Imprensa vendida
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Re: Imprensa vendida
Este é um caso emblemático, que resume bem o que entendo por "imprensa vendida", problemas da imprensa, jornalismo podre ou como queiram. Vermelhos ou azuis, os fatos estão postos. Creio que todos temos o mínimo necessário para situar o caso em tela no contexto nacional, político, eleitoral e de transformação nos últimos anos.
Re: Imprensa vendida
Acho que voce não leu o texto e nem lê o sitio CAFiada Guerra.Guerra escreveu:Eu entendi, Bender. Entendi que o PHAmorim era PIG quando o poder estava com os não-trabalhistas, e agora não denuncia mais nada porque é socio dos trabalhistas.Bender escreveu:Até tu Guerra já entendeu o que é o PIG do PHAmorim! Denunciam a corupção dos trabalhistas no poder,dos anteriores não pois eram sócios
SDS.
Só é crime quando as idéias são contrárias as nossas.
"O sistema político brasileiro por definição é corrupto.
Não mais que o americano, o italiano, o russo ou o mexicano, por exemplo.
Mas, corrupto é.
Nos acima citados sistemas, a Caixa Dois, a sobra de campanha e a sujeição aos interesses dos financiadores são goiabada com queijo."
O cara (PHA) fez campanha até antes de começar o governo para defenestrar o Palocci,e vem batendo em todos estes casos também sem dó,pediu a cabeça do tal de Orlando.
A questão é que esta maneira partidária da imprensa oligarca agir é safada mesmo e o cara usa a web pra denunciar e ponto,o fato de ter trabalhado na globo,band e o que seja faz parte da profissão do cara,defender determinadas posições hoje,não implica que era um safardana no passado,sempre foi um bom jornalista e ético,isso tá no caráter do cara,O Mino Carta inventou a Veja!agora infalibilidade não existe meu caro,em nenhuma profissão,eu admiro pessoas que a meu ver transigem e mudam no decorrer da vida,seja para que pensamentos for,sem gesso e sabedoria imutável e infalível,sinaliza que o cara não está morto mentalmente.
SDS.
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Re: Imprensa vendida
Bender escreveu: O problema é que reputação destruida não se reconstroi com dinheiro.
Digas isso ao ex-Secretário da Justiça do RS no governo Olívio Dutra, José Paulo Bisol. Ele tem uma mansão no bairro mais chique de Osório (Interlagos), comprada exclusivamente com dinheiro de indenizações que a RBS - em especial seu jornal, Zero Hora, que trouxe de São Paulo um jornalista especialmente para descer o pau no governo do PT - lhe pagaram. O dito jornalista (Augusto dos Anjos, se não me engano) escolheu o Bisol pra alvo e começou a mandar chumbo direto. O Bisol ali quietinho, na dele; passou até a assinar ZH, recortar as calúnias, injúrias e difamações e...processar e processar. Enjoou de ganhar dinheiro. E se gabou por muito tempo, aqui e no Estado todo. Demitido em desgraça - que patrão gosta de empregado que só lhe dá prejuízo? - voltou pra Sampa de rabinho entre as pernas. Aqui não é lá...
QUEM saiu perdendo? E quem saiu ganhando?
Cupincha, sou do tempo do 'quem não deve não teme'. Se apanham e não fazem nada, bueno, que reputação lhes resta?
Só vejo UMA razão lógica para querer censura: ESCONDER A SUJEIRA! É essa a reputação que uma pessoa acusada que não se defende e muito menos busca reparação tem perante o Eleitor Túlio Ricardo Moreira.
Abração!!!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Re: Imprensa vendida
Vamos exemplificar. Digamos que uma Veja da vida faça uma reportagem sobre corrupção com um colega teu (ou meu) e coloque a foto do cara na capa. A reportagem diz barbaridades, ele é pivô de um esquema no governo e tal, sei lá. O cara processa a tal XVeja. O teu advogado cobra, sei lá, 10 mil, os advogados da XVeja cobram 200 mil de honorários. Se tu perder, tu vais ter de pagar tudo. Se eles perderem, depois de arrastar por anos o processo, em todas as instâncias possíveis e imagináveis, usando todos os subterfúgios da nossa amada justiça, terão de pagar quanto? Numa inicial de 100 mil, pagam quanto? 50 mil, 20? O que que é isso perto da humilhação, das noites sem sono, da desconfiança no trabalho, prejuízo comercial, separação da mulher, alcoolismo, ponte safena etc etc? E se te pagam 20, 50 mil isso é uma gota d'água no oceano, duas linhas de uma puxada de saco numa matéria de rodapé.Túlio escreveu:Para mim há espaço para toda a mídia: seja o PHA querendo uma Revolução Bolchevista aqui, seja o Olavo de Carvalho chamando o Hitler de comuna vermelho FDP. Se a gente é incapaz de opinar e formar juízo sobre o que lemos, temos mais é que ser tangidos mesmo...
