UM MBT NACIONAL

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#46 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 4:02 pm

EXATO! Tocaste no ponto! E vou além: se a REALIDADE for essa, para que nos importarmos com uma Indústria de Defesa? Me entendeste? Ou partimos decisivamente para P&D aqui mesmo ou nos contentemos definitivamente em sermos os mandaletes da potência do momento, de vez em quando recusando a dizer 'amém' ms sempre com medo de tomar umas pauladas...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#47 Mensagem por pt » Seg Nov 21, 2011 4:37 pm

As viaturas blindadas com dois motores, mostraram na maioria dos casos ser demasiado complicadas. Multiplicam por dois as peças moveis e aumentam muito a complexidade de engrenagens associada à colocação acoplada dos motores.

Um carro de combate, está sempre sujeito a esforços mecânicos que ultrapassam tudo o que é imaginável para viaturas civis mesmo para viaturas comerciais ou agricolas.

Somar a isto, a complexidade de dois motores e a necessidade de as viaturas percorrerem grandes distâncias...




Avatar do usuário
Reginaldo Bacchi
Sênior
Sênior
Mensagens: 2434
Registrado em: Sex Fev 01, 2008 9:46 am
Localização: São Paulo, SP
Agradeceram: 272 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#48 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Seg Nov 21, 2011 4:41 pm

Tulio escreveu: "... PS.: o fato de não existir (que eu saiba) propulsão dupla ou híbrida em algum MBT não significa necessariamente que NÃO POSSA existir. É apenas questão de se criar um projeto confiável. E tudo tem de começar de/em algum ponto, não? ...".

Por mais incrivel que pareça o 2º carro de combate francês da 1ª Guerra Mundial, o St. Chamond tinha transmissão hibrida.

Ferdinando Porsche tinha uma verdadeira paixão por transmissão hibrida. O seu carro Lohner-Porsche de 1910 tinha este tipo de transmissão.

Seu tank destroyer Ferdinand também tinha transmissão hibrida.

O carro de combate estadunidense que deveria substituir o Sherman, designado na fase experimental como T-26, era para ser de transmissão hibrida.

Foi testado, aprovado e liberado para produção. Quando estavam começando os trabalhos de produção em série cancelaram a sua introdução devido a que só então perceberam que não tinham na sua organização logística, nem equipamento nem pessoal treinado para fazer trabalho de manutenção do motor elétrico deste carro, na quantidade que seria necessário.

Felizmente o T26 tinha sido também testado com transmissão mecânica e esta substituiu a hibrida no veiculo de serie (M26).

Tulio escreveu: “... Por exemplo, na 2GM não faltou quem achasse uma característica NEGATIVA do T-34 (incidentalmente o primeiro CC com características de MBT do mundo) a falta da metralhadora do radiotelegrafista ao lado do motorista (perda de poder de fogo) e o uso de motor diesel (mais pesado e caro que os a gasolina), além das superfícies inclinadas, mais caras e difíceis de fazer. Não obstante... ...“.

Tulio, nos cerca de 500 livros que eu tenho sobre veículos blindados, jamais li este comentário.

Inclusive porque naquela época a esmagadora maioria dos carros de combate médio e pesados do mundo tinham metralhador ao lado do motorista.

A grande critica que encontrei sobre o T-34 com canhão de 75 mm, foi sobre o fato de que este canhão estava alojado numa torre de 2 pessoas, e que o atirador era o próprio comandante do carro.

Tal defeito foi reconhecido pelos soviéticos,que quando introduziram o canhão de 85 mm no lugar do 75, o fizeram numa torre de 3 pessoas, com atirador, deixando ao comandante só com a função de comando.

Bacchi




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#49 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 4:49 pm

PT - Creio que o BACCHI te respondeu, se eu o fizer seria apenas redundante e considero fazer isso como INSULTO INTELECTUAL a meu intelocutor. :wink: 8-]

BACCHI - Li numa revista faz TEEEEEMPO e gente da nossa idade não é famosa pela precisão da memória. O FATO é que, à exceção do T-34, todo mundo tinha radiotelegrafista com metralhadora. De resto, concordo com tudo que escreveste até porque vem em reforço do que eu e o Leandro estamos postulando (o que não quer dizer que tenhamos razão, claro. PROPOR algo diferente não siognifica de modo algum propor algo MELHOR... :wink: 8-] ).

