MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Sterrius
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2686 Mensagem por Sterrius » Sex Mai 18, 2012 6:56 pm

Qualquer empresa que não se preveniu pra alta do dolar esse ano deve estar louca. Pq desde o inicio do ano o dolar so sobe, devagar mas de maneira constante.




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Bourne
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2687 Mensagem por Bourne » Seg Mai 21, 2012 6:38 am

Camaradas,

Trecho que escrevi no artigo sobre que consegui dois co-autores espúrios que destruíram a argumentação e alma do

trabalho.

A história completa no tópico sobre educação
http://www.defesabrasil.com/forum/viewt ... &start=150

Pelo menos deixo algo para vocês avaliarem.

3. Metamorfoses do ambiente econômico e político brasileiro

Nos últimos 30 anos, a economia brasileira sofreu profundas transformações oriundas da alteração no modelo de desenvolvimento, papel do Estado, abertura comercial e financeira entre outros que metamorfosearam o ambiente de atuação das firmas. Forçando as empresas e empresários a se adaptarem levando a novos comportamentos e soluções aos novos desafios. Assim, a presente seção busca delinear as principais alterações entre as décadas de 1980 e 2000. Parra isso a estrutura de argumentação está organizada em três itens. O primeiro proporciona uma visão sobre os fundamentos do capitalismo brasileira que tendem a permanecer ao longo do tempo e estão presentes na economia brasileira. O segundo identifica as alterações no modelo de desenvolvimento oriundas da crise dos anos 1980, seguida das reformas dos anos 1990. O terceiro e último aborda a consolidação do cenário ao longo da década de 2000 destacando as novas preocupações e fatores potencialmente que influem na economia empresarial.

3.1 Fundamentos do capitalismo brasileiro

O processo de industrialização brasileiro teve como impulso nos anos 1930 quando a Grande Depressão originada nos países centrais desarticulou a estrutura e integração econômica e política mundial. Internamente permitiu Getúlio Vargas trazendo consigo a força do movimento que se formava na sociedade desde o fim do século XIX de considerar a industrialização como sinônimo de modernidade e desenvolvimento. Para isso justificando a intervenção estatal e liderança do estado no processo de mudanças sociais e econômicas derivadas do desenvolvimento. Um modelo que apesar das metamorfoses ao longo dos anos se manteve persistente até a crise da década de 1980.

O modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil e prevalente nos demais países da América Latina era denominado genericamente de modelo de substituição de importações (ISI). O principio era de produzir internamente os bens importados dos países industrializados. Fomentando a construção de uma estrutura industrial e formação de um mercado interno criando uma dinâmica nacional que rompesse a relação de dependência entre centro e periferia. Ideias apresentadas são pertencentes ao escopo teórico Cepalino encontrados nos autores como Raul Prebisch (1944), Celso Furtado (2005) e Maria Conceição Tavares (1972). Ao mesmo tempo justificando o papel do Estado como líder do processo de mudança na economia e sociedade, bem como, a proteção e um rol de incentivos a indústria nascente.

Ao analisar a dinâmica envolvidos no modelo de desenvolvimento no Brasil, México e Argentina, Katz (2005) identifica a interação entre três atores: estado; empresas nacionais; e multinacionais. O Estado assume o papel de líder e gestor do processo fornecendo os parâmetros para direcionar os rumos da industrialização e suporte para a construção das novas firmas através do estabelecimento de empresas estatais em setores considerados estratégicos (energia, telecomunicações e mineração, por exemplo), proteção tarifária, empréstimos a custos mais baixos que o mercado. As empresas nacionais em grande parte familiares e de pequeno e médio porte se aproveitavam das condições oferecidas pelo estado e o crescimento da demanda interna para programarem projetos de expansão e fortalecimento da capacidade de competição. Por fim as multinacionais vindas a partir dos anos 1950 introduziram uma nova capacidade de produção ao colocar produtos no mercado que as empresas nacionais e estatais não tinham condições de oferecer, mesmo sendo fundamentais para construção de uma economia fechada.

Frequentemente, a organização do modelo de desenvolvimento baseado na ação do Estado, principalmente presente na visão dos autores cepalinos tendem a serem ligados ao um “keynesianismo caboclo”. Principalmente, derivados da defesa da intervenção estatal e questionamento do liberalismo. Entretanto, Fonseca (2000) contesta essa perspectiva ao ver a preocupação cepalina está em criar uma estrutura produtiva com intensificação tecnológica e formação de um mercado interno na perspectiva de crescimento de longo prazo. Enquanto Keynes foca em preocupações de curto prazo de como levar uma economia com excesso de oferta, capacidade produtiva e tecnologia constante a voltar ao pleno emprego. Fonseca admite a influência de Keynes como uma vertente derivada da onda que existia na época, mas com uma influência menor do que normalmente aparece na literatura.

Ao trazer a análise para a gênese da defesa da industrialização e ação estatal para o Brasil, Fonseca levanta tese de que desde o século XIX nos discursos das elites, imprensa, políticos e governo eram possíveis identificar o viés que justifica a proteção a indústria e maior poder do estado. Inclusive estando presente na Constituinte Republicana e ao longo da década de 1890 marcada pela instabilidade, sendo a industrialização apontada como saída para reduzir a dependência de bens importados. Sendo assim, o ambiente liberal e adequação a divisão internacional do trabalho não era visto como ideal para a realidade e futuro do país. Sendo fortalecidas ao longo do tempo e eclodindo com a grande Depressão dos anos 1930, desarticulação econômica e política mundial e interna.