De resto, a melhor defesa contra jornais e jornalistas 'abusadinhos' não é a CENSURA e sim o PROCESSO, acerta onde mais dói: no bolso! Por que os ofendidos não processam?
Isso que é o cidadão contra uma corporação midiática. Não é fácil não. Ninguém conhece como é a justiça no Brasil? Como em tudo, o poder está sempre do lado de quem tem dinheiro.
Advogados me ajudem se não é isso.
Re: Imprensa vendida
Mas o Bisol não era um Túlio ou um Gustavo da vida. Lembro bem daquela época. Esculhambaram com a cara dele, houve um desgaste enorme ao governo e ao PT (que só foi revertido em 2009, quando o Tarso se elegeu), passaram muitos anos até ele ganhar a bolada que tu já havia citado. Ganhou mesmo pelo jeito, mas é uma exceção. Agora, sobre o que falamos aqui, como fica o prejuízo político, a manipulação da opinião pública? Lembro do Lasier Martins, insuportável no Jornal do Almoço, que homenzinho triste, como fica isso? E mais: o Bisol ganhou, mas a sociedade gaúcha ficou sabendo? Como isso afetou o 'código de ética' da Zero Hora ou da RBS? Não fez nem arranhão, pode crer.Túlio escreveu:Bender escreveu: O problema é que reputação destruida não se reconstroi com dinheiro.
Digas isso ao ex-Secretário da Justiça do RS no governo Olívio Dutra, José Paulo Bisol. Ele tem uma mansão no bairro mais chique de Osório (Interlagos), comprada exclusivamente com dinheiro de indenizações que a RBS - em especial seu jornal, Zero Hora, que trouxe de São Paulo um jornalista especialmente para descer o pau no governo do PT - lhe pagaram. O dito jornalista (Augusto dos Anjos, se não me engano) escolheu o Bisol pra alvo e começou a mandar chumbo direto. O Bisol ali quietinho, na dele; passou até a assinar ZH, recortar as calúnias, injúrias e difamações e...processar e processar. Enjoou de ganhar dinheiro. E se gabou por muito tempo, aqui e no Estado todo. Demitido em desgraça - que patrão gosta de empregado que só lhe dá prejuízo? - voltou pra Sampa de rabinho entre as pernas. Aqui não é lá...
QUEM saiu perdendo? E quem saiu ganhando?
Cupincha, sou do tempo do 'quem não deve não teme'. Se apanham e não fazem nada, bueno, que reputação lhes resta?
Só vejo UMA razão lógica para querer censura: ESCONDER A SUJEIRA! É essa a reputação que uma pessoa acusada que não se defende e muito menos busca reparação tem perante o Eleitor Túlio Ricardo Moreira.
Abração!!!
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- Júnior
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Re: Imprensa vendida
Para quem acha que imprensa e santa e não tem interesses espúrios.
off topic:
É um pouco apelativo quanto ao Chaves mas da para ter um pouco de noção das relações do estado Americano com seus vizinhos do sul.
Recomendo assistir esta parte pelo menos a partir do minuto 07:50s
off topic:
É um pouco apelativo quanto ao Chaves mas da para ter um pouco de noção das relações do estado Americano com seus vizinhos do sul.
Recomendo assistir esta parte pelo menos a partir do minuto 07:50s
- marcelo bahia
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Re: Imprensa vendida
Esse documentário mostra com clareza quem controla os grandes meios de comunicação! Xiiiiiiiiiii, agora vão me chamar de bolivariano!!
Sds.
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Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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- soultrain
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Re: Imprensa vendida
Guerra escreveu:Onde eu disse que vc esta me atacando, soutrain? Mostra ai que eu edito agora.soultrain escreveu:Guerra,
Ninguem está atacando você cara, para com isso que irrita,
Eu desesperado? Vc quer condenar um reporter a traição baseado em informações da Wikileaks, e sou eu o cara desesperado atirando para todo lado?você está desesperado a disparar para todo o lugar. Baixa a arma.
Sei. Acusando o cara de traição? Imagine se eles estivessem em campanha contra esse coitado.O Wikileaks está-se pouco lixando para o Wack, foram apenas mais alguns documentos. Anonimamente, por favor...
Para mim tanto faz se ele esta a soldo da CIA ou de outro pais. Isso é a coisa mais normal aqui no Brasil.Encaixa que se isso for verdade um dos maiores opinion makers brasileiros está ao soldo da CIA. o resto é florzinha que você está a plantar.
O ponto é que se essa tal Wikileaks tem credibilidade para acusar alguém dessa forma anonima (covarde, para ficar bem claro), não entendo porque a revista veja não tem para acusar alguém dando nome aos bois.
Mas qual anónima????? Informações do Wikileaks????
A informação é tudo menos anónima ou do wikileaks, a informação, segundo a noticia, é do Departamento de Estado dos EUA!!!!
