Programa de mísseis da MB

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de mísseis da MB

#211 Mensagem por Marino » Seg Mai 07, 2012 8:30 pm

Infodefensa

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Prueba del Exocet, sólo el comienzo
Brasil entra en el disputado mercado de misiles guiados

07/05/2012
(Infodefensa.com) R. Caiafa, Sao Paulo – Una de las armas modernas más temidas, los sistemas de misiles empleados en tierra, mar y aire representan la capacidad de un país de dominar tecnologías militares críticas, lo que sólo puede ser alcanzado con una sólida base industrial de Defensa. Brasil acaba de entrar en el selecto grupo de naciones con tal capacidad.

Combinando esfuerzos de los centros de investigación civiles y militares, y de las empresas brasileñas Avibras, Mectron, Atech y Omnisys, en asociación con el grupo europeo MBDA, el país está produciendo los motores, sistemas de guiado, cargas explosivas, fuselaje y demás componentes de misiles, sea para el empleo en aviones, lanzadores terrestres o navíos.

La comprobación de todo ello se dio con el disparo exitoso de un misil anti navío Exocet MM40 superficie- superficie, lanzado desde la corbeta Barroso. El motor de combustible sólido, producido por Avibras, llevó el artefacto hasta 70 kilómetros de distancia en altura y velocidad/dirección previstos, teniendo a bordo toda una parafernalia de sensores creados por Mectron, asociada de Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) para apurar informaciones telemétricas.

Esto significa que la industria de Defensa brasileña es apta para fabricar misiles y también modernizar arsenales, tanto brasileños como internacionales, un mercado estimado en al menos 900 artefactos de 15 nacionales. Con ello, el desarrollo del ManSup, el misil anti navío de superficie brasileño de la clase de 180 kilómetros de alcance y guiado digital. La estrella del prototipo está prevista para 2017, y las primeras entregas deberán tener lugar entre 2018 y 2019. La Marina destinó, en diciembre de 2011, 50 millones de dólares para el proyecto.

Para el ministro de Defensa, Celso Amorim, el ManSup debe atender las necesidades de la Escuadra, “y también permitir que la industria nacional sea competitiva en los concursos internacionales”. Empresarios del área trabajan con la proyección de demanda para la próxima década, 3.500 misiles con las características del modelo brasileño, que llegará al mercado con coste y calidad atrayentes. La cooperación con MBDA puede ser positiva también en el desarrollo de sistemas de artillería antiaérea utilizando misiles capaces de llegar a aviones invasores a distancia de 30 a 40 kilómetros y altitudes de hasta 15.000 metros.

Otra vertiente de cooperación industrial es el inicia de la preparación para entrega del misil aire-aire de cuarta generación off-boresight A-Darter, desarrollado en asociación entre la empresa sudafricana Denel y la brasileña Mectron, destinado a convertirse en el armamento aire-aire de corto alcance para las aeronaves de combate de la Fuerza Aérea brasileña. Varios modelos de cazas utilizados en América del Sur podrían ser armados con la versión de exportación de este sistema.

El escenario interno se completa con los contratos de compra del Astros FN para el Cuerpo de Fusileros Navales (ya en marcha), el Astros 2020 para el Ejército brasileño, cuya definición deberá tener lugar antes del fin del primer semestre de 2012. El Astros es uno de los más modernos lanzadores múltiples de cohetes de saturación aérea y largo alcance en fabricación utilizado en la actualidad. La versión Astros 2020 incorporará la capacidad de lanzar misiles de crucero tácticos de hasta 300 kilómetros de alcance, que pueden ser armados con diferentes tipos de ojiva, como alto explosivo, bombas de racimo y municiones inteligentes.




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Re: Programa de mísseis da MB

#212 Mensagem por sapao » Seg Mai 07, 2012 8:46 pm

Brasileiro escreveu:Amigos,

HOJE pensar em um míssil movido a turbina, para entrar em operação daqui uns 10 anos acho que seja besteira, andar para trás. Ou seja: Desenvolveremos um míssil no máximo semelhante ao RBS-15, cujo projeto em breve 'comemorará' 30 anos.

Então se for para pensar em futuro, temos que pensar em termos de Ramjet.

Façamos assim: Um míssil multifuncional, com capacidade de ataque terrestre, possibilidade de lançamento mar-mar, terra-mar, ar-mar e sub-mar. Velocidade no mínimo Mach 2, grande furtividade a radar e infra vermelho, alcance de no mínimo 200 km. E também a possibilidade de uma versão alongada para alcance de 300 km.
Não precisa de mais nada!