A partir da hipótese expostas por Fonseca defende uma forma de capitalismo própria com características particulares que tendem manter a essência ao longo tempo. Elencando três elementos. O primeiro liberalismo de exceção que apresenta a ideia de que nem sempre o mercado fornece as melhores soluções. Podendo assim justificar diversas intervenções. O segundo positivismo de que o passado agrário e liberal representa o velho, enquanto a indústria e o antiliberalíssimo o novo. O terceiro apresenta as ideias de Friedrich List (1909) publicadas na obra “The National System of Political Economy”, publicado originalmente em 1841, sobre a necessidade de fomentar a industrialização alemã como forma de inserção proativa na economia mundial. Para isso quebrando a organização econômica mundial e liberalismo colocando um papel fundamental do estado, protecionismo é necessário; mercado interno garante o dinamismo da indústria; e construção da infraestrutura. Em que pese a grande semelhança na defesa e argumentos entre List e Brasil para justificar a industrialização.

A defesa da industrialização, justificativa a intervenção estatal e protecionismo estiveram presentes no processo de desenvolvimento brasileiro ao longo do século XX. Mesmo sofrendo uma quebra estrutural no modelo de substituição de importações advinda da crise dos anos 1980s dando lugar ao neoliberalismo e reformas pró-mercado, não alteram a essência e o papel fundamental do estado quando comparados a outros países da América Latina. Como exemplos podem citar dois exemplos de uma abertura seletiva. Um do setor petrolífero em que Alveal (1999) observa que a Petrobras se manteve como uma empresa de capital misto, mas que se mantém sobre controle do Estado, diferente da YPF argentina que foi privatizada. O outro sobre o sistema financeiro observado por Mendonça (2009) ao analisar os sistemas financeiros do Mercosul observa que a Argentina se mostra com um sistema fraco, desnacionalizado e sem a formação de instrumentos de longo prazo no sistema bancário. Enquanto o Brasil possui o sistema financeiro mais desenvolvido, instituições públicas fortes e bancos privados que dominam o mercado nacional e lideram o movimento de penetração de capitais nos outros países do bloco.

Assim, como defende Costa (2010), a construção do capitalismo brasileiro permite intrinsecamente uma maior intervenção estatal e tendência protecionista. Justificada, aceita e praticada, em maior ou menor medida, pelos governos ao longo dos anos. Assim, transformando-se em uma diferenciação crucial para a gestão da economia brasileira em relação aos demais países da América Latina ao preservar em tese a maior parte da capacidade de intervenção do estado na economia. Presente nas discussões a respeito de dependência financeira e industrialização.

3.2 Da crise as reformas pró-mercado

Entre as décadas de 1930 e 1980 a economia brasileira apresentou um crescimento consistente e elevado ao longo dos anos na medida em que construía sua base industrial e mercado interno. Entretanto, a estratégia de enfrentamento proativos da crise internacional desenhada nos anos 1970, derivada dos choques do petróleo (1973 e 1979), levou a fragilização da economia brasileira levando a crise dos anos 1970 com a estagnação, hiperinflação, crise da dívida interna e externa fechamento dos mercados financeiros internacionais. Encerrando um ciclo e forçando a reformas estruturais que desmontar a articulação proposta anteriormente.

No período antecedente a crise nos anos 1970s, Mantega (1997) observa que o II Plano Nacional de Desenvolvimento (ou II PND) pretendia implantar um conjunto ambicioso de projetos de bens de capital e insumos básicos. Visualizando a consolidação do processo de substituição de importações, construindo a indústria pesada, fortalecimento do empresariado nacional e garantindo a manutenção das taxas de crescimento em contraste com a crise e estagflação que se desenhava no mundo desenvolvido. Incorporando uma política do governo militar em fortalecer a economia nacional.

Durante o período de vigência o II PND (1975-1979) levando ao sucesso do II PND em sustentar elevadas taxas de crescimento registrando elevadas em um cenário internacional adverso com picos de 10% em 1976 e como piores anos 1977 e 1978 na casa dos 4%. Entretanto, Mantega ressalta a inflação se mantinha ao redor de 30% no biênio 1974-1975. Enquanto o déficit comercial acumulado de mais de US$ 10 bilhões de 1974 a 1976 e um em conta corrente de quase US$ 20 bilhões. Sendo acentuadas pela elevação no preço do petróleo no mercado internacional, mas financiada pela elevada liquidez devido a abundância de divisas dos países exportadores de petrolíferos.

Ao mesmo tempo a relação do governo autoritário com o empresariado se metamorfoseia como constam nos trabalhos de Lessa (1998) e Barros de Castro (1985) em especial devido a duas características. Uma relacionada ao um nacionalismo econômico crescente levando ao governo tentar isolar e afastar os membros considerados simpáticos a país estrangeiros, sobretudo aos Estados Unidos. A outra o afastamento da base de apoio representada pelo empresariado fomentando um plano de intensificação da industrialização em que o estado assume o papel de protagonista trazendo consigo o viés de estatização. Em paralelo, Macarani (2007) ressalta a motivação do regime militar em fortalecer o empresariado nacional como forma de fomentar o poder nacional justificando medidas em prol dos grandes conglomerados em diversas áreas como dos bancos.