Denuncismo barato, covarde etc, é quando você acusa sem prova, dá opinião sem ouvir a outra parte etc. O wikileaks, não faz peças de jornalismo, apenas disponibiliza documentos.
Deixe de distorcer as coisas.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
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Re: Imprensa vendida
A liberdade de expressão
Por Renato Janine Ribeiro em 25/10/2011 na edição 665
Reproduzido do Valor Econômico, 24/10/2011; intertítulos do OI
Não saberia discutir o caso Rafael Bastos pela mera razão de que nunca vi o humorista. Mas o debate sobre afirmações agressivas e até desrespeitosas – refiram-se a mulheres feias, refiram-se a homossexuais –, indo do deputado Bolsonaro aos humoristas, é de grande importância política. Porque está em jogo o alcance da liberdade de expressão.
Ora, o que tenho lido a respeito – e constitui um quase consenso entre os jornalistas, mas não tanto fora de seu meio – se resume assim: é inaceitável qualquer censura. É preferível que, no mais livre debate, se possa expressar o que há de mais odioso porque poderá ser contestado, do que coibir sua veiculação. Primeiro porque se alguém tiver o poder de definir o que é decente e indecente, o que é “do bem” ou “do mal”, esse alguém terá um poder ilimitado, que inevitavelmente empregará para proteger e promover o seu lado e reprimir seus opositores. Segundo porque estamos lidando com adultos. Eles não podem ter restringido seu direito de acesso a toda forma de opinião até porque só pelo acesso, pelo debate, pela exposição de ideias opostas, poderão superar o preconceito.
Creio que meu resumo é bastante fiel. Aliás, concordo com tudo isso. Só acho que esse discurso deixa de lado dois problemas sérios. O primeiro é que nenhuma liberdade é absoluta, nem mesmo a de expressão. Na Alemanha, por razões óbvias, a apologia do nazismo é proibida. Na França, negar a realidade histórica do Holocausto constitui crime. Os dois países entendem que a expressão de ideias fascistas não deve ser tolerada, pelos males que já causaram. Considera-se que os indivíduos não dispõem necessariamente de antivírus contra esses perigos.
O rigor da lei
Deixam a Alemanha e a França de ser países democráticos porque proíbem a pregação do ódio? No Brasil, a Constituição que veda a censura manda respeitar o nome, a reputação e a família. Qual o equilíbrio entre o direito de se expressar livremente e a obrigação de respeitar o outro? Esse ponto tem de ser definido. Não havendo Lei de Imprensa, ficam indefinidas as fronteiras entre o direito de se expressar e o de se proteger da calúnia. Esse limbo deixa tudo ao arbítrio do juiz.
Mas há um segundo problema – e esse me entristece. Trinta anos atrás, vivíamos sob a ditadura mais longa de nossa história. Defender a liberdade de expressão significava, então, lutar para que riquezas enormes viessem à tona. Pudera: de 1964 até 1985, passamos por três fases de suspensão até das garantias constitucionais mínimas – seis meses do Ato Institucional, em 1964, ano e meio do AI-2, entre 1965 e 1967, mais de dez anos do AI-5, começando em 1968. Na outra metade da ditadura, mesmo sem atos institucionais, as leis vigentes limitavam muito a liberdade. A esperança era, então, que a liberdade nos trouxesse ar, vida, sensibilidade, inteligência. Quando um livro, filme ou peça era proibido, víamos nisso um selo de qualidade. E quase sempre tínhamos razão.
Então por que hoje, quando se fala em liberdade de expressão, é para defender o direito a dizer e fazer o pior, não para o melhor? Repito: não me julgo capacitado a dizer o que é bom ou mau, nem quero para mim o poder legal de distingui-los. Mas, nos tempos que evoco, a liberdade era vista como criativa, produtiva de melhores relações humanas. Hoje, porém, quando ela é invocada pelos jornalistas a que aludi, é para autorizar a expressão do que há de pior no ser humano. Mais grave que Bolsonaro, aliás, foi o deputado paulista que acusou os negros de descenderem do filho maldito de Noé. Aqui, saímos dos limites democráticos e entramos no âmbito do que uma sociedade decente pode e deve castigar. Não defendo a censura. Censurar e punir são coisas bem diferentes. A censura se faz antes. Já a punição se aplica depois. A censura impede que se cometa um ato julgado errado. Curiosamente, ela torna o censurado inocente e impune porque não pôde fazer a coisa errada (supondo que fosse mesmo errada). Mais adequada é a punição, que não impede ninguém de dizer o que quiser, mas castiga com o rigor da lei, após processo justo, quem agiu criminosamente de qualquer forma, inclusive com a palavra.
A essência da liberdade
Mas hoje a liberdade de expressão deixou de ser selo de qualidade para se tornar sinal de desesperança. A maior parte dos que defenderam Rafael Bastos e outros humoristas que avançaram o sinal, pelo menos, do bom gosto, alega que qualquer limite à liberdade de expressão pode levar ao controle dos adultos por um governo que imporá cada vez mais controles e censuras. Eu concordo, contra a censura. Contudo, não é um triste sinal dos tempos que hoje, quando se elogia a liberdade de expressão, seja para tolerar o discurso vulgar, preconceituoso, que rebaixa o nível do convívio social – e não mais para criticar o que existe de errado, apresentar utopias, fazer a razão sonhar?