Mas precisaria sim um trabalho multi-disciplinar, aproveitando conhecimentos adquiridos em décadas, na área de aerodinâmica, Ramjet, MARE, radar, nano, etc, algumas coisas que já dominamos HOJE, mas que não foram aplicadas por falta de um projeto agregador. Talvez em parceria com a África do Sul, Coréia, Turquia ou a Índia, que já faz um míssil com especificações parecidas com essas que eu disse: O Brahmos.

De quebra, a empresa que fabricar o sistema propulsor já sairá do programa qualificada a trabalhar com a Embraer em um executivo supersônico, por exemplo.


abraços]
Qual seria o missil que iriamos usar por 10 anos ou mais até o novo ficar pronto? Iriamos comprar de prateleira?
Quem vai fornecer a massa critica em todas as areas que vc citou?
Algum desses paises tem interesse, ou pior, tem algo a nos passar em um projeto como esse sem ter que pedir para terceiros?
Terá a EMBRAER interesse em desenvolver um executivo supersonico?

Entendo a empolgação, mas temos que ter cuidado de dar um passo de cada vez ou podemos dar um muito grande a cair.

Será que o MAN vai ser tão ruim assim?
Acho que não, talvez não esteja entre os melhores, mas quantos no mundo desenvolvem um missil assim?
E o simples desenvolver do projeto já forma a massa critica, alem do que um modelo sempre está ligado a outro.
O MAA-1B vai ser bem superior ao MAA-1A, mas provavelmente se tivessemos partido direto para o mais moderno demorariamos muito mais tempo; e ele com certeza trouxe conhecimento para formar o MAR e o MAN; que sabe no futuro um BVR/AAe media altura...




[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: Programa de mísseis da MB

#213 Mensagem por Brasileiro » Seg Mai 07, 2012 8:47 pm

Marino escreveu:
marcelo bahia escreveu: Marino,

E se ele souber de algo que desconhecemos? Padilha disse que o MAN-1 com o motor novo já estaria pronto, então em 2018 não seria muito tempo para lançar o 1º protótipo?? :? E se ele estiver confundindo com aquele outro acordo da Avibras com a MBDA?? Um projeto -quem sabe- a microturbina?? :wink:

Sds.
Vamos esperar e ver. :wink:
Com a cabeça de busca do MAN-SUP entrando na fase de construção de protótipos agora em 2012, assim como o sistema inercial, além do motor JÁ estar aprovado, seria razoável supor que em 2014 já estejam prontos para disparo os primeiros protótipos.


abraços]




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Re: Programa de mísseis da MB

#214 Mensagem por Brasileiro » Seg Mai 07, 2012 8:59 pm

sapao escreveu: Qual seria o missil que iriamos usar por 10 anos ou mais até o novo ficar pronto? Iriamos comprar de prateleira?
Quem vai fornecer a massa critica em todas as areas que vc citou?
Algum desses paises tem interesse, ou pior, tem algo a nos passar em um projeto como esse sem ter que pedir para terceiros?
Terá a EMBRAER interesse em desenvolver um executivo supersonico?

Entendo a empolgação, mas temos que ter cuidado de dar um passo de cada vez ou podemos dar um muito grande a cair.

Será que o MAN vai ser tão ruim assim?
Acho que não, talvez não esteja entre os melhores, mas quantos no mundo desenvolvem um missil assim?
E o simples desenvolver do projeto já forma a massa critica, alem do que um modelo sempre está ligado a outro.
O MAA-1B vai ser bem superior ao MAA-1A, mas provavelmente se tivessemos partido direto para o mais moderno demorariamos muito mais tempo; e ele com certeza trouxe conhecimento para formar o MAR e o MAN; que sabe no futuro um BVR/AAe media altura...
Sapão, deixa eu explicar melhor o meu comentário:

-Não fiz nenhuma crítica ao MAN-SUP, tal qual ele é hoje e sei da utilidade e importância dele.

O que eu critico é idéia empolgada de ir já pegando o MAN-1 e metendo uma turbina nele, já quase em 2020. Claro que o resultado pode ser bom sim, mas não me parece ser a MELHOR escolha, pensando no futuro. Em minha opinião, seguir esta estratégia no máximo nos manteria a uma distância 'segura' de uns 15 anos em relação ao 'estado da arte'.