O acirramento da crise internacional com o segundo choque do petróleo em 1979 acompanhado das medidas retracionistas nos países centrais para reduzir a inflação. Protagonizado pelo movimento de aumento das taxas de juros básicas promovidas pela Federal Reserve como forma de controlar a inflação a inflação norte-americana. Em paralelo, Eichengreen (2007) provocou uma reorganização no ordenamento do sistema financeiro e monetário internacional em que inicialmente os maiores prejudicados foram os países periféricos que contraíram empréstimos nos anos anteriores quando existia excesso de liquidez internacional a baixos custos. Assim, transformando dívidas em moeda estrangeira impagáveis levando a justes recessivos para enfrentar o estrangulamento externo acompanhando de aceleração do ciclo inflacionário, crise do endividamento público e estagnação.

Para a América Latina os números são desanimadores (ver Tabela 1). Levando a se encontrar na literatura a expressão “década perdida” (ou lost decade) para se referir a década de 1980 e desempenho econômico dos países da região. Como resposta a este cenário Cimolli et al. (2003) ressalta o inicio do desmonte da estrutura institucional que dava suporte ao modelo de desenvolvimento. Focadas principalmente nas reformas pro mercado, redução do papel do Estado e abertura financeira e comercial. Fortalecidas com o fracasso das tentativas de reviver o modelo ao longo dos anos 1980 através de moratórias, congelamento de preços e outras medidas visando controlar a inflação.

Tabela 1 - Variáveis macroeconômicas da América Latina: 1980-1989
1980 1985 1989
PIB Industrial 100 103,5 113,1
PIB per capita 100 92,2 91,7
Investimento/PIB 24,2 16,3 16,2
Dívida/Exportações 2,1 3,5 3,2
Inflação (em %) 54,9 274,7 1157,6
Fonte: Cepal
Nota: extraído de Bresser-Pereira (1991)

Para o Brasil significa a adoção de uma política econômica retracionista visando o controle inflacionário, endividamento público e externo admitindo a redução do crescimento como necessária para estabilizar as variáveis macroeconômicas. Levando a uma depressão do PIB em 4% em 1981 seguido de desempenhos medíocres até 1983. Quando se iniciou um miniciclo de crescimento entre 1984-1987 na medida em que a economia mundial reagia e os investimentos realizados no âmbito do II PND maturavam. Entretanto, os planos de redução do déficit público, controle da inflação e equacionamento do endividamento externo não surtiram os efeitos esperados. Resultando em uma série de planos fracassados em conjunto com espiral inflacionária e a moratória de 1987, levando o país a uma citação calamitosa entre 1988-1992 (ver tabela 2).

Tabela 2 - Principais planos de recuperação no Brasil: 1980-1990
Plano Ano Principais Medidas
Cruzado 1986 Introduz o cruzado em substituição ao cruzeiro
Congelamento de preços e salários
Câmbio fixo em relação ao dólar e libra
Extingue a correção monetária para desindexar a economia
Cria o seguro-desemprego e o gatilho salarial através de reajustes automáticos
Decreta a moratória e suspende o pagamento da dívida externa
Bresser 1987 Mantém o congelamento de preços, salários e a moratória
Aumenta tarifas públicas
Acaba com o gatilho salarial
Verão 1989 Procura segurar a inflação pelo controle do déficit público
Privatiza estatais
Estabelece novo congelamento de preços
Determina a desindexação da economia
Collor 1990 Confisca 80% dos depósitos bancários e aplicações financeiras
Volta o cruzeiro como moeda
Congela preços
Acaba com a indexação
Demite funcionários
Privatiza estatais
Fecha órgãos públicos
Começa a abrir a economia à competição internacional
Real 1994 Muda a moeda para o Real
Fixa a taxa de câmbio na paridade de R$ 1,00 para US$ 1,00
Acelera as privatizações
Eleva os juros
Facilita as importações
Prevê o controle dos gastos públicos
Mantém o processo de abertura econômica
Busca medidas de apoio à modernização das empresas
Fonte: João Sayad <http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/con ... -plano.htm >
Nota: adaptado pelos autores

Em meio às reformas e desmonte do modelo de desenvolvimento predominante pré-1980 se consolida o chamado “Consenso de Washington” que sintetiza as reformas pro mercado propostas pelos órgãos internacionais, especialmente Fundo Monetário Internacional – FMI, sobre os caminhos para resolução da crise. Argumentos presentes em Williamson (1990) fornecendo uma base técnica e um direcionamento das reformas para que a economia funcionasse mais livre e os países latino-americanos se integrassem melhor a economia mundial. Proporcionando um ambiente de estabilidade, bem-estar e crescimento no longo prazo benéfico para a sociedade como um todo.

O incentivo a aplicação dessas políticas se deu principalmente através do FMI em conjunto com o governo norte-americano materializado no Plano Brady que alivia o montante de juros pago pelos países latino-americanos. Fornecendo uma perspectiva de reestruturação do endividamento externo e volta aos mercados financeiro internacional em que poderiam ser utilizados em planos econômicos para a estabilização da economia e retorno ao ciclo virtuoso de crescimento. Apesar de nem todos os itens terem sido aplicados como a taxa de câmbio flutuante, pois países como Brasil e Argentina vincularam ao câmbio valorizado e fixo a chave para o sucesso da estabilização da economia. Além de utilizarem taxas de juros elevadas para reprimir a demanda e atrair capital especulativo a fim de equilibrar as contas externas.

