François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
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François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
François Hollande bloqueia preço dos combustíveis
A primeira medida no novo Governo socialista que será formado na próxima semana será o bloqueio do preço da gasolina por um período de três meses.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
8:39 Terça feira, 8 de maio de 2012
Foi uma promessa simbólica da campanha eleitoral e será a primeira medida do novo Governo socialista que será formado na próxima semana.
"Penso que a primeira decisão do Governo será o bloqueio do preço dos combustíveis por um período de três meses, é uma medida importante sobretudo para as zonas não urbanas onde as pessoas não têm transportes alternativos ao automóvel", disse ontem Ségolène Royal, ex-candidata às presidenciais de 2007 e ex-companheira do novo Presidente francês.
Ségolène Royal deverá ser a futura Presidente da Assembleia Nacional (AN) francesa depois das eleições legislativas de 10 e 17 de junho se a esquerda as vencer, como prevê uma sondagem divulgada ontem.
Os preços médios dos combustíveis são atualmente, em França, de E1,426 (gasóleo), E1,611 (gasolina super sem chumbo 95) e E1,666 (super sem chumbo 98).
Novo chefe do Governo na terça-feira, 15
Nesta segunda-feira, primeiro dia depois da eleição, François Hollande geriu sobretudo os dossiês internacionais mais quentes e anunciou que se deslocará a Berlim, para uma reunião com Ângela Merkel, no próximo dia 16, dia seguinte à passagem de poder no Eliseu.
Na terça-feira, dia 15, Hollande anunciará o nome do chefe do seu primeiro Governo. Três nomes são dados como favoritos - Martine Aubry, Jean-Marc Ayrault e Manuel Vals.
A nomeação de Martine Aubry, filha do ex-Presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, e "mãe" das 35 horas de trabalho semanais, é reclamada pela ala esquerda do PS francês. Jean-Marc Ayrault, chefe do grupo parlamentar socialista na AN é, pelo seu lado, um social-democrata, amigo pessoal e confidente de Hollande. Quanto a Manuel Vals, de origem espanhola (Catalunha), é um outsider conotado com a ala mais à direita do PS.
Além destes três nomes com lugar certo no Governo, são muito falados, para ocuparem pastas-chave como os Negócios Estrangeiros, Economia e Finanças, Laurent Fabius, Pierre Moscovici e Michel Sapin, todos socialistas históricos com larga experiência governamental.
Uma série de caras novas reveladas durante a campanha eleitoral, como as porta-vozes Najat Belkacem e Aurélie Filippeti, parece igualmente com lugar garantido no novo executivo.
Hollande prometeu, durante a campanha, "uma perfeita paridade" de homens e mulheres no seu primeiro Governo.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/francois-hollan ... z1uIXDQsDy
----------
Hollande rejeita travões da Alemanha
O novo Presidente francês considera que os alemães "não podem colocar dois travões ao mesmo tempo" nas eurobonds e no papel do BCE.
21:26 Segunda feira, 7 de maio de 2012
A Alemanha não pode "colocar dois travões ao mesmo tempo nas eurobonds e no refinanciamento direto das dívidas pelo Banco Central Europeu (BCE)", afirmou François Hollande à revista online "Slate", numa entrevista feita na sexta-feira mas divulgada hoje.
François Hollande foi eleito no domingo Presidente de França, com 51,62%, derrotando Nicolas Sarkozy. Hollande torna-se, assim, no primeiro presidente socialista de França em quase duas décadas.
Relativamente à questão do relançamento do crescimento, "tivemos discussões com os nossos parceiros e, particularmente, com os nossos amigos alemães, mas eles não podem colocar dois travões ao mesmo tempo, um nas eurobonds [obrigações europeias] e outro no refinanciamento direto das dívidas pelo BCE", afirmou Hollande.
"Não haverá nenhuma sequela ligada à eleição presidencial" com a Alemanha, garantiu o próximo chefe de Estado francês, que vai reunir-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, a 16 de maio, um dia depois da sua posse.
A entrevista, realizada na manhã de sexta-feira, foi "relida e alterada por François Hollande quando soube que tinha sido eleito", esclareceu a revista Slate.
De acordo com a equipa da campanha socialista, François Hollande e Angela Merkel tiveram uma conversa "substancial" no domingo à noite.