Minha idéia é fazer exatamente o que fez a FAB em relação ao A-Darter. Ela continua se esforçando em seu próprio míssil mas, se perguntar para ela qual será o seu futuro míssil WVR, ela terá o orgulho de afirmar que será um dos melhores da categoria. Ou seja, ela mantém o seu desenvolvimento próprio da tecnologia, mas esticou nas exigências, viu longe, encontrou um parceiro e terá no final o melhor produto possível, um míssil no estado da arte.

Que míssil anti navio a MB utilizará por 10 anos até que o novo míssil fique pronto? Ela utilizará o MAN-SUP e MM-40 modernizados nos navios atuais, que seguirá em frente, paralelamente a um moderno sistema, que estará disponível nas novas escoltas do Prosup.
Porém, quando olhando mais adiante (que míssil ela utilizará por 30 anos quando o MAN-SUP e MM-40 derem baixa?) minha proposta é que ela abandone a linha evolutiva do Exocet e parta para algo realmente inovador, uma arma do e para o futuro, com especificações e exigências novas e já pensando no que vier em termos de ameaças navais, além de terrestres e outros possíveis empregos.

Que parceiros há interessados em compartilhar estes conhecimentos? O parceiro que estiver disposto a aprender junto com a MB! O próprio Brahmos foi um exemplo disso, assim como o A-Darter e outras experiências bem sucedidas mundo afora. Acredito que, dentro do mundo 'não alinhado' esse tipo de possibilidade só tende a aumentar nos próximos anos, com um maior disposição em cooperar e crescer. Os países que eu citei são exemplos que acredito que possam dar certo.



abraços]




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Re: Programa de mísseis da MB

#215 Mensagem por sapao » Seg Mai 07, 2012 9:15 pm

Olha, o que entendi e que a parceria com a MBDA iria continuar paralelamente ao desenvolvimento do projeto nacional.
Não seria isso que vc está propondo?

Porque continuar sendo parte da linha evolutiva do Exocet não deixa de ser uma parceria, e quem sabe no futuro ela não vai gerar um projeto conjunto utilizando o RAMJET entre outras tecnologias, por exemplo.

Foi isso que eu quis dizer, que ja tinhamos um parceiro.




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Re: Programa de mísseis da MB

#216 Mensagem por Luís Henrique » Seg Mai 07, 2012 11:37 pm

WalterGaudério escreveu:
O MAN-2(que oficialmente AINDA NÃO existe) tem alguns "imputs" já em andamento no IEAv-Instituto de estudos Avançados do DTCA. Isso envolve principalmente o desenvolvimento/maturação de tecnologia de propulsão ramjet. Já temos quase 10 doutores no país capacitados a se envolver nisso, com mais dois concluindo mestrado no exterior até novembro/2012. Em bom português, já temos alguma massa crítica.
Walther,

Existe pelo menos algum estudo no Brasil para o uso da tecnologia SCRAMJET??




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Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Programa de mísseis da MB

#217 Mensagem por caixeiro » Ter Mai 08, 2012 12:34 am

Luís Henrique escreveu:
WalterGaudério escreveu:
O MAN-2(que oficialmente AINDA NÃO existe) tem alguns "imputs" já em andamento no IEAv-Instituto de estudos Avançados do DTCA. Isso envolve principalmente o desenvolvimento/maturação de tecnologia de propulsão ramjet. Já temos quase 10 doutores no país capacitados a se envolver nisso, com mais dois concluindo mestrado no exterior até novembro/2012. Em bom português, já temos alguma massa crítica.
Walther,

Existe pelo menos algum estudo no Brasil para o uso da tecnologia SCRAMJET??

Sim no CTA http://www.ieav.cta.br/




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Re: Programa de mísseis da MB

#218 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mai 08, 2012 9:37 am

sapao escreveu:Qual seria o missil que iriamos usar por 10 anos ou mais até o novo ficar pronto? Iriamos comprar de prateleira?
Quem vai fornecer a massa critica em todas as areas que vc citou?
Algum desses paises tem interesse, ou pior, tem algo a nos passar em um projeto como esse sem ter que pedir para terceiros?
Terá a EMBRAER interesse em desenvolver um executivo supersonico?

Entendo a empolgação, mas temos que ter cuidado de dar um passo de cada vez ou podemos dar um muito grande a cair.

