Para ONDE vai a ARGENTINA?
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Re: Argentina
Vale reavalia projeto bilionário na Argentina, afirma CEO
Mineradora brasileira está preocupada com a inflação e as incertezas políticas do país portenho
REUTERS
SÃO PAULO — A Vale está reavaliando o projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, um dos maiores empreendimentos já aprovados pelo seu Conselho de Administração, no valor de US$ 5,9 bilhões, com investimento total executado de US$ 1,1 bilhão.
A maior produtora de minério de ferro, que espera se tornar um dos principais fornecedores de fertilizantes nos próximos anos, decidiu revisar o projeto devido a preocupações com inflação, incertezas políticas e temores com relação a impostos, infraestrutura e à política cambial, disse nesta quinta-feira o presidente da Vale, Murilo Ferreira.
Com a nova posição, o projeto que era considerado definitivo e com obras em andamento tem um cenário incerto. O executivo afirmou que a empresa já estava reavaliando o projeto antes mesmo da expropriação da YPF, petrolífera controlada pela Repsol, que provocou uma crise sem precedentes entre Argentina e Espanha, além de levantar incertezas entre as multinacionais que atuam no país.
— Nós já estávamos fazendo uma verificação por conta de uma potencial explosão inflacionária prevista pelos analistas quando aconteceu esse evento político... esse evento político é mais um elemento de preocupação para nós, mas ele não é exclusivo nem foi o detonador da situação — disse Ferreira a jornalistas, durante teleconferência para detalhar os resultados que acompanhia divulgou na véspera.
Com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2014, Rio Colorado teve investimentos iniciais previstos em mais de US$ 4 bilhões.
— Temos um elenco de situações em relação ao porto, à ferrovia, à atual politica cambial, a impostos, tem uma serie de elementos — acrescentou Ferreira.
O projeto de potássio da Vale poderia converter a Argentina em um dos cinco maiores produtores globais de potássio, matéria-prima importante para a produção de fertilizantes.
— Temos o dever de levar a nosso Conselho de Admnistração permanentemente todos os assuntos que estejam sofrendo alteração do que tenha sido apresentado anteriormente, portanto esse projeto foi aprovado, eu não estava aqui ainda (na presidência da Vale), mas é meu dever de ofício fazer atualização sobre isso.
O anúncio da Vale sobre a reavaliação do projeto ocorre quase um ano depois de a província de Mendoza, onde estão as reservas de potássio, ter suspendido o empreendimento, alegando que a mineradora não teria cumprido alguns itens contratuais, como a realização de compras locais e a contratação de trabalhadores na região.
Posteriormente, houve um acordo para a Vale seguir adiante com o projeto, que compreende o desenvolvimento de reservas com com capacidade de 4,3 milhões de toneladas de potássio por ano, prevendo também a construção de uma ramal ferroviário de 350 km e instalações portuárias.
A meta da Vale é se tornar um dos quatro maiores fornecedores de fertilizantes, com projetos também no Brasil, Peru e Canadá.
A empresa acaba de formalizar acordo com a Petrobras para explorar jazidas em poder da estatal e produzir mais 1,2 milhão de toneladas da matéria-prima no Sergipe.
A ação da Vale, que começou em queda o pregão após a divulgação de uma redução do lucro no primeiro trimestre , fechou em alta de 1,4%, enquanto o Ibovespa teve alta de 0,6%.
Vale reavalia projeto bilionário na Argentina, afirma CEO
Mineradora brasileira está preocupada com a inflação e as incertezas políticas do país portenho
REUTERS
SÃO PAULO — A Vale está reavaliando o projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, um dos maiores empreendimentos já aprovados pelo seu Conselho de Administração, no valor de US$ 5,9 bilhões, com investimento total executado de US$ 1,1 bilhão.
A maior produtora de minério de ferro, que espera se tornar um dos principais fornecedores de fertilizantes nos próximos anos, decidiu revisar o projeto devido a preocupações com inflação, incertezas políticas e temores com relação a impostos, infraestrutura e à política cambial, disse nesta quinta-feira o presidente da Vale, Murilo Ferreira.
Com a nova posição, o projeto que era considerado definitivo e com obras em andamento tem um cenário incerto. O executivo afirmou que a empresa já estava reavaliando o projeto antes mesmo da expropriação da YPF, petrolífera controlada pela Repsol, que provocou uma crise sem precedentes entre Argentina e Espanha, além de levantar incertezas entre as multinacionais que atuam no país.
— Nós já estávamos fazendo uma verificação por conta de uma potencial explosão inflacionária prevista pelos analistas quando aconteceu esse evento político... esse evento político é mais um elemento de preocupação para nós, mas ele não é exclusivo nem foi o detonador da situação — disse Ferreira a jornalistas, durante teleconferência para detalhar os resultados que acompanhia divulgou na véspera.
Com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2014, Rio Colorado teve investimentos iniciais previstos em mais de US$ 4 bilhões.
— Temos um elenco de situações em relação ao porto, à ferrovia, à atual politica cambial, a impostos, tem uma serie de elementos — acrescentou Ferreira.
O projeto de potássio da Vale poderia converter a Argentina em um dos cinco maiores produtores globais de potássio, matéria-prima importante para a produção de fertilizantes.
— Temos o dever de levar a nosso Conselho de Admnistração permanentemente todos os assuntos que estejam sofrendo alteração do que tenha sido apresentado anteriormente, portanto esse projeto foi aprovado, eu não estava aqui ainda (na presidência da Vale), mas é meu dever de ofício fazer atualização sobre isso.
