo de inflação.
Desde dezembro passado existe o risco de que economistas e jornalistas que divulguem os índices paralelos possam ser enquadrados dentro da nova lei antiterrorista. A legislação, aprovada em dezembro, estipula que as pessoas que divulguem informações que podem provocar o pânico na população podem ser detidas sob a acusação de terrorismo.
Embora o governo insista em afirmar que não existe uma escalada inflacionária, dentro do próprio ministério da Economia os preços do bar e restaurante destinado aos funcionários públicos registraram uma alta substancial nesta semana. Os preços das refeições e refrigerantes tiveram aumentos de 15% até 38%.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Quando o governo combate oficialmente opiniões contrarias com ameaças nada veladas e decretos a coisa começa a ficar feia.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Agora só falta ele se autodenominar o imperador Moreno I. É triste ver no que nossos vizinhos estão se tornando ...
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
A Argentina é como o "Estranho caso de Benjamin Button". Nasceu grande, foi encolhendo e o destino final é desaparecer.JT8D escreveu:Agora só falta ele se autodenominar o imperador Moreno I. É triste ver no que nossos vizinhos estão se tornando ...
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
http://revistapittacos.org/2012/06/17/u ... omplicada/
Em outubro de 2011 Cristina Fernández de Kirchner foi reeleita presidente da Argentina com 54% dos votos – o maior percentual desde o retorno da democracia. Na mesma eleição, seu partido conquistou maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. Feito notável para sua corrente política, que ascendeu das margens do peronismo em 2003, quando seu marido chegou à Casa Rosada menos de 25% do eleitorado.
Contudo, o que parecia ser uma consagração e a promessa de estabilidade tem se mostrado o início de um período turbulento, marcado pelo que o analista Rosendo Fraga definiu como uma “economia mais difícil com uma política mais complicada”. Os pontos mais ásperos dos novos conflitos são a nacionalização da petrolífera YPF, que estava sob controle da espanhola Repsol e a política de restrição à compra de dólares.
cont.
Em outubro de 2011 Cristina Fernández de Kirchner foi reeleita presidente da Argentina com 54% dos votos – o maior percentual desde o retorno da democracia. Na mesma eleição, seu partido conquistou maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. Feito notável para sua corrente política, que ascendeu das margens do peronismo em 2003, quando seu marido chegou à Casa Rosada menos de 25% do eleitorado.
Contudo, o que parecia ser uma consagração e a promessa de estabilidade tem se mostrado o início de um período turbulento, marcado pelo que o analista Rosendo Fraga definiu como uma “economia mais difícil com uma política mais complicada”. Os pontos mais ásperos dos novos conflitos são a nacionalização da petrolífera YPF, que estava sob controle da espanhola Repsol e a política de restrição à compra de dólares.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Banco Itaú compra 3,6% da petroleira argentina YPF 20 de junho de 2012 • 00h37 • atualizado 00h51
O Banco Itaú comprou 3,6% das ações da petroleira argentina YPF, revela um comunicado da companhia nacionalizada divulgado nesta terça-feira, em Buenos Aires. "No dia de ontem (18), recebemos uma carta do Itaú Unibanco, por intermédio da sucursal em Grand Cayman Branch, na qual comunicam a compra de 14.194.472 ações da YPF, representativas de 3,609% do capital social", informou a petroleira argentina.
Segundo a maior empresa da Argentina, o Itaú destaca na carta que "não é seu propósito adquirir uma participação maior ou assumir o controle do capital social" da YPF.
O governo argentino anunciou no dia 24 de maio passado a expropriação das ações da YPF em poder da espanhola Repsol (51%), passando o controle da empresa ao Estado. A decisão foi confirmada pelo Congresso.
A medida do governo da presidente Cristina Kirchner provocou protestos de Espanha, União Europeia, Estados Unidos e Banco Mundial.
http://economia.terra.com.br/noticias/n ... P_81326095
O Banco Itaú comprou 3,6% das ações da petroleira argentina YPF, revela um comunicado da companhia nacionalizada divulgado nesta terça-feira, em Buenos Aires. "No dia de ontem (18), recebemos uma carta do Itaú Unibanco, por intermédio da sucursal em Grand Cayman Branch, na qual comunicam a compra de 14.194.472 ações da YPF, representativas de 3,609% do capital social", informou a petroleira argentina.
Segundo a maior empresa da Argentina, o Itaú destaca na carta que "não é seu propósito adquirir uma participação maior ou assumir o controle do capital social" da YPF.
O governo argentino anunciou no dia 24 de maio passado a expropriação das ações da YPF em poder da espanhola Repsol (51%), passando o controle da empresa ao Estado. A decisão foi confirmada pelo Congresso.
A medida do governo da presidente Cristina Kirchner provocou protestos de Espanha, União Europeia, Estados Unidos e Banco Mundial.
http://economia.terra.com.br/noticias/n ... P_81326095
att, binfa
DOE VIDA, DOE MEDULA!
REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Os Estados Unidos tinham alguma coisa a ver com isso, eles tem participação na Repsol ou coisa assim?binfa escreveu:O governo argentino anunciou no dia 24 de maio passado a expropriação das ações da YPF em poder da espanhola Repsol (51%), passando o controle da empresa ao Estado. A decisão foi confirmada pelo Congresso.
A medida do governo da presidente Cristina Kirchner provocou protestos de Espanha, União Europeia, Estados Unidos e Banco Mundial.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Não tinham nenhuma participação, mas o método "expropiação" causa arrepios em qualquer lugar do mundo mais ou menos sério.LeandroGCard escreveu:Os Estados Unidos tinham alguma coisa a ver com isso, eles tem participação na Repsol ou coisa assim?binfa escreveu:O governo argentino anunciou no dia 24 de maio passado a expropriação das ações da YPF em poder da espanhola Repsol (51%), passando o controle da empresa ao Estado. A decisão foi confirmada pelo Congresso.
A medida do governo da presidente Cristina Kirchner provocou protestos de Espanha, União Europeia, Estados Unidos e Banco Mundial.
Leandro G. Card
Aliás, a Senhora K pousou hj no Rio. A respeito disso, os comentarios no La Nacion estão muito bons:
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
George Soros disse uma vez que tinha muita grana investida na Argentina, vai saber se EUA = George Soros. hehe
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
O banco Itaú não comprou, foi uma execução de garantia do grupo argentino inadimplente.
http://en.mercopress.com/2012/06/19/sli ... -guarantee
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Ah, bom. Agora faz sentido. Tava achando muito estranho banqueiro brasileiro fazendo investimento de alto risco.marcelo l. escreveu:O banco Itaú não comprou, foi uma execução de garantia do grupo argentino inadimplente.
http://en.mercopress.com/2012/06/19/sli ... -guarantee
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