Corpo de Fuzileiros Navais

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Enlil
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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#466 Mensagem por Enlil » Seg Nov 14, 2011 2:15 am

Naval escreveu:
henriquejr escreveu:Putz....eu ficaria muito inseguro desembarcar de um navio, no mar, dentro de uma viatura dessas!!! Eu só imagino isso afundando!!!
Olá Henrique.

Verdade. Nos primeiros desembarques essa insegurança é natural (vai mesmo na fé em Deus), mas depois vc fica firme. A viatura é muito segura e foi projetada para isso. Nos anos que participei das operações, só vi incidente uma vez, mas o pessoal se safou.

Detalhe, quando se está deslocando no mar vc tem q estar com o colete salva dias obrigatoriamente, só quando o patrão comanda o ATENÇÃO, vc tira o colete.

Sempre tem treinamento de como se safar quando ocorrem incidentes. A viatura tem saídas de emergência, é por isso que Fuzileiro tem q saber obrigatoriamente natação utilitária(equipamentos).

Abraços.
Naval, incidente de que natureza? Por acaso o CLANF foi "a pique"?


[].




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#467 Mensagem por brasil70 » Seg Nov 14, 2011 1:38 pm

Naval escreveu:
brasil70 escreveu:Quantos anos é o tempo de serviço no CFN? E tem como aumentar o tempo com a subida de patentes?
Respondendo sua pergunta.

Depende do que deseja.
Vários caminhos.

(1) Se tem 18 anos e não quer servir como mero conscrito nas Forças Armadas?
R= É uma excelente chance de servir numa tropa especial, com elevado espírito de corpo e, como soldado profissional, não como um recruta.

Ingresso: Concurso Público;
Nível da prova: Ensino Fundamental;
Matérias: Matemática, Português e Redação;
Fases: Escrita, Física, Psicológica, Saúde e Verificação de Documentos;
Idade: 18 a 21 anos.

Caso seja aprovado.

Internato: 03 meses, onde após, será declarado Soldado Fuzileiro Naval e, enviado para servir numa OM da Marinha/CFN, dependendo da sua colocação pode escolher.

Tempo mínimo de serviço do Contrato com a Marinha: 03 anos obrigatório, contando serviço militar obrigatório e enganjamento(pra sair antes, só se for expulso);

Após 03 anos, vc deve decidir se deseja prosseguir na carreira militar como praça ou se já está satisfeito por terminado o contrato, nesse caso, basta pedir o desligamento.

Caso deseje prosseguir a carreira como praça, será verificado se vc tem pontuação pra cursar especialização como Cabo.

Requisitos: 1-Conceito Militar excelente(punições; cursos; premiações; elogios), 2-Tiro(somente perito atirador e atirador de 1ºgrau em pistola e fuzil) e, 3-teste físico excelente(corrida; natação; barra; flexão; abdominal).

Preenchidos esses requisitos será enviado para cursar uma especialização como Cabo no CIASC (Infantaria; Artilharia; Comunicações; Engenharia; Enfermagem etc).

Caso não tenha pontuação suficiente, poderá requerer mais um ano como soldado e, aguardar se no próximo ano tenha chance, chamado de reenganjamento(tempo máximo na tropa como soldado 04 anos, depois obrigatória a saída, caso não obtenha pontuação mínima pra cursar Cabo).

Abraços.

Muito obrigado pelas explicações caro Naval. :D
Como irei fazer 18 anos no proximo ano, eu não quero ser mais um mero conscrito, pretendo seguir carreira, por isso eu pretendo servir no CFN pois é um sonho meu desde criança e uma promessa feita aos meus avôs já falecidos que já fizeram parte das FA do nosso Brasil e eu pretendo continuar essa linha da familia.

:wink:




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#468 Mensagem por jumentodonordeste » Seg Nov 14, 2011 3:32 pm

Caraca...

Gostei do modelo de seleção do CFN, faz com que a força tenha apenas profissionais.
Muito legal mesmo.
Será que ficaria muito caro levar esse sistema para o EB?

