EUA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
PRick

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#766 Mensagem por PRick » Seg Jan 09, 2012 10:38 am

Hoje a US Navy não é sombra do que foi na década de 1980. Ela já foi muito castrada, tanto em quantidade como em qualidade, somente os 12 NAe´s foram poupados, porém seu grupamentos aéreos são muito inferiores ao que eram no passado recente.

Quanto ao resto, vale relembrar a fábula do Escorpião e o Sapo, é da natureza do escorpião o imperialismo agressivo, o capitalismo dos EUA foi construído e viveu seu auge dessa forma. Não existe outra via. Depois do Iraque, ainda temos o Afeganistão, o Irã, Coréia do Norte, Paquistão, Venezuela, China, etc... E não é só isso, os aliados apoiados pelos EUA, vivem situação de conflito permanente em várias regiões do Globo. Do mesmo modo, os EUA não querem retirar tropas da Alemanha, porque se lembram de um outro escorpião...

E isso tem repercussão enorme na política interna, como podemos observar já no início da campanha presidencial, e toda a pressão do Partido Republicano.

Enfim, os EUA hoje tem no Complexo Industrial Militar e suas FA´s o último ponto de afirmação de sua dominância global. E diminuir os gastos pode não representar qualquer solução no médio longo prazo. E como estamos assistindo com o F-35, a perda sistêmica de eficiência está afetando até mesmo os programas de armamento.

Afinal, a decadência é inevitável. Não existe coisa mais difícil do que gerenciar uma decadência, tentar vender para as pessoas um sacrifício maior no curto prazo, somente, para ter algo menos ruim no médio e longo prazo. Isso é uma tarefa indigesta para qualquer político, e com grandes chances de fracasso. E o passivo deixado, não pode ser mais recuperado, o erro já foi feito, não se volta no tempo, se a invasão do Iraque não tivesse ocorrido a história seria diferente, mas não existem "se" para o processo histórico.

Toda a contra revolução de Reagan e Tatcher se baseou na financeirização da riqueza, porque era baseada na centralização do mercado que a Guerra Fria permitia, dado o controle que os EUA exerciam sobre Alemanha e Japão. Desaparecida a divisão ideológica dos mercados globais, a erosão da capacidade industrial não poderia mais ser suprida pelo controle dos fluxos financeiros ou geopolíticos(a chantagem da proteção contra o perigo vermelho). Então, o que estamos assistindo no século XXI é o fim da centralização do mercado financeiro no mundo, não é sintomático que o Primeiro Ministro Inglês esteja falando que vai vetar qualquer tentativa de taxar as transações financeiras em seu país pela UE. Quer dizer, prefere perder os dedos, que perder seus anéis.

As perdas acumuladas entre a crise de 2008 e os custos com aventuras militares, somados com a crise Européia, alcançam valores superiores a 22 trilhões de dólares. E ainda vamos ver a perda de pelo menos uns 2 trilhões. Portanto, chegando a cifra de 24 trilhões de dólares. :shock: :shock:

[]´s




Avatar do usuário
Andre Correa
Sênior
Sênior
Mensagens: 4891
Registrado em: Qui Out 08, 2009 10:30 pm
Agradeceu: 890 vezes
Agradeceram: 241 vezes
Contato:

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#767 Mensagem por Andre Correa » Ter Jan 10, 2012 12:01 am

Aqui um histórico da frota de superfície da US Navy. Dos seus meios aereos, não achei nada.

Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem

Diminuiu muito, mas isso é relativo, pois 10 meios do início dos anos 80 não tinham a mesma capacidade do que 2 meios hoje, como por exemplo nos Destroyers ou Cruzadores.

Quanto aos meios aéreos, gostava de ver uma comparação como essa... Se alguém tiver disponível, agradecia que postasse para podermos analisar a decadência com números palpáveis.

