Quantos se lembram o tanto que discutimos sobre isto no tópico da Avibrás até que eu criei este tópico específico?
Alguém se lembra do que foi lá escrito/debatido?
Vou refrescar a memória do povo com uma notícia de outubro de 2011:
Pois é.Marino escreveu:Não sei se foi postado. Caso AFI, me desculpem:
Avibrás e MBDA estabelecem parceria de sucesso
Foto: GeoPolítica Brasil
A Avibrás é uma empresa 100% nacional, e atua no estratégico mercado de defesa. Na área de mísseis normalmente onde não se transfere a tecnologia, a Avibrás firmou um importante acordo de cooperação com o consórcio europeu MBDA para o desenvolvimento da tecnologia de remotorização de mísseis Exocet.
Como sabemos vários países já adquiriram aeronaves e mísseis, porém os mísseis por diversas vezes ficaram custodiados, a gente sabe disso, já tivemos um exemplo bem próximo a gente no conflito das Malvinas.
Então a opção da Avibrás foi de cooperação tecnológica, onde isso ocorre muito de perto na parceria estabelecida com a MBDA, em vez de optar pela transferência de tecnologia. A transferência de tecnologia é algo visto pela Avibrás como arcaico, pois se você fizer uma transferência tecnológica é necessário possuir os meios industriais. Com relação à cooperação tecnológica não, você faz o desenvolvimento, você coopera tecnologicamente, aprende e anda para frente. Então o modelo de sucesso adotado pela empresa foi esse, onde recebeu o apadrinhamento da Marinha do Brasil, que apresentou um problema a ser resolvido.
O míssil Exocet de nossa marinha, como o de muitas marinhas pelo mundo, sendo um programa de grande sucesso da MBDA no mercado internacional, atinge seu ciclo de vida útil e ele necessita passar por um processo de remotorização, o que é algo altamente complexo e nenhum país conseguiu fazer até hoje. Não adianta fazer engenharia reversa, é necessário desenvolver e cooperar tecnologicamente para obter um resposta a essa necessidade.
Este desafio foi apresentado á Avibrás pela Marinha do Brasil, sendo aceitou o desafio junto com a MBDA. Iniciando-se em 2006 a partir de uma decisão da Marinha, com a MBDA vislumbrando que o Brasil poderia se tornar um tripé para o seu futuro (a MBDA é formada hoje por um consórcio de empresas européias, envolvendo França, Itália, Alemanha e Reino Unido), vê o Brasil como um quinto ponto de apoio, mas era necessária uma alavanca nacional que fizesse tecnologia. Nesse momento foram assinados com a Marinha do Brasil dois contratos, no fundo foi um contrato da brasileira Avibrás com a Marinha do Brasil e um contrato da MBDA com a Marinha do Brasil, onde de um lado o Brasil faria o desenvolvimento e não a absorção tecnológica e faríamos a certificação, e a MBDA seria a fiscal, e poderia dar tudo errado, porque a tendência é que o estrangeiro seja o algoz do nacional. Mas no começo foi necessário um acerto de trabalho, para que ambos os lados se respeitassem e criassem uma sinergia, isso foi criado e então a MBDA se tornou parceira da Avibrás, não é um algoz, mas acompanha e interage tecnicamente conosco, pois o míssil é em termos de patente propriedade do consórcio que o financiaram. A Avibrás esta realizando o desenvolvimento de uma nova parte do projeto, extremamente importante que nenhum país conseguiu fazer anteriormente.
A Avibrás é uma empresa nacional, situada em São José dos Campos, contando com um parque tecnológico com dimensões razoáveis construído ao longo dos anos. Para termos uma ideia, as instalações usadas nesse programa envolve cerca de 16 unidades fabris da planta de mísseis, localizada a beira de uma represa, devido ao risco de explosões, onde cada setor possui uma função definida, uma área fabrica propelente, outra área cabeças de guerra, outra eletrônica e outra as partes metálicas. Então esse aparato industrial já existia e foi aproveitado nesse programa.
O programa em si de uma maneira muito sistemática, iniciou-se me 2008 com um desenvolvimento intenso de 3 anos, exibindo como primeiro marco do programa a entrega do mock-up de voo, que seria um modelo de engenharia para que a MB já pudesse ir estudando a acomodação dos mísseis em seus navios. Durante esse período houve vários ganhos tecnológicos, basicamente na área de química, mecânica aeronáutica e também de materiais. Toda a parte de materiais é extremamente complexa e isso foi desenvolvido aqui no Brasil.
O que o míssil precisa para ser remotorizado? Precisa de um motor inicial que o tire do navio, ou seja, um booster, e na sequência um motor que o leve até o alvo, numa distância de até 60Km de voo.
No final de 2009 foi entregue o mock-up, a concepção do motor, que possui cerca de 4 metros de comprimento, pesando cerca de 500kg, dividido em 2 estágios, o primeiro de partida e o segundo de cruzeiro.
A certificação do novo motor já foi iniciada, marcando um importante evento nesse desenvolvimento de grande importância nacional, onde já foi realizada durante a LAAD 2011 a apresentação do primeiro modelo, e em breve no dia 14 de outubro será realizada a entrega do primeiro modelo para ensaio de voo, quando no mês de novembro será realizado o primeiro lançamento real aqui no Rio de Janeiro em um exercício contra um alvo naval.
Com o sucesso desse programa a MB considera estender esse programa aos mísseis Exocet lançados por seus helicópteros, onde se estuda equipar os novos EC-725 adquiridos pela marinha com estes mísseis. Outra possibilidade a ser estudada será a utilização do Exocet pelo Rafale, feito e integrado com motor brasileiro em parceria com o consórcio europeu, e como um próximo passo outros mísseis, eu diria em uma cooperação que nenhum país do mundo atingiu.
Esse é um projeto que pouquíssimos países no mundo foram capazes de concluir, tirando o consórcio europeu, americanos, russos, chineses e indianos, nenhum outro país chegou a esse nível tecnológico, o Brasil é o único país da América Latina que domina essa tecnologia hoje, e isso mostra a capacidade de nossa indústria de Defesa.
Durante o evento promovido pelo Consórcio Rafale na FIRJAN foi assinado por Sami Hassuani, Presidente da Avibrás, e Patrick de La Revelière, Vice Presidente de vendas internacionais da MBDA, um importante acordo de cooperação entre as duas empresas.
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
http://brasilnicolaci.blogspot.com/2011 ... ia-de.html
Neste artigo as dúvidas de muitos tinham sido respondidas.
A questão se houve ou não ToT está respondida acima.
A questão da importância do projeto também.
Ficou, até hoje, lá no tópico da Avibras, aberta uma questão sobre o que significava "OUTROS MÍSSEIS", e eu disse que a MB não tinha assinado nada sobre isso, que era um acordo entre a Avibras e a MBDA.
Lembram?
No artigo mostra que a patente do míssil é francesa, e o motivo da necessidade da certificação do motor nacional.
Minimizar o feito alcançado é MUITO FEIO!!!
Mais de 300 engenheiros estiveram envolvidos no projeto, novo, nacional, com soluções tecnológicas inovadoras. O resultado disso veremos em breve em anúncio da MBDA.
Só lembro que o Exocet MM-38 já está descontinuado, sem apoio do fabricante, que age como se fizesse uma "obsolescência planejada", mas também passou a produzir somente turbinas.
Outras consequências eu já escrevi: o MAN, a remotorização dos AM-39, o MAN lançado por aeronaves, o MAN lançado pelo sistema ASTROS, etc.
Mísseis com turbinas? Virão a seu tempo.
Outra consequência, que também já escrevi, é que "Marinhas Phodonas" aqui do sul possuem estoques LIMITADOS de mísseis, e que a MB pode lançar 1000 em um combate e terá mais 1000 para lançar no próximo.
Que a coleira agora nós seguramos SIM, pois a certificação foi feita e nós fabricamos o produto.
Que, ninguém está falando disso, foi estabelecido um modelo de gestão vitorioso com a indústria nacional, que em seu PRIMEIRO PROJETO DE MÍSSEIS a MB consegue uma vitória maiúscula deste nível.
Outros projetos virão, notícias disso já saíram, ou já não se lembram de notícias recentes com o Comandante da Marinha no exterior?
Em resumo, um SENHOR feito, uma SENHORA vitória, tanto industrial, como comercial, como estratégica.
Quem não gostou que tire a calcinha pela cabeça.