Será que o MAN vai ser tão ruim assim?
Acho que não, talvez não esteja entre os melhores, mas quantos no mundo desenvolvem um missil assim?
E o simples desenvolver do projeto já forma a massa critica, alem do que um modelo sempre está ligado a outro.
O MAA-1B vai ser bem superior ao MAA-1A, mas provavelmente se tivessemos partido direto para o mais moderno demorariamos muito mais tempo; e ele com certeza trouxe conhecimento para formar o MAR e o MAN; que sabe no futuro um BVR/AAe media altura...
Sapão, pelas informações divulgadas aqui mesmo no DB e na imprensa NÓS VAMOS adquirir um míssil de prateleira para as novas fragatas, em princípio o Exocet Block-III. O MAN-1 de lançamento naval é sim considerado tão ruim que não serve para elas, que aliás terão dois helis em boa medida para facilitar fazer a aquisição de alvos além do horizonte (e também certamente para fazer uso do MAN-1 de lançamento aéreo, que é outra história).

A questão do desenvolvimento de sistemas de armas (e na verdade de qualquer produto) PRECISA sempre levar e consideração os requisitos futuros, e não os do presente (ou no caso do MAN-1, do passado). O grande problema na demora do desenvolvimento do MAA-1A foi justamente que a especificação original era idêntica a de um míssil que a própria FAB já operava, o AIM-B, e quando os primeiros protótipos do Piranha ficaram prontos atendendo a esta especificação ele já estava obsoleto, a própria FAB já queria mísseis melhores e mudou a especificação. Isso deu início a um processo de "correr atrás do rabo" que não terminou até hoje (pois o MAA-1B ainda não está operacional)! A própria AS, enquanto tentou desenvolver mísseis copiando especificações de outros já existentes só fez porcarias que chegavam a se desmanchar nos cabides. Já no A-Darter ela pulou para um nível além de tudo o que já se conhecia, e o resultado ao que parece será realmente muito bom.

O mesmo vale para o eventual MAN-2. Ele teria que ser desenvolvido visando a geração seguinte à do Exocet Block-III, com maior alcance, velocidade, tamanho de ogiva e diferentes sistemas de guiagem e perfis de ataque. Isso é perfeitamente possível, já existem mísseis assim fabricados até em países como o Irã e a Turquia (o deles é de lançamento aéreo, mas não existe muita diferença). Poucos ainda fazem mísseis como o Exocet Block-II porque ninguém os quer mais, mas mísseis melhores estão muito disseminados pelo mundo todo. Só seria de fato muito difícil conseguir um míssil melhor do que o Exocet Block-III se a especificação inicial incluir a intercambiabilidade com o próprio Block-III, aí as limitações deste míssil seriam refletidas no novo projeto. Este na verdade foi o problema do próprio MAN-1, e não é de bom alvitre repetir com ele de novo a mesma história do MAA-1.


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Re: Programa de mísseis da MB

#219 Mensagem por Brasileiro » Ter Mai 08, 2012 10:52 am

Leandro,

Consideremos sim que o MAN-1 é sim algo agregador, olhando para dentro do que foi proposto para ele e do que era possível (financeira e tecnicamente) quando foi requisitado.

Aliás parece que o que houve foi algo mais do tipo 'precisamos urgentemente revitalizar os motores dos Exocets atuais, mas opa, espere aí, vai ficar faltando relativamente pouco para fazermos um míssil completo', do que o contrário, a MB ter pensado precisamente em um míssil próprio e como consequência o motor. Exagerando um pouco, desenvolver o míssil MAN-SUP completo é algo mais ou menos oportuno/incidental, é mais uma consequência do que uma causa. Por tudo isso não há muito o que criticar em relação ao mesmo por si só.

Olhemos para o fato de que, mesmo o MAN-SUP em si não traga lá muita novidade, mas a parte dianteira dele, a cabeça de busca e guiamento inercial é algo aproveitável em desenvolvimentos futuros. Talvez seja mais fácil para a MB avançar mais rapidamente no desenvolvimento de uma arma moderna no futuro tendo contado já com algum know-how, um sucess-case que já sirva como um ponto de partida, em especial quando tratando de um projeto em parceria com outro país. Naturalmente, a FAB/IAE/CTA quando entraram no projeto A-Darter já possuíam alguma experiência e até mesmo capacidade em adicionar algo ao projeto sul-africano, não partiram do x=0 para um míssil de especificações avançadas. Imagino ser o mesmo na área de MAN.

Disso tudo é a minha preocupação maior quanto ao futuro em termos de desenvolvimento de MAN do que com o próprio presente, que já é algo mais ou menos certo (e tolerável) até ali por volta de 2020.



