Túlio,Túlio escreveu:marcelo bahia escreveu: Não se trata disso, rapaz.
É claro que ela não é uma "criançona", mas ela é uma política. Para o político o que mais lhe importa é a opinião pública. Com quase todos os leigos com quem eu conversei, a opinião foi quase unânime; a decisão do FX-2 foi uma fraude para beneficiar os franceses. Um claro caso de corrupção, onde o "verdadeiro" vencedor (o NG) foi prejudicado por ingerência do governo contra a decisão "técnica" da FAB.
Como já foi dito aqui antes, para o GF decidir um processo desses novamente com a FAB, ele vai querer todas as garantias de que não haverá vazamentos, "disse, me disse" e futricos para a imprensa. Vai querer a garantia de que caso haja algum ataque midiático iniciado pelo lobby de algum dos derrotados, a Força Aérea vai rapidamente sair em defesa do Governo Federal, tal como fez a MB no PROSUB. Sem acordo entre as partes e CONSENSO nada será decidido!
Está chegando uma crise muito maior do que se vê agora, a popularidade do governo vai ser posta a prova e este não vai querer mais outro escândalo de corrupção na cabeça do eleitorado. Se o FX-2 continuar sendo uma dor de cabeça para o GF, ele vai continuar empurrando-o com a barriga até que as coisas lá fora e aqui dentro se acalmem. Vejam bem! A crise é economica, mas não acredito que o problema do FX-2 seja financeiro. Como disse o próprio presidente Lula quando lhe perguntaram se a crise financeira influenciava na decisão: "é um projeto com pagamento ao longo de 20 anos, então não tem haver com a conjuntura atual. É uma decisão POLÍTICA e de longo prazo". Por mais que a crise possa ser usada como desculpa neste momento, não creio que ela seja a principal fonte do adiamento.
Sds.
Creio haver uma grave falha de argumentação aí: a partir do momento que a FAB elaborou a Short-List isso significou que qualquer dos três escolhidos lhe serviam (o QUS do CM, só que sem o sarcasmo que ele usa ao escrever o termo de sua invenção) e isso não deve ter sido feito na base do par-ou-ímpar, deve ter sido uma escolha TÉCNICA. Se depois disseram 'esse serve mais', 'aquele serve um pouco menos' e 'aquele outro serve um pouco menos ainda' resta ainda um FATO: para a COPAC, TODOS SERVIAM!
Ou sequer teriam entrado na Short-List. Como foi o caso dos três caças preteridos.
...
É o que penso.
Em primeiro lugar, me desculpe por ter editado sua resposta acima. Quis apenas destacar esse ponto colocado por você. Imagino que os colegas que vêm discutindo e acompanhando esta discussão sadia puderam lê-la na íntegra.
Posto isto. Não concordo de que "todos serviam". Talvez servissem para nós, para os entusiastas que já estão de sacos cheios de F-5 "Forever" e "Forevis", mas não para aqueles que participavam do processo.
Desde sempre havia uma clara opção da FAB (dos brigadeiros digo) pelos aviões norte-americanos. O F-18 Super Hornet foi praticamente defendido por quase todos aqueles ligados aos setores mais conservadores. É bom lembrar que um certo forista (de outro fórum) que é praticamente o embaixador dos conservadores da FAB (e ele tem todo o direito de ser) desde o princípio afirmou que "os brigadeiros" queriam material americano, que os franceses são "donzelas", que "não cumprem os contratos", que "a manutenção é cara", que "a logística é deficiente" e que os Rafales certamente ficariam "na chom", porque "comprar não é operar". O colega Pepê também confirmou este tipo de preferência por parte dos brigadeiros (um milagre quando se trata dos dois). Resumindo: ou implacavam a opção A (F-18 SH), ou a opção B (Gripen NG).
Nunca quiseram o Rafale entre os "graduados", mas sabemos que sempre foi o preferido do ex-presidente e do ex-ministro Jobim. Por outro lado, tinha a turma da FIESP e o prefeito de São Bernardo (PT), que queriam implacar o NG de qualquer forma. Quer mais divisão do que esta?? Portanto, isto de que "qualquer um serve" nunca existiu na prática.
Talvez o único consenso nessa história toda tenha sido a iniciativa de elimar o Su-35BM da disputa em razão da ameaça que este representaria se passasse para o short list. Note que foram capazes de meter no short list dois caças de características e portes parecidos e consolidados como projeto ao lado de outro muito menos capaz (me refiro ao alcance, ao fato de ser monoturbina, capacidade de payload, etc, não à qualidade futura da aeronave) e que não existia e ainda não existe. Talvez o único defensor do Super Flanker tenha sido Mangabeira Unger, portanto, um voto vencido.
Resumindo. É aquela história das tribos. Um dia elas se unem para acabar com um adversário comum a todos, mas depois disto, se matam entre si quando este adversário já foi derrotado e não serve mais como elemento aglutinador. Acho que foi isso que aconteceu com o FX-2.
Sds.