A indústria latino-americana era vista por autores como Dosi et al. (1994) de forma depreciativa pela dificuldade em criar um sistema de inovação e desenvolvimento em área com intensidade tecnológica. Sendo capazes de introduzir produtos com valor agregado em escala global garantindo a eficiência e capacidade competitiva fruta de um modelo de desenvolvimento fechado em si mesmo. Outros como Katz (2005) contra-argumento que as indústrias latino-americanas estavam intensificando as capacidades tecnológicas nos anos 1970 evidenciadas no maior valor agregado dos produtos e exportações. Porém foram minadas pelas dificuldades econômicas e choques de competição dos anos 1980 levando ao movimento de desindustrialização e primarização da economia.

As metamorfoses do sistema ficam mais claras no Brasil após a implantação do Plano Real em 1994. Trazendo o controle inflacionário acompanhando da abertura econômica, câmbio valorizado e fatal de apoio estatal expondo as empresas nacionais à competição externa acirrada. Entretanto, as boas perspectivas econômicas dos primeiros anos levaram ao que Bielschowsky (1999) miniciclo de modernização no triênio 1995-1997 que inicialmente aparecem como uma nova fase da indústria brasileira favorecida facilidade de importar equipamentos. Em seguida abortadas devido a crise cambial de 1998/1999 que forçaram a quebra estrutural do plano real ao alterar o câmbio fixo para flutuante em conjunto com o regime de metas de inflação e incentivo a exportação. Uma situação calamitosa que perdurou pelo segundo governo Fernando Henrique (1999-2002) e nos dois primeiros anos da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Entretanto, as particularidades do capitalismo brasileiro reduziram os efeitos de desindustrialização em comparação os demais países da América Latina levando em uma abertura mais seletiva e que manteve os instrumentos estatais de intervenção na economia. A velocidade de abertura e redução do tamanho do estado foram mais lentas e pragmáticas que em outros países latino-americanos. Além dos grandes conglomerados públicos e privados formados ao longo do processo de industrialização brasileira se consolidaram nos anos 1980 e se mantiveram fortes mesmo com a abertura na década de 1990. Por exemplo, a sustentação do oligopólio no setor financeiro protagonizado por dois bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e três privados (Unibanco, Itaú e Bradesco). A Petrobras como uma empresa estatal de capital misto fundamental para as políticas energéticas do país. Seguidas de empresas como Embraer (área aeroespacial), Vale (mineração) e CSN (metalurgia) se mantiveram nas mãos de controladores nacionais após a privatização. Empresas privadas como Sadia e Perdigão (alimentos) e Randon (metal-mecânica) se fortaleceram ao longo do processo.

3.3 Novas perspectivas da década de 2000

O inicio da década de 2000 se apresenta depressivo em relação as perspectivas econômicas que o país poderia vislumbrar como resultado das reformas dos anos 1990 e crise externa. Entretanto, as variáveis macroeconômicas após 2003 indicam um momento econômico favorável de crescimento e estabilidade. O Brasil se insere na segunda opção e, portanto, possuindo uma tendência crônica a ter dificuldade nas contas externas e compatibilizar as políticas cambiais e monetárias com a construção da estrutura produtiva. Assim, duas discussões ganharam força nos últimos anos oriundas do relativo sucesso no período após 2003 em garantir crescimento e fortalecer o mercado interno: desindustrialização e política monetária de controle da inflação.

Ao mesmo tempo em que o modelo de desenvolvimento dos países latino-americanos era desmontado o mundo passava por uma reestruturação produtivas e financeiras consolidando mudanças que estavam em curso desde aos anos 1960/1970. Nesta linha, o trabalho de Dooley et al. (2003) indica que a integração econômica mundial proporcionou a criação de dois tipos de regiões. Uma denominada trade account regions que continuem regiões que se industrializaram visando o mercado externo e a acumulação de reservas em moedas conversíveis como forme de financiar e assegurar o desenvolvimento. O exemplo se encontra nos países asiáticos em especial com as relações com os estados unidos recebendo investimentos externos e criando uma estrutura industrial capaz de exportar.

A outra chamada de capital account regions em que a forma primordial de integração não se dá pelo comércio, mas sim pela atração de capital para assegurar o crescimento econômico possuindo problemas crônicos em relação as contas externas. O exemplo está na América Latina ressaltada pelas fragilidades em relação aos ataques especulativos eternos seja contra a política cambial e monetária ou solvência ante os débitos internacionais e capacidade de angariar reservas em moedas conversíveis.

Em relação ao comércio exterior que representa um indicativo da produtividade e competitividade da indústria brasileira, o IPEA (2012) revela que entre 2005 e 2011 a pauta de exportações os produtos básicos subiram a participação de 29,3% para 38,7%, enquanto os manufaturados caíram de 55,1% para 44,1% mantido os preços constantes. Na visão do IPEA, a fraqueza nas exportações de manufaturados brasileiros está atribuída a problemas de competitividade através da política cambial que mantém a moeda valorizada e juros altos para controlar a inflação e fatores estruturais especialmente a falta de investimento. Nesse contexto, a limitação do investimento está relacionada com a falta de articulação entre o real e financeiro não permitindo as empresas buscarem canais para alavancar seus projetos de ampliação da capacidade, desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias capazes de competir globalmente.

A literatura sobre o tema desindustrialização enfatiza o papel do câmbio no processo de desindustrialização da economia brasileira nas últimas décadas. Para Feijô (2007) as taxas de juros elevadas através dos canais econômicos provavam a valorização cambial e queda na demanda interna, sobrevalorização cambial e desincentivo ao investimento. A solução vista com simpatia por Oreiro et al. (2011) são políticas que propiciem a desvalorização cambial trazendo efeitos positivos sobre o produto industrial, exportações de manufaturados e investimento.

