Irã tem como se defender de Israel?

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Sávio Ricardo
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2716 Mensagem por Sávio Ricardo » Ter Nov 08, 2011 3:26 pm

Eu acho essa história de "Ah, se os Iranianos tiverem a bomba, os terroristas vão acabar conseguindo tbm" tudo balela...

Uma nuke não é uma bala ou chiclete que vc compra no barzinho da esquina...acha que um lider de qualquer pais que seja, maluco ou não, esta disposto a colocar em mãos nada confiaveis um artefato deste???

O feitiço pode virar contra o feiticeiro e eles sabem disso.




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tflash
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2717 Mensagem por tflash » Ter Nov 08, 2011 3:30 pm

Mas para Israel usar as armas nucleares, é porque já tem inimigos à porta de Tel Aviv. O medo de todos é que o Irão, que está tecnicamente em guerra com Israel, declarou que os vai varrer do mapa.

O problema não será uma bomba nuclear na Europa. O objectivo mais óbvio é em Tel Aviv. Pode ser usado um grupo fundamentalista para isso. Não precisam de assumir nada. Basta uma bomba nuclear para destruir o estado de Israel (E a Palestina, mas isso não preocupa os Persas nem os fundamentalistas)




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2718 Mensagem por Enlil » Ter Nov 08, 2011 3:44 pm

Sávio Ricardo escreveu:Eu acho essa história de "Ah, se os Iranianos tiverem a bomba, os terroristas vão acabar conseguindo tbm" tudo balela...

Uma nuke não é uma bala ou chiclete que vc compra no barzinho da esquina...acha que um lider de qualquer pais que seja, maluco ou não, esta disposto a colocar em mãos nada confiaveis um artefato deste???

O feitiço pode virar contra o feiticeiro e eles sabem disso.
Também acho. Permitir tal negligência seria pedir para levar uma nuke na própria cabeça. Esse arsenal seria prioridade absoluta de segurança.

Aliás, os EUA organizaram um esquema de segurança para as nukes do Paquistão; no entanto, depois de tantas violações de seu espaço aéreo, e várias chacinas de drones, há rumores que o Paquistão escondeu em vários lugares suas nukes contra uma possível operação dos EUA, dizem que existe até uma GC treinado para isso, caso as relações entre os dois países se deteriorem asté um ponto de ruptura.



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Anton
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2719 Mensagem por Anton » Ter Nov 08, 2011 3:46 pm

Análise interessante
-----------------------------------------------------------
A Aproximação Histórica Entre China, India, Irã e Paquistão, e os Esforços Americanos de Semear a Discórdia na Região

Publicado por marco fernandes em 28 outubro 2011 às 1:58 em Internacional

http://blogln.ning.com/forum/topics/a-a ... ist-o-e-os

Duas tendências da política regional estão debilitando seriamente a campanha dos Estados Unidos para fazer o Paquistão ajoelhar-se no contexto do fim-de-jogo afegão. Uma é que Delhi distanciou-se da campanha americana e vem desenvolvendo uma política independente face a Islamabad.

O segundo fator que vem frustrando as políticas americanas destinadas a isolar o Paquistão é o namoro desse país com o Irã. O Paquistão estaria muitíssimo mais isolado caso houvesse uma aguda rivalidade com o Irã em relação ao fim-de-jogo afegão. O atual nível de cordialidade entre os dois permite que Islamabad concentre-se nas suas diferenças com os EUA, e até receba encorajamento de Teheran.

Uma recente declaração do ministro das Relações Exteriores indiano S. M. Krishna em relação à tensão EUA-Paquistão destacou que a India não se alinha automaticamente à visão americana do problema. O momento dessa declaração foi cuidadosamente calculado para mandar um recado a Washington (e a Islamabad), dizendo que Delhi vê com forte desfavor qualquer forma de ação militar americana contra o Paquistão.