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Re: Programa de mísseis da MB

#220 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mai 08, 2012 11:43 am

Brasileiro escreveu:Leandro,

Consideremos sim que o MAN-1 é sim algo agregador, olhando para dentro do que foi proposto para ele e do que era possível (financeira e tecnicamente) quando foi requisitado.

Aliás parece que o que houve foi algo mais do tipo 'precisamos urgentemente revitalizar os motores dos Exocets atuais, mas opa, espere aí, vai ficar faltando relativamente pouco para fazermos um míssil completo', do que o contrário, a MB ter pensado precisamente em um míssil próprio e como consequência o motor. Exagerando um pouco, desenvolver o míssil MAN-SUP completo é algo mais ou menos oportuno/incidental, é mais uma consequência do que uma causa. Por tudo isso não há muito o que criticar em relação ao mesmo por si só.

Olhemos para o fato de que, mesmo o MAN-SUP em si não traga lá muita novidade, mas a parte dianteira dele, a cabeça de busca e guiamento inercial é algo aproveitável em desenvolvimentos futuros. Talvez seja mais fácil para a MB avançar mais rapidamente no desenvolvimento de uma arma moderna no futuro tendo contado já com algum know-how, um sucess-case que já sirva como um ponto de partida, em especial quando tratando de um projeto em parceria com outro país. Naturalmente, a FAB/IAE/CTA quando entraram no projeto A-Darter já possuíam alguma experiência e até mesmo capacidade em adicionar algo ao projeto sul-africano, não partiram do x=0 para um míssil de especificações avançadas. Imagino ser o mesmo na área de MAN.

Disso tudo é a minha preocupação maior quanto ao futuro em termos de desenvolvimento de MAN do que com o próprio presente, que já é algo mais ou menos certo (e tolerável) até ali por volta de 2020.



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É claro que qualquer desenvolvimento de engenharia agrega conhecimento, experiência e base tecnológica (fornecedores). Mas isso em princípio é independente da especificação do míssil em si, o mesmo poderia ter sido obtido com uma especificação diferente, e no final ainda se poderia ter um míssil militarmente mais efetivo.

O ponto é que a especificação inicial de um sistema tem a ver diretamente com a avaliação do seu emprego, e não necessariamente com a dificuldade tecnológica do projeto. Por exemplo, a ogiva do Exocet é claramente muito pequena para os cenários atuais, com escoltas deslocando de 6.000 ton para cima (barcos bem menores foram atingidos por Exocets e não foram afundados). A MB poderia por isso ter especificado um míssil com uma ogiva digamos 50% maior. É claro que para manter pelo menos o mesmo alcance o míssil teria então que ser também maior. As dificuldades de se desenvolver um míssil assim não seriam maiores, alguns detalhes teriam exatamente a mesma dificuldade (ogiva, aerodinâmica), outros seriam um pouco mais difíceis (motor maior) e outros até mais fáceis (eletrônica, que poderia se maior e mais pesada). No final o esforço seria praticamente o mesmo, e a MB teria um míssil mais eficaz. Só que a compatibilidade estaria perdida, teria que ser desenvolvido um novo sistema de lançamento e uma nova instalação. Talvez o míssil nem mesmo coubesse nos navios atuais. Por isso adotou-se a mesma especificação sabidamente insuficiente do Exocet, em função da limitação das nossas próprias plataformas que já são também defasadas.

Já um novo míssil seria usado pelos novos escoltas de 6.000 ton, onde em princípio se poderia reservar espaço muito maior para sua instalação, então seria perfeitamente possível partir para uma especificação mais adequada aos cenários atual e futuro e desenvolver um míssil melhor do que o Exocet Block-III. Mas para isso a MB teria que pensar à frente e garantir que os novos navios pudessem operar um míssil assim, se ela simplesmente instalar o Block-III e depois especificar que o novo míssil teria que ser compatível com ele aconteceria exatamente a mesma situação vivida pelo MAN-1. É aí que entra a capacidade da força de desenvolver suas próprias doutrinas e planejar continuamente com olhos no futuro, ao invés de adotar as soluções disponíveis no momento e depois ficar presa a elas mesmo quando já estão defasadas. É isso que eu quero ver se a MB já aprendeu, ou se vai repetir os mesmos procedimentos de sempre que a mantiveram na situação que conhecemos, uma marinha mediana, equivalente às de nossos vizinhos muito menores e mais pobres da América do Sul e sem condições de se tornar sequer equivalente pelo menos em termos de qualidade às de outros países no mesmo estágio de desenvolvimento que o nosso.