No aspecto monetário, a crítica está reservada a elevada taxa de juros básica e uma estrutura de crédito baseada na sustentação de níveis elevados de juros e ganhos financeiros. Em conjunto com um mercado de capitais, crédito externo e utilização de inovações financeiros relativamente restritos que dificultam a capacidade das empresas alavancarem e acelerarem os investimentos. Ao mesmo tempo trabalhos como de Gonçalves e Yonamini (2010) mostram os diferentes graus de dificuldades das empresas intensivas em tecnologia encontrarem fontes de financiamento. Enquanto as grandes possuem facilidade e vários caminhos para encontrar recursos as pequenas e médias são restritas ao autofinanciamento. Representando uma falha genética no sistema financeiro brasileiro.

No biênio 2008/2009, quando a crise financeira mundial chegou ao Brasil, foram reveladas as operações financeiras das companhias com derivativos e o elevado grau de risco, quando chegou ao Brasil trazendo o primeiro impacto da desvalorização cambial, comprometendo as operações com derivativos que apostavam na valorização do real como observado Fornazier et al. (2011). Em que a desvalorização de cerca de 40% do real frente ao dólar no último trimestre de 2008, levou ao prejuízo de cerca de R$ 40 bilhões para 200 grandes empresas. Não se pode dizer que era um movimento especulativo proposital ou uma forma de proteção e levantamento de fundos. Porém foi uma forma das firmas enfrentarem o ambiente desfavorável e se manterem competitivas no cenário internacional e viabilizarem os investimentos.

A situação calamitosa das empresas envolvidas levou a intervenções do governo por meio dos bancos públicos para manter as linhas de crédito abertas e evitar um agravamento da crise. Como também, o BNDES agiu não apenas como um provedor de recursos, mas também como um instrumento para reorganização do setor evitando que companhias chaves da economia brasileira entrassem em colapso. O então presidente do Banco, Luciano Coutinho (2011), contou em entrevista a revista “Cadernos do Desenvolvimento” atuação da instituição para socorrer o setor e traçar estratégias para superar a crise. Ao mesmo tempo registrando um aumento dos desembolsos do BNDES passando de R$ 19 bi em 1998 para pico de 168 em 2010. Ao mesmo tempo mostrando a necessidade e capacidade de intervenção estatal na esfera financeira através de outras instituições públicas. Principalmente banco do Brasil e Caixa Econômica Federal que oferecem produtos e direcionamento de créditos aos quais não existe paralelo na iniciativa privada.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2688 Mensagem por akivrx78 » Qua Mai 23, 2012 5:25 am

Brasileiro se diz mais feliz que morador de países ricos
22 de maio de 2012 • 19h20 Por: Welington Vital de Oliveira

SÃO PAULO - O brasileiro está mais feliz que as pessoas que vivem em países ricos, revela o Índice de Vida Melhor, realizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

As famílias brasileiras estão entre os que menos têm dinheiro no ranking da OCDE, ocupando a 32º posição na lista de 36 países, no entanto, estão acima da média no nível de satisfação com a sua vida.

A taxa de satisfação com vida, entre os brasileiros, é de 6,8%, contra 6,7% na média da OCDE. A pesquisa também mostra que 77% da população brasileira dizem ter vivido mais experiências positivas do que negativas num dia típico, enquanto a média do índice é de 72%.

Renda
Com relação ao poder de compra, o brasileiro ficou bem abaixo da média da OCDE. O país apresentou um rendimento líquido disponível, que é quantidade de dinheiro que as famílias têm por ano já descontado impostos, de 8.007 dólares, enquanto que a média da organização é de 22.387 dólares anuais.

Por outro lado, o Brasil ficou acima da média em alguns itens avaliados, como a taxa de emprego, onde 68% da população dos 15 aos 64 tem emprego, frente a média de 66% da OCDE.

Outro fator destaque no País foi a segurança de emprego, com média de 14,03% frente aos 11,07% do estudo.

http://www.infomoney.com.br/estilo-de-v ... ises+ricos

http://www.oecdbetterlifeindex.org/countries/brazil/




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2689 Mensagem por akivrx78 » Qua Mai 23, 2012 5:35 am

Atualizado em 22/05/2012 21h10
Brasil aparece em antepenúltimo lugar em índice que mede felicidade
O país passou a fazer parte de um ranking criado para ajudar os países a traçar políticas para o desenvolvimento, o "Índice para viver melhor”.

MARCOS LOSEKANN Paris

O Brasil passou nesta terça-feira (22) a fazer parte de um ranking criado para ajudar os países a traçar políticas para o desenvolvimento. É o “Índice para viver melhor”.

Dinheiro não compra felicidade. Essa é a conclusão da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que elabora critérios e recomendações para promover a melhoria da qualidade de vida no mundo inteiro.

O Brasil acaba de ser incluído no "Índice para viver melhor", que mede a felicidade dos cidadãos. O ranking compara dados oficiais com notas que os internautas dão para 11 quesitos. Enquanto nas nações mais ricas as pessoas dão mais valor a salário, trabalho e moradia, no Brasil, educação, segurança e honestidade são itens que pesam mais.

A Fundação Getúlio Vargas, que participa do projeto, observa que os brasileiros se dizem realizados, mesmo com menos dinheiro no bolso.

