Novo Fuzil para o EB

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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nveras
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Re: Novo Fuzil para o EB

#9841 Mensagem por nveras » Qui Mai 24, 2012 1:46 pm

NettoBR escreveu:O fuzil IA2: A opinião do especialista
Posted on 19/04/2012 by Carlos Amorim

O artigo a seguir é de um especialista, cuja contribuição acrescenta informações técnicas relevantes sobre o novo armamento padrão das forças armadas brasileiras.


“Imbel IA2, o sucessor do velho guerreiro.
Por Renan Vargo Merlo


Começa a ser utilizado pelas nossas forças armadas, um novo fuzil, completamente desenvolvido e produzido em território nacional, o IA2, produzido pela IMBEL (Indústria de Material Bélico do Brasil), empresa vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Exército Brasileiro.

Desde 1964 o Exército Brasileiro utiliza como armamento padrão de seus soldados o FAL (Fuzil Automático Leve) de origem Belga, originalmente produzido pela FN Herstal, e posteriormente produzido localmente pela IMBEL (a partir de 1970).

O FAL é um fuzil em calibre 7,62x51mm que tem a fama (merecida) de ser um fuzil bastante confiável, simples de se manter e operar e também preciso. As mudanças no campo de batalha nos últimos anos o deixaram em desvantagem em relação aos novos fuzis presentes no mercado internacional. As batalhas em campos abertos com engajamentos entre 200 e 600 metros deram lugar aos combates em cidades, com becos e ruelas, onde o combate se dá desde uma luta corporal a no máximo 200-300 metros, situação onde o tamanho e o peso do FAL, 1,10m e 4500g (vazio), respectivamente, atrapalham o desempenho do combatente.

O Exército Brasileiro, no processo de modernização de sua força, buscou um substituto ao velho guerreiro FAL. Neste contexto, a IMBEL tentou uma modernização do fuzil, juntamente com a conversão para o calibre 5,56x45mm, uma munição menor e mais leve, que possibilita que o infante leve mais munição sem prejudicar seu desempenho em campo. Porém o resultado, o fuzil denominado MD-2, não agradou ao Exército, já que este era pesado e com um sistema de funcionamento inadequado para o menor calibre adotado. Posteriormente, a IMBEL lançou no mercado o fuzil MD-97, que para manter um menor custo, utilizava muitas peças iguais ao do FAL. O MD-97 é usado por algumas tropas de brigadas de operações especiais do Exército, pela força de segurança nacional e muitas forças policiais em vários estados brasileiros. Mas o modelo não é uma unanimidade em termos de confiabilidade, sendo que o Exército optou por pedir o desenvolvimento de um novo fuzil que estivesse dentro dos padrões encontrados nos mais recentes projetos nesse gênero de armamento.

Desse desenvolvimento surgiu o IMBEL IA2, uma família de fuzis em 2 calibres, o menor e mais leve, 5,56x45mm, e o maior e mais pesado, porém também mais potente e preciso, o 7,62x51mm. É importante ressaltar que os dois fuzis apresentam mecanismos de funcionamento distintos, sendo que o primeiro em calibre 5,56x45mm opera com o mesmo sistema do MD-97, porém com as deficiências desse último sanadas, e o fuzil em calibre 7,62x51mm utiliza o confiável sistema do FAL. Mesmo assim, alguns detalhes mecânicos foram alterados, como por exemplo o extrator que teve seu desenho modificado para melhorar o processo de ejeção dos cartuchos deflagrados e o posicionamento do percussor. Em resumo, pode-se dizer que o IA-2 é uma versão melhorada dos seus antecessores, eliminando características indesejáveis. Como, por exemplo, o uso de polímeros na construção de partes da arma (IA2) reduziu o seu peso de 4500g (do FAL) para 3700g, e a adição de trilhos do tipo picatinny, que possibilita o acoplamento de diversos acessórios, como miras do tipo red dot, holográficas, telescópicas, lasers, lanternas, empunhaduras, lançadores de granadas, etc. Vieram para enriquecer o produto.