Naval,

Já que você está aí respondendo a pergunta de todos, poderia me responder se o CFN tem curso de Atirador de elite/Caçador e como funciona a doutrina dos "navais" para essa técnica tão importante da atividade militar.
Tenho muita inveja da doutrina americana, os caras tem vários atiradores de vários níveis diferentes e espalhados por todas as unidades.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#469 Mensagem por Naval » Seg Nov 14, 2011 9:08 pm

Enlil escreveu:
Naval escreveu: Olá Henrique.

Verdade. Nos primeiros desembarques essa insegurança é natural (vai mesmo na fé em Deus), mas depois vc fica firme. A viatura é muito segura e foi projetada para isso. Nos anos que participei das operações, só vi incidente uma vez, mas o pessoal se safou.

Detalhe, quando se está deslocando no mar vc tem q estar com o colete salva dias obrigatoriamente, só quando o patrão comanda o ATENÇÃO, vc tira o colete.

Sempre tem treinamento de como se safar quando ocorrem incidentes. A viatura tem saídas de emergência, é por isso que Fuzileiro tem q saber obrigatoriamente natação utilitária(equipamentos).

Abraços.
Naval, incidente de que natureza? Por acaso o CLANF foi "a pique"?


[].
Foi o seguinte.

Era uma exibição pra autoridades, demonstração de um desembarque anfíbio.
Então a viatura veio do mar e, quando se aproximou da praia, simplesmente parou, ficou presa com a parte da frente apontada pra baixo, impossibilitada de abrir a rampa traseira e, com uma pequena parte a mostra na superfície e, o pessoal preso lá dentro.

Foi quando abriu a escotilha de emergência, onde aparece o comandante da viatura, justamente nessa pequena parte superior que ainda estava descoberta pela água, e a tropa saltou na água com armamento e tudo e foi nadando até a praia, de colete ainda.

Pior quem estava de MAG e carregando morteiro. Foi bem tenso.

Mas no final deu tudo certo. Acho que ficou até maneiro, pois demonstrou o improviso, o safa onça da tropa. Ah, depois veio aquele outro modelo do CLANF com guindaste, tipo oficina e rebocou o que tava preso.

Abraços.




Editado pela última vez por Naval em Ter Nov 15, 2011 2:54 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#470 Mensagem por Naval » Seg Nov 14, 2011 9:18 pm

brasil70 escreveu:
Naval escreveu: Respondendo sua pergunta.

Depende do que deseja.
Vários caminhos.

(1) Se tem 18 anos e não quer servir como mero conscrito nas Forças Armadas?
R= É uma excelente chance de servir numa tropa especial, com elevado espírito de corpo e, como soldado profissional, não como um recruta.

Ingresso: Concurso Público;
Nível da prova: Ensino Fundamental;
Matérias: Matemática, Português e Redação;
Fases: Escrita, Física, Psicológica, Saúde e Verificação de Documentos;
Idade: 18 a 21 anos.

Caso seja aprovado.

Internato: 03 meses, onde após, será declarado Soldado Fuzileiro Naval e, enviado para servir numa OM da Marinha/CFN, dependendo da sua colocação pode escolher.

Tempo mínimo de serviço do Contrato com a Marinha: 03 anos obrigatório, contando serviço militar obrigatório e enganjamento(pra sair antes, só se for expulso);

Após 03 anos, vc deve decidir se deseja prosseguir na carreira militar como praça ou se já está satisfeito por terminado o contrato, nesse caso, basta pedir o desligamento.

Caso deseje prosseguir a carreira como praça, será verificado se vc tem pontuação pra cursar especialização como Cabo.

Requisitos: 1-Conceito Militar excelente(punições; cursos; premiações; elogios), 2-Tiro(somente perito atirador e atirador de 1ºgrau em pistola e fuzil) e, 3-teste físico excelente(corrida; natação; barra; flexão; abdominal).

Preenchidos esses requisitos será enviado para cursar uma especialização como Cabo no CIASC (Infantaria; Artilharia; Comunicações; Engenharia; Enfermagem etc).

