Santiago escreveu:
Na Suiça os militares avaliaram sim todos os componentes de custos envolvidos (inclusive o custo do ciclo de vida), além dos demais aspectos. Ninguém mais capacitado do que uma Forças Aérea para avaliar esses custos.
Embora o Gripen provavelmente estivesse classificado em 3o lugar quanto ao desempenho (é uma caça monomotor), atendeu como os demais aos requisitos operacionais estipulados e possuía os menores custos (aquisição e operação).
O Conselho Federal de posse dessas informações, sabendo que os 3 caças atendiam aos requisitos e que entre os 3 o Gripen estava classificado em 3o lugar quanto a desempenho, mas era significativamente menos oneroso, resolveram optar pelo mais barato. Ou seja, os políticos foram informados de todos os aspectos e tomaram uma decisão. Decisão essa política, mas embasados em uma relatório feito pelos militares, que deveria (como o daqui) ser sigiloso. Ordem lógica das coisas.
A FAB faz uma avaliação abrangente, incluindo custos, pois é tecnicamente, provavelmente, a única instituição capaz de fazê-lo. Envia um relatório com algumas centenas de folhas para o MD (resumo das milhares de folhas geradas). Suponho que esse relatório resumido tenha abordado todas as questões avaliadas, desempenho, logisticas e custos, off sets, ToT, etc. O MD informa ao GF os diversos aspectos avaliados pela FAB, provavelmente através de uma síntese do resumo. E caberia ao Governo tomar sua decisão, adicionando outros aspectos (políticos) na avaliação, que extrapolam a responsabilidade e a competência da FAB.
Geralmente uma avaliação dessas é complexa e inclui diversos aspectos, entre aos quais atendimento aos requisitos operacionais estipulados, custos, às condições das ofertas de compensação comercial e o grau de transferência de tecnologia quando parte do processo.
A FAB tinha um modelo formal de seleção (baseado em normas escritas). O MD e o GF deveriam (parece que não estavam) estar cientes desse modelo. Se não concordassem deveriam ter solicitado um outro. E deveriam ter dado a ordem à FAB para não avaliar custos. Escolher o melhor que existisse sem se preocupar com o preço. Creio que a FAB ficaria feliz da vida.
Imagino se um pai dissesse para um filho que acabasse de completar 18 anos: "Filho, vou te dar um presente. Faça uma lista de 3 carros de sua preferência, sem se preocupar com preço, consumo ou manutenção. Desses 3 vou escolher um e estamos entendidos". Creio que o guri iria ficar em êxtase. Na Índia foi mais ou menos assim. Coisa de Marajá. Mas nem todo guri possui um pai Marajá.
Para mim é incompreensível que pelo menos o MD não estivesse a par de como o processo de seleção do provável mais custoso programa militar em curso se desenvolveria.
[]s
Teu post é correto.
O que talvez alguns de nós coloque em julgamento aqui,pelo menos é este o meu caso,não é capacidade ou atribuição legítima da FAB em avaliar tanto desempenho de combate quanto custos operacionais e de manutenção da aeronave e no caso específico deste FX2 também das contrapartidas tecnológicas.
E sim se deveria haver uma classificação global envolvendo todos estes itens sendo divulgada como:"Avaliação técnica da FAB"!,já falei isso inclusive em outro post.
Para mim e imagino para a maioria da população de leigos,"Avaliação técnica da FAB",significa strictu senso a: avaliação das capacidades de combate da aeronave,já que tratá-se de uma arma de guerra.
Apontar um dos concorrentes como "melhor" e "vencedor" por ser mais barato e de menores custos operacionais,mas passando a sensação pública de que é a melhor arma de combate, simplesmente não é atribuição dela,e sim dos responsáveis pelo orçamento da União.
Cabe mais legitimamente a FAB apontar qual o melhor avião de guerra,assim com cabe mais legitimamente ao GF decidir-se pelo mais barato ou mais caro ou nenhum deles.
O que nos leva a pensar,que a despeito do vazamento indecente e maldoso de um relatório de avaliação preliminar do FX2 para a midia,nos termos que coloquei acima,(,"Avaliação técnica da FAB"),a maneira com que foi conduzido todo o processo pelo MD,foi equivocada.
Colocá-se numa lista final,um caça mono motor leve, junto a dois bi motores semi pesados e Navais,isto deixa nítido a preocupação fundamental da Força Aérea desde o inicio do processo,mais com a questão dos custos e precariedade contumaz de sua capacidade econômica/operacional,do que com o objetivo primário que seria escolher o mais poderoso caça para defesa aéra do país que existisse no mercado fornecendo contra partidas tecnológicas.
No Brasil até na hora de escolher um caça,se coloca como opção um plano B de gato escaldado,um puxadinho de lona caso chova,e não se tem a coragem de bater de frente e mostrar para quem assina o cheque,que quem está na chuva é para se molhar mesmo,se não for assim fica como está,mas com a cabeça erguida.
SDS.