Mas não nego que estou curiosíssimo pela propulsão proposta pelo Leandro, não entendo a utilidade/necessidade daqueles motores elétricos mas não vou dar um pio até ENTENDER.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
helio
Sênior
Sênior
Mensagens: 2074
Registrado em: Ter Nov 23, 2004 1:56 pm
Localização: São Paulo / SP
Agradeceram: 25 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#50 Mensagem por helio » Seg Nov 21, 2011 4:59 pm

Túlio escreveu:PT - Creio que o BACCHI te respondeu, se eu o fizer seria apenas redundante e considero fazer isso como INSULTO INTELECTUAL a meu intelocutor. :wink: 8-]

BACCHI - Li numa revista faz TEEEEEMPO e gente da nossa idade não é famosa pela precisão da memória. O FATO é que, à exceção do T-34, todo mundo tinha radiotelegrafista com metralhadora. De resto, concordo com tudo que escreveste até porque vem em reforço do que eu e o Leandro estamos postulando (o que não quer dizer que tenhamos razão, claro. PROPOR algo diferente não siognifica de modo algum propor algo MELHOR... :wink: 8-] ).

Mas não nego que estou curiosíssimo pela propulsão proposta pelo Leandro, não entendo a utilidade/necessidade daqueles motores elétricos mas não vou dar um pio até ENTENDER.
Tulio
Não era necessáriamente um radiotelegrafista. Nos M4 Sherman e no M3 Stuart, a metralhadora com reparo rotular era utilizado pelo AUXILIAR DO MOTORISTA. O rádio ficava na torre e utilizado pelo chefe do carro.

Quanto a 2 motores sincronizados, tivemos 2 modelos que foram verdadeiros tormentos para equalizar : o M3 Lee e o T-17 Deerhound
Os M3 Lee segundo relato de veteranos não raro se arrastavam com apenas um motor funcionando. A sincronização era um trabalho de artista.


Existem fábricas que fabricam motores especializados para CC. É só fabricar sob licença. A caterpillar, Volvo,Scania, Mercedes Benz e IVECO poderia muito bem fabricá-los aqui.


Abraços

Hélio




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceram: 812 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#51 Mensagem por LeandroGCard » Seg Nov 21, 2011 5:34 pm

pt escreveu:As viaturas blindadas com dois motores, mostraram na maioria dos casos ser demasiado complicadas. Multiplicam por dois as peças moveis e aumentam muito a complexidade de engrenagens associada à colocação acoplada dos motores.

Um carro de combate, está sempre sujeito a esforços mecânicos que ultrapassam tudo o que é imaginável para viaturas civis mesmo para viaturas comerciais ou agricolas.

Somar a isto, a complexidade de dois motores e a necessidade de as viaturas percorrerem grandes distâncias...
PT,

Acho que o Bacchi já deu uma adiantada na questão do uso de transmissão híbrida, o que facilitaria enormemente a adoção de dois motores. Neste caso podem nem existir engrenagens, cada motor diesel trabalharia independente do outro, e as peças duplicadas seriam apenas as dos próprios motores. A grande vantagem seria permitir a utilização de motores caminhões de série com um mínimo de modificações, o que traria além da redução de custo (dois motores de série custam muito menos que um único motor de produção especial) e da maior confiabilidade (até mesmo se um motor fosse atingido e destruído o carro perderia mobilidade, mas continuaria andando) permitiria ainda uma maior versatilidade, pois poderiam ser adotadas diversas combinações de motores para cada aplicação do chassi.

Mas mesmo se fosse utilizada uma transmissão convencional mecânica a quantidade de componentes à mais é muito pequena, pois apenas na entrada da caixa de câmbio seriam colocados dois apoios para as duas engrenagens dos eixos de cada motor e a engrenagem do eixo central, e a partir daí o câmbio seria praticamente o mesmo. Apenas as embreagens é que seriam duplicadas junto com os motores, com a mesma vantagem de poderem ser de série (a transmissão híbrida nem mesmo usa embreagens).


Túlio, não esqueci de você, vou tentar dar exemplos explicando o sistema quando chegar em casa.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
pt
Sênior
Sênior
Mensagens: 3131
Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
Localização: Setubal - Portugal
Agradeceram: 161 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#52 Mensagem por pt » Seg Nov 21, 2011 5:46 pm

PT - Creio que o BACCHI te respondeu, se eu o fizer seria apenas redundante e considero fazer isso como INSULTO INTELECTUAL a meu intelocutor.
O que o Bachi disse é tudo verdade, mas confirma exactamente o que eu disse.