Há uma longa lista de provas sugerindo que a liderança paquistanesa sente-se agradecida por essa postura da India. O quartel-general em Rawalpindi agiu rapidamente no domingo, para fazer retornar à India um helicóptero com três oficiais de alta patente a bordo, que extraviou-se devido ao mau tempo e foi forçado a aterrissar no sensível setor de Siachen no Paquistão. Tais gestos conciliatórios são raros (para ambos os lados) na crônica da relação indo-paquistanesa.

Adicionalmente, a India votou na semana passada pela candidatura do Paquistão à vaga da Ásia/Pacífico entre os membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e o embaixador paquistanês prontamente respondeu que trabalharia em cooperação com o seu colega indiano em Nova York. Ironicamente, a ONU vinha sendo até bem pouco tempo o teatro de frequentes choques entre a India e o Paquistão em torno da questão do Kashmir.

No futuro próximo, os primeiros-ministros da India e Paquistão deverão encontrar-se nos bastidores da cúpula da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional, prevista para 10-11 de novembro em Male. Sob outras condições, Washington ter-se-ia apressado em dizer que agira como "facilitador" na melhoria do clima das relações indo-paquistanesas. Mas em vez disso, os EUA têm constatado com um certo grau de desconforto que a sua complicada sinfonia sul-asiática vem emitindo notas desafinadas. Calibrar as tensões indo-paquistanesas tradicionalmente constituiu-se em um elemento-chave da diplomacia americana para a região.

Washington "retaliou" à declaração de Krishna, alertando aos cidadãos americanos para que evitem visitar a India, devido à escalada de ameaças terroristas. Em troca, Delhi desautorizou Washington, dizendo que considerava o gesto americano "desproporcional" - uma maneira educada de dizer que a recomendação dos EUA não passava de papo furado.

O que vem acontecendo às relações Paquistão-Irã é ainda mais sinistro para os Estados Unidos. Tem havido uma onda de visitas de alto nível entre Islamabad e Teheran, e as duas capitais chegaram a entendimentos mútuos quanto a uma série de questões de segurança. Na semana passada, Teheran reconheceu que não houve um só ataque do grupo terrorista Jundallah à região do Baluchistão partindo da fronteira paquistanesa no curso dos últimos dez meses.

Teheran tem acusado os EUA de estarem por trás dos terroristas do Jundallah, em suas operações clandestinas para desestabilizar o Irã. Entretanto, desde a detenção do agente da CIA Raymond Davis em Lahore em janeiro, Islamabad desbaratou centenas de agentes de inteligência dos EUA agindo em solo paquistanês, reduzindo significativamente a capacidade dos EUA de despachar terroristas do Jundallah para o Irã.

Teheran está satisfeito pelo fato do aparato de segurança paquistanês estar finalmente agindo de forma afirmativa para esmagar a rede do Jundallah patrocinada pelos EUA. Para recompensar a boa-vontade do Paquistão, os iranianos tentam harmonizar a sua política afegã, e escrupulosamente evitaram apontar o dedo para o Paquistão em reação ao assassinato do líder do Conselho de Paz Afegão, Burhanuddin Rabbani, que era um íntimo aliado de Teheran.

Essencialmente, o Irã avalia que a atitude de "desafio estratégico" do Paquistão face aos EUA serve aos interesses da estabilidade regional, pois a peça central da política iraniana é forçar as tropas americanas a deixar a região.

Teheran teve sucesso na busca de um objetivo semelhante no Iraque, ao convencer as elites políticas xiitas de Baghdad a não acederem aos desesperados apelos dos EUA para que permitissem às tropas americanas permanecer no país além do prazo fatal de retirada estipulado para dezembro de 2011, segundo o acordo celebrado em dezembro de 2008 (ocasião em que um iraquiano atirou os sapatos contra Bush). Mas o Afeganistão é outra história, e uma estratégia comum com o Paquistão seria de grande ajuda.

O Paquistão vem mantendo uma atitude ambivalente quanto à questão da presença militar americana no Afeganistão a longo prazo, mas pode contar com o Taliban para opor-se firmemente aos planos americanos de estabelecer bases militares no país. Não surpreendentemente, Teheran persegue uma abordagem multi-facetária em relação ao Taliban.

