Concordo totalmente com esta posição, aliás todo mundo que não se baseie apenas em pura ideologia mas observe também o mundo real sabe que é assim que a coisa funciona.Algus escreveu:...Vou sintetizar o que eu disse: O protecionismo foi ferramenta fundamental no modelo econômico denominado "escola americana", que por sua vez fez com que os EUA se industrializasse de maneira muito rápida.
Naquela época, o maior crítico do protecionismo era a Inglaterra. O que é óbvio, uma vez que foi o primeiro país a se industrializar. Boa parte de sua indústria já estava consolidada e só precisava que outros países não dificultassem o acesso a seus produtos.
Se hoje os EUA criticam o protecionismo é porque suas empresas possuem excelentes condições de competir no mercado e comprar aquelas que podem ameaçar seu reinado (nesta hora o liberalismo é mais que bem vindo). Mas mesmo assim, quando não possuem ou precisam de auxílio, são prontamente socorridas pelo Estado.
A propósito, existe outra forma de "proteger a empresa do vizinho": Quando um país força o outro econômica, ideológica ou militarmente a facilitar a entrada de seus produtos e empresas, como ocorreu no período colonial e como é o caso do que ocorre no Iraque.
"A guerra foi (e é) custosa, mas já que estamos aqui vamos incentivar a privatização das estatais iraquianas, mas só para os EUA e seus aliados que auxiliaram na invasão. Vamos aproveitar também e vender a eles F-16 pelo dobro do preço". Todo mundo fica feliz e a gente continua fazendo de conta que a receita certa é o liberalismo econômico.
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Protecionismo é largamente utilizado pelos países industrializados e prontamente criticado por eles quando lhes convém.
Mas é importante lembrar que o protecionismo, embora não seja em si um mal se for usado como ferramenta para alavancar o desenvolvimento, possui sim contra-indicações. Se usado de forma errada, exagerada ou sem a complementação de outros recursos que permitam o desenvolvimento das empresas nacionais (infra-estrutura, pessoal capacitado, bom ambiente institucional e de negócios, etc...) pode acabar criando situações bastante ruins, em que os consumidores ficam sem acesso aos produtos melhores e mais baratos ao mesmo tempo em que as empresas "protegidas" não tem ou condições mesmo motivos para melhorar sua produtividade e a qualidade de seus produtos.
Não adianta apenas ser protecionista, é preciso buscar continuamente um equilíbrio delicado entre diversos fatores, e infelizmente não é isso que temos visto na história do Brasil. Talvez desta vez seja diferente.
Talvez.
Leandro G. Card