''São os brasileiros lá de baixo que estão subindo. Quem vem de baixo muda muito a sua felicidade. Quem já é rico e melhora um pouco a vida, não é muito sensível a isso'', explica Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV.

Mas ainda é preciso melhorar. Entre 36 países, o Brasil aparece no antepenúltimo lugar, no ranking geral, na frente apenas do México e da Turquia.

Os dados vão servir para a OCDE criar programas sociais e planos para a melhoria da qualidade de vida dos países pesquisados. Os governos federais e estaduais, além dos prefeitos, também podem usar essas informações para nortear suas políticas socioeconômicas.

Segundo a OCDE, o Brasil já está no caminho para retomar o crescimento, mas precisa controlar a inflação. No mundo, alerta para a crise na Zona do Euro.

Para Anthony Gooch, diretor de relações exteriores da OCDE, o Brasil pode se tornar líder dos países em desenvolvimento, e um bom exemplo para os desenvolvidos.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/not ... idade.html




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2690 Mensagem por LeandroGCard » Sex Mai 25, 2012 11:52 am

É, a coisa está confusa.
Discurso bifurcado

24 de maio de 2012

Celso Ming - Estadão.com.br


O governo Dilma está especialmente aflito com o baixo desempenho do setor produtivo que, neste ano, deve repetir o fraco crescimento do PIB obtido no ano passado, de 2,7%, ou mesmo ficar abaixo disso.

Na tentativa de virar esse jogo adverso, a presidente Dilma Rousseff vem usando instrumentos nem sempre coerentes. De um lado, parece acreditar no simples encorajamento – como fazem por vezes os sargentos quando querem mais empenho do destacamento. É assim quando apela, por exemplo, para a reativação do instinto animal do empresário.

Outras vezes, envereda para o caminho das ameaças. É o caso dos banqueiros, forçados a acelerar o crédito e a derrubar os juros, mesmo quando os índices de inadimplência mostram que o consumidor está excessivamente endividado e enfrenta dificuldades para continuar honrando compromissos financeiros. Diante disso, os banqueiros vêm reagindo de dois modos. Tanto anunciam alguma redução de juros como, também, não mexem no essencial. São cavalos que fingem que bebem ou que, simplesmente, não bebem a água para cujos reservatórios são conduzidos – já advertira no início deste mês o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg.

Na avaliação da conjuntura, o governo também é dúbio. Às vezes realça o que vê como bom momento da economia. E, nessas condições, aponta para o excelente nível do emprego, que em abril caiu para 6,0%, ou para o forte avanço do consumo, entre 5,0% e 6,0% neste ano. Em outras oportunidades, aponta para o horizonte cor de chumbo e alerta para turbulências que ameaçam toda a economia mundial, inclusive a do Brasil. Além do agravamento da crise global, a guerra cambial e os tsunamis monetários são alternadamente evocados para justificar o baixo resultado do setor produtivo.

Esse discurso bifurcado parece gerar mais dúvidas do que certezas. Todo o mundo vê que o consumo turbinado não guarda relação com a atividade produtiva, porque o PIB, já ficou dito, se arrasta a duras penas, especialmente quando provém da indústria.

Por outro lado, todos sentem que os apelos retóricos à ambição por lucros do empresário, sem a contrapartida da derrubada corajosa dos custos, não têm fôlego. Os pacotinhos de estímulo são endereçados a alguns favoritos ou a setores que se notabilizam pelo seu poder de grito. Esses são os vencedores, os mesmos que são agraciados com as batatas: alguma redução de impostos e créditos favorecidos do BNDES. Aos demais, sobram as cascas de sempre: políticas improvisadas e sem nexo; alta carga tributária; quarta tarifa mais cara de energia elétrica vigente no mundo; mesmos juros escorchantes no capital de giro; mesma precariedade da infraestrutura; Justiça que leva anos para dirimir um conflito de interesses; burocracia exasperante dos serviços públicos… e por aí vai.

O ministro Guido Mantega prefere realçar o que entende como grandes avanços da administração pública em direção aos juros mais baixos e ao câmbio desvalorizado. O problema está em que, sem forte empurrão que só as reformas proporcionarão e sem uma decidida ação rumo à redução do custo Brasil, essas mexidas não se sustentam, não lançam alicerces para os investimentos do setor privado e passam a impressão de que a economia está se desarrumando.
De fato as medidas tomadas pelo governo sempre tem impacto muito maior no setor do consumo do que no da produção. E já está claro que turbinar o consumo neste momento não vai ser suficiente para fazer a economia decolar, no máximo criará "bolhas", aumentará a inflação e derrubará o saldo comercial.

A questão é, como acelerar a mudança do ambiente institucional de forma a permitir a aceleração dos investimentos pelo menos no mesmo ritmo do consumo? Se ficarmos dependendo apenas de reformas estruturais profundas a serem algum dia elaboradas e aprovadas no congresso o mais certo é cairmos em um enorme buraco muito antes de enxergarmos a luz no fim do túnel.