Nos tempos em que a América Latina padecia sob as ditaduras de direita e a Europa Oriental sob as de esquerda, dizia-se que nas gavetas havia inúmeras obras de qualidade, proibidas pela censura – e que, caindo o regime autoritário, cem flores floresceriam. Mas isso não sucedeu. Havia menos obras-primas proibidas do que se imaginava. Parece que, em geral, uma obra-prima precisa de liberdade, não só para ser publicada, mas até mesmo para ser escrita. Mas o que me entristece é ver que hoje se valoriza cada vez mais o vulgar, o reles. Anos atrás, esperávamos que a liberdade gerasse o bom e o ótimo. Agora, parece que o reles é a essência da liberdade, seu produto mais constante, talvez mais importante. Só posso dizer que lastimo esse estado de coisas.
***
[Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo]
Por Renato Janine Ribeiro em 25/10/2011 na edição 665
Reproduzido do Valor Econômico, 24/10/2011; intertítulos do OI
Não saberia discutir o caso Rafael Bastos pela mera razão de que nunca vi o humorista. Mas o debate sobre afirmações agressivas e até desrespeitosas – refiram-se a mulheres feias, refiram-se a homossexuais –, indo do deputado Bolsonaro aos humoristas, é de grande importância política. Porque está em jogo o alcance da liberdade de expressão.
Ora, o que tenho lido a respeito – e constitui um quase consenso entre os jornalistas, mas não tanto fora de seu meio – se resume assim: é inaceitável qualquer censura. É preferível que, no mais livre debate, se possa expressar o que há de mais odioso porque poderá ser contestado, do que coibir sua veiculação. Primeiro porque se alguém tiver o poder de definir o que é decente e indecente, o que é “do bem” ou “do mal”, esse alguém terá um poder ilimitado, que inevitavelmente empregará para proteger e promover o seu lado e reprimir seus opositores. Segundo porque estamos lidando com adultos. Eles não podem ter restringido seu direito de acesso a toda forma de opinião até porque só pelo acesso, pelo debate, pela exposição de ideias opostas, poderão superar o preconceito.
Creio que meu resumo é bastante fiel. Aliás, concordo com tudo isso. Só acho que esse discurso deixa de lado dois problemas sérios. O primeiro é que nenhuma liberdade é absoluta, nem mesmo a de expressão. Na Alemanha, por razões óbvias, a apologia do nazismo é proibida. Na França, negar a realidade histórica do Holocausto constitui crime. Os dois países entendem que a expressão de ideias fascistas não deve ser tolerada, pelos males que já causaram. Considera-se que os indivíduos não dispõem necessariamente de antivírus contra esses perigos.
O rigor da lei
Deixam a Alemanha e a França de ser países democráticos porque proíbem a pregação do ódio? No Brasil, a Constituição que veda a censura manda respeitar o nome, a reputação e a família. Qual o equilíbrio entre o direito de se expressar livremente e a obrigação de respeitar o outro? Esse ponto tem de ser definido. Não havendo Lei de Imprensa, ficam indefinidas as fronteiras entre o direito de se expressar e o de se proteger da calúnia. Esse limbo deixa tudo ao arbítrio do juiz.
Mas há um segundo problema – e esse me entristece. Trinta anos atrás, vivíamos sob a ditadura mais longa de nossa história. Defender a liberdade de expressão significava, então, lutar para que riquezas enormes viessem à tona. Pudera: de 1964 até 1985, passamos por três fases de suspensão até das garantias constitucionais mínimas – seis meses do Ato Institucional, em 1964, ano e meio do AI-2, entre 1965 e 1967, mais de dez anos do AI-5, começando em 1968. Na outra metade da ditadura, mesmo sem atos institucionais, as leis vigentes limitavam muito a liberdade. A esperança era, então, que a liberdade nos trouxesse ar, vida, sensibilidade, inteligência. Quando um livro, filme ou peça era proibido, víamos nisso um selo de qualidade. E quase sempre tínhamos razão.
Então por que hoje, quando se fala em liberdade de expressão, é para defender o direito a dizer e fazer o pior, não para o melhor? Repito: não me julgo capacitado a dizer o que é bom ou mau, nem quero para mim o poder legal de distingui-los. Mas, nos tempos que evoco, a liberdade era vista como criativa, produtiva de melhores relações humanas. Hoje, porém, quando ela é invocada pelos jornalistas a que aludi, é para autorizar a expressão do que há de pior no ser humano. Mais grave que Bolsonaro, aliás, foi o deputado paulista que acusou os negros de descenderem do filho maldito de Noé. Aqui, saímos dos limites democráticos e entramos no âmbito do que uma sociedade decente pode e deve castigar. Não defendo a censura. Censurar e punir são coisas bem diferentes. A censura se faz antes. Já a punição se aplica depois. A censura impede que se cometa um ato julgado errado. Curiosamente, ela torna o censurado inocente e impune porque não pôde fazer a coisa errada (supondo que fosse mesmo errada). Mais adequada é a punição, que não impede ninguém de dizer o que quiser, mas castiga com o rigor da lei, após processo justo, quem agiu criminosamente de qualquer forma, inclusive com a palavra.