[009]




Audaces Fortuna Iuvat
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceu: 221 vezes
Agradeceram: 424 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#768 Mensagem por rodrigo » Ter Jan 10, 2012 11:57 am

A redução da marinha americana é apenas reflexo das reduções realizadas no mundo inteiro. As marinhas russa e inglesa estão caminhando para reduções drásticas, a russa por falência e a inglesa para não falir. A China, potência emergente e concorrente dos americanos, não alcança os americanos nesse século, estão aprendendo a fazer porta-aviões enquanto os americanos são os pioneiros em sua operação na guerra moderna.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
FOXTROT
Sênior
Sênior
Mensagens: 7676
Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
Localização: Caçapava do Sul/RS.
Agradeceu: 264 vezes
Agradeceram: 106 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#769 Mensagem por FOXTROT » Ter Jan 10, 2012 12:02 pm

Caminho sem volta.
----------------------------------------------------------------------------------
terra.com.br :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock:

Tortura deixou uma mancha negra, diz ex-preso de Guantánamo
10 de janeiro de 2012 • 10h47 • atualizado às 11h08



Saber Lahmar, preso durante quase oito anos na base americana de Guantánamo, na ilha de Cuba, é agora um homem livre, mas diz que o isolamento, a humilhação e a tortura deixarão para sempre uma "mancha negra" em seu coração.

Para começar, havia "drogas em minha comida", o que, segundo o ex-prisioneiro argelino, o impedia de dormir. Além disso, afirma que as luzes fluorescentes estavam constantemente acesas em sua cela de dois metros por 1,5, com um ar condicionado gelado e uma trilha sonora de material pornográfico como música de fundo.

No entanto, as coisas pioraram. "Anos de torturas por nada", afirmou o ex-preso de 42 anos em uma entrevista por telefone desde Bordeaux, na França, onde reside desde que foi libertado por um tribunal federal americano.

Lahmar é apenas um dos muitos presos que passaram pelo buraco negro legal da prisão militar localizada na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, após os ataques de 11 de setembro de 2001. Como muitos outros prisioneiros, teve negado o direito de se defender.

Foi entregue às autoridades americanas na Bósnia, junto a outros cinco argelinos suspeitos de prepararem um ataque contra a embaixada dos Estados Unidos em Sarajevo. Quando ficou provado que estas acusações eram infundadas, foi acusado de querer se unir as guerrilhas contrárias às tropas americanas no Afeganistão.

Em 2008, Lahmar ganhou uma apelação perante um tribunal de Washington para ser libertado e o tribunal determinou que não havia evidência de crimes ou de que o acusado fosse uma ameaça para os Estados Unidos.

"Eu não fiz nada", afirmou à AFP Lahmar, um ex-professor de árabe que dirigia uma livraria em Sarajevo.

Quando chegou pela primeira vez à prisão de Guantánamo, em janeiro de 2002, lembra que lhe disseram: "Esqueça do mundo, da vida normal, esqueça tudo".

O Campo V foi o mais duro, segundo as lembranças de Lahmar. "Era para as pessoas que não falavam nos interrogatórios", disse, descrevendo as torturas as quais foi submetido, incluindo privações de sono e de alimentos e exposição constante ao ruído de um motor em movimento, que foi colocado na porta de sua cela, mas que era guardado durante as visitas da Cruz Vermelha.

"Não podia caminhar, me mover, falar; estava proibido", contou o ex-prisioneiro, que também lembrou que os carcereiros o submetiam às vezes a descargas elétricas ou introduziam gás na cela durante 20 minutos todos os dias.

Depois foi levado a Campo Eco, que descreveu como um local de isolamento completo. "Durante um ano e meio não vi o sol", afirmou, lembrando que durante os interrogatórios o obrigavam a se sentar em um banco durante 18 horas seguidas.

"Por trás disso há grandes pensadores", assegurou. "Quando não conseguiram conosco, começaram com o programa seguinte... mas não entendem que com a força não conseguirão nada", acrescentou.

Para Lahmar agora as consequências são psicológicas, não são perceptíveis, mas não o deixam virar a página.

Inclusive os guardas concordavam com ele que não havia cometido nenhum crime, afirmou, já que eles lhe diziam que estava recluso com o objetivo de fornecer informação.

Embora tenha sido libertado, ainda precisa conhecer seus próprios filhos e reconstruir sua vida. "A única coisa que quero é que me deixem tranquilo", disse. "Ainda tenho uma mancha negra em meu coração. Para limpar esta mancha eles deveriam nos devolver todos os nossos direitos. Mas como?".

"Eles dizem que eu era um terrorista", expressou. "Eles devem dizer ao mundo que eu não sou um terrorista", acrescentou.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#770 Mensagem por Penguin » Ter Jan 10, 2012 5:48 pm

Andre Correa escreveu:Aqui um histórico da frota de superfície da US Navy. Dos seus meios aereos, não achei nada.

Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem

Diminuiu muito, mas isso é relativo, pois 10 meios do início dos anos 80 não tinham a mesma capacidade do que 2 meios hoje, como por exemplo nos Destroyers ou Cruzadores.

Quanto aos meios aéreos, gostava de ver uma comparação como essa... Se alguém tiver disponível, agradecia que postasse para podermos analisar a decadência com números palpáveis.

[009]

Quanto ao aspecto quantitativo...
Desse ponto de vista, a superioridade norte-americana é esmagadora. Sua Marinha desloca quase 2,9 milhões de toneladas contra pouco mais de 3 milhões para o resto do mundo, inclusive as 280 mil ton. da China!
http://www.gazetadopovo.com.br/colunist ... lta-ao-mar




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
PRick

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#771 Mensagem por PRick » Ter Jan 10, 2012 6:39 pm

rodrigo escreveu:A redução da marinha americana é apenas reflexo das reduções realizadas no mundo inteiro. As marinhas russa e inglesa estão caminhando para reduções drásticas, a russa por falência e a inglesa para não falir. A China, potência emergente e concorrente dos americanos, não alcança os americanos nesse século, estão aprendendo a fazer porta-aviões enquanto os americanos são os pioneiros em sua operação na guerra moderna.

Isso é completamente irrelevante, a falência dos Ingleses só ajuda a aumentar os problemas dos EUA, estão vivendo o que os Russos passaram na década de 1990.

[]´s




Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 66 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#772 Mensagem por marcelo l. » Qua Jan 11, 2012 1:41 pm

http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imp ... ra-e-abrem

A decisão do governo americano de autorizar a importação de carne suína brasileira "in natura" vai permitir o acesso aos portos dos países asiáticos, grandes consumidores do produto e seus derivados. Só o Japão compra US$ 4 bilhões por ano. Em 2011, o Brasil exportou US$ 1,43 bi (PRIMEIRA PÁGINA).

EUA liberam as importações de carne suína brasileira

Medida chancela produto nacional e pode abrir um mercado consumidor de mais de US$ 7bi para o Brasil

Os Estados Unidos anunciaram ontem a abertura do mercado americano para a carne suína brasileira.

A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

Segundo ele, o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda, na sigla em inglês) reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne suína e autorizou a habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina para exportação de carne suína ‘in natura’ ao país. A medida representa um passo importante para os exportadores brasileiros que focam, principalmente, o mercado asiático - maior consumidor de carne suína do mundo -, com importações anuais superiores a US$ 7 bilhões, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.

Entre os asiáticos, o Japão é o maior importador mundial do produto, com compras anuais estimadas em US$ 4 bilhões. “Não esperamos exportar grande volume para os Estados Unidos, que têm um mercado muito competitivo, mas isso representa uma chancela de qualidade indiscutível para a carne suína brasileira. O ano de 2012 começa com boas notícias para o setor”, disse Camargo Neto.

Apesar de importarem grande quantidade de carne suína, os EUA também exportam, o que pode dificultar aos produtores brasileiros conseguir exportar grandes volumes para o país. “Os EUA permitiram que nós escolhêssemos as plantas frigoríficas. Não há limite de indústrias. Podemos indicar quantas atenderem os requisitos.
É um voto de confiança”, disse Luiz Carlos Oliveira, diretor do Departamento Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa).

Para Welber Barral, presidente da Coalizão da Indústria Brasileira (BIC, na sigla em inglês) e ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a abertura do mercado americano é como se fosse um “selo” para o produto brasileiro e deve facilitar a entrada da nossa carne suína em outros mercados, inclusive na Ásia, ainda mais após o embargo sanitário russo, em 2011, que atrapalhou o comércio externo brasileiro.
Empresários do setor também se mostraram otimistas com o anúncio.
“A notícia impacta positivamente porque a decisão também ajudará a conquistar a abertura de outros mercados como o Japão e a Europa”, afirmou Neivor Canton, vice-presidente do conselho consultivo do frigorífico Aurora.