Em resumo, o cenário regional geral está se tornando um tanto desfavorável aos Estados Unidos. O alívio das tensões nas relações do Paquistão com a India e com o Irã prejudica a estratégia dos EUA de estabelecerem-se na região.

A intenção do alerta aos viajantes americanos era deixar a India insegura com a iminente possibilidade de atividades terroristas patrocinadas pelo Paquistão. Mais uma vez, uma campanha de desinformação promovida por Washington ressuscita as alegações de que a China e o Paquistão estão conspirando contra a India ao instalar bases militares chinesas em áreas do norte do Paquistão, que formam parte do Kashmir.

Isso coincide com uma distinta melhoria na situação da segurança no vale do Kashmir, ao ponto do ministro-chefe Omar Abdullah ter advogado abertamente na semana passada em Srinagar a suspensão progressiva dos regulamentos de emergência em vigor a décadas, e que Delhi tome a iniciativa de engajar o Paquistão rumo a uma solução definitiva para a questão do Kashmir.

A propaganda americana que aponta para a perspectiva de bases militares chinesas no Kashmir paquistanês serve a um duplo propósito: semear a discórdia entre o Paquistão e a India, e simultaneamente azedar também as relações sino-indianas.

O Primeiro-Ministro indiano Manmohan Singh fez um significativo pronunciamento na semana passada, dizendo-se "convencido" de que a liderança chinesa deseja uma solução pacífica de todos os problemas entre a China e a India, inclusive a tradicional disputa fronteiriça. De forma significativa, ele expressou a sua "sincera esperança de que sejamos capazes de encontrar formas e meios através dos quais os dois vizinhos possam viver em paz e amizade, a despeito da persistência da questão fronteiriça."

Os comentários de Manmohan assumiram uma significância especial, já que os dois países estão às vésperas da 15ª rodada de negociações da questão fronteiriça a realizar-se em Nova Delhi. Em um gesto notável, o ministro das Relações Exteriores chinês respondeu às aberturas políticas de Manmohan, dizendo que a China estava "pronta a trabalhar com a India no sentido de fortalecer a parceria estratégica sino-indiana." Disse a declaração:

"Como vizinhos importantes um para o outro, a China e a India têm mantido um sólido ritmo em suas relações bilaterais. Quanto à questão fronteiriça herdada da História, os dois lados têm buscado uma solução justa, razoável e mutuamente aceitável, através de consultas amistosas. Na ausência de uma solução definitiva, os dois lados estão comprometidos em manter a paz e a tranquilidade nas áreas de fronteira."

As alegações especulativas, anônimas - e inverificáveis - referentes às intenções chinesas de estabelecer bases militares em pontos remotos do território de Kashmir controlado pelo Paquistão estão pipocando novamente em um momento formativo da segurança regional. A sua elaborada tese é a de que Delhi deveria encarar com extrema desconfiança as "ardilosas" intenções da China e do Paquistão, e ir mais devagar na normalização de suas relações com esses vizinhos "traiçoeiros."

Curiosamente, Delhi está também sendo bombardeada simultaneamente pela propaganda americana de que Washington está concluindo uma "grande barganha" com o Paquistão em relação ao problema afegão, através da qual haverá uma acomodação mútua das respectivas preocupações, que podem incluir uma intervenção americana para mediar a questão do Kashmir, e uma pressão dos EUA sobre Delhi para reduzir a sua presença no Afeganistão.

Em um motivado comentário na revista Foreign Policy da semana passada, às vésperas da visita da secretária de Estado Hillary Clinton a Islamabad, duas proeminentes fundações americanas conectadas ao establishment de Washington de fato tentaram fisgar Islamabad e assustar Delhi alternativamente, ao colocar sobre a mesa os ingredientes da "grande barganha." Sem dúvida, esta está se revelando uma temporada de pura propaganda.

O x da questão é que os Estados Unidos estão ansiosos por celebrar um acordo estratégico com o governo do presidente Hamid Karzai em Kabul, que permita o estabelecimento de uma presença militar americana de longo prazo no Afeganistão.