Caso não tenha pontuação suficiente, poderá requerer mais um ano como soldado e, aguardar se no próximo ano tenha chance, chamado de reenganjamento(tempo máximo na tropa como soldado 04 anos, depois obrigatória a saída, caso não obtenha pontuação mínima pra cursar Cabo).

Abraços.

Muito obrigado pelas explicações caro Naval. :D
Como irei fazer 18 anos no proximo ano, eu não quero ser mais um mero conscrito, pretendo seguir carreira, por isso eu pretendo servir no CFN pois é um sonho meu desde criança e uma promessa feita aos meus avôs já falecidos que já fizeram parte das FA do nosso Brasil e eu pretendo continuar essa linha da familia.

:wink:
Boa sorte. Garanto que vc nunca esquecerá do tempo que passar no CFN. As baladas em outras cidades desse Brasil, dependendo até internacional e o mulherio então, nem se fala, fora as missões e adrenalina. As amizades podem perdurar, como no meu caso, mantenho contato com uns amigos verdadeiros. Alguns sairam tb e, outros continuaram, como praças e, outros passaram pra oficiais do QC. Mas não se esqueça, nem tudo são flores, se vc cair numa OM ruim, com escala de serviço apertado, vai sangrar, essa infelizmente é a parte ruim, dar pau, mas faz parte da vida militar, quem se acostumar...além de outras coisas como faxina, mas sabe como é, soldado é mão de obra barata.

Outra dica, a colocação no CIAMPA como Soldado tb influencia na sua promoção pra Cabo.

Abraços.




Editado pela última vez por Naval em Seg Nov 14, 2011 10:52 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#471 Mensagem por Naval » Seg Nov 14, 2011 9:42 pm

Bom, já que eu tava falando da carreira de praça no CFN pro Brasil70, me empolguei e vou continuar subindo de graduação.

Depois de cursar pra Cabo, vc terá que cumprir obrigatoriamente 02 anos nessa graduação e, após, poder prestar prova pra terceiro sargento.

Lembrando que, os três primeiros colocados em cada curso de Cabo e, dentro da sua especialidade tem vaga garantida pro curso de formação de sargentos fuzileiros navais, tb no CIASC.

Bem, os requisitos pra cursar pra Sargento são os mesmos que os de Cabo, mais a formação completa no ensino médio. A matéria da prova é dividida em específica da sua especialidade de cabo e geral da Marinha/CFN, como por exemplo história militar etc.

O cabo terá 03 chances de passar na prova, se não conseguir na terceira, é adeus Marinha/CFN. Isso foi bom, porque acabou com os chamados Cabos Jurunas. Os caras não faziam prova e, ficavam esperando o tempo de serviço pra promoção. Muito bom, porque se profissionalizou, obrigando o cara que quer ficar a estudar.

O tempo máximo como Cabo é de 09 anos, justamente pra não cruzar a linha de 10 anos que é o tempo que estabiliza.

Após o tempo de formação no CIASC, vc é declarado terceiro sargento e a partir daí vc não pode mais ser desligado por tempo, se estabiliza. Lembrando que, o primeiro colocado no curso de sargento de cada especialidade, tem o direito de fazer a viagem de ouro junto com guardas marinhas no navio escola Brasil.

depois eu continuo, pra quem se interessar.

Abraços.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#472 Mensagem por Naval » Seg Nov 14, 2011 11:00 pm

Depois de formado como Sargento, vc será promovido a segundo sargento por tempo de serviço e merecimento.

Para primeiro sargento e suboficial terá que retornar para a escola e, fazer o aperfeiçoamento de praças no CIASC.

Lembrando que, no CFN não tem meio termo, diferente do EB ou FAB, que vc pode entrar direto como sargento, no CFN tem que passar pelo rito de soldado, cabo e depois sargento.
Só há uma exceção, Sargento músico que entra direto nessa graduação, mas não é combatente.

Abraços.