Esses países costumam seguir os passos dos EUA, um mercado extremamente exigente. “A abertura é um recado para o mercado global. Se os EUA compram é porque a produção brasileira tem qualidade suficiente e não há necessidade de fazer exigências adicionais às que já são feitas pelos americanos.” “Isso (abertura do mercado americano) para a economia é extraordinário. Agora vem Japão e Coreia”, disse o ministro da Agricultura por telefone ao governador Raimundo Colombo (PSD), de Santa Catarina, único estado reconhecido internacionalmente como livre de febre aftosa sem necessidade de vacinação e que concentra grande parte da produção nacional de suínos. “O embargo da Rússia nos atrapalhou muito.
Agora estabelecemos um outro patamar”, complementou.


Para os estados livres de aftosa com vacinação, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos EUA autorizou a habilitação de unidades para exportação de carne suína cozida e processada, desde que a industrialização ocorra em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e habilitados como produtores de matéria-prima. Nos demais estados, o Ministério da Agricultura fará uma supervisão nas plantas.

Na próxima semana, sairá uma lista oficial com seis plantas, de três empresas, localizadas em Santa Catarina, que estarão habilitadas a começar a vender para os EUA. Mendes Ribeiro disse que elas já foram selecionadas e receberão um comunicado ainda esta semana.

O Ministério da Agricultura informou que a principal preocupação dos americanos dizia respeito à falta de fiscais federais agropecuários nos estabelecimentos habilitados, mas a pasta já se comprometeu a atender a exigência.

Números

No ano passado, segundo a Abipecs, o Brasil exportou 516.419 toneladas de carne suína, volume 4,4% inferior ao verificado em2010.Orecuo refletiu, principalmente, o embargo russo. Em valores, entretanto, houve aumento de 7%, com faturamento de US$ 1,43 bilhão.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#773 Mensagem por Penguin » Qua Jan 11, 2012 5:03 pm

11 de Janeiro, 2012 - 15:11 ( Brasília )
Geopolítica
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... a-Alemanha

Nova estratégia militar deverá reduzir presença dos EUA na Alemanha

Cerca de 52 mil soldados americanos ainda estão estacionados em território alemão. Com a nova estratégia militar focada na Ásia e no Pacífico, o número deverá ser reduzido. E novas tarefas aguardam os alemães.

O governo dos Estados Unidos precisa economizar. Uma tarefa praticamente inglória, diante da dívida pública de mais de 15 trilhões de dólares. Duas guerras de custos exorbitantes – a do Iraque e a do Afeganistão – fizeram com que o orçamento da Defesa explodisse nos últimos dez anos.

Sendo assim, as Forças Armadas não serão poupadas das medidas de contenção de gastos, afirmou o presidente Barack Obama, em Washington, na última quinta-feira (05/01), num raro pronunciamento no Pentágono.

Obama apresentou pessoalmente a nova estratégia norte-americana de Defesa. Segundo o presidente, não haverá cortes gerais ou de forma indiscriminada, mas obedecendo diretrizes estratégicas.

A nova estratégia militar dos EUA privilegia o Pacífico e a Ásia, seguidos pelo Oriente Médio. Com isso, a Europa passa da primeira para a terceira posição na lista de prioridades geográficas dos norte-americanos.

Segundo o secretário de Defesa, Leon Panetta, a região da Ásia e do Pacífico, bem como o Oriente Médio, "ganham um significado cada vez maior para o futuro dos EUA no que diz respeito à economia e à segurança nacional". Por isso, de acordo com ele, a presença norte-americana será intensificada nestas regiões, embora os investimentos em alianças, como a Otan, deverão ser também fortalecidos.

Menos soldados dos EUA na Alemanha

O presença das tropas norte-americanas na Europa irá, nas palavras de Panetta, "necessariamente" se adaptar à nova realidade, "sobretudo diante das necessidades de segurança na Europa em comparação com prioridades estratégicas em outros lugares".

Com cerca de 52 mil soldados, a Alemanha abriga o segundo maior contigente de tropas dos Estados Unidos no exterior, atrás apenas do Afeganistão. Só não se sabe até quando. "Os americanos vão muito provavelmente continuar reduzindo suas tropas na Europa, incluindo o fechamento de algumas bases", afirma o especialista em segurança Otfried Nassauer, diretor do Centro de Informação para a Segurança Transatlântica (BITS).