Na segunda-feira, centenas de afegãos protestaram em Kabul contra as bases dos EUA. No mesmo dia, a câmara baixa do parlamento afegão rejeitou os termos que regulam a operação do atual acordo entre o governo afegão e a Força Internacional de Assistência de Segurança, alegando que o mesmo é uma violação à soberania do país. O clima no parlamento afegão parece hostil.

Karzai está convocando um loya jirga (grande conselho) para buscar apoio ao pacto afegão-americano. A cobra vai fumar quando ele reunir-se em 16 de novembro. Karzai promete enviar o pacto afegão-americano ao parlamento para ser aprovado, depois de discutido no jirga. Washington insiste que o jirga aprove a minuta do pacto antes da conferência Bonn II em dezembro. O futuro político de Karzai depende da sua habilidade em produzir o pacto.

Todos os parlamentares com mandato, alguns ex-membros, um terço dos membros dos conselhos provinciais, representantes da sociedade civil e cidadãos proeminentes, autoridades religiosas e líderes tribais influentes, foram convidados ao jirga. Duzentos e trinta representantes das comunidades de refugiados afegãos no Paquistão, Irã e países ocidentais também estarão entre os 2.030 membros do jirga.

Em 13 de setembro, o Assessor de Segurança Nacional afegão Dadfar Spanta disse aos parlamentares que os EUA poderiam estabelecer bases militares no Afeganistão após a assinatura do pacto, mas que o pacto somente seria celebrado com a aprovação do parlamento. Spanta acrescentou, "As preocupações dos nossos vizinhos [com o pacto] são genuínas, mas nós não permitiremos que o nosso solo seja usado contra eles."

O temor do parlamento, entretanto, é que Karzai possa ignorar o Poder Legislativo depois de extorquir o aval de um jirga complacente, e interpretar isso como se fosse a opinião coletiva da nação afegã. Na segunda-feira, a casa orientou o líder da bancada a endereçar um comunicado oficial a Karzai, destacando a sua prerrogativa constitucional de aprovar as questões referentes à política estrangeira.

O fim-de-jogo afegão está entrando em uma fase crucial; muita coisa dependerá da política regional. Para os Estados Unidos o pior cenário ocorrerá se, a despeito das contradições existentes nas relações inter-regionais do Paquistão, Irã, India e China, esses países tiverem uma opinião convergente na questão das bases militares americanas. Uma acentuação dessas contradições, portanto, atenderia aos interesses geopolíticos dos EUA na atual conjuntura, daí a estratégia "dividir para dominar" empregada pelos americanos.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2720 Mensagem por Enlil » Ter Nov 08, 2011 4:06 pm

Pois então, como já havia comentado em outro tópico: se os EUA dão apoio a um grupo que realiza ataques terroristas no Irã isso acarreta em apenas apoio a dissidência que luta pela "lib..." (blá, blá, blá...) no país ou apoio ao TERRORISMO INTERNACIONAL?

As vezes a hipocrisia é tanta que me dá vontade de vom...



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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2721 Mensagem por Túlio » Ter Nov 08, 2011 4:30 pm

LeandroGCard escreveu:A maior preocupação do mundo ocidental com a relação à possibilidade do Irã fabricar bombas nucleares é que depois uma ou mais delas "inadvertidamente" caia nas mãos de algum grupo de terroristas ou criminosos e acabe sendo contrabandeada para dentro de algum país da Europa ou da América do Norte. Esta perspectiva inclusive faria com que o próprio regime dos aiatolás iranianos tivesse que passar a ser protegido pelo ocidente contra uma "primavera persa" (o oposto do que aconteceu na Líbia ou na Síria), pois a derrubada desordenada do regime poderia eliminar qualquer controle oficial sobre as ogivas, aumentando a possibilidade de algumas delas serem desviadas.

O segundo motivo é a possibilidade de que a nuclearização do Irã leve a uma corrida nuclear em todo o oriente médio (Turquia, Arábia Saudita e Egito seriam sérios candidatos a entrar nesta), e depois por todo o globo, o que complicaria sobremaneira o cenário geopolítico e multiplicaria muitas vezes o risco da perda de controle de alguma bomba nuclear.