O anúncio da Vale sobre a reavaliação do projeto ocorre quase um ano depois de a província de Mendoza, onde estão as reservas de potássio, ter suspendido o empreendimento, alegando que a mineradora não teria cumprido alguns itens contratuais, como a realização de compras locais e a contratação de trabalhadores na região.
Posteriormente, houve um acordo para a Vale seguir adiante com o projeto, que compreende o desenvolvimento de reservas com com capacidade de 4,3 milhões de toneladas de potássio por ano, prevendo também a construção de uma ramal ferroviário de 350 km e instalações portuárias.
A meta da Vale é se tornar um dos quatro maiores fornecedores de fertilizantes, com projetos também no Brasil, Peru e Canadá.
A empresa acaba de formalizar acordo com a Petrobras para explorar jazidas em poder da estatal e produzir mais 1,2 milhão de toneladas da matéria-prima no Sergipe.
A ação da Vale, que começou em queda o pregão após a divulgação de uma redução do lucro no primeiro trimestre , fechou em alta de 1,4%, enquanto o Ibovespa teve alta de 0,6%.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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- Bourne
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
É claro que são posições ideológicas do Dr. Rosinha S2 Zero.Túlio escreveu: Não há como sustentar racionalmente as posições dos ideólogos petistas no texto postado pelo colega Bran. Só na base da IDEOLOGICE mesmo. Senão vejamos:
A Repsol certamente não comprou sua parte da YPF no fio do bigode: certamente foram celebrados CONTRATOS nos quais se previam multas e penalidades em caso de descumprimento. Quem descumprisse poderia (deveria) ser denunciado/penalizado e pagar pelo que fez/deixou de fazer. Quem já viu um contrato sabe que dele faz parte o foro onde questões assim devem ser discutidas. Isso aconteceu? Foi o Argentina à corte para reclamar que a Repsol não investia o que certamente estava prescrito no contrato? Parece que não...
Os "argumentos" dos senhores Rosinha & Zero justificam perfeitamente também a "nacionalización" da Petrobrás na Bolívia e mesmo antecipam justificativas a outras mechas que nos enfiem. Por aí se vê sob que ótica escrevem, de altíssima isenção jornalística e credibilidade ainda maior. Eis aí o que se pode esperar de COMUNAZZZ: "A NOSSA PÁTRIA É O SOCIALISMO"...
O Povo Brasileiro apoiou o Plano Cruzado e a moratória. Eu mesmo aprovei à época, confesso (vender peixe podre ao populacho é moleza)! Só não achei graça nenhuma das consequências...
A recomposição acionária também cheira mal: o famigerado Grupo Eskenazi (famigerado porque, sendo "amigo do rei/rainha", "comprou" sua parte fiado sem botar um centavo: vai pagando à medida que recebe lucros da YPF, ou seja, assim até eu!!!), com a reestruturação do capital, acabará com uma participação semelhante à do próprio governo Argentino, ambos na faixa de 25/30 % cada.
Não que sejam socialistas radicais. Eles espelham um pensamento nacionalista de esquerda que vem da campanha o "petróleo é nosso". Em que nacionalização de empresas, repúdio a multinacionais e o controle dos recursos considerados estratégicos são coisas normais e fundamentais para a construção de um capitalismo brasileiro. Os que sobreviveram com esse pensamento nos últimos 40 anos precisam apoiar a nacionalização que a Argentina fez. É coerente com eles pensam para o Brasil.
O problema dos argentinos não é nacionalizar a empresa. Se é ou não legitimo não é relevante. Por que a história de muitos países mostra que nacionalizações e expropriações são bem comuns, especialmente em momentos de instabilidade e necessidade. O problema central é que a Argentina possui uma construção institucional fraca em que não permite confiar nos rumos dados pelos governos e uma tendência a adotar posições radicais e passionais para todo lado.
Nos anos 1990s, os argentinos e outros países da América Latina abraçaram com uma paixão assustadora. Na Argentina o poder do estado desapareceu. A liberalização comercial, redução do tamanho do estado e desindustrialização foram agudas em nome da possibilidade de se tornar um país desenvolvido. Um dos pontos interessantes foi a política de controle da inflação que passou por colocar na constituição a relação dólar e peso, praticamente adotaram um dolarização. O que controlou a inflação, mas matou o setor produtivo argentino e capacidade de competição. E continuaram insistindo até quebrarem no começo da década de 2000. A partir de então se observa uma instabilidade inerente da economia e estrutura institucional argentina.
Mesmo na época dos anos 1990 quando Menem mandava e vendia a ideia de que estava mandando a Argentina para o primeiro mundo. A organização interna era uma desgraça. Não tinha controle e coerência sobre as ações das províncias tinham liberdade para praticamente ter uma política de gastos independente do governo central e produzir moeda. Saindo das determinações do governo central.
Eleger o casal K foi uma consequência. As ações impulsivas que eles adotam são para se preservar no poder. Uma volta ao populismo na pior definição da palavra. Não existe uma preocupação com o longo prazo. Neste contexto, as brigas no âmbito do mercosul com o Brasil sobre questões comerciais fazem parte da lógica de atuação adota pelos argentino.
No Brasil a trajetória de desenvolvimento e construção institucional é totalmente diferente.
Primeiro que a estratégia e forma de organização do país para implementar a industrialização foi totalmente diferente do resto da América Latina. Não é uma obra da CEPAL com inspiração em Keynes, mas sim um pensamento que vem sendo construído desde o século XIX nas elites e classes urbanas.