Isso implicará também perdas econômicas para algumas regiões da Alemanha, caso os EUA reduzam, de fato, a presença militar no país. O especialista em segurança Oliver Thränert, do Instituto Alemão de Relações Internacionais e de Segurança (SWP), prevê que o volume das tropas americanas na Alemanha irá ser reduzido, mas diz que os EUA não vão retirar todo o contingente estacionado no país europeu.

"Principalmente o posto de Ramstein tem uma importância enorme para as estruturas de comando e de comunicação, bem como para o atendimento médico aos soldados norte-americanos", declarou à Deutsche Welle.

Documentos secretos da Secretaria de Defesa, datados do dia 21 de janeiro de 2010 e publicados pela plataforma Wikileaks, dão uma ideia mais concreta dos efeitos da nova estratégia militar dos EUA para a Alemanha. No conteúdo ultrassecreto consta que, no mais tardar até 2015, os EUA deverão retirar 10.471 soldados e funcionários norte-americanos da Alemanha.

A retirada vai afetar 23 bases nos estados alemães de Hessen e Baden-Württemberg. Os respectivos postos militares deverão ser entregues às Forças Armadas da Alemanha. Como a Bundeswehr também passa por reformas e contenção de despesas, o uso delas deverá ser muito limitado.

Na cidade de Mannheim, por exemplo, a retirada das tropas norte-americanas deverá acarretar um rombo no orçamento municipal em torno de 6 milhões de euros anuais. Em Heidelberg, a cidade na qual as tropas americanas se encontram estacionadas há mais tempo, as perdas girarão em torno de 7,5 milhões de euros por ano.

Destino das armas nucleares na Alemanha

A nova estratégia não menciona, contudo, o destino das estimadas 20 armas nucleares dos EUA que se encontram no estado da Renânia-Palatinado, as últimas em território alemão. Por um lado, o documento afirma que os americanos não terão mais que contribuir tanto para a tradicional segurança da Europa como no passado. Mas, por outro, não pretendem deixar de lado suas obrigações de segurança no âmbito da Otan.

"Caso reduzam suas tropas, os EUA poderiam, em contrapartida, utilizar suas armas nucleares de maneira mais ostensiva como um sinal político", diz o especialista. Assim ninguém poderia dizer que eles não estariam mais cumprindo com suas obrigações.

Desta forma haveria um novo argumento de peso para manter a presença das armas nucleares em território alemão. No entanto, Obama já se posicionou em prol de um mundo sem armas atômicas. "Pode-se também interpretar que os EUA estão cogitando um desarmamento nuclear", resume Nassauer.

Mais tarefas para os alemães

O diretor do BITS prevê que a nova estratégia militar norte-americana vai significar também novas tarefas para os alemães. "A Europa não é, em primeira linha, uma consumidora da segurança fornecida pelos americanos, mas sim, junto com os americanos, fornecedora de segurança para o mundo", diz o especialista.

É possível que os americanos exijam que os alemães assumam parte das tarefas militares de Defesa no mundo, conclui. Ou seja, a Bundeswehr teria que atuar em prol da manutenção da ordem mundial. Thränert chega a uma conclusão semelhante: "A Europa vai continuar sendo um parceiro importante para os EUA, mas os europeus terão que, no futuro, resolver sozinhos os conflito nas vizinhanças".

Autora: Arne Lichtenberg (sv)
Revisão: Alexandre Schossler




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#774 Mensagem por Penguin » Qua Jan 11, 2012 5:26 pm

PRick escreveu:
rodrigo escreveu:A redução da marinha americana é apenas reflexo das reduções realizadas no mundo inteiro. As marinhas russa e inglesa estão caminhando para reduções drásticas, a russa por falência e a inglesa para não falir. A China, potência emergente e concorrente dos americanos, não alcança os americanos nesse século, estão aprendendo a fazer porta-aviões enquanto os americanos são os pioneiros em sua operação na guerra moderna.

Isso é completamente irrelevante, a falência dos Ingleses só ajuda a aumentar os problemas dos EUA, estão vivendo o que os Russos passaram na década de 1990.

[]´s
Nem perto Prick.
Os Russos sofreram um colapso do seu sistema econômico e político que simplesmente deixou de existir.
Os americanos sofrem uma forte crise econômica que pode ser superada ou não. Outras já ocorreram e foram superadas (1929, 1973 por exemplo).
Em 2010, o setor empresarial americano obteve lucro recorde histórico (USD 1,65 trilhão). Em 2011 a produção industrial deles cresceu 3,7% (a nossa caiu 2,2%). Sinal de que o setor produtivo não está mal das pernas (http://www.nytimes.com/2010/11/24/busin ... 4econ.html).