Para o novo presidente socialista, é preciso renegociar o Tratado Orçamental Europeu, que pretende sanear a crise do euro, acrescentando-lhe medidas que promovam o crescimento económico. No entanto, a chanceler alemã já hoje fez saber que "o pacto orçamental não é negociável".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/hollande-rejeit ... z1uIXZ2aOp
A primeira medida no novo Governo socialista que será formado na próxima semana será o bloqueio do preço da gasolina por um período de três meses.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
8:39 Terça feira, 8 de maio de 2012
Foi uma promessa simbólica da campanha eleitoral e será a primeira medida do novo Governo socialista que será formado na próxima semana.
"Penso que a primeira decisão do Governo será o bloqueio do preço dos combustíveis por um período de três meses, é uma medida importante sobretudo para as zonas não urbanas onde as pessoas não têm transportes alternativos ao automóvel", disse ontem Ségolène Royal, ex-candidata às presidenciais de 2007 e ex-companheira do novo Presidente francês.
Ségolène Royal deverá ser a futura Presidente da Assembleia Nacional (AN) francesa depois das eleições legislativas de 10 e 17 de junho se a esquerda as vencer, como prevê uma sondagem divulgada ontem.
Os preços médios dos combustíveis são atualmente, em França, de E1,426 (gasóleo), E1,611 (gasolina super sem chumbo 95) e E1,666 (super sem chumbo 98).
Novo chefe do Governo na terça-feira, 15
Nesta segunda-feira, primeiro dia depois da eleição, François Hollande geriu sobretudo os dossiês internacionais mais quentes e anunciou que se deslocará a Berlim, para uma reunião com Ângela Merkel, no próximo dia 16, dia seguinte à passagem de poder no Eliseu.
Na terça-feira, dia 15, Hollande anunciará o nome do chefe do seu primeiro Governo. Três nomes são dados como favoritos - Martine Aubry, Jean-Marc Ayrault e Manuel Vals.
A nomeação de Martine Aubry, filha do ex-Presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, e "mãe" das 35 horas de trabalho semanais, é reclamada pela ala esquerda do PS francês. Jean-Marc Ayrault, chefe do grupo parlamentar socialista na AN é, pelo seu lado, um social-democrata, amigo pessoal e confidente de Hollande. Quanto a Manuel Vals, de origem espanhola (Catalunha), é um outsider conotado com a ala mais à direita do PS.
Além destes três nomes com lugar certo no Governo, são muito falados, para ocuparem pastas-chave como os Negócios Estrangeiros, Economia e Finanças, Laurent Fabius, Pierre Moscovici e Michel Sapin, todos socialistas históricos com larga experiência governamental.
Uma série de caras novas reveladas durante a campanha eleitoral, como as porta-vozes Najat Belkacem e Aurélie Filippeti, parece igualmente com lugar garantido no novo executivo.
Hollande prometeu, durante a campanha, "uma perfeita paridade" de homens e mulheres no seu primeiro Governo.
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Hollande rejeita travões da Alemanha
O novo Presidente francês considera que os alemães "não podem colocar dois travões ao mesmo tempo" nas eurobonds e no papel do BCE.
21:26 Segunda feira, 7 de maio de 2012
A Alemanha não pode "colocar dois travões ao mesmo tempo nas eurobonds e no refinanciamento direto das dívidas pelo Banco Central Europeu (BCE)", afirmou François Hollande à revista online "Slate", numa entrevista feita na sexta-feira mas divulgada hoje.
François Hollande foi eleito no domingo Presidente de França, com 51,62%, derrotando Nicolas Sarkozy. Hollande torna-se, assim, no primeiro presidente socialista de França em quase duas décadas.
Relativamente à questão do relançamento do crescimento, "tivemos discussões com os nossos parceiros e, particularmente, com os nossos amigos alemães, mas eles não podem colocar dois travões ao mesmo tempo, um nas eurobonds [obrigações europeias] e outro no refinanciamento direto das dívidas pelo BCE", afirmou Hollande.
"Não haverá nenhuma sequela ligada à eleição presidencial" com a Alemanha, garantiu o próximo chefe de Estado francês, que vai reunir-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, a 16 de maio, um dia depois da sua posse.
A entrevista, realizada na manhã de sexta-feira, foi "relida e alterada por François Hollande quando soube que tinha sido eleito", esclareceu a revista Slate.
De acordo com a equipa da campanha socialista, François Hollande e Angela Merkel tiveram uma conversa "substancial" no domingo à noite.