Editado pela última vez por Naval em Ter Abr 23, 2013 3:15 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#473 Mensagem por brasil70 » Seg Nov 14, 2011 11:43 pm

Muito obrigado pelas informações amigo Naval, nunca aprendi tanto sobre o CFN com tão pouco. :D




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#474 Mensagem por Naval » Ter Nov 15, 2011 1:29 pm

brasil70 escreveu:Muito obrigado pelas informações amigo Naval, nunca aprendi tanto sobre o CFN com tão pouco. :D
Blz.
Até agora eu tinha descrito a carreira de praça.
Agora vou falar como se tornar um oficial fuzileiro naval.

O caminho é a Escola Naval ou Quadro Complementar.
Mas pra chegar a Almirante, tem q ser obrigatoriamente oriundo da Escola Naval.

Como vc tem 17 anos, tenta passar na prova pra Escola Naval, o concurso público é difícil, mas se tiver determinação e se esforçar... O nível é ensino médio.

Caso aprovado, será enviado para Escola Naval na Ilha de Villegnon no RJ-Centro. o curso é de 04 anos correspondente ao ensino superior, onde ao final será declarado guarda marinha e, depois da viagem de ouro, vai escolher qual carreira de oficial seguir: Corpo da Armada, Corpo de Intendência ou Corpo de Fuzileios Navais.

A partir daí, vc será declarado segundo tenente fuzileiro naval e, vai galgando a hierarquia(Oficial subalterno, Oficial Intermediário, Oficial Superior e finalmente Almirantado).

Já como oficial oriundo do QC(quadro complementar), o concurso público é de nível superior, específico da sua graduação, algumas especialidade que eu me lembro(Administração, Direito, Contabilidade, entre outros), passando e, concluindo o curso de formação, será declarado segundo tenente fuzileiro naval, mas só pode subir de posto até Oficial superior, no máximo Capitão de Mar e Guerra.

Para mim, se tivesse um filho homem na idade, aconselharia a fazer o concurso pra Colégio Naval, nível fundamental, basta ter 14 anos, caso aprovado será enviado pra estudar no Colégio Naval em Angra dos Reis num curso de 3 anos como aspirante, que além de ter um excelente ensino de nível médio, facilitando o vestibular numa universidade pública de qualidade caso não desejar prosseguir na carreira militar e, garante a vc uma vaga na Escola Naval.

Desculpe o post longo e erros(digitando rápido).
Espero ter ajudado vc e alguém.

Abraços.




Editado pela última vez por Naval em Qua Nov 16, 2011 1:23 am, em um total de 2 vezes.
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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#475 Mensagem por Marino » Ter Nov 15, 2011 2:53 pm

Naval, na Escola Naval a opção pelo Corpo é feita no 2º ano.
Lá vc já é Aspirante da Armada, Fuzileiro, ou Intendente.
Como Guarda-Marinha vc já estagia em navios, em batalhões ou organizações de intendentes.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#476 Mensagem por Naval » Ter Nov 15, 2011 3:13 pm

Marino escreveu:Naval, na Escola Naval a opção pelo Corpo é feita no 2º ano.
Lá vc já é Aspirante da Armada, Fuzileiro, ou Intendente.
Como Guarda-Marinha vc já estagia em navios, em batalhões ou organizações de intendentes.
Obrigado pela corrreção Comandante.

Abraços.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#477 Mensagem por Clermont » Ter Nov 15, 2011 9:04 pm

Excelentes informações do Naval.

Valeu mesmo.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#478 Mensagem por FABIO » Qua Nov 23, 2011 12:59 pm

bom dia amigos do DB estava vem aquele blindado mowag III dos FN, ai me lembrei que esse ano a MB receberia mais 4 veiculos desse tipo, pergunto eles já chegaram?? falo dos
18 veiculos restantes comprados pela MB sei que 12 já chegaram inclusive alguns estão
em operação no Haiti.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#479 Mensagem por brasil70 » Qua Nov 23, 2011 5:37 pm

Quem tem tatuagem pode fazer parte do CFN?
Um amigo meu fez uma tatuagem como nome da filha no ante-braço e agora está com medo de não poder entrar no CFN.