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Re: Programa de mísseis da MB

#221 Mensagem por Marino » Ter Mai 08, 2012 11:52 am

Leandro, veremos isso no futuro.
Só um dado para registro: mísseis são armas de neutralização, não de destruição.
Podem até afundar um navio, e por isso são lançados em salvas, mas sua atuação é diferente de torpedos, essa sim uma arma de destruição.




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Re: Programa de mísseis da MB

#222 Mensagem por pampa_01 » Ter Mai 08, 2012 12:07 pm

Interessante a tua explanação, Leandro.
Mas deixa eu fazer um questionamento quanto a capacidade de carga de um missil.
Ele não necessariamente precisa levar o navio a pique. Se o missil tiver capacidade explosiva suficiente para deixar o navio incapaz de operar, ou se ele for obrigado a sair, ainda q por seus proprios meios, da zona de combate. O missil terá sido efetivo.
Não concordas?

Att




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Re: Programa de mísseis da MB

#223 Mensagem por Marino » Ter Mai 08, 2012 12:09 pm

pampa_01 escreveu:Interessante a tua explanação, Leandro.
Mas deixa eu fazer um questionamento quanto a capacidade de carga de um missil.
Ele não necessariamente precisa levar o navio a pique. Se o missil tiver capacidade explosiva suficiente para deixar o navio incapaz de operar, ou se ele for obrigado a sair, ainda q por seus proprios meios, da zona de combate. O missil terá sido efetivo.
Não concordas?

Att
Arma de neutralização.




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Re: Programa de mísseis da MB

#224 Mensagem por pampa_01 » Ter Mai 08, 2012 12:26 pm

Obrigado Marino!




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Re: Programa de mísseis da MB

#225 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mai 08, 2012 2:08 pm

Marino escreveu:
pampa_01 escreveu:Interessante a tua explanação, Leandro.
Mas deixa eu fazer um questionamento quanto a capacidade de carga de um missil.
Ele não necessariamente precisa levar o navio a pique. Se o missil tiver capacidade explosiva suficiente para deixar o navio incapaz de operar, ou se ele for obrigado a sair, ainda q por seus proprios meios, da zona de combate. O missil terá sido efetivo.
Não concordas?

Att
Arma de neutralização.
Tenho sérias dúvidas quanto a esta questão de arma de neutralização. Um canhão de calibre pequeno/médio usado contra uma lancha pirata que se aproxima pode ser considerado assim, é uma ação policial e o objetivo é deter o oponente e mandá-lo para a justiça, não é uma ação de guerra. Mas no meio do combate contra um inimigo militar um míssil é disparado a dezenas ou centenas de quilômetros de distância, esperando vazar uma defesa com ECCM, CIWS e mísseis, e existe alguma preocupação em apenas deter o navio, mas evitar afundá-lo? Afinal, o míssil é a arma mais poderosa de um navio de guerra atual, se ele é uma arma apenas de neutralização, nenhuma marinha no mundo quer mais afundar os navios do seu inimigo?

Mais ainda, o HMS Shefield, de menos de 5.000 ton e projetado em uma época em que se buscava economizar peso nos projetos, foi atingido em cheio por um Exocet e continuou flutuando, só foi a pique devido ao mar horrível que pegou quando estava sendo rebocado. A USS Stark, ainda menor, também foi atingida em cheio, e navegou sozinha até uma base amiga. Será que o mesmo míssil colocaria fora de combate uma escolta moderna, como uma Shivalik indiana de 6.200 ton, umaType-052C chinesa de 7.000 ton, uma Sovremenny de 7.500 ton, uma KDX-III de 8.500 ton ou um AB com mais de 9.000 ton, todos construídos com aços modernos mais resistentes, sistemas distribuídos, blindagem de kevlar e outros ítens de sobrevivência que os navios mais antigos não possuíam? Se não há certeza disso, que marinha razoável no mundo iria adquirir um míssil que pode não cumprir sua missão quando necessário se existem vários outros modelos (a grande maioria dos mísseis anti-navio, tanto mais antigos quanto mais modernos) com ogivas maiores?

Não tem jeito, como quer que se classifique os mísseis desta categoria, a tendência tem sido pelo aumento do deslocamento e da proteção dos navios, e manter uma ogiva que já não era o máximo mais de 30 anos atrás será sempre um ponto negativo em qualquer projeto de míssil que se faça hoje, algo a ser aceito apenas se outras restrições muito sérias se aplicarem. E dificultará em muito a escolha desta arma por marinhas que vejam realmente em seu horizonte o risco de ter que enfentar mesmo algum inimigo.


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