Para o novo presidente socialista, é preciso renegociar o Tratado Orçamental Europeu, que pretende sanear a crise do euro, acrescentando-lhe medidas que promovam o crescimento económico. No entanto, a chanceler alemã já hoje fez saber que "o pacto orçamental não é negociável".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/hollande-rejeit ... z1uIXZ2aOp
Triste sina ter nascido português
- rodrigo
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
O naufrágio da Europa
JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SP - 08/05/12
1. François HOLLANDE ganha as presidenciais francesas e a Europa, ou uma parte dela, respira de alívio: agora, finalmente, será possível abandonar a austeridade e abraçar o crescimento econômico.
O próprio Hollande foi alimentando as expectativas: com ele, a disciplina orçamental imposta pelos alemães aos restantes países da União Europeia seria "renegociada"; a economia francesa iria promover políticas de crescimento econômico a curto prazo; e o Estado social seria preservado, e até reforçado, com mais funcionários públicos, a diminuição da idade da reforma (dos 62 para os 60 anos) e subsídios de todo tipo (para famílias, jovens, empresas etc.).
Infelizmente, faltou a pergunta sacramental: e quem paga todos esses delírios?
Mistério. Verdade que "monsieur" Hollande, para sustentar algumas das suas propostas, acredita que a Europa será capaz de emitir "eurobonds" para financiar grandes projetos industriais ou de infraestruturas; ou até de alterar os estatutos do Banco Central Europeu para que a instituição passe a financiar diretamente os Estados.
O que Hollande desconhece, ou propositadamente ignorou, é que nada disso depende da sua exclusiva vontade. E a Alemanha, que tem a chave do cofre, opõe-se frontalmente às ambições do novo presidente francês. Por questões de princípio, interesse econômico -e eleições em 2013.
Ou muito me engano, ou as expectativas geradas por François Hollande só vão durar até as eleições legislativas de junho. Depois, será a ressaca da realidade.
2. Alguns amigos que trabalham na União Europeia não gostam das minhas posições eurocéticas. A União Europeia é sagrada, o euro, idem, as "políticas de austeridade" impostas pela Alemanha, ibidem.
E eu não passo de um dinossauro, amarrado a noções anacrônicas de "soberania nacional" que não têm mais lugar no mundo globalizado onde vivemos.
Defendo-me como posso. Digo que nada tenho contra a União Europeia. Pelo contrário: reconheço o seu papel como garantia de paz e prosperidade na Europa.
Mas reconhecer isso não me obriga a reconhecer o resto. O euro, por exemplo, foi um erro político grave -e a sua manutenção a qualquer preço, um erro político ainda maior.
Não é possível que uma moeda comum possa servir a países com estruturas econômicas tão distintas. A União Europeia não é uma federação de Estados. É apenas uma coleção de tribos com histórias, vícios e virtudes dissonantes.
O euro, que supostamente acabaria por aproximar as nações do continente, apenas revelou o fosso inultrapassável que existe entre países excedentários (Alemanha) e deficitários (Grécia ou Portugal).
De resto, e sobre as "políticas de austeridade", não me oponho a elas -em teoria: é importante que os Estados tenham controle nos gastos e moderação nos seus níveis de endividamento. A festa do euro, que possibilitou dinheiro fácil a juros baixos, não podia continuar.
O problema é que não é possível realizar ajustamentos brutais nas economias endividadas do continente quando esses países perderam soberania monetária. A austeridade só alimenta ciclos recessivos sem fim que, por sua vez, exigem novas medidas de austeridade.
A Grécia é o melhor exemplo dessa armadilha: depois de dois pacotes de resgate e de um calote negociado da dívida, o país está na mesma: quebrado. E, sem surpresa, com partidos extremistas a crescerem no Parlamento e nas ruas.
3. França, Grécia, Holanda em breve: a grande novidade nos ciclos eleitorais da Europa está no regresso dos extremismos.
No primeiro turno das presidenciais francesas, a extrema-direita da Frente Nacional obteve 17,8% dos votos; Marine Le Pen promete agora repetir o resultado nas legislativas de junho.
Na Grécia, a esquerda radical ficou em segundo lugar -e um partido abertamente neonazista elegeu duas dúzias de deputados. E, na Holanda, a extrema-direita derrubou o governo duas semanas atrás.