Mas é muito difícil justificar tanta pressão contra a nuclearização do Irã quando ele tem à sua volta uma Israel e um Paquistão, ambos nações hostis a ele e nuclearizadas com todo o apoio do ocidente, sem falar das ogivas das demais potências nucleares que desde a revolução contra o regime corrupto do Xá (a rigor um primeiro movimento da primavera árabe) sempre que possível tomaram ações agressivas contra o país.


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Leandro véio, o PAQUISTÃO deveria então ser invadido e desnuclearizado de uma vez por todas, eis que abriga alguns dos mais radicais grupos Islâmicos anti-Ocidente do mundo. E está cheio de nukes. E, como falei acima, um ataque ao Irã provocaria exatamente a temida nuclearização, ninguém mais ia querer ser a 'bola da vez'... :wink: 8-]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2722 Mensagem por FOXTROT » Ter Nov 08, 2011 4:34 pm

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Irã trabalhou no planejamento de bomba nuclear, diz AIEA
08 de novembro de 2011

O Irã trabalhou no desenvolvimento de uma arma nuclear e outras pesquisas e testes relevantes para tais armas, informou nesta terça-feira a agência atômica da ONU em seu relatório mais detalhado sobre as dimensões do programa nuclear de Teerã.
O documento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que foi precedido de especulações na mídia israelense sobre supostos ataques contra locais nucleares do Irã, detalhou novas evidências que sugerem os esforços para o desenvolvimento da capacidade de produzir armas nucleares.

Algumas dessas atividades ainda podem estar em curso, segundo o relatório.

Os Estados Unidos e seus aliados devem usar o aguardado relatório para pressionar por mais sanções aos país produtor de petróleo.

Teerã nega as acusações, dizendo que elas não têm fundamento. O país diz que seu programa é pacífico e busca a geração de eletricidade.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2723 Mensagem por LeandroGCard » Ter Nov 08, 2011 4:51 pm

Túlio escreveu:Leandro véio, o PAQUISTÃO deveria então ser invadido e desnuclearizado de uma vez por todas, eis que abriga alguns dos mais radicais grupos Islâmicos anti-Ocidente do mundo. E está cheio de nukes. E, como falei acima, um ataque ao Irã provocaria exatamente a temida nuclearização, ninguém mais ia querer ser a 'bola da vez'... :wink: 8-]
Pois não tenha dúvidas de que os EUA se arrependem amargamente de ter permitido a nuclearização do Paquistão (que ocorreu lá atrás, no contexto da guerra-fria, para contranbalançar uma India muito amiguinha da URSS), e o Paquistão já percebeu isso e está tomando medidas para colocar suas ogivas fora do alcance dos americanos.

Não fosse os EUA precisarem do Paquistão para terem alguma chance contra os talibãs no Afeganistão, a pressão dos EUA sobre o Paquistão por conta das nukes deles ia ser muito grande.


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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2724 Mensagem por LeandroGCard » Ter Nov 08, 2011 4:56 pm

Sávio Ricardo escreveu:Eu acho essa história de "Ah, se os Iranianos tiverem a bomba, os terroristas vão acabar conseguindo tbm" tudo balela...

Uma nuke não é uma bala ou chiclete que vc compra no barzinho da esquina...acha que um lider de qualquer pais que seja, maluco ou não, esta disposto a colocar em mãos nada confiaveis um artefato deste???

O feitiço pode virar contra o feiticeiro e eles sabem disso.
Qualquer líder de um GOVERNO ESTÁVEL teria cuidado com suas nukes, mas o que os americanos mais desejam é exatamente poder desestabilizar os governos que não concordam com sua política sempre que lhes der na telha, como é o caso do Irã, da Síria, etc... . Mas se o país tem nukes eles tem até que agir contra isso, veja as vendas de alimentos dos EUA para a Coréia do Norte quando aquele país passa fome. Não fosse o risco de ogivas nucleares desaparecerem de vista os EUA jamais perderiam a chance de usar esta mesma fome para desestabilizar o governo de Pyongyang.