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Re: Corpo de Fuzileiros Navais

#480 Mensagem por Lord Nauta » Ter Nov 29, 2011 10:03 pm

Informações atualizadas sobre o CFN.
O descrito e o que deve de fato acontecer nos próximos anos.


Modernização e obtenção de Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Lagartas (VBTP SL)
A VBTP SL M113 é um dos principais meios de transporte de tropa, com proteção blindada, do CFN. Essas viaturas são utilizadas para o transporte de pessoal, material e, quando dotados com equipamentos de comunicações específicos, em proveito do exercício do Comando e Controle. As VBTP SL M113 possuem, com alguma limitação, capacidade de ultrapassar obstáculos, cursos d’água e regiões alagadas. Suas lagartas, apesar de conferirem maior trafegabilidade que as rodas, podem danificar vias urbanas, sendo, assim, mais propícias para emprego através campo.
O processo de modernização das 30 VBTP SL M113 A1 do acervo do CFN iniciou-se em abril de 2009, por meio de licitação internacional, vencida pela empresa Israel Military Industries (IMI), sendo que, atendendo à exigência formulada na referida licitação, os trabalhos estão sendo realizados no Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CRepSupEspCFN), o que confere, nesse caso, a aderência aos ditames da END quanto à nacionalização de material e de processos, com a devida transferência de conhecimento.
O protótipo foi concluído em 2010, em Israel, e a segunda versão, em 2011, no Brasil, sendo que há previsão de o processo de modernização prolongar-se até 2014.
O PRM estabelece, ainda, a dotação de 54 VBTP SL M113 A1 para a Brigada Anfíbia (BAnf), que pode ser organizada pela Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) sediada no Rio de Janeiro, e 18 VBTP SL M113 A1 para a Unidade Anfíbia (UAnf), que poderá ser organizada pela 2ª DivAnf, a ser constituída futuramente na região Norte/Nordeste do Brasil – UAnf N/NE.

Obtenção de Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Rodas (VBTP SR)
Essas viaturas blindadas, pelo fato de serem sobre rodas, são empregadas para transporte de pessoal e reconhecimento, com especial vocação para a proteção da tropa em localidades urbanas.
Encontra-se em andamento o processo de obtenção de viaturas blindadas PIRANHA IIIC 8x8, sendo que, atualmente, o CFN emprega sete unidades na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
De um total de 30 viaturas obtidas em processo licitatório, vencido pela empresa suíça MOWAG GmbH (subsidiária da GD ELS, General Dynamics European Land Systemas), sendo que o CFN já conta, em seu acervo operativo, com 15 unidades. Está prevista a entrega de três unidades, no corrente ano, e as demais, até o final de 2014.
O PRM prevê aquisição de mais 24 VBTP SR PIRANHA, completando uma dotação de 54 viaturas para a BAnf-RJ. Além disso, há previsão de obtenção de 18 VBTP SR PIRANHA para a UAnf-N/NE, totalizando, assim, 70 VBTP SR PIRANHA.

Modernização de Carros-Lagarta Anfíbio (CLAnf)
Os CLAnf são veículos blindados anfíbios empregados para transporte de tropa, normalmente lançados e recolhidos de Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC), Navios de Desembarque-Doca (NDD) ou de Navios de Propósitos Múltiplos (NPM). São utilizados como meio capital de projeção dos Fuzileiros Navais sobre terra, conferindo-lhes mobilidade com proteção blindada do mar para terra e vice-versa, sendo propícios para abordagem de litoral hostil, inclusive em áreas ribeirinhas.
Cabe destacar que os CLAnf são os meios que caracterizam e diferenciam os Fuzileiros Navais, uma vez que representam o vetor orgânico do CFN para a projeção de poder sobre terra dos meios de Fuzileiros Navais, que, juntamente com os meios navais e aeronavais, compõem o chamado “conjugado anfíbio”, que pode ser organizado para a execução de uma das mais críticas e complexas operações militares, qual seja, a operação anfíbia.
Atualmente, o CFN possui em seu acervo 26 CLAnf, adquiridos em duas fases, respectivamente, nos anos de 1985 (12 CLAnf da 1ª geração) e 1998 (14 CLAnf da 2ª geração). Encontra-se na fase de delineamento, o processo de modernização dos CLAnf, acompanhando a tendência dos Fuzileiros Navais dos EUA, onde a maioria dos CLAnf, atualmente existentes, representam uma versão ainda mais moderna, que passou a utilizar o sistema de suspensão e o motor dos blindados “Bradley ”, empregados pelo Exército dos EUA.
A quantidade estabelecida, no PRM, 78 CLAnf corresponde à quantidade mínima prevista na doutrina de emprego para apoiar as ações de combate a serem empreendidas, seja pela BAnf-RJ, seja pela UAnf N/NE.