Qualquer pessoa que tenha uma noção da história reconhece o que se está a passar: com economia moribunda e desemprego massivo, a Europa regressa à década de 1930.
Os meus amigos euroentusiastas assobiam para o lado e fingem que não se passa nada. Essa atitude também faz parte do "déjà-vu".
JOÃO PEREIRA COUTINHO
FOLHA DE SP - 08/05/12
1. François HOLLANDE ganha as presidenciais francesas e a Europa, ou uma parte dela, respira de alívio: agora, finalmente, será possível abandonar a austeridade e abraçar o crescimento econômico.
O próprio Hollande foi alimentando as expectativas: com ele, a disciplina orçamental imposta pelos alemães aos restantes países da União Europeia seria "renegociada"; a economia francesa iria promover políticas de crescimento econômico a curto prazo; e o Estado social seria preservado, e até reforçado, com mais funcionários públicos, a diminuição da idade da reforma (dos 62 para os 60 anos) e subsídios de todo tipo (para famílias, jovens, empresas etc.).
Infelizmente, faltou a pergunta sacramental: e quem paga todos esses delírios?
Mistério. Verdade que "monsieur" Hollande, para sustentar algumas das suas propostas, acredita que a Europa será capaz de emitir "eurobonds" para financiar grandes projetos industriais ou de infraestruturas; ou até de alterar os estatutos do Banco Central Europeu para que a instituição passe a financiar diretamente os Estados.
O que Hollande desconhece, ou propositadamente ignorou, é que nada disso depende da sua exclusiva vontade. E a Alemanha, que tem a chave do cofre, opõe-se frontalmente às ambições do novo presidente francês. Por questões de princípio, interesse econômico -e eleições em 2013.
Ou muito me engano, ou as expectativas geradas por François Hollande só vão durar até as eleições legislativas de junho. Depois, será a ressaca da realidade.
2. Alguns amigos que trabalham na União Europeia não gostam das minhas posições eurocéticas. A União Europeia é sagrada, o euro, idem, as "políticas de austeridade" impostas pela Alemanha, ibidem.
E eu não passo de um dinossauro, amarrado a noções anacrônicas de "soberania nacional" que não têm mais lugar no mundo globalizado onde vivemos.
Defendo-me como posso. Digo que nada tenho contra a União Europeia. Pelo contrário: reconheço o seu papel como garantia de paz e prosperidade na Europa.
Mas reconhecer isso não me obriga a reconhecer o resto. O euro, por exemplo, foi um erro político grave -e a sua manutenção a qualquer preço, um erro político ainda maior.
Não é possível que uma moeda comum possa servir a países com estruturas econômicas tão distintas. A União Europeia não é uma federação de Estados. É apenas uma coleção de tribos com histórias, vícios e virtudes dissonantes.
O euro, que supostamente acabaria por aproximar as nações do continente, apenas revelou o fosso inultrapassável que existe entre países excedentários (Alemanha) e deficitários (Grécia ou Portugal).
De resto, e sobre as "políticas de austeridade", não me oponho a elas -em teoria: é importante que os Estados tenham controle nos gastos e moderação nos seus níveis de endividamento. A festa do euro, que possibilitou dinheiro fácil a juros baixos, não podia continuar.
O problema é que não é possível realizar ajustamentos brutais nas economias endividadas do continente quando esses países perderam soberania monetária. A austeridade só alimenta ciclos recessivos sem fim que, por sua vez, exigem novas medidas de austeridade.
A Grécia é o melhor exemplo dessa armadilha: depois de dois pacotes de resgate e de um calote negociado da dívida, o país está na mesma: quebrado. E, sem surpresa, com partidos extremistas a crescerem no Parlamento e nas ruas.
3. França, Grécia, Holanda em breve: a grande novidade nos ciclos eleitorais da Europa está no regresso dos extremismos.
No primeiro turno das presidenciais francesas, a extrema-direita da Frente Nacional obteve 17,8% dos votos; Marine Le Pen promete agora repetir o resultado nas legislativas de junho.
Na Grécia, a esquerda radical ficou em segundo lugar -e um partido abertamente neonazista elegeu duas dúzias de deputados. E, na Holanda, a extrema-direita derrubou o governo duas semanas atrás.
Qualquer pessoa que tenha uma noção da história reconhece o que se está a passar: com economia moribunda e desemprego massivo, a Europa regressa à década de 1930.