A essência da liberdade
Mas hoje a liberdade de expressão deixou de ser selo de qualidade para se tornar sinal de desesperança. A maior parte dos que defenderam Rafael Bastos e outros humoristas que avançaram o sinal, pelo menos, do bom gosto, alega que qualquer limite à liberdade de expressão pode levar ao controle dos adultos por um governo que imporá cada vez mais controles e censuras. Eu concordo, contra a censura. Contudo, não é um triste sinal dos tempos que hoje, quando se elogia a liberdade de expressão, seja para tolerar o discurso vulgar, preconceituoso, que rebaixa o nível do convívio social – e não mais para criticar o que existe de errado, apresentar utopias, fazer a razão sonhar?
Nos tempos em que a América Latina padecia sob as ditaduras de direita e a Europa Oriental sob as de esquerda, dizia-se que nas gavetas havia inúmeras obras de qualidade, proibidas pela censura – e que, caindo o regime autoritário, cem flores floresceriam. Mas isso não sucedeu. Havia menos obras-primas proibidas do que se imaginava. Parece que, em geral, uma obra-prima precisa de liberdade, não só para ser publicada, mas até mesmo para ser escrita. Mas o que me entristece é ver que hoje se valoriza cada vez mais o vulgar, o reles. Anos atrás, esperávamos que a liberdade gerasse o bom e o ótimo. Agora, parece que o reles é a essência da liberdade, seu produto mais constante, talvez mais importante. Só posso dizer que lastimo esse estado de coisas.
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Re: Imprensa vendida
O Julian Assange e o Wikileaks são um icone do jornalismo atual e uma importante ferramenta para o jornalismo investigativo verdadeiro, assim como tambem fornece munição para o denuncismo barato, mas isso é uma conseguencia aceitável. Respeito muito essa mídia.soultrain escreveu: Mas qual anónima????? Informações do Wikileaks????
A informação é tudo menos anónima ou do wikileaks, a informação, segundo a noticia, é do Departamento de Estado dos EUA!!!!
Denuncismo barato, covarde etc, é quando você acusa sem prova, dá opinião sem ouvir a outra parte etc. O wikileaks, não faz peças de jornalismo, apenas disponibiliza documentos.
Deixe de distorcer as coisas.
Porem, será que algum forista poderia me passar o link, do wikileaks sobre essa denuncia? Procurei na web mas só achei a mesma fonte, o tal Blog Brasil que Vai. Veja bem, não estou dizendo que esse fato não ocorreu, mas dizer que esta no wikeliks é muito facil, mas acho que para ser totalmente honesto tem que mostrar a fonte (link).
Agora se for verdade quero ver como a Globo vai se virar
Abraços,
Paulo
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Re: Imprensa vendida
Belissimo texto, não o conhecia.GustavoB escreveu:A liberdade de expressão
Por Renato Janine Ribeiro em 25/10/2011 na edição 665
Reproduzido do Valor Econômico, 24/10/2011; intertítulos do OI
Não saberia discutir o caso Rafael Bastos pela mera razão de que nunca vi o humorista. Mas o debate sobre afirmações agressivas e até desrespeitosas – refiram-se a mulheres feias, refiram-se a homossexuais –, indo do deputado Bolsonaro aos humoristas, é de grande importância política. Porque está em jogo o alcance da liberdade de expressão.
Ora, o que tenho lido a respeito – e constitui um quase consenso entre os jornalistas, mas não tanto fora de seu meio – se resume assim: é inaceitável qualquer censura. É preferível que, no mais livre debate, se possa expressar o que há de mais odioso porque poderá ser contestado, do que coibir sua veiculação. Primeiro porque se alguém tiver o poder de definir o que é decente e indecente, o que é “do bem” ou “do mal”, esse alguém terá um poder ilimitado, que inevitavelmente empregará para proteger e promover o seu lado e reprimir seus opositores. Segundo porque estamos lidando com adultos. Eles não podem ter restringido seu direito de acesso a toda forma de opinião até porque só pelo acesso, pelo debate, pela exposição de ideias opostas, poderão superar o preconceito.
Creio que meu resumo é bastante fiel. Aliás, concordo com tudo isso. Só acho que esse discurso deixa de lado dois problemas sérios. O primeiro é que nenhuma liberdade é absoluta, nem mesmo a de expressão. Na Alemanha, por razões óbvias, a apologia do nazismo é proibida. Na França, negar a realidade histórica do Holocausto constitui crime. Os dois países entendem que a expressão de ideias fascistas não deve ser tolerada, pelos males que já causaram. Considera-se que os indivíduos não dispõem necessariamente de antivírus contra esses perigos.