Obtenção de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT)
Tais veículos constituem uma plataforma aérea de baixo custo operacional que pode ser operada por controle remoto ou executar perfis de voo de forma autônoma. Possuem diversas aplicações operacionais, tais como: reconhecimento, vigilância, busca de alvos, inteligência, guerra eletrônica, comando e controle e ataque. Os VANT podem decolar e pousar em locais de difícil operação, que seriam inviáveis a outros meios aeronavais. Ademais, seu emprego visa, dentre outras vantagens, a de, potencialmente, preservar a vida de tripulantes que estariam expostos a riscos em combate ou os decorrentes de acidentes aéreos motivados por fatores climáticos e meteorológicos adversos, bem como em função de características da área de operações.
O CFN, por meio de contrato firmado com a empresa Santos Lab Comércio e Indústria Aeroespacial LTDA, adquiriu três aeronaves da família Carcará, dotadas de sensores termais infravermelhos e que estão sendo testadas, técnica e operacionalmente, na busca por um contínuo aperfeiçoamento dos VANT que serão empregados, no nível tático, pelos GptOpFuzNav.
Merece destaque, o fato de o PRM prever a aquisição de 24 VANT de apoio direto (18 para BAnf-RJ e seis para UAnf N/NE) e oito VANT de apoio geral (seis para a BAnf-RJ e dois para UAnf N/NE).

Obtenção de Bateria de Lançadores Múltiplos de Foguetes (LMF)
Os LMF são organizados em baterias, cujos lançadores e remuniciadores são montados sobre viaturas. Constituem, portanto, um sistema de armas autopropulsado, sendo que tais foguetes são aplicados na saturação de área, quando houver necessidade de estender o alcance da Artilharia de Campanha em profundidade, haja vista poderem atingir alvos a mais de 80 km, além de representar um grande poder dissuasório para o País.
Encontra-se em estudo o desenvolvimento de projeto para a obtenção de um Sistema de Artilharia para Saturação de Área - ASTROS FN, que será fabricado pela empresa AVIBRAS. Suas características de mobilidade, alcance, capacidade de emassar fogos em extensas áreas e flexibilidade de emprego o tornam particularmente adequado a complementar o apoio de fogo da Artilharia de Campanha (obuseiros médios e morteiros pesados, orgânicos do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais) aos GptOpFuzNav. Tal emprego pode, inclusive, somar-se ao apoio de fogo naval, bem como o apoio aéreo, particularmente em situações meteorológicas adversas e quando a disponibilidade de meios aéreos for reduzida.

Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (DefNBQR)
No corrente ano, foi implementado o Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da MB (SisDefNBQR-MB), definido como um conjunto de estruturas organizacionais da Força, que exercem atividades operacionais e de inteligência, relacionadas ao combate a emergências de natureza nuclear, biológica, química e radiológica, no contexto das operações navais e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em estreita cooperação com o órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC).
No âmbito do CFN, como notável exemplo de evolução técnica e material, o Pelotão de Defesa Química Biológica e Nuclear (PelDefQBN), orgânico do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav) e parcela da Força de Emprego Rápido (FER) da FFE, é umas das principais estruturas voltadas para o reconhecimento e resposta a possíveis ameaças NBQR, no nível tático. O PelDefQBN recebeu, nos últimos doze meses, expressivos investimentos em capacitação de pessoal e recursos materiais para as tarefas de proteção, detecção e descontaminação. Merece destaque o seu emprego durante a fase de preparação e execução dos 5º Jogos Mundiais Militares, ocorridos de 16 a 24 de julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro.
Também no ano de 2011, foi criada a Companhia de Defesa Química Biológica e Nuclear de Aramar (CiaDefQBN-Aramar), com sede no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em São Paulo, e será criada, no ano de 2013, a Companhia de Defesa Química Biológica e Nuclear de Itaguaí, com sede na futura Base de Submarinos da Marinha, a ser localizada naquele município do Rio de Janeiro.

Combatente Anfíbio do Futuro
Para o CFN, o aprestamento do combatente anfíbio é prioridade. Os itens de equipagem individual e, particularmente, os de proteção devem ser mantidos no estado da arte. Eles devem ser concebidos para emprego em conjunto, de forma harmônica e ergonômica, pelo Fuzileiro Naval em combate.
Nesse contexto, o projeto Combatente Anfíbio do Futuro, ressalta a importância de concentrar todas as capacidades (letalidade, sustentabilidade, sobrevivência, mobilidade, integração e C4I) no equipamento do combatente, de forma que estejam integradas, sejam facilmente operáveis, otimizem o consumo de energia, não dependam de plataformas fixas/móveis, sejam intercambiáveis, padronizadas, e atendam ao desafio da interoperabilidade, sem comprometer a mobilidade e a capacidade de suporte do combatente.
Assim, o referido projeto tem sido estudado e concebido com a ideia central de os Fuzileiros Navais, num futuro próximo, operarem em rede, funcionando como um sistema de armas, que englobará, desde o uniforme, incluindo seu armamento e sua equipagem individual. Cada combatente deverá estar integrado a um amplo sistema de Comando e Controle, conectados entre si por meio de equipamentos de comunicações, que, por sua vez, estarão ligados a itens optrônicos, de robótica, sensores, tudo isso alimentado por baterias e outros carregadores movidos a energia solar.

Obtenção de Sistemas de Defesa Antiaérea (SisDefAAe)
Esse sistema é formado por radares de vigilância e de controle aéreo, canhões antiaéreos e mísseis superfície-ar. As armas e os sensores da defesa antiaérea baseados no solo, em conjunto com as aeronaves embarcadas de interceptação da MB, são imprescindíveis para a execução da missão de um GptOpFuzNav, particularmente, na busca e manutenção da superioridade aérea local. Para atender às necessidades de defesa antiaérea da BAnf-RJ e da UAnf N/NE, o PRM prevê dois sistemas de DefAAe, um para cada região, os quais diferirão entre si na quantidade de mísseis e canhões, em razão do valor do GptOpFuzNav a ser protegido.
Além disso, no contexto do programa de CT&I da MB, vem sendo acompanhado o desenvolvimento do radar SABER M60, pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx), em parceria com empresas nacionais, a ser considerado o primeiro radar 100% nacional. O radar SABER M60 destina-se a integrar um SisDefAAe de baixa altura, visando a proteção de pontos e áreas sensíveis. Possui baixo peso e elevada mobilidade, além de suportar a operação em todas as condições climáticas do continente Sul-americano.

Obtenção de Sistema de Guerra Eletrônica
É atualmente uma das principais prioridades do CFN, pois possibilita a utilização de um sistema integrado com as Organizações Militares de terra da MB, navios, aeronaves e VANT, além de possuir características de interoperabilidade com os meios de guerra eletrônica das demais Forças Armadas. Tal sistema provê a capacidade de interferir e monitorar o espectro eletromagnético das comunicações de forças inimigas. Para atender às necessidades do CFN, o PRM prevê que, para a BAnf-RJ e UAnf N/NE, serão necessários dois sistemas distintos, os quais diferirão entre si na quantidade e complexidade dos equipamentos a serem utilizados.


Sds


Lord Nauta




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