Os meus amigos euroentusiastas assobiam para o lado e fingem que não se passa nada. Essa atitude também faz parte do "déjà-vu".
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
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- Bourne
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
É o que esperava.
A França é o único país na UE que possui condições de falar cara a cara com a Alemanha sobre os rumos das políticas de integração. O François Hollande mudou a política do Sarkozy de apoio visão alemã. O resultado é que o pendulo das decisões europeias ficou equilibrado. Na medida em que os franceses passam para lado da Grã-Bretanha e outros países que discordam do modelo alemão de austeridade e como direcionam as ações do BCE.
Agora vai eclodir uma nova discussão sobre o que e como enfrentar a crise. A primeira batalha será Tratado Orçamental Europeu propostos pelos alemães e suicida para os periféricos e extremamente prejudicial para os melhores estabelecidos como França em relação ao crescimento e nível de emprego. Os próximos anos serão interessantes em relação a UE. Não tenho ideia de qual posição vai prevalecer, mas trará a tona uma discussão muito proveitosa.
Não é uma nova Segunda Guerra Mundial contrapondo França e Grã-Bretanha contra Alemanha para decidir os rumos da europa. Só que os soldados usam terno e Alemanha possui um tanque de por medo em qualquer um: Angela Merkel.
P.S. Sim. A Grã-Bretanha faz parte da União Europeia e só tem o euro como moeda. Porém seguem as diretrizes da eurozona e políticas de integração. Portanto também estão atolados na merd@ junto com demais países do bloco. Se afundam de vez e são levados juntos.
A França é o único país na UE que possui condições de falar cara a cara com a Alemanha sobre os rumos das políticas de integração. O François Hollande mudou a política do Sarkozy de apoio visão alemã. O resultado é que o pendulo das decisões europeias ficou equilibrado. Na medida em que os franceses passam para lado da Grã-Bretanha e outros países que discordam do modelo alemão de austeridade e como direcionam as ações do BCE.
Agora vai eclodir uma nova discussão sobre o que e como enfrentar a crise. A primeira batalha será Tratado Orçamental Europeu propostos pelos alemães e suicida para os periféricos e extremamente prejudicial para os melhores estabelecidos como França em relação ao crescimento e nível de emprego. Os próximos anos serão interessantes em relação a UE. Não tenho ideia de qual posição vai prevalecer, mas trará a tona uma discussão muito proveitosa.
Não é uma nova Segunda Guerra Mundial contrapondo França e Grã-Bretanha contra Alemanha para decidir os rumos da europa. Só que os soldados usam terno e Alemanha possui um tanque de por medo em qualquer um: Angela Merkel.
P.S. Sim. A Grã-Bretanha faz parte da União Europeia e só tem o euro como moeda. Porém seguem as diretrizes da eurozona e políticas de integração. Portanto também estão atolados na merd@ junto com demais países do bloco. Se afundam de vez e são levados juntos.
- Clermont
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Gostei do contraste:
"P44 - Uma Nova Esperança para a Europa?"
"Rodrigo - O Naufrágio da Europa"
Não faço a mínima idéia do que vai dar essa história. Agora, de uma coisa eu sei: se esse Hollande fizer besteira, a próxima presidente da França vai ser Marine Le Pen.
"P44 - Uma Nova Esperança para a Europa?"
"Rodrigo - O Naufrágio da Europa"
Não faço a mínima idéia do que vai dar essa história. Agora, de uma coisa eu sei: se esse Hollande fizer besteira, a próxima presidente da França vai ser Marine Le Pen.
- delmar
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Este François Hollande já esteve aqui, nesta Muy Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre, participando do Fórum Social Mundial, nos velhos tempos em que o PT mandava na prefeitura local. Era apenas um figurante de segundo escalão, por isto há poucas fotos dele no evento junto com líderes petistas, ou notas em jornais da época. As estrelas eram outras, especialmente um maluco colono francês que saia com os militantes do MST para arrancar pés de soja transgênico nas lavouras (1). Os cubanos e o pessoal das FARC também eram vedetes. Para o Hollande sobrava fazer número apenas, sem nenhuma mordomia. Como as coisas mudam, o discreto e esquecido socialista francês, que passou quase ignorado por aqui, agora é um figurão. Os falastrões e vazios ídolos dos fórums de Porto Alegre sumiram na fumaça. É a vida.
(1) E os produtos transgênicos que iriam destruir todo o eco sistema. Ninguém mais fala nada?