O fuzil IA-2 é, sem dúvidas, um ótimo fuzil, isto está provado pelo simples fato dele ter conseguido passar pelos rigorosos testes do Exército. Uma característica desejável hoje em dia, no entanto, foi deixada de lado: a possibilidade de troca dos calibres com a simples troca de algumas peças da arma, tendo em vista que o Exército (e demais forças armadas, que também irão adotá-lo para que exista uma padronização no armamento básico) não deixará de utilizar o calibre 7,62x51mm, mais eficaz em longas distâncias e locais com muitos obstáculos (selva). Pode-se afirmar que o IA2 é um fuzil moderno, porém não se encontra no mesmo grupo que os melhores e mais modernos fuzis do mundo atualmente. Entretanto, ele é de um projeto recente e mudanças podem ocorrer para deixando ainda mais capaz. A conclusão é de que nossas forças armadas estarão muito bem servidas com o IA2. Porém, estariam melhor servidas se algumas características fossem adicionadas ao projeto”.



Fonte: http://carlosamorim.com/2012/04/19/o-fu ... ecialista/
Não concordo com o especialista na questão do duplo calibre. Curso do ferrolho, alojamento do carregador, distribuição de peso, tudo muda quando muda o calibre. O máximo que dá pra aproveitar é o mecanismo de disparo, aind assim, difícil usar o mesmo mecanismo sem tirar o balanço da arma. O que é bom pra duas coisas, não é excelente para nenhuma.




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9842 Mensagem por Hermes » Qui Mai 24, 2012 1:55 pm

Duas coisas que questionei o representante da Imbel:
Uma foi sobre as diferenças entre o IA2 7,62 e o 5,56 e ele disse, assim como estava escrito num banner, que o IA2 (Imbel modelo A2) 7,62mm é baseado no plataforma do Parafal, com mudanças apenas na parte externa e o IA2 5,56, este sim é "o primeiro fuzil projetado e desenvolvido no Brasil", com uma plataforma totalmente nova, mas ambos tem os mesmos designs e funcionalidades.
Outra coisa que perguntei foi sobre algum tipo de proteção para o carregador, visto ser muito criticado por alguns a empunhadura da arma com a mão segurando aquela peça. Até falei sobre o fuzil da Taurus, que tem uma espécie de prolongamento da telha envolvendo a frente do carregador. Ele disse que realmente a empunhadura pelo carregador é prejudicial e que essa proteção está sendo desenvolvida como acessório a ser instalado no trilho piccatini frontal.




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9843 Mensagem por rodrigo » Qui Mai 24, 2012 4:21 pm

o IA2 5,56, este sim é "o primeiro fuzil projetado e desenvolvido no Brasil", com uma plataforma totalmente nova, mas ambos tem os mesmos designs e funcionalidades.
A plataforma é nova, com o mesmo design? 8-]




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9844 Mensagem por Hermes » Qui Mai 24, 2012 5:19 pm

Pelo que entendi, o miolo (mecânica) do 7,62 é o do Fal e o do 5,56 é novo, mas a parte externa (design) é identica.




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9845 Mensagem por jeanscofield » Qui Mai 24, 2012 5:37 pm

5.56= Modelo que realmente foi desenvolvido no Brasil e novo
7.62= Um FAL por dentro e um Ia2 por fora, ou seja, miolo de fal e carcaça de IA2




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9846 Mensagem por Hermes » Qui Mai 24, 2012 7:33 pm

Isso mesmo.




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9847 Mensagem por rslrdx » Sex Mai 25, 2012 5:25 pm

EN 152 - Teste do Fuzil IA2
Publicado em 25/05/2012 por CCSE1982





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Re: Novo Fuzil para o EB

#9848 Mensagem por NettoBR » Sex Mai 25, 2012 6:02 pm

Valeul!!! [009]




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9849 Mensagem por rodrigo » Sex Mai 25, 2012 6:40 pm

EN 152 - Teste do Fuzil IA2
Publicado em 25/05/2012 por CCSE1982
Olha o AGLC!




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9850 Mensagem por Clermont » Sex Mai 25, 2012 6:47 pm

De acordo com o vídeo, a Marinha e Força Aérea também estão avaliando o fuzil. Seria isso um indicativo de que, finalmente, o Brasil vai unificar o armamento individual das Força Armadas?