No fim do século XIX uma das ideias centrais para pensar o futuro do país estava em ver a industrialização e vida urbana como moderna e um desprezo pela posição agro-exportadora e rural. O papel do estado passou a ser visto como benéfico ao intervir no mercado para manter os preços do café no começo do século XX. Nos anos 1920, a intervenção estatal nas áreas estratégias começaram a ocorrer através restringir os direitos de exploração dos minerais, inclusive petróleo. Isso ainda na República velha pré-1930.
Quando Getúlio Vargas alça ao poder na década de 1930 e o mundo entra em colapso com a grande depressão, seguida da Guerra, começa a industrialização e centralização do poder no Brasil. Assim, as tendências anteriormente sentidas são extrapoladas orientadas para a industrialização e modernização.
No decorrer das décadas nascem várias tendências de como ver o desenvolvimento no Brasil que são de uma forma ou outra incorporadas as políticas de estado. Como linha mestra a necessidade de industrialização, criar mercado interno e romper com a dependência estrangeira. O que vai desde a esquerda nacionalista vista no pensamento do Dr. Rosinha a posição não-nacionalista.
Nos anos 1990s essas tendências se manifestaram em como o Brasil participou do processo de abertura e privatização, bem como, no governo Lula e Dilma.
No governo FHC a privatização foi um movimento restrito quando comparada a outros países latino-americanos. Por exemplo, no mercado bancário incentivou a vinda de bancos estrangeiros e privatização, mas reestruturou a Caixa, Bando do Brasil e BNDES em conjunto com o fortalecimento dos bancos nacionais. Por que se julga que os bancos estatais são importantes e não podem ser privatizados. Das empresas privatizadas a maioria foi comprada por grupos empresariais brasileiros.
Na política de controle da inflação e cambial. Enquanto os argentinos colocaram na constituição as regras e foram até o fim. Na crise cambial de 1998/1999 o brasil abandonou câmbio fixo e começou a política pró-exportação. Ignorando as políticas dos parceiros do Mercosul. Uma ação unilateral em busca de preservar interesses internos.
Durante o governo Lula as ações foram extremamente fortes e conservadoras. Nunca realmente representou um rompimento. As ações de política externa, econômica e interna foram buscar a conciliação e o caminha mais seguro.
Por isso que não nacionalizou ou estatizou empresas ou deu um calote na dívida externa como vertentes da esquerda queriam. Ao contrário fortaleceu a ação do Estado e a capacidade de intervenção na economia como mostra o papel do BNDES e Petrobras. Ao mesmo tempo voltou a ser pragmático como no caso do Pré-Sal em que as novas regulamentações adequam a nova posição do país e buscam atrair investimento privado interno e externo.
Outro fator que fortalece o pragmatismo brasileiro é que a partir da década de 1990 começaram a surgir as multinacionais brasileiras e a tentativa de influir mais no mundo. Assim, semelhante a China, se protejo os direitos de propriedade das empresas instaladas no país também sou protegido pelos outros. É uma questão de troca.
Se colocar como fator negativo o Brasil é lerda para decidir qualquer coisa. Mesmo para problemas fundamentais de romper a dependência tecnológica e financeira internacional. Recentemente com dificuldade de implementar medidas em que reduzam os dois principais problemas atuais: desindustrialização e valorização cambial.
Hoje em dia os que pensam no desenvolvimento do Brasil querem criar uma visão para o país. Não ligam para criar uma teoria e políticas gerais. Já li coisas de um prof da Unicamp, o Fernando Nogueira da Costa, que afirma que existem um capitalismo próprio criado no Brasil. Diferente do capitalismo liberal norte-americano e socialismo de mercado chinês. No começou achei uma doideira, mas com o tempo não parece tanto assim.
- Clermont
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Grande texto, esse. Mandou muito bem, Bourne.Bourne escreveu:É claro que são posições ideológicas do Dr. Rosinha S2 Zero.
Não que sejam socialistas radicais. Eles espelham um pensamento nacionalista de esquerda que vem da campanha o "petróleo é nosso". Em que nacionalização de empresas, repúdio a multinacionais e o controle dos recursos considerados estratégicos são coisas normais e fundamentais para a construção de um capitalismo brasileiro. Os que sobreviveram com esse pensamento nos últimos 40 anos precisam apoiar a nacionalização que a Argentina fez. É coerente com eles pensam para o Brasil.
(...)
No Brasil a trajetória de desenvolvimento e construção institucional é totalmente diferente.
Primeiro que a estratégia e forma de organização do país para implementar a industrialização foi totalmente diferente do resto da América Latina. Não é uma obra da CEPAL com inspiração em Keynes, mas sim um pensamento que vem sendo construído desde o século XIX nas elites e classes urbanas.
(...)
Nos anos 1990s essas tendências se manifestaram em como o Brasil participou do processo de abertura e privatização, bem como, no governo Lula e Dilma.
No governo FHC a privatização foi um movimento restrito quando comparada a outros países latino-americanos. Por exemplo, no mercado bancário incentivou a vinda de bancos estrangeiros e privatização, mas reestruturou a Caixa, Bando do Brasil e BNDES em conjunto com o fortalecimento dos bancos nacionais. Por que se julga que os bancos estatais são importantes e não podem ser privatizados. Das empresas privatizadas a maioria foi comprada por grupos empresariais brasileiros.
(...)
Durante o governo Lula as ações foram extremamente fortes e conservadoras. Nunca realmente representou um rompimento. As ações de política externa, econômica e interna foram buscar a conciliação e o caminha mais seguro.