O rigor da lei
Deixam a Alemanha e a França de ser países democráticos porque proíbem a pregação do ódio? No Brasil, a Constituição que veda a censura manda respeitar o nome, a reputação e a família. Qual o equilíbrio entre o direito de se expressar livremente e a obrigação de respeitar o outro? Esse ponto tem de ser definido. Não havendo Lei de Imprensa, ficam indefinidas as fronteiras entre o direito de se expressar e o de se proteger da calúnia. Esse limbo deixa tudo ao arbítrio do juiz.
Mas há um segundo problema – e esse me entristece. Trinta anos atrás, vivíamos sob a ditadura mais longa de nossa história. Defender a liberdade de expressão significava, então, lutar para que riquezas enormes viessem à tona. Pudera: de 1964 até 1985, passamos por três fases de suspensão até das garantias constitucionais mínimas – seis meses do Ato Institucional, em 1964, ano e meio do AI-2, entre 1965 e 1967, mais de dez anos do AI-5, começando em 1968. Na outra metade da ditadura, mesmo sem atos institucionais, as leis vigentes limitavam muito a liberdade. A esperança era, então, que a liberdade nos trouxesse ar, vida, sensibilidade, inteligência. Quando um livro, filme ou peça era proibido, víamos nisso um selo de qualidade. E quase sempre tínhamos razão.
Então por que hoje, quando se fala em liberdade de expressão, é para defender o direito a dizer e fazer o pior, não para o melhor? Repito: não me julgo capacitado a dizer o que é bom ou mau, nem quero para mim o poder legal de distingui-los. Mas, nos tempos que evoco, a liberdade era vista como criativa, produtiva de melhores relações humanas. Hoje, porém, quando ela é invocada pelos jornalistas a que aludi, é para autorizar a expressão do que há de pior no ser humano. Mais grave que Bolsonaro, aliás, foi o deputado paulista que acusou os negros de descenderem do filho maldito de Noé. Aqui, saímos dos limites democráticos e entramos no âmbito do que uma sociedade decente pode e deve castigar. Não defendo a censura. Censurar e punir são coisas bem diferentes. A censura se faz antes. Já a punição se aplica depois. A censura impede que se cometa um ato julgado errado. Curiosamente, ela torna o censurado inocente e impune porque não pôde fazer a coisa errada (supondo que fosse mesmo errada). Mais adequada é a punição, que não impede ninguém de dizer o que quiser, mas castiga com o rigor da lei, após processo justo, quem agiu criminosamente de qualquer forma, inclusive com a palavra.
A essência da liberdade
Mas hoje a liberdade de expressão deixou de ser selo de qualidade para se tornar sinal de desesperança. A maior parte dos que defenderam Rafael Bastos e outros humoristas que avançaram o sinal, pelo menos, do bom gosto, alega que qualquer limite à liberdade de expressão pode levar ao controle dos adultos por um governo que imporá cada vez mais controles e censuras. Eu concordo, contra a censura. Contudo, não é um triste sinal dos tempos que hoje, quando se elogia a liberdade de expressão, seja para tolerar o discurso vulgar, preconceituoso, que rebaixa o nível do convívio social – e não mais para criticar o que existe de errado, apresentar utopias, fazer a razão sonhar?
Nos tempos em que a América Latina padecia sob as ditaduras de direita e a Europa Oriental sob as de esquerda, dizia-se que nas gavetas havia inúmeras obras de qualidade, proibidas pela censura – e que, caindo o regime autoritário, cem flores floresceriam. Mas isso não sucedeu. Havia menos obras-primas proibidas do que se imaginava. Parece que, em geral, uma obra-prima precisa de liberdade, não só para ser publicada, mas até mesmo para ser escrita. Mas o que me entristece é ver que hoje se valoriza cada vez mais o vulgar, o reles. Anos atrás, esperávamos que a liberdade gerasse o bom e o ótimo. Agora, parece que o reles é a essência da liberdade, seu produto mais constante, talvez mais importante. Só posso dizer que lastimo esse estado de coisas.
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[Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo]
Obrigado por dividi-lo.
Abraços,
Paulo
“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as idiotas cheias de certezas” – Henry Charles Bukowski jr
Re: Imprensa vendida
Acho que voce devia usar este teu argumento com as pessoas simples que eram donas da Escola de Base e foram linchadas publicamente e quase fisicamente,eu não defendo censura eu defendo ter ética e bom senso para noticiar. Mas concordo com voce quanto a "ESCONDER A SUJEIRA!" A ditadura deve ter sido profícua neste ponto que voce toca, e estes orgãos safados e mau caráter de imprensa fazem muito isso com sua própria sujeira,escondem, inclusive seu passado de aliança com a própria ditadura que os "censurava",interessante essa aliança criador e criatura.Túlio escreveu:Bender escreveu: O problema é que reputação destruida não se reconstroi com dinheiro.