Agora, em 0.37s do vídeo, a arma dá um recuo que pensei que o atirador ia sair planando. Se não estou equivocado, é um IA2 7,62 mm de cano curto.

Suponho que um recuo desses não deva ser normal, certo?




brisa

Re: Novo Fuzil para o EB

#9851 Mensagem por brisa » Sex Mai 25, 2012 7:05 pm

Clermont escreveu:De acordo com o vídeo, a Marinha e Força Aérea também estão avaliando o fuzil. Seria isso um indicativo de que, finalmente, o Brasil vai unificar o armamento individual das Força Armadas?

Agora, em 0.37s do vídeo, a arma dá um recuo que pensei que o atirador ia sair planando. Se não estou equivocado, é um IA2 7,62 mm de cano curto.

Suponho que um recuo desses não deva ser normal, certo?
Sim, segundo a END, a padronização é uma prioridade, quanto ao recuo, aquele cara tinha o ombro de gelatina....repare os outros :mrgreen: ....eu acho que foi a primeira experiencia com fuzil do fru fru :mrgreen:




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9852 Mensagem por Brasileiro » Sex Mai 25, 2012 7:11 pm

brisa escreveu:
Clermont escreveu:De acordo com o vídeo, a Marinha e Força Aérea também estão avaliando o fuzil. Seria isso um indicativo de que, finalmente, o Brasil vai unificar o armamento individual das Força Armadas?

Agora, em 0.37s do vídeo, a arma dá um recuo que pensei que o atirador ia sair planando. Se não estou equivocado, é um IA2 7,62 mm de cano curto.

Suponho que um recuo desses não deva ser normal, certo?
Sim, segundo a END, a padronização é uma prioridade, quanto ao recuo, aquele cara tinha o ombro de gelatina....repare os outros :mrgreen: ....eu acho que foi a primeira experiencia com fuzil do fru fru :mrgreen:
Olouco rapazes, o cara disparou um 7,62 de cano curto no automático! :shock:



abraços]




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9853 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 4:22 pm

hmundongo escreveu: Outra coisa que perguntei foi sobre algum tipo de proteção para o carregador, visto ser muito criticado por alguns a empunhadura da arma com a mão segurando aquela peça. Até falei sobre o fuzil da Taurus, que tem uma espécie de prolongamento da telha envolvendo a frente do carregador. Ele disse que realmente a empunhadura pelo carregador é prejudicial e que essa proteção está sendo desenvolvida como acessório a ser instalado no trilho piccatini frontal.

Até que enfim alguém concorda comigo! Só que o 5,56 não precisa disso, já que a empunhadura não chega a pressionar o carregador, ele tem uma ampla base de cobertura, que é onde, se notarem no filme (no qual aliás não vi UM ÚNICO fz 7,62 disparando, só 5,56, basta notar a diferença básica externa entre as duas armas: o carregador do 5,56 tem uma receptáculo decentemente longo e protetor, o 7,62 é FAL puro, o carregador fica desprotegido, praticamente pendurado na arma (mostrei um filme aqui mesmo neste tópico onde o FAL ia disparando em câmera lenta e dava para ver perfeitamente que o carregador balançava para os lados, independente do movimento da arma), daí a necessidade de DOIS pontos de segurança (por isso precisa girar o carregador ao colocar, esse giro serve para encaixar o carregador em uma saliência no interior do alojamento até ser preso pelo retém).


EDIT - Errei, o da rajada era mesmo 7,62, li o post do Brasileiro e fui ver melhor no YT. Desculpem... :oops: :oops: :oops: :oops:




Tão simples quão eficaz a sugestão do Warren Buffet...

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Re: Novo Fuzil para o EB

#9854 Mensagem por Don Pascual » Sáb Mai 26, 2012 7:56 pm

impressão minha ou resolveram botar uma coronha "de prastico" no aglc?




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Re: Novo Fuzil para o EB

#9855 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 8:02 pm

Não vi isso mas, se o fizeram, acertaram! :wink: 8-]




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