Por isso que não nacionalizou ou estatizou empresas ou deu um calote na dívida externa como vertentes da esquerda queriam. Ao contrário fortaleceu a ação do Estado e a capacidade de intervenção na economia como mostra o papel do BNDES e Petrobras. Ao mesmo tempo voltou a ser pragmático como no caso do Pré-Sal em que as novas regulamentações adequam a nova posição do país e buscam atrair investimento privado interno e externo.
(...)
Hoje em dia os que pensam no desenvolvimento do Brasil querem criar uma visão para o país. Não ligam para criar uma teoria e políticas gerais. Já li coisas de um prof da Unicamp, o Fernando Nogueira da Costa, que afirma que existem um capitalismo próprio criado no Brasil. Diferente do capitalismo liberal norte-americano e socialismo de mercado chinês. No começou achei uma doideira, mas com o tempo não parece tanto assim.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Excelente análise Bourne.
Vejam quanto a Argentina vai perder só de investimentos BRASILEIROS. Bilhões que vão deixar de serem investidos.
Vejam quanto a Argentina vai perder só de investimentos BRASILEIROS. Bilhões que vão deixar de serem investidos.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Texto FANTÁSTICO, Bourne!!!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
DESSA eu ainda não sabia...
Grupo jovem La Cámpora ganha aura de ministério no governo argentino
'Camporistas' estão envolvidos em projetos de reestatização no país.
Herdeiro de Kirchner, grupo foi fundado em 2003 pelo filho da presidente.
Eduardo Szklarz
Especial para o G1, em Buenos Aires
O projeto de nacionalização da petroleira YPF, proposto pelo governo de Cristina Kirchner, foi aprovado de forma preliminar pelo Senado argentino na madrugada desta quinta-feira (26). O projeto agora terá que passar para a Câmara dos Deputados, que pode convertê-lo em lei na próxima semana. A expropriação de 51% da empresa controlada pelo grupo espanhol Repsol evidenciou a força de La Cámpora, um grupo recente, mas já muito influente, na política argentina.http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/ ... ntino.html
Eles são jovens, ambiciosos e estão assumindo postos-chave do poder na Argentina. Ocupam cadeiras no Congresso Nacional e nos parlamentos provinciais. Chefiam diretorias de ministérios, controlam o serviço de notícias do Canal 7 (público) e administram algumas das principais empresas do país, como a reestatizada Aerolíneas Argentinas e a petroleira YPF - que foi expropriada neste mês, causando forte reação internacional contra o país.
Isso é praticamente tudo o que os argentinos sabem sobre La Cámpora, a agrupação juvenil alçada ao estrelato pela presidente Cristina Kirchner. Uma aura de mistério marca a trajetória do grupo desde sua fundação, em 2003, por Máximo Kirchner – o filho mais velho da mandatária.
O que é La Cámpora? Qual o perfil de seus integrantes? O G1 conversou com analistas políticos em Buenos Aires para tentar encontrar as repostas.
Herdeiros de Kirchner
“Os camporistas são os filhos políticos da presidente viúva”, diz a jornalista argentina Laura Di Marco, autora do livro "La Cámpora – História Secreta dos Herdeiros de Néstor e Cristina Kirchner" (Ed. Sudamericana). “Quando morre um pai de família, os filhos passam a ocupar o seu rol. Foi o que fizeram os jovens que Kirchner havia começado a formar. La Cámpora, portanto, é a saga de uma família.”
O nome da organização homenageia Hector J. Cámpora, o ex-presidente argentino que renunciou em 1973 para permitir que o general Juan Domingo Perón, de regresso do exílio, assumisse o terceiro mandato.
A saga começou com a crise econômica de 2001. Os partidos políticos estavam destruídos, e a juventude foi em peso protestar na Praça de Maio – espécie de palco da vida política argentina. Kirchner acompanhou o fenômeno com atenção. Ao assumir a presidência, em 2003, convocou alguns daqueles jovens para reuniões na Casa Rosada, a sede do governo. Entre eles estavam filhos de desaparecidos da última ditadura (1976-1983) e membros da organização de direitos humanos H.I.J.O.S. Outros eram filhos de Montoneros, a organização guerrilheira de esquerda que promoveu a luta armada nos anos 70. Também havia militantes de universidades e movimentos sociais.
“Eles eram uma espécie de indignados argentinos”, afirma Di Marco, em alusão aos jovens que protestaram na recente crise espanhola. O ex-presidente queria servir de elo entre a geração dos garotos e a dos pais deles, pois só assim poderia garantir a continuidade ideológica. No entanto, a ponte deveria ser construída com muito cuidado. “Kirchner não confiava nos políticos tradicionais, nem mesmo nos mais jovens como [o ex-chefe de gabinete de Cristina] Sergio Massa e o [ex-ministro de Economia] Martin Lousteau, pois já estavam contaminados pelos vícios da corporação política”, diz a autora.
Segundo ela, os Kirchner nunca confiaram no peronismo como aparato estatal, já que cada liderança do partido sabe manejar muito bem o poder e tem ambições próprias. Como diz o veterano peronista Antonio Cafiero, “a lealdade só pode ser considerada primordial num movimento que está cheio de traidores”. Isso explica por que o ex-presidente se aliou a jovens de fora dos partidos tradicionais.
Na prática, portanto, Néstor Kirchner fundou La Cámpora. Mas quem o ajudou a escolher os integrantes foi seu filho Máximo.
Poder de cima para baixo
Lá Cámpora viveu seus primeiros anos nos bastidores. Só ganhou os holofotes em 2008, quando estourou o conflito entre o kirchnerismo e os produtores rurais. Através da resolução 125, o governo de Cristina Kirchner estabeleceu restrições à exportação de grãos. Os produtores protestaram e foram acusados de “golpistas” pela presidente. O entrevero coincidiu com o rompimento entre o governo e o jornal Clarín. Em meio à crescente polarização da sociedade, os camporistas levaram a cabo o que Di Marco chama de “ciberguerrilha” em blogs e redes sociais.