Se verificar, o caça-tanques «Ferdinand» a que o Bachi se refere, é nada mais nada menos que a versão da Porshe para o tanque Panzer-VI «Tiger».

A versão da Porshe foi recusada exactamente porque era demasiado complicada. Como tinham sido produzidos aproximadamente 100 chassis, eles acabaram sendo aproveitados como caça-tanques.

É por isso que a Porshe foi retirada da corrida e o tanque Panzer VI foi produzido pela Henshel.

Tanque Panzer VI:
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=43

Caça-tanques Ferdinand:
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=158


Quanto ao carro de combate Saint Chamond, tanto quanto sei ele tinha apenas um motor Panhard & Levassor.
Há exemplos mais conhecidos de carros de combate com dois motores.

Os mais conhecidos são os britânicos, com o tanque Matilda-II:
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/ter.aspx?NN=306
e os americanos com o M-5 «Stuart»
http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/ter.aspx?NN=61

No caso britânico, a ideia era aproveitar os motores que os britânicos produziam para os famosos «Double Deckers» onibus de dois andares de Londres.
Mas a solução demonstrou ser muito pouco prática.
Logo que o conceito de tanque de infantaria foi abandonado (e os tanques rápidos passaram a ser norma), foi necessário introduzir novos tanques e novos motores.


Em ambos os casos foram soluções de recurso, resultado da necessidade absoluta de mais viaturas e não de uma opção técnica.




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#53 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 6:05 pm

PT, é absolutamente UM IMENSO PRAZER debater contigo em uma área onde tem que trabalhar para te encarar. Bueno:

- Os veículos supramencionados - ao menos assim entendi - servem apenas como BASE para o que estamos propondo. Não haviam motores, suspensões e transmissões 'inteligentes' no tempo dos CCs citados, tri? :wink: 8-]

- Hoje há essa tecnologia à disposição. Ou, na remotíssima hipótese de não haver, qual a dificuldade em desenvolver?


PS.: nem precisas me citar o AM, não passa semana que eu não vá lá em busca de dados sobre armas e sistemas, sem rasgar seda mas para mim é um senhor Site.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#54 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 7:22 pm

CALMA, PRICK, deixes a gente definir melhor o que nós (DB) queremos e aí sim, vamos te torrar para desenhar... :wink: 8-]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
Boss
Sênior
Sênior
Mensagens: 4136
Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
Agradeceram: 356 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#55 Mensagem por Boss » Seg Nov 21, 2011 7:50 pm

Que empresa usaríamos para fabricar um MBT 100% nacional ? Digo a empresa que iria compor o projeto (provavelmente em parceria com o EB como no caso do Guarani) e montar o MBT, não fazer tudo, porque isso obviamente seriam várias empresas.




REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#56 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 8:16 pm

No que me diz respeito, BOSS, trata-se apenas de um MBT DO DB, ou seja, um mero exercício TEÓRICO! Não temos suporte nem patrocínio para isso de nada além de nossos próprios neurônios e PCs e a as infos estão abertas a quem for registrado, ou seja, necas de COPYRIGHTS idem... :wink: 8-]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
Boss
Sênior
Sênior
Mensagens: 4136
Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
Agradeceram: 356 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#57 Mensagem por Boss » Seg Nov 21, 2011 8:19 pm

Ah tá, achei que estávamos pensando em tudo, não só no MBT em si... :wink:




REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Avatar do usuário
Matheus
Sênior
Sênior
Mensagens: 6182
Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
Agradeceram: 432 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#58 Mensagem por Matheus » Seg Nov 21, 2011 8:44 pm

A Scânia tem um moderno motor V8 9.3 com 620cvs. Não sei se já está sendo produzido ou montado por aqui. Talvez um V12 baseado nele, possa chegar sem muitos problemas e com a fiabilidade de um motor comercial aos 1000 Cvs.




Avatar do usuário
gogogas
Sênior
Sênior
Mensagens: 2151
Registrado em: Dom Jun 14, 2009 5:48 pm
Agradeceram: 219 vezes

Re: UM MBT NACIONAL

#59 Mensagem por gogogas » Seg Nov 21, 2011 10:10 pm

E sobre o armamento ...
Canhão de 105 mm ou 120 mm
Será que poderia instalar o REMAX ???
Imagem
crédito ...Vinicius Pimenta




Gogogas !
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61270
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: UM MBT NACIONAL

#60 Mensagem por Túlio » Seg Nov 21, 2011 11:50 pm

Insisto nos 120 citados pelo BACCHI!!

Só que L/55, claro... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Responder