O gráfico abaixo mostra a evolução no longo prazo do PIB americano. O que acontecerá no futuro? Eu não sei. O mundo pode acabar em 2012... :roll:

Imagem

O mesmo gráfico em escala logarítmica:

Imagem

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
PRick

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#775 Mensagem por PRick » Qua Jan 11, 2012 6:19 pm

Penguin escreveu:
PRick escreveu:
Isso é completamente irrelevante, a falência dos Ingleses só ajuda a aumentar os problemas dos EUA, estão vivendo o que os Russos passaram na década de 1990.

[]´s
Nem perto Prick.
Os Russos sofreram um colapso do seu sistema econômico e político que simplesmente deixou de existir.
Os americanos sofrem uma forte crise econômica que pode ser superada ou não. Outras já ocorreram e foram superadas (1929, 1973 por exemplo).
Em 2010, o setor empresarial americano obteve lucro recorde histórico (USD 1,65 trilhão). Em 2011 a produção industrial deles cresceu 3,7% (a nossa caiu 2,2%). Sinal de que o setor produtivo não está mal das pernas (http://www.nytimes.com/2010/11/24/busin ... 4econ.html).

O gráfico abaixo mostra a evolução no longo prazo do PIB americano. O que acontecerá no futuro? Eu não sei. O mundo pode acabar em 2012... :roll: ....................................................

[]s
Quem disse que estava fazendo uma comparação de caráter econômico? Estava comparando a perda de prestigio, de status, de super potência em decadência. A dos Russos isso foi muito rápido, porém, essa sensação é sem dúvida desmoralizadora.

Quando bases deverão ser fechadas, navios aposentados, contingentes reduzidos, bandeiras retiradas de muitos mastros pelo mundo. Isso representa o fim de uma era. Como dizem, isso não tem preço. :mrgreen: :mrgreen:

[]´s




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#776 Mensagem por Penguin » Qua Jan 11, 2012 8:13 pm

PRick escreveu:[ quote="Penguin"]
PRick escreveu:
Isso é completamente irrelevante, a falência dos Ingleses só ajuda a aumentar os problemas dos EUA, estão vivendo o que os Russos passaram na década de 1990.

[]´s
Nem perto Prick.
Os Russos sofreram um colapso do seu sistema econômico e político que simplesmente deixou de existir.
Os americanos sofrem uma forte crise econômica que pode ser superada ou não. Outras já ocorreram e foram superadas (1929, 1973 por exemplo).
Em 2010, o setor empresarial americano obteve lucro recorde histórico (USD 1,65 trilhão). Em 2011 a produção industrial deles cresceu 3,7% (a nossa caiu 2,2%). Sinal de que o setor produtivo não está mal das pernas (http://www.nytimes.com/2010/11/24/busin ... 4econ.html).

O gráfico abaixo mostra a evolução no longo prazo do PIB americano. O que acontecerá no futuro? Eu não sei. O mundo pode acabar em 2012... :roll: ....................................................

[]s
Quem disse que estava fazendo uma comparação de caráter econômico? Estava comparando a perda de prestigio, de status, de super potência em decadência. A dos Russos isso foi muito rápido, porém, essa sensação é sem dúvida desmoralizadora.

Quando bases deverão ser fechadas, navios aposentados, contingentes reduzidos, bandeiras retiradas de muitos mastros pelo mundo. Isso representa o fim de uma era. Como dizem, isso não tem preço. :mrgreen: :mrgreen:

[]´s[/quote]

-------------------------------------------------

Prick,

Isso pode ser conjuntural. Pode tb não ser.
No longo prazo, poderio militar está atrelado a poderio econômico.
Fazer previsões de médio/longo prazo não é algo trivial. As projeções funcionam se mantidas certas premissas e mantidas inalteradas muitas outras coisas virtualmente impossíveis de serem previstas.
Quem poderia prever o fim da URSS dez anos antes? Seria taxado provavelmente de maluco com toda certeza.
Creio que poucos, talvez só lunáticos, apostariam durante a crise de 1929 que os EUA terminariam o século como a potência militar hegemônica.