Com a morte de Kirchner, em 2010, seus discípulos passaram a exercer a política de fato. Cristina começou a colocá-los em postos-chave da administração pública, sempre passando pelo crivo do filho Máximo. “La Cámpora é uma modalidade de construção de poder político. E esse processo acontece de cima para baixo. Ou seja: a partir das estruturas do Estado”, diz a socióloga argentina Graciela Römer. “A construção é feita, por exemplo, através da indicação de nomes para as listas de candidatos a deputados.”
Foi o que aconteceu nas eleições legislativas de 2011, quando La Cámpora encabeçou as listas das principais províncias argentinas. Em La Pampa, por exemplo, María Luz Alonso foi eleita deputada nacional com apenas 25 anos. Outros integrantes do grupo, como Andrés Larroque e Eduardo De Pedro, também assumiram cadeiras no Congresso.
Além disso, os jovens da Cámpora vêm ocupando cargos em estatais e no poder executivo. Mariano Recalde, 39, preside a Aerolíneas Argentinas. Alejandro Julián Álvarez, 30, é vice-ministro de Justiça. Hilda Virginia Lynn, 28, é diretora-geral de assuntos jurídicos do Ministério de Relações Exteriores. Diego Bossio, 32, dirige a ANSES (o INSS da Argentina). A grande estrela do momento é Axel Kicillof, 41, secretário de Política Econômica do governo (o que na Argentina equivale a segundo no comando do ministério, ou vice-ministro de Economia) e um dos interventores da petroleira YPF.
Ideologia indefinida
Segundo Graciela Römer, a ideologia da Cámpora ainda não está muito clara. “Alguns integrantes têm perfil de esquerda, mas o grupo não é homogêneo”, diz ela. “Há versões do peronismo de esquerda, da esquerda não peronista e de setores progressistas, mas que não necessariamente vêm da esquerda – podem ter um componente liberal.”
Como a maioria dos camporistas é bastante jovem – embora alguns já tenham 40 –, eles são muito criticados pela falta de experiência na administração. É o caso de Recalde, já que a Aerolíneas Argentinas perde cerca de US$ 2 milhões por dia, segundo relatório divulgado em novembro de 2011 pela Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA) da Argentina. Ou de José María Ottavis Arias, que aos 32 anos se tornou presidente da Câmara de Deputados da província de Buenos Aires.
Para o cientista político José Natanson, no entanto, a crítica é contraditória. “As pessoas pedem que os jovens participem mais da política; e quando participam, dizem que não têm experiência”, diz Natanson, que é diretor da edição argentina do jornal "Le Monde Diplomatique". “Em geral, o perfil técnico do grupo é bom. Eles não são improvisados, pelo menos não todos.”
Natanson concorda que a ideologia do grupo ainda está indefinida. “Eles acompanham o governo e têm um diálogo com os anos 70”, observa. “Cristina busca neles uma forma de construir uma força própria de apoio interno. Não creio que substituam nenhum partido.”
Autoritários?
Os "muchachos" da Cámpora costumam ficar nas primeiras filas nos discursos de Cristina Kirchner. Comparecem aos atos políticos com bandeiras da organização e entoam gritos de guerra de apoio ao governo. Organizam festas e fazem uso amplo da tecnologia para divulgar suas ideias. Mas os “soldados” de Cristina não falam com a imprensa. Os sites das filiais do grupo não exibem telefone de contato, apenas um endereço de email. A reportagem tentou falar com as filiais da cidade e da província de Buenos Aires por essa via, mas não obteve resposta.
“Há um crescente hermetismo na Cámpora”, diz Laura Di Marco. Ela conseguiu entrevistar alguns membros do grupo para escrever seu livro, mas reconhece que o contato com eles é cada vez mais difícil. “Quando a obra foi publicada, eles recomendaram ao resto do grupo que não a comprasse, mesmo sem ter lido nada”, afirma. A tentativa de boicote acabou contribuindo para fazer do livro um best seller na Argentina.
“O camporismo está impregnado com a cultura do autoritarismo. De fato, têm emblemas militares: soldados, guerra, inimigo”, destaca Di Marco. “Vemos o forte desprezo que eles têm em relação ao diverso, a começar pelas opiniões dos demais. E se algo distingue o verdadeiro progressismo é o respeito pela diversidade. Esse valor não está no universo de La Cámpora.”
O grupo mantém reuniões, organiza festas, comparece a atos públicos com bandeiras, faz amplo uso de redes sociais e blogs. Essa é a cara que eles mostram para a sociedade. Mas ninguém sabe exatamente como é a organização interna e não é divulgado oficialmente o número de membros que possui. Segundo Di Marco, o poder é concentrado nas mãos de alguns "dirigentes virtuosos", a tomada de decisões é muito centralizada e os líderes fazem uma depuração dos "indecisos", ou seja, dos que não vestem a camisa de forma incondicional. Os camporistas só falam com os "jornalistas militantes" - alinhados com o governo de forma explícita, como os do programa de TV 6,7,8 e os dos jornais "Tiempo Argentino", "Página 12" e outros - e, nessas entrevistas, as perguntas são apenas superficiais.