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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2725 Mensagem por romeo » Ter Nov 08, 2011 5:57 pm

Pesa ainda que o baixinho é amigo do mandarim.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2726 Mensagem por rodrigo » Ter Nov 08, 2011 6:04 pm

Cyber warfare: A different way to attack Iran's reactors

A report expected this week from the International Atomic Energy Agency (IAEA) has Israel abuzz with talk of the potential for a pre-emptive strike on Iran's nuclear facilities.

Western diplomats have told CNN that the report says Iran has mastered the critical steps necessary to design and build a nuclear weapon.

Missiles are not, of course, the only way to launch an attack.

Iran's nuclear facilities are under siege from cyber attacks. And one, the Stuxnet virus, was able to penetrate Iran's Natanz nuclear facility, researchers say.

How did it work?

Stuxnet was stealthy. The Natanz computer network is a closed system, separated from any other network or internet access. So, Stuxnet infected a third party first, likely a trusted contractor to the Natanz facility. That contractor may then have unknowingly passed on the virus by plugging in an infected removable drive into the computers inside the Natanz facility.

More importantly, Stuxnet was smart. It knew exactly what it was looking for: A specific software called Step 7 used specifically to run the Siemens controllers operating at Natanz.

Stuxnet spread through the network undetected. If it didn't find the Step 7 software, it left things alone. But once it found its target, Stuxnet set to work.

First, it effectively hijacked the Natanz control system, speeding up or slowing down the centrifuges, wearing them out prematurely.

As the centrifuges destroyed themselves, Stuxnet sent back signals that everything was fine and running smoothly. So, the operators may not have known this was happening until it was too late.

So, just how effective was Stuxnet?

According to the Institute for Science and International Security, IAEA records show that between the end of 2009 and early 2010 about 1,000 centrifuges at Natanz had to be replaced. Stuxnet is the suspected culprit.

Still, that's only about one out of every nine centrifuges and, despite a minor dip in production, uranium enrichment continued apace.

Who created Stuxnet is still a mystery. Many computer security researchers believe the virus is so complex and sophisticated that it would have needed the resources of a nation state -- or a combination of states -- to produce it.

Researchers at internet security firm Symantec say they have identified a new virus called Duqu that they believe is a successor to Stuxnet, although not all security experts agree.

"This is not a copycat," insists Orla Cox of Symantec. "Whoever created this had access to the same source code as Stuxnet."

Cox says Duqu is, at this stage, a malware designed simply to spy and collect information from Iran's computer systems, but she suspects it may be ultimately intended for sabotage.

"It could be that Stuxnet didn't entirely achieve what was wanted the first time around," Cox told CNN.

Duqu was released as late as August 2010, just after the Stuxnet virus had done its damage, stunning many researchers who had not expected to see another virus of the same complexity released so quickly.

Ralph Langner, the German computer security specialist credited with discovering Stuxnet, says it doesn't matter who created Duqu. The problem, he says, is that Stuxnet, in its bid to stop nuclear proliferation, may have sparked its own arms race.

"The first cyberwar weapon is comparable to the first nuclear weapon," he wrote in a blog post recently. "To build the first nuclear bomb, it took a genius like Oppenheimer and the resources of the Manhattan project. To copy the design, it requires just a bunch of engineers -- no genius needed.

http://edition.cnn.com/2011/11/08/tech/ ... ?hpt=hp_c1




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2727 Mensagem por pampa_01 » Ter Nov 08, 2011 9:53 pm

FOXTROT escreveu:terra.com.br

Irã trabalhou no planejamento de bomba nuclear, diz AIEA
08 de novembro de 2011

O Irã trabalhou no desenvolvimento de uma arma nuclear e outras pesquisas e testes relevantes para tais armas, informou nesta terça-feira a agência atômica da ONU em seu relatório mais detalhado sobre as dimensões do programa nuclear de Teerã.
O documento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que foi precedido de especulações na mídia israelense sobre supostos ataques contra locais nucleares do Irã, detalhou novas evidências que sugerem os esforços para o desenvolvimento da capacidade de produzir armas nucleares.