Digas isso ao ex-Secretário da Justiça do RS no governo Olívio Dutra, José Paulo Bisol. Ele tem uma mansão no bairro mais chique de Osório (Interlagos), comprada exclusivamente com dinheiro de indenizações que a RBS - em especial seu jornal, Zero Hora, que trouxe de São Paulo um jornalista especialmente para descer o pau no governo do PT - lhe pagaram. O dito jornalista (Augusto dos Anjos, se não me engano) escolheu o Bisol pra alvo e começou a mandar chumbo direto. O Bisol ali quietinho, na dele; passou até a assinar ZH, recortar as calúnias, injúrias e difamações e...processar e processar. Enjoou de ganhar dinheiro. E se gabou por muito tempo, aqui e no Estado todo. Demitido em desgraça - que patrão gosta de empregado que só lhe dá prejuízo? - voltou pra Sampa de rabinho entre as pernas. Aqui não é lá...
QUEM saiu perdendo? E quem saiu ganhando?
Cupincha, sou do tempo do 'quem não deve não teme'. Se apanham e não fazem nada, bueno, que reputação lhes resta?
Só vejo UMA razão lógica para querer censura: ESCONDER A SUJEIRA! É essa a reputação que uma pessoa acusada que não se defende e muito menos busca reparação tem perante o Eleitor Túlio Ricardo Moreira.
Abração!!!
Voce lembra deste caso aqui de São Paulo?O Cesar Tralli lembra. QUEM saiu perdendo? E quem saiu ganhando?
Março de 1994. A Escola de Educação Infantil Base, em São Paulo, sofre uma denúncia de abuso sexual contra menores. Mães desesperadas de alunos contatam a Rede Globo. Dá-se início ao escândalo que mais marcou a imprensa brasileira nos últimos 15 anos.
Durante dois meses, jornais, revistas, emissoras de rádio e tevê publicaram rotineiramente notícias sobre o Caso Escola Base apontando seis pessoas (dentre elas, pais de alunos e os donos da escola) como, indubitavelmente, culpadas. Toda a acusação baseou-se em fontes oficiais, além de pais de alunos e vizinhos da escola. Sem nenhuma investigação ou prova concreta os envolvidos no caso foram estampados como monstros. A história toda foi noticiada de forma bastante parcial e distorcida, mas muito enfaticamente. O resultado? Linchamento social dos acusados, depredação de suas moradias e da escolinha além de muito falatório.
Transcorridos os dois meses o inquérito foi arquivado com a conclusão de que os acusados eram todos inocentes. Friso: todos inocentes. Ficou nas mãos da mídia, a contadora da história, limpar o entulho esparramado pelos corredores da escolinha. Nunca a imprensa brasileira foi tão criticada (incluo aqui auto-criticada) como no Caso Escola Base.
O mínimo que se espera de um jornalismo relevante e confiável é a apuração dos dados. Em um trabalho investigativo, ou tratando assuntos delicados, é mais que necessária a apuração precisa das informações. Escutar os dois lados do fato, por exemplo, é imprescindível. No entanto, a ânsia pelo furo jornalístico, pela notícia de capa – pelo escândalo – acaba falando mais alto que a ética.
Presenciamos a era do entretenimento na qual a transgressão é prato cheio de qualquer meio de comunicação que mede sua aceitação através de vendas, ibope, enfim, através do alcance de seu produto.
A informação, na pós-modernidade, se confunde com o espetáculo. A credibilidade da informação pode até ser violada, mas a notícia não deixa de ser transformada em um grande show que envolve acusados, inocentes, repórteres, delegados, promotores…
É através da imprensa que a população, na maioria das vezes, molda a sua percepção do real. É praticamente impossível se isentar dessa responsabilidade. Não identificar contradições na investigação policial, nos laudos do IML ou nos depoimentos de crianças de quatro anos e suas mães, é, no mínimo, questionável.
O jornalista deve em seu cotidiano colocar em prática o bom-senso. O furo, a disputa pela audiência, a investigação são necessárias e saudáveis, mas não devem ser legitimadas quando de costas para a ética.
No Caso Escola Base as mea culpas da imprensa não foram suficientes para reestruturar a vida dos acusados já prejudicados financeira e psicologicamente. Há um enorme abismo entre as desculpas e o impacto das notícias. Durante todo o caso foi possível teorizar um anti-jornalismo debruçado em fontes contraditórias e nada profissionais, matérias sem crédito, acusações sem embasamento.
Em 2005,onze anos após o ocorrido, a Rede Globo foi condenada a pagar cerca de 450 mil reais para cada acusado no Caso Escola Base. Isso, sem dúvidas, mostra que o país protege o cidadão dos abusos da imprensa. Mas será isso suficiente? Os danos que ficam e a credibilidade que esvai são marcas muito mais profundas no caráter da imprensa nacional.