Natanson, entretanto, discorda que o grupo seja autoritário. “Você pode gostar deles ou não. E é verdade que são reticentes em falar com a imprensa, o que é ruim. Mas autoritário é um adjetivo forte demais”, define. Por sua vez, Römer evita ser taxativa sobre o tema. “Não digo que sejam autoritários nem que não sejam. Simplesmente não há argumentos objetivos suficientes para dizer”, afirma a sóciologa.
De olho em 2015
Diante do crescente poder da Cámpora, é natural pensar que o grupo esteja de olho nas eleições presidenciais de 2015. “A aspiração deles é que o próximo presidente seja da Cámpora”, afirma Di Marco. Para Römer, porém, é preciso ver o que significa a sucessão do ‘cristinismo’. “Não sabemos se o processo vai passar pela Cámpora ou pelas estruturas mais tradicionais do peronismo”, diz a socióloga.
Já Natanson não acredita que o sucessor de Cristina sairá da Cámpora. “Os Kirchner buscam quadros fora do peronismo tradicional para a gestão, mas daí a escolher um presidente me parece improvável”, afirma. Segundo ele, parece mais plausível que o próximo mandatário venha do peronismo territorial (governadores ou prefeitos). Foi o que aconteceu com os últimos presidentes do partido, como Carlos Menem, Eduardo Duhalde e o próprio Kirchner. “O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli (ex-vice de Kirchner), continua sendo um nome forte para a sucessão”, diz Natanson.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Muito bom texto, Bourne! Parabéns!Bourne escreveu:É claro que são posições ideológicas do Dr. Rosinha S2 Zero.
Não que sejam socialistas radicais. Eles espelham um pensamento nacionalista de esquerda que vem da campanha o "petróleo é nosso". Em que nacionalização de empresas, repúdio a multinacionais e o controle dos recursos considerados estratégicos são coisas normais e fundamentais para a construção de um capitalismo brasileiro. Os que sobreviveram com esse pensamento nos últimos 40 anos precisam apoiar a nacionalização que a Argentina fez. É coerente com eles pensam para o Brasil.
O problema dos argentinos não é nacionalizar a empresa. Se é ou não legitimo não é relevante. Por que a história de muitos países mostra que nacionalizações e expropriações são bem comuns, especialmente em momentos de instabilidade e necessidade. O problema central é que a Argentina possui uma construção institucional fraca em que não permite confiar nos rumos dados pelos governos e uma tendência a adotar posições radicais e passionais para todo lado.
Nos anos 1990s, os argentinos e outros países da América Latina abraçaram com uma paixão assustadora. Na Argentina o poder do estado desapareceu. A liberalização comercial, redução do tamanho do estado e desindustrialização foram agudas em nome da possibilidade de se tornar um país desenvolvido. Um dos pontos interessantes foi a política de controle da inflação que passou por colocar na constituição a relação dólar e peso, praticamente adotaram um dolarização. O que controlou a inflação, mas matou o setor produtivo argentino e capacidade de competição. E continuaram insistindo até quebrarem no começo da década de 2000. A partir de então se observa uma instabilidade inerente da economia e estrutura institucional argentina.
Mesmo na época dos anos 1990 quando Menem mandava e vendia a ideia de que estava mandando a Argentina para o primeiro mundo. A organização interna era uma desgraça. Não tinha controle e coerência sobre as ações das províncias tinham liberdade para praticamente ter uma política de gastos independente do governo central e produzir moeda. Saindo das determinações do governo central.
Eleger o casal K foi uma consequência. As ações impulsivas que eles adotam são para se preservar no poder. Uma volta ao populismo na pior definição da palavra. Não existe uma preocupação com o longo prazo. Neste contexto, as brigas no âmbito do mercosul com o Brasil sobre questões comerciais fazem parte da lógica de atuação adota pelos argentino.
No Brasil a trajetória de desenvolvimento e construção institucional é totalmente diferente.
Primeiro que a estratégia e forma de organização do país para implementar a industrialização foi totalmente diferente do resto da América Latina. Não é uma obra da CEPAL com inspiração em Keynes, mas sim um pensamento que vem sendo construído desde o século XIX nas elites e classes urbanas.
No fim do século XIX uma das ideias centrais para pensar o futuro do país estava em ver a industrialização e vida urbana como moderna e um desprezo pela posição agro-exportadora e rural. O papel do estado passou a ser visto como benéfico ao intervir no mercado para manter os preços do café no começo do século XX. Nos anos 1920, a intervenção estatal nas áreas estratégias começaram a ocorrer através restringir os direitos de exploração dos minerais, inclusive petróleo. Isso ainda na República velha pré-1930.
Quando Getúlio Vargas alça ao poder na década de 1930 e o mundo entra em colapso com a grande depressão, seguida da Guerra, começa a industrialização e centralização do poder no Brasil. Assim, as tendências anteriormente sentidas são extrapoladas orientadas para a industrialização e modernização.
No decorrer das décadas nascem várias tendências de como ver o desenvolvimento no Brasil que são de uma forma ou outra incorporadas as políticas de estado. Como linha mestra a necessidade de industrialização, criar mercado interno e romper com a dependência estrangeira. O que vai desde a esquerda nacionalista vista no pensamento do Dr. Rosinha a posição não-nacionalista.
Nos anos 1990s essas tendências se manifestaram em como o Brasil participou do processo de abertura e privatização, bem como, no governo Lula e Dilma.
No governo FHC a privatização foi um movimento restrito quando comparada a outros países latino-americanos. Por exemplo, no mercado bancário incentivou a vinda de bancos estrangeiros e privatização, mas reestruturou a Caixa, Bando do Brasil e BNDES em conjunto com o fortalecimento dos bancos nacionais. Por que se julga que os bancos estatais são importantes e não podem ser privatizados. Das empresas privatizadas a maioria foi comprada por grupos empresariais brasileiros.