Algumas dessas atividades ainda podem estar em curso, segundo o relatório.

Os Estados Unidos e seus aliados devem usar o aguardado relatório para pressionar por mais sanções aos país produtor de petróleo.

Teerã nega as acusações, dizendo que elas não têm fundamento. O país diz que seu programa é pacífico e busca a geração de eletricidade.
Vamos falar sério. Depois das tão faladas armas de destruição em massa do Iraque, e dos relatóis forjados pela AIEA. Não acredito em uma virgula do que eles escrevem.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2728 Mensagem por Sterrius » Ter Nov 08, 2011 10:47 pm

A maior preocupação do mundo ocidental com a relação à possibilidade do Irã fabricar bombas nucleares é que depois uma ou mais delas "inadvertidamente" caia nas mãos de algum grupo de terroristas ou criminosos e acabe sendo contrabandeada para dentro de algum país da Europa ou da América do Norte.


Como não estamos em hollywood isso é no minimo improvavel. Estariamos falando de um país ceder uma de suas unicas, talvez unica bomba por metodos nada garantidos de que chegaria ao destino e tb nada garantido que atingiria seu alvo, ou mesmo algum alvo. No iran ainda por cima em que vc tem altos niveis de nacionalismo qualquer lider, até mesmo o khamenei cairia se isso vaza-se para certos opositores.

Quanto a transporte temos 3 problemas.

1- O artefato que estamos falando pela pelo menos 1 centena de quilos. E isso pq estou sendo otimista ja que o acordo nuclear para impedir desenvolvimento de misseis que transporte armas nucleares coloca meia tonelada de limite pra ogiva. Logo por logica ogivas nucleares pesam meia tonelada.

2-> O Emaranhado de fiscalizações que isso precisaria passar pra chegar a qualquer destino relevante na europa/EUA.

3-> Grupos criminosos suicidas. Sim, pq terroristas dependem deles e os poucos grupos com força e dinheiro pra conseguir comprar todas as checagens e enganar a policia lucram horrores todos os dias nas cidades que os grupos pretendem explodir. Uma coisa é explodir um bar outra é explodir metade da cidade.

Logo o grupo criminosos tb precisa ser suicida. E esses grupos saberiam o que tão levando, eles não fazem serviços as cegas.

È como os traficantes do rio darem o aval e ajudarem pra explodirem toda a área de Copacabana.


4-> (Bonus) -> O iran tem quantidades limitadas de uranio que consegue devagar e de maneira inconstante no mercado negro. O que torna mais dificil ainda ele se desfazer de 1 bomba.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2729 Mensagem por suntsé » Ter Nov 08, 2011 11:15 pm


Irã desenvolveu projeto de arma nuclear, afirma ONU
ReutersPor Fredrik Dahl e Sylvia Westall | Reuters – 2 horas 51 minutos atrás


VIENA (Reuters) - O Irã aparentemente trabalhou no desenvolvimento de um projeto para bombas atômicas, e talvez ainda realize pesquisas relevantes para esse fim, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) em um devastador relatório a respeito do programa nuclear iraniano, que deve gerar tensões no Oriente Médio.

Citando informações "críveis" de Estados membros e de outras fontes, a AIEA listou uma série de atividades concernentes ao desenvolvimento de armas nucleares, como testes com explosivos potentes e o desenvolvimento de um detonador para bombas atômicas.

O aguardado relatório da AIEA, antecedido por especulações na imprensa israelense sobre um possível ataque contra instalações nucleares iranianas, detalhou novas evidências apontando para um aparente esforço coordenado e sigiloso por parte de Teerã para obter a capacidade de produzir bombas atômicas.

Algumas das atividades citadas no relatório podem ter finalidades civis e nucleares, mas "outras são específicas para armas nucleares", diz o relatório, obtido nesta terça-feira pela Reuters, antes da reunião do conselho diretor da agência.

Teerã, que há anos nega estar desenvolvendo armas atômicas, condenou imediatamente o relatório. O embaixador do país junto à AIEA, Ali Asghar Soltanieh, o qualificou de "desequilibrado, não profissional e politicamente motivado."