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2691 Mensagem por Bourne » Sex Mai 25, 2012 5:14 pm

Há 5 horas e 21 minutos 1
Brasil precisa de novas frentes de crescimento contra a crise, diz vice-presidente do Bird
Por Assis Moreira | De Paris
Otaviano Canuto: "Vários fatores que impulsionaram a economia brasileira antes da crise de 2008 se esgotaram"
A deterioração do cenário internacional reforça a urgência de o Brasil buscar novas frentes de crescimento econômico, sugeriu o vice-presidente do Banco Mundial (Bird), Otaviano Canuto, ontem, em Paris. Por sua vez, o subsecretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty, Valdemar Carneiro Leão, reclamou que efeitos de políticas de economias avançadas podem pôr seriamente em perigo políticas de nações em desenvolvimento, ao manifestar a posição brasileira na conferência ministerial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em entrevista à margem da conferência, Canuto avaliou que há menos espaço para respostas contracíclicas por parte de vários países emergentes, incluindo a China. No caso específico do Brasil, ele acha que a margem de reação do país diante da crise não diminuiu quando ela é medida pelas reservas internacionais, espaço fiscal e situação dos bancos domésticos.

O preocupante, ao seu ver, é que riscos de abalo na área internacional, como a saída da Grécia da zona do euro, estão se desenrolando num cenário em que a tendência de crescimento da economia brasileira "é bem mais abaixo daquela em que estava em 2008".

"Vários fatores que impulsionaram a economia brasileira antes da crise de 2008 se esgotaram", afirmou. "A resposta agora teria que ir além de mecanismos contracíclicos numa crise." Ele sugere o reforço de reformas estruturais, incluindo sistema tributário, pente fino nos gastos públicos e aceleração de investimentos em infraestrutura.

Certos analistas, conforme o "Financial Times", estimam que o governo brasileiro foca demais em estimular a demanda do consumo, em vez de fazer reformas politicamente difíceis para melhorar a produtividade e a produção industrial. Canuto acha que o Brasil precisa apostar em frentes de crescimento que vão além do aumento do consumo de crédito, por exemplo. Considera que, no cenário atual, só repetir a dose de 2008 não será suficiente.

Com relação à China, principal parceiro comercial do Brasil, projeções do Banco Mundial apontam aterrissagem suave e um padrão de expansão mais sustentável do que aquele dependente de investimentos imobiliários e exportações. Com o consumo interno aumentando, a demanda por commodities pela China também tende a mudar. Canuto acha que a demanda por alimentos vai continuar forte, enquanto a de commodities metálicas associadas à construção deve cair.

Em intervenção na conferência ministerial da OCDE, o representante brasileiro, Valdemar Carneiro Leão, sugeriu para a entidade levar em conta em suas análises os efeitos de consequências de políticas econômicas das nações ricas, diante dos riscos de prejudicar os países em desenvolvimento.

"Isso está sendo sentido na maneira pela qual políticas monetárias expansionistas foram adotadas por países emissores de moedas de reserva internacional. Essas políticas geraram volatilidade e desalinhamentos prejudiciais nas taxas de câmbio", exemplificou. Além disso, a crise atual revela o quanto os governos têm feito de intervenções, com estímulos monetários e financeiros e apoio direto em níveis sem precedentes para as empresas.

Na área comercial, Carneiro Leão lembrou que ganhos em crescimento, e especialmente em emprego, não vêm só de liberalização comercial. "Medidas complementares de políticas públicas são essenciais e nem sempre são disponíveis para países em desenvolvimento diante de recursos limitados", afirmou, numa resposta às demandas crescentes dos ricos por liberalização de mercados emergentes.



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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2692 Mensagem por Boss » Dom Mai 27, 2012 1:46 pm

27/05/2012 - 06h00
Dilma quer abrir 'caixa-preta' de montadoras e cortar lucros
DE SÃO PAULO

Após a batalha da presidente Dilma Rousseff contra os juros dos bancos, o governo abrirá em breve outro front: quer que as montadoras de veículos no país abram as contas e margens de lucro, informa reportagem de Natuza Nery e Eduardo Sodré, publicada na Folha desde domingo (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

O Executivo avalia que dá incentivos a um setor sem conhecer a real situação financeira das fabricantes.

Por isso, deseja "sair do escuro" e, eventualmente, cobrar reduções mais agressivas de preços, sobretudo, quando houver incentivos federais, como os anunciados na segunda.

Por lei, companhias de capital fechado, a maioria do setor, não são obrigadas a divulgar seus balancetes.

Procurada, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automores) não quis se pronunciar.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2693 Mensagem por romeo » Dom Mai 27, 2012 6:42 pm

Cada vez me acho mais ignorante em matéria econômica.

O país quer continuar crescendo.

O mercado mundial está em crise.

Aí o governo toma medidas para movimentar o mercado interno, e vem uma avalanche de críticas.

Se não vendermos nossos produtos nem externamente nem internamente, vamos ter que comercializar fora do planeta.

Mas a população da estação orbital internacional é muito reduzida para sustentar nossos negócios, sem contar a dificuldade da entrega.

É... Alguém deve saber a maneira de arranjar uma terceira via... Mas esse não sou eu.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2694 Mensagem por Boss » Dom Mai 27, 2012 8:38 pm

É que pouca gente discute economia de maneira imparcial. Entre os imparciais, ainda temos os mais pessimistas, que tendem a nivelar tudo pra baixo.

Mas a maior parte discute economia tomando para a suas preferências políticas, principalmente na mídia (onde isso é óbvio).




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2695 Mensagem por Andre Correa » Dom Mai 27, 2012 9:08 pm

Brasil tem cerca de 14 milhões de famílias superendividadas
27 de maio de 2012 • 10h06 • atualizado 11h27

Quase um quarto das famílias brasileiras se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a ficar inadimplente. É o que mostra um estudo com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF) do IBGE. Segundo o levantamento, 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.