É papel do jornalista informar e isso inclui, sem dúvidas, noticiar denúncias. No entanto, prevalece a lei máxima do Direito Penal: “In dúbio pro reo” (Em dúvida a favor do réu, ou o nosso adaptado, “todo mundo é inocente até que se prove o contrário”). Não sendo assim a grande vilã da história será sempre a imprensa.
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Abraços!
Re: Imprensa vendida
desculpe se estou repetindo a postagem
Informe JB
27/10 às 17h31 - Atualizada em 27/10 às 18h30
Wikileaks: William Waack, da Globo, é citado três vezes como informante dos EUA
Jornal do Brasil
Jorge Lourenço
+A-AImprimir
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O jornalista William Waack, da Rede Globo, se tornou um dos assuntos mais discutidos no Twitter nesta quinta-feira graças a supostos documentos da Wikileaks que o apontariam como informante do governo americano. Apesar de vagas e desencontradas, algumas informações são verdadeiras. O Informe JB entrou em contato com a jornalista Natalia Viana, responsável pela Wikileaks no Brasil, que confirmou a história. Waack é citado não apenas uma, mas três vezes como informante da Casa Branca. Dois dos documentos que o citam são considerados "confidenciais".
Consulta sobre as eleições
Um dos arquivos é sobre a visita de um porta-aviões dos Estados Unidos em maio de 2008. Na ocasião, a Embaixada Americana classificou como positiva a repercussão na mídia do evento, citando William Waack diretamente por ter ajudado a mostrar o lado positivo das relações do Brasil com os Estados Unidos em reportagens para o jornal "O Globo". Os outros dois documentos são sobre informações repassadas por Waack a representantes americanos sobre as eleições presidenciais do ano passado.
Documento relata reunião na qual Waack dá detalhes sobre os presidenciáveis em fevereiro
Dilma incoerente
O jornalista da Rede Globo reportou aos americanos em fevereiro de 2010 que um fórum econômico em São Paulo deixou as seguintes impressões sobre os possíveis candidatos à presidência: Ciro Gomes era o mais preparado, Serra era "claramente competente" e Dilma era... incoerente.
William Waack errou previsão sobre união de Aécio Neves com José Serra
Bola fora
Em agosto de 2009, novamente Waack manteve contatos com funcionários americanos, mas passou uma informação errada. Ele apontou que Serra e Aécio Neves já haviam selado a paz para uma candidatura a presidente e vice, respectivamente, no ano seguinte. A profecia, como todos sabem, não se confirmou. Aécio tentou encabeçar a candidatura tucana à presidência, mas acabou tentando o Senado por Minas Gerais.
Tags: aécio neves, dilma, eleições, globo, informante, josé serra, rede globo, wikileaks, william wack
Informe JB
27/10 às 17h31 - Atualizada em 27/10 às 18h30
Wikileaks: William Waack, da Globo, é citado três vezes como informante dos EUA
Jornal do Brasil
Jorge Lourenço
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O jornalista William Waack, da Rede Globo, se tornou um dos assuntos mais discutidos no Twitter nesta quinta-feira graças a supostos documentos da Wikileaks que o apontariam como informante do governo americano. Apesar de vagas e desencontradas, algumas informações são verdadeiras. O Informe JB entrou em contato com a jornalista Natalia Viana, responsável pela Wikileaks no Brasil, que confirmou a história. Waack é citado não apenas uma, mas três vezes como informante da Casa Branca. Dois dos documentos que o citam são considerados "confidenciais".
Consulta sobre as eleições
Um dos arquivos é sobre a visita de um porta-aviões dos Estados Unidos em maio de 2008. Na ocasião, a Embaixada Americana classificou como positiva a repercussão na mídia do evento, citando William Waack diretamente por ter ajudado a mostrar o lado positivo das relações do Brasil com os Estados Unidos em reportagens para o jornal "O Globo". Os outros dois documentos são sobre informações repassadas por Waack a representantes americanos sobre as eleições presidenciais do ano passado.
Documento relata reunião na qual Waack dá detalhes sobre os presidenciáveis em fevereiro
Dilma incoerente
O jornalista da Rede Globo reportou aos americanos em fevereiro de 2010 que um fórum econômico em São Paulo deixou as seguintes impressões sobre os possíveis candidatos à presidência: Ciro Gomes era o mais preparado, Serra era "claramente competente" e Dilma era... incoerente.
William Waack errou previsão sobre união de Aécio Neves com José Serra
Bola fora
Em agosto de 2009, novamente Waack manteve contatos com funcionários americanos, mas passou uma informação errada. Ele apontou que Serra e Aécio Neves já haviam selado a paz para uma candidatura a presidente e vice, respectivamente, no ano seguinte. A profecia, como todos sabem, não se confirmou. Aécio tentou encabeçar a candidatura tucana à presidência, mas acabou tentando o Senado por