Os EUA e seus aliados devem usar o documento para propor sanções mais duras contra o Irã, somando-se às quatro rodadas de punições já impostas pela ONU ao país.

"Acho que os fatos constituem argumentos bastante convincentes de que se tratava de um esforço bastante sofisticado para (o desenvolvimento de) armas nucleares, voltado para miniaturizar uma ogiva para um míssil balístico", disse de Washington à Reuters o influente especialista em proliferação nuclear David Albright.

A Rússia criticou o relatório, dizendo que ele reduz a chance de diálogo com Teerã.

"Temos sérias dúvidas sobre a justificativa para passos que revelem o conteúdo do relatório a um público amplo, primeiro porque é precisamente agora que certas chances para a renovação do diálogo entre o 'sexteto' de mediadores internacionais e Teerã começaram a aparecer", disse a chancelaria russa em nota, referindo-se ao diálogo envolvendo EUA, China, Rússia, França, Grã-Bretanha e Alemanha.

A nota acrescenta que é preciso esperar para estudar o relatório e determinar se ele contém novas evidências acerca de um caráter militar no programa nuclear iraniano, ou se apenas repete "o açoite intencional -- e contraproducente -- das emoções."

As acusações da AIEA se baseiam principalmente em informações de serviços ocidentais de inteligência, as quais o Irã há anos qualifica como inventadas e infundadas. Mais recentemente, Teerã passou a atacar o diretor-geral da AIEA, Yukia Amano, acusando-o de ser manipulado por Washington.

"SÉRIAS PREOCUPAÇÕES"

A AIEA diz ter avaliado cuidadosamente as informações fornecidas por Estados membros, considerando-as consistentes com o conteúdo técnico, os indivíduos, as organizações e as datas que foram citados. A agência diz também ter apurado seus próprios detalhes.

"A agência tem sérias preocupações relacionadas às possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã", disse a AIEA no relatório, que incluiu um raro anexo de 13 páginas com descrições técnicas das pesquisas com explosivos e simulações por computador aplicáveis a detonações nucleares.

A agência, com sede em Viena, disse que os dados "indicam que o Irã realizou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear." E acrescenta: "A informação também indica que antes do final de 2003 essas atividades ocorriam sob um programa estruturado, e que algumas atividades ainda podem estar em andamento."

O relatório da AIEA inclui informações anteriores e posteriores a 2003. Ele manifesta uma "particular preocupação" com informações dadas por dois Estados membros de que o Irã teria realizado em 2008 e 2009 estudos com modelos informatizados relevantes para o desenvolvimento de armas.

"A aplicação de tais estudos para qualquer coisa além de um explosivo nuclear não está clara para a agência", afirmou a AIEA.

As informações também indicam que o Irã construiu um grande tanque para explosivos no seu complexo militar de Parchin, a sudeste do Irã, onde conduziu experiências hidrodinâmicas que são "fortes indicadores do possível desenvolvimento de armas."

O Irã, quinto maior exportador mundial de petróleo, insiste que o seu programa nuclear se destina a desenvolver uma rede de usinas atômicas que gere eletricidade para o consumo interno, liberando o país para exportar mais gás e petróleo.

Mas o histórico do país em ocultar atividades nucleares estratégicas da AIEA, as restrições ainda em vigor à presença de inspetores da agência, e sua recusa em suspender as atividades de enriquecimento de urânio -- processo que pode resultar em combustível para armas atômicas -- reforçam as suspeitas ocidentais e justificaram as quatro rodadas de sanções da ONU, além de medidas unilaterais por parte dos EUA e da União Europeia.

(Reportagem adicional de Dan Williams, em Jerusalém; de Arshad Mohammed, em Washington; de Steve Gutterman, em Moscou; e da redação de Teerã)







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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2730 Mensagem por Túlio » Ter Nov 08, 2011 11:33 pm

suntsé escreveu:

Irã desenvolveu projeto de arma nuclear, afirma ONU


É. Pelo jeito vai mesmo dar josta. PRÓXIMO! 8-]




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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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