A marca ultrapassa o limite considerado saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde. A maior parte das famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E.

Apesar disso, o estudo mostra que, na média, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas. Resultado ainda superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque inclui despesas como crediário de loja sem parceria com banco e gasto à vista no cartão de crédito.
FONTE




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2696 Mensagem por Andre Correa » Dom Mai 27, 2012 9:11 pm

romeo escreveu:Cada vez me acho mais ignorante em matéria econômica.

O país quer continuar crescendo.

O mercado mundial está em crise.

Aí o governo toma medidas para movimentar o mercado interno, e vem uma avalanche de críticas.

Se não vendermos nossos produtos nem externamente nem internamente, vamos ter que comercializar fora do planeta.

Mas a população da estação orbital internacional é muito reduzida para sustentar nossos negócios, sem contar a dificuldade da entrega.

É... Alguém deve saber a maneira de arranjar uma terceira via... Mas esse não sou eu.
romeo, não podes esquecer que, por trás de cada notícia, há um interesse comercial.
Seja por especulação, por marketing, ou por ilusão... Mas não pode-se acreditar totalmente, pois cada moeda tem seu lado oposto, e a propaganda é a alma do negócio... novamente, para ambos.

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2697 Mensagem por Rodrigoiano » Dom Mai 27, 2012 9:20 pm

Andre Correa escreveu:
Brasil tem cerca de 14 milhões de famílias superendividadas
27 de maio de 2012 • 10h06 • atualizado 11h27

Quase um quarto das famílias brasileiras se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão de vida ou a ficar inadimplente. É o que mostra um estudo com base na Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF) do IBGE. Segundo o levantamento, 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.

A marca ultrapassa o limite considerado saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas, como comida, habitação ou saúde. A maior parte das famílias superendividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8 milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E.

Apesar disso, o estudo mostra que, na média, o brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas. Resultado ainda superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque inclui despesas como crediário de loja sem parceria com banco e gasto à vista no cartão de crédito.
FONTE
Prezado André isto preocupa muito, afinal o Brasil tem que aliar consumo para crescimento da economia, com meios necessários para que este consumo tenha continuidade. Lembro de um debate com o PRick aqui, em que ele disse que era tranquilo o financiamento de veículos, pois era garantido o bem se faltasse o pagamento. Mas este é apenas o aspecto jurídico e econômico-pontual. Mas caso haja uma inadimplência GRANDE, quer de veículos, quer de imóveis, não basta resguardar de volta os bens, pois quem irá comprá-los de novo? E a falta de liquidez, como se sustentarão construtoras, bancos etc? Sairá tudo dos cofres do governo? Enfim, creio ser URGENTE um esforço da sociedade e do governo, no sentido de ensinar o CONSUMO RESPONSÁVEL, pois a inadimplência, ainda mais em larga escala, será desastrosa para o país.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2698 Mensagem por Andre Correa » Dom Mai 27, 2012 9:26 pm

Rodrigoiano escreveu:
Andre Correa escreveu: FONTE
Prezado André isto preocupa muito, afinal o Brasil tem que aliar consumo para crescimento da economia, com meios necessários para que este consumo tenha continuidade. Lembro de um debate com o PRick aqui, em que ele disse que era tranquilo o financiamento de veículos, pois era garantido o bem se faltasse o pagamento. Mas este é apenas o aspecto jurídico e econômico-pontual. Mas caso haja uma inadimplência GRANDE, quer de veículos, quer de imóveis, não basta resguardar de volta os bens, pois quem irá comprá-los de novo? E a falta de liquidez, com se sustentarão construtoras, bancos etc? Sairá tudo dos cofres do governo? Enfim, creio ser URGENTE um esforço da sociedade e do governo, no sentido de ensinar o CONSUMO RESPONSÁVEL, pois a inadimplência, ainda mais em larga escala, será desastrosa para o país.
O maior problema é que os planeamentos, no Brasil, são feitos a curto e médio prazo, para que consiga-se resultados em "espaços de tempo eleitorais", nada é feito a longo prazo... Quando dá certo, é mote de campanha, caso não dê certo, reinventa-se com outro nome, e confia-se na curta memoria colectiva.
Da maneira com que os preços são calculados e taxados no Brasil, o cidadão tem que trabalhar muito mais do que na maioria dos países desenvolvidos, para ter o mesmo padrão de vida, ou comprar os mesmos itens do dia a dia, mas não é isso que ocorre na realidade, pois o Brasil tem um horário de trabalho relativamente tranquilo, sem excesso de horas, ou seja, um cidadão comum não é capaz de comprar nada de valor acrescentado sem dispor de uma grande quantia de dinheiro. E quem não sabe planear, vai ao crédito... e como falta educação económica, vai-se a bancarrota...

Infelizmente, é um nó complicado de se desatar, e que não parece interessar nenhum político nesse "espaço de tempo eleitoral" actual.

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2699 Mensagem por Marcelo Reis Batista » Dom Mai 27, 2012 10:49 pm

Tanto se fala da classe C, tanto em crescimento de famílias nessa classe, quanto o ganho de massa salarial, mas não vamos creditar todo o milagre do consumo a eles, pois a antiga classe média (hj classe B),que não cresceu tanto em número de família participando de sua base como a C, mas os seus gastos tiveram crescimento superior ao da classe C, e continuam sendo os maiores consumidores da economia brasileira.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2700 Mensagem por Wolfgang » Seg Mai 28, 2012 10:07 am

O que é o super endividamento? Quero números.




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