Na política de controle da inflação e cambial. Enquanto os argentinos colocaram na constituição as regras e foram até o fim. Na crise cambial de 1998/1999 o brasil abandonou câmbio fixo e começou a política pró-exportação. Ignorando as políticas dos parceiros do Mercosul. Uma ação unilateral em busca de preservar interesses internos.
Durante o governo Lula as ações foram extremamente fortes e conservadoras. Nunca realmente representou um rompimento. As ações de política externa, econômica e interna foram buscar a conciliação e o caminha mais seguro.
Por isso que não nacionalizou ou estatizou empresas ou deu um calote na dívida externa como vertentes da esquerda queriam. Ao contrário fortaleceu a ação do Estado e a capacidade de intervenção na economia como mostra o papel do BNDES e Petrobras. Ao mesmo tempo voltou a ser pragmático como no caso do Pré-Sal em que as novas regulamentações adequam a nova posição do país e buscam atrair investimento privado interno e externo.
Outro fator que fortalece o pragmatismo brasileiro é que a partir da década de 1990 começaram a surgir as multinacionais brasileiras e a tentativa de influir mais no mundo. Assim, semelhante a China, se protejo os direitos de propriedade das empresas instaladas no país também sou protegido pelos outros. É uma questão de troca.
Se colocar como fator negativo o Brasil é lerda para decidir qualquer coisa. Mesmo para problemas fundamentais de romper a dependência tecnológica e financeira internacional. Recentemente com dificuldade de implementar medidas em que reduzam os dois principais problemas atuais: desindustrialização e valorização cambial.
Hoje em dia os que pensam no desenvolvimento do Brasil querem criar uma visão para o país. Não ligam para criar uma teoria e políticas gerais. Já li coisas de um prof da Unicamp, o Fernando Nogueira da Costa, que afirma que existem um capitalismo próprio criado no Brasil. Diferente do capitalismo liberal norte-americano e socialismo de mercado chinês. No começou achei uma doideira, mas com o tempo não parece tanto assim.
Acrescentaria uma coisinha aqui e outra ali, mas continuo achando um ótimo resumo das ações de Estado brasileiras do século XIX pra cá.
Sobre o Brasil possuir um tipo de capitalismo próprio, acho que posso postar depois uma afirmação do filósofo, cineasta e psicanalista Slavoj Žižek. Ele comunga com a mesma opinião. É claro que é a visão de um filósofo, não de um economista, portanto, cheia de particularidades.
Sds.
Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Esses camporistas tem a maior pinta de Integralistas ou Juventude socialista. Mas não tem uma linha de ação inteligível. Nem inspiram muita confiança. Mais um aparte à tragédia político institucional Argentina.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Passarão ANOS até se poder ter uma idéia do que são e de onde poderão (ou não) chegar. A mim rescende a aparelhamento do Estado. Mas assumo que posso estar errando E FEIO!
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
tabela abaixo foi preparada pela Ecolatina. Pelos dados oficiais, o crescimento real do PIB da Argentina de 2007 a 2011 foi de 39% (PIB precios Cte, 1993 INDEC). Pelo dado correto estimado pela Ecolatina (PIB precios Cte.1993 Ecolatina), o crescimento do PIB real neste período foi de 25,35%; bem menos que o crescimento real do PIB oficial.
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Chegou a nossa vez!!!
Depois de gastar dezenas de milhões de doláres na procura de petróleo na provincia de Neuquén, e de ter sucesso em sua procura, a Petrobras iria iniciar a perfuração de seis poços no segundo semestre desse ano, mas surpreendentemente, o governo argentino caçou a concessão que a estatal detinha nesta provincia.
___fomos surpreendidos!!! disse a presidente da Petrobras Graça Foster, que se diz triste e surpreendida pela atitude maqueavélica dos argentinos(grifo meu).
Agora eu pergunto quem irá reembolsar os acionistas da petrobrás ?????
Levianamente os argentinos deixaram a petrobras achar o petroleo, para de forma descarada tomar a concessão de exploração na provincia de Neuquen.
Depois de gastar dezenas de milhões de doláres na procura de petróleo na provincia de Neuquén, e de ter sucesso em sua procura, a Petrobras iria iniciar a perfuração de seis poços no segundo semestre desse ano, mas surpreendentemente, o governo argentino caçou a concessão que a estatal detinha nesta provincia.
___fomos surpreendidos!!! disse a presidente da Petrobras Graça Foster, que se diz triste e surpreendida pela atitude maqueavélica dos argentinos(grifo meu).
Agora eu pergunto quem irá reembolsar os acionistas da petrobrás ?????
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Ia me esquecendo esta noticia saiu no jornal Diario do Comércio , 18 de Abril de 2012Everson Garcia escreveu:Chegou a nossa vez!!!
Depois de gastar dezenas de milhões de doláres na procura de petróleo na provincia de Neuquén, e de ter sucesso em sua procura, a Petrobras iria iniciar a perfuração de seis poços no segundo semestre desse ano, mas surpreendentemente, o governo argentino caçou a concessão que a estatal detinha nesta provincia.
___fomos surpreendidos!!! disse a presidente da Petrobras Graça Foster, que se diz triste e surpreendida pela atitude maqueavélica dos argentinos(grifo meu).
Agora eu pergunto quem irá reembolsar os acionistas da petrobrás ?????
Levianamente os argentinos deixaram a petrobras achar o petroleo, para de forma descarada tomar a concessão de exploração na provincia de Neuquen.
Abraços.
