Olha, não faço a menor ideia do que é esse tal de Lichenstein, mas as Ilhas Cayman e a Suíça são verdadeiros paraísos fiscais e lucram horrores com isso. Não acredito que seus modelos econômicos sirvam de exemplo para o mundo.Vitor escreveu:Que países que tem um estado verdadeiramente mínimo se arrependeram? Que eu saiba as Ilhas Cayman, Singapura, Suíça e Lichenstein vão muito bem.LeandroGCard escreveu:Não sei se a redução drástica do estado é solução para alguma coisa em algum lugar do mundo, os países que fizeram isso depois se arrebentaram do mesmo jeito e hoje tem muita gente arrependida. Já países que sequer se preocuparam com isso (como as repúblicas nórdicas) apresentam desempenho sistematicamente bom, bem acima da média dos que tentaram reduzir o tamanho e a influência do estado, tanto nos tempos de bonanza quanto nos de crise. Acho que esta charla de lutar por um estado cada vez menor menor logo logo vai sair de moda, se já não saiu.
Agora outra coisa completamente diferente é a demanda por um estado EFICIENTE. Tanto o estado quanto a iniciativa privada no fundo são feitos por pessoas, e o portanto em princípio podem ambos ser controlados por regras similares para garantir a eficiência dos serviços prestados e/ou bens produzidos. A questão de identificar estas regras e lutar para que sejam aplicadas tem mostrado ser bem mais útil do que a luta pla pura e simples redução do estado (esta insistência nas virtudes da redução do estado aliás serve o mais das vezes como cortina de fumaça para desculpar as próprias ineficiências do estado e mascarar as da iniciativa privada).
Se para ser mais eficiente o estado deve ser menor isso tem que ser definido pela avaliação do seu funcionamento, do que ele consome e do que ele oferece em troca. Mas pode até ser que se descubra que o estado deve aumentar e não diminuir, dependendo de como ele vai funcionar. O importante é que em qualquer caso ELE TEM QUE FUNCIONAR O MELHOR POSSÍVEL pelo gasto envolvido na sua manutenção.
Leandro G. Card
Um estado não pode ter regras similares a iniciativa privada pois teria seu monopólio de força essencial violado. Eu não posso deixar de pagar imposto se acho o serviço horrível.
Não acha que os soviéticos tentaram de todos os modos serem eficientes? Mas não há como quando se tem um cálculo econômico totalmente distorcido. O estado tende a ser menos ineficiente a medida que é mais descentralizado. O nosso modelo que concentra quase tudo em Brasília é um dos piores possíveis e mais engessados de obter alguma melhoria real.
Agora vivemos num mundo orwelliano, onde quase todos os setores da economia tem milhares e mais milhares de páginas de regulamentação, todo dia algum deputado propõe uma lei querendo regulamentar o dedo mindinho da parafuseta, e de algum jeito o estado é mais mínimo que no passado? O burocrata tem incentivo para criar dificuldades, pois assim justifica sua função, a gente vê isso na Receita que todo mês modifica pequenas regras só pra enlouquecer os contadores das empresas.
Me mostre um único país que desfez mais regras e leis do que criou.
Um estado não consegue ser eficiente sem ser mínimo, afinal se é eficiente, não precisa devorar 40% da riqueza do país ou se endividar loucamente.
Obviamente, a única coisa que consegue ser exemplar no estado é a receita, que permite que todo o resto tenha dinheiro o bastante para desperdiçar a vontade.
http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 5806,0.htm
Singapura tem estatais de presença muito marcante na sociedade, como nos sistemas de transporte. Até as emissoras de Tv lá são, em sua grande maioria, estatais.
Ela é uma economia de mercado, de fato, mas se aproxima muito mais da Suécia que da Suíça. Neste caso, Singapura está mais para um exemplo de país com Estado forte e eficiente, ele se encaixa bem naquela "receita".