(1) E os produtos transgênicos que iriam destruir todo o eco sistema. Ninguém mais fala nada?
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- cabeça de martelo
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Eu sou contra esse tipo de produtos e recuso-me a aceitar que uma Monsanto esteja acima da lei.
- VICTOR
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Clermont e Rodrigo no mesmo tópico, isso é DB vintage...Clermont escreveu:Gostei do contraste:
"P44 - Uma Nova Esperança para a Europa?"
"Rodrigo - O Naufrágio da Europa"
Não faço a mínima idéia do que vai dar essa história. Agora, de uma coisa eu sei: se esse Hollande fizer besteira, a próxima presidente da França vai ser Marine Le Pen.
Acho que vai para o lado do naufrágio. Populismos com congelamento de preço? Conhecemos bem essa história...
- rodrigo
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
O texto que publiquei tem autor português. Não me arrisco a prever nada, mas acredito que a Alemanha tenha a melhor fórmula. Torço pela recuperação, mas atento ao que o autor sublinha: são países, culturas, economias e disparidades muito grandes. Quem se sacrifica mais nessa integração? Eu acho que é quem tem mais a perder: Alemanha. Pessoalmente me lembro de uma observação do Saramago: quando os mercados ganham, não chega nem um centavo para mim, mas quando perdem...
"O correr da vida embrulha tudo,
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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- P44
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
o João Pereira Coutinho é de DIREITA logo ainda está a lamber as feridas da derrota do seu querido Sarkozy.
Triste sina ter nascido português
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Se o Hollande pensa em fazer um governo voltado ao passado, esperando novamente financiar a gastança com a emissão de títulos da dívida pública, vai dar com os burros no atoleiro da falência. Ele deve pensar em soluções novas e não em repetir as velhas que, como se está vendo, esgotou-se. Não tem como aumentar a dívida de maneira infinita. Agora quais serão as novas soluções? Isto é o que vamos ver nos próximos meses. Tabelar os combustíveis me pareceu uma má ideia. Se o petróleo subir muito o governo vai ter que dar subsídios para o setor, aumentando o deficit público.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Acima de tudo é preciso acabar com a hegemonia Alemã, que basicamente MANDA na Europa.
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Coitados dos europeus!P44 escreveu:Acima de tudo é preciso acabar com a hegemonia Alemã, que basicamente MANDA na Europa.
Em 1914, eles queriam acabar com a hegemonia alemã.
Em 1939, eles voltaram a querer acabar com a hegemonia alemã.
Em 2012, eles ainda estão querendo acabar com a hegemonia alemã!!
Esses malditos alemães!
Por quê eles querem tanto ter hegemonia sobre os coitados dos europeus?
Que bom que o Brasil não tem fronteiras com a Alemanha...
Ih! Acabel de lembrar! O Brasil tem fronteiras com Santa Catarina!
E lá tem muito alemão! Acho que estamos correndo perigo ...
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Clermont escreveu:Coitados dos europeus!P44 escreveu:Acima de tudo é preciso acabar com a hegemonia Alemã, que basicamente MANDA na Europa.
Em 1914, eles queriam acabar com a hegemonia alemã.
Em 1939, eles voltaram a querer acabar com a hegemonia alemã.
Em 2012, eles ainda estão querendo acabar com a hegemonia alemã!!
Esses malditos alemães!
Por quê eles querem tanto ter hegemonia sobre os coitados dos europeus?
Que bom que o Brasil não tem fronteiras com a Alemanha...
Ih! Acabel de lembrar! O Brasil tem fronteiras com Santa Catarina!
E lá tem muito alemão! Acho que estamos correndo perigo ...
Descontando o tom irónico, e se calhar o desconhecimento com o que se passa na Europa, a verdade é que SOMOS governados por Berlim, não militarmente mas economicamente. Eles ditam as regras e toda a Europa obedece. A prova é que o Sarkozy era um caniche da Merkel que até se ofereceu para fazer campanha eleitoral por ele na França (!!!) mas até ele achou que se calhar isso seria ir longe demais.
Triste sina ter nascido português
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Re: François Hollande: Uma Nova Esperança para a Europa?
Acabei de me lembrar do que Napoleão disse, assim que soube que os prussianos tinham atacado a retaguarda francesa em Waterloo:P44 escreveu: (...) a verdade é que SOMOS governados por Berlim.
- Devia ter mandado queimar Berlim!