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Exportações brasileiras para Argentina caem 27% desde que barreiras comerciais entraram em vigor
03/05/2012 06h08
As exportações brasileiras para a Argentina caíram 27,1% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem (2) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A redução das compras argentinas de produtos nacionais tem preocupado o governo brasileiro, que negocia uma reunião com o governo argentino ainda este mês, informou o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
“Não podemos negar que medidas que o governo argentino tem tomado têm afetado o comércio brasileiro.
Sempre falamos que estávamos monitorando o cenário e, se aumentasse ou piorasse, teríamos uma reunião com os representantes argentinos”, lembrou.
Na média diária, os exportadores brasileiros venderam US$ 67,6 milhões para o país vizinho. A participação da Argentina nas compras brasileiras caiu de 8,7%, em 2011, para 6,9%, neste ano.
A queda pode ser atribuída à intervenção prévia, por órgãos estatais, exigida para a entrada de qualquer produto no país, que tem sido feita desde 1º de fevereiro.
Teixeira destacou que é preciso conhecer os problemas que têm afetado a economia argentina antes de o Brasil tomar qualquer decisão. “A Argentina tem vivido uma situação econômica difícil.
Acho que é legítimo o país defender sua indústria. Precisamos saber quais problemas a Argentina vêm enfrentando.
Mas o nosso trabalho está mais para auxiliar a economia argentina, do que simplesmente tomar medidas punitivas ou tomar media que implique o acirramento da nossa relação”, explicou o secretário.(Agência Brasil)
http://www.douradosagora.com.br/brasil- ... rasileiras
03/05/2012 06h08
As exportações brasileiras para a Argentina caíram 27,1% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem (2) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A redução das compras argentinas de produtos nacionais tem preocupado o governo brasileiro, que negocia uma reunião com o governo argentino ainda este mês, informou o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
“Não podemos negar que medidas que o governo argentino tem tomado têm afetado o comércio brasileiro.
Sempre falamos que estávamos monitorando o cenário e, se aumentasse ou piorasse, teríamos uma reunião com os representantes argentinos”, lembrou.
Na média diária, os exportadores brasileiros venderam US$ 67,6 milhões para o país vizinho. A participação da Argentina nas compras brasileiras caiu de 8,7%, em 2011, para 6,9%, neste ano.
A queda pode ser atribuída à intervenção prévia, por órgãos estatais, exigida para a entrada de qualquer produto no país, que tem sido feita desde 1º de fevereiro.
Teixeira destacou que é preciso conhecer os problemas que têm afetado a economia argentina antes de o Brasil tomar qualquer decisão. “A Argentina tem vivido uma situação econômica difícil.
Acho que é legítimo o país defender sua indústria. Precisamos saber quais problemas a Argentina vêm enfrentando.
Mas o nosso trabalho está mais para auxiliar a economia argentina, do que simplesmente tomar medidas punitivas ou tomar media que implique o acirramento da nossa relação”, explicou o secretário.(Agência Brasil)
http://www.douradosagora.com.br/brasil- ... rasileiras
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?
Boa grande Tulio, este seu post demonstra como vc escreveu a varias mensagens atrás , chegou a hora de tirarmos o PT do poder, esse idiota do Teixeira acha que o povo brasileiro deve pagar o pato e arcar com os custos dos imbecis que governam a Argentina.Túlio escreveu:Exportações brasileiras para Argentina caem 27% desde que barreiras comerciais entraram em vigor
03/05/2012 06h08
As exportações brasileiras para a Argentina caíram 27,1% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem (2) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A redução das compras argentinas de produtos nacionais tem preocupado o governo brasileiro, que negocia uma reunião com o governo argentino ainda este mês, informou o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
“Não podemos negar que medidas que o governo argentino tem tomado têm afetado o comércio brasileiro.
Sempre falamos que estávamos monitorando o cenário e, se aumentasse ou piorasse, teríamos uma reunião com os representantes argentinos”, lembrou.
Na média diária, os exportadores brasileiros venderam US$ 67,6 milhões para o país vizinho. A participação da Argentina nas compras brasileiras caiu de 8,7%, em 2011, para 6,9%, neste ano.
A queda pode ser atribuída à intervenção prévia, por órgãos estatais, exigida para a entrada de qualquer produto no país, que tem sido feita desde 1º de fevereiro.
Teixeira destacou que é preciso conhecer os problemas que têm afetado a economia argentina antes de o Brasil tomar qualquer decisão. “A Argentina tem vivido uma situação econômica difícil.
Acho que é legítimo o país defender sua indústria. Precisamos saber quais problemas a Argentina vêm enfrentando.
Mas o nosso trabalho está mais para auxiliar a economia argentina, do que simplesmente tomar medidas punitivas ou tomar media que implique o acirramento da nossa relação”, explicou o secretário.(Agência Brasil)
http://www.douradosagora.com.br/brasil- ... rasileiras
Os Argentinos desde que perderam de forma humilhante a Guerra fria que travavam conosco desde a dec de 40 até 84, quando jogaram a toalha e desistiram de disputar a supremacia na américa do sul com o Brasil, usam deste subterfugio, para tentar sair das enrascadas que eles mesmo se metem, nossos grande diplomatas do passado ( Rui Barbosa e o Barão de Rio Branco) devem estar se virando dentro do caixão com as dezenas de trapalhadas de nossa diplomacia.
Alias em nome da boa vizinhaça o Brasil ultimamente anda abrindo as pernas muito facilmente para a Venezuela, Bolivia, Equador, Paraguai, Irã e Farcs.
Vou colocar o meu nariz de palhaço.
abraços.
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