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
PRick

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#777 Mensagem por PRick » Qua Jan 11, 2012 8:26 pm

Penguin escreveu:
Prick,

Isso pode ser conjuntural. Pode tb não ser.
No longo prazo, poderio militar está atrelado a poderio econômico.
Fazer previsões de médio/longo prazo não é algo trivial. As projeções funcionam se mantidas certas premissas e mantidas inalteradas muitas outras coisas virtualmente impossíveis de serem previstas.
Quem poderia prever o fim da URSS dez anos antes? Seria taxado provavelmente de maluco com toda certeza.
Creio que poucos, talvez só lunáticos, apostariam durante a crise de 1929 que os EUA terminariam o século como a potência militar hegemônica.

[]s
Tudo na história é conjuntura, porém, a decadência da sociedade dos EUA começou na década de 1970. Não é de agora, o processo se acelerou por vários motivos, e continua se acelerando contra dos EUA. As previsões feitas no início do século estão sendo ultrapassadas pela dinâmica dos fatos.

A grande diferença da crise de 1929 e a atual, é que a de agora não afeta todos os países, pelo contrário, ela está sendo benéfica para vários países, e o motivo é simples, ao contrário de 1929, a economia mundial não depende mais exclusivamente do antigo centro do sistema. A crise atual comprova é que o centro do sistema está mudando.

Por sinal, procure em sua casa algum produto que esteja escrito Made in USA, ou qualquer país Europeu, e veja o que você encontrará, Made in .....? :|


[]´s




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#778 Mensagem por Penguin » Qua Jan 11, 2012 8:32 pm

PRick escreveu:
Penguin escreveu:
Prick,

Isso pode ser conjuntural. Pode tb não ser.
No longo prazo, poderio militar está atrelado a poderio econômico.
Fazer previsões de médio/longo prazo não é algo trivial. As projeções funcionam se mantidas certas premissas e mantidas inalteradas muitas outras coisas virtualmente impossíveis de serem previstas.
Quem poderia prever o fim da URSS dez anos antes? Seria taxado provavelmente de maluco com toda certeza.
Creio que poucos, talvez só lunáticos, apostariam durante a crise de 1929 que os EUA terminariam o século como a potência militar hegemônica.

[]s
Tudo na história é conjuntura, porém, a decadência da sociedade dos EUA começou na década de 1970. Não é de agora, o processo se acelerou por vários motivos, e continua se acelerando contra dos EUA. As previsões feitas no início do século estão sendo ultrapassadas pela dinâmica dos fatos.

A grande diferença da crise de 1929 e a atual, é que a de agora não afeta todos os países, pelo contrário, ela está sendo benéfica para vários países, e o motivo é simples, ao contrário de 1929, a economia mundial não depende mais exclusivamente do antigo centro do sistema. A crise atual comprova é que o centro do sistema está mudando.

[]´s
Previsões feitas hoje podem e provavelmente serão atropeladas pela dinâmica dos fatos futuros.
Crises, bolhas, conflitos, inovações etc.

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
PRick

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#779 Mensagem por PRick » Qua Jan 11, 2012 8:39 pm

Penguin escreveu:

Previsões feitas hoje podem e provavelmente serão atropeladas pela dinâmica dos fatos futuros.
Crises, bolhas, conflitos, inovações etc.

[]s
Não existe milagres, o grande produto dos EUA, desde 1970, tem um nome DÓLAR, é isso que os EUA se especializou em produzir nos últimos 40 anos. Quer dizer se tornaram o grande gigolô do mercado financeiro e de entreposto de consumo.

[]´s




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

#780 Mensagem por Penguin » Qua Jan 11, 2012 8:56 pm

PRick escreveu:
Penguin escreveu:

Previsões feitas hoje podem e provavelmente serão atropeladas pela dinâmica dos fatos futuros.
Crises, bolhas, conflitos, inovações etc.

[]s
Não existe milagres, o grande produto dos EUA, desde 1970, tem um nome DÓLAR, é isso que os EUA se especializou em produzir nos últimos 40 anos. Quer dizer se tornaram o grande gigolô do mercado financeiro e de entreposto de consumo.

[]´s
Qual foi o país cujo governo e empresas mais investiram em inovação nos últimos 40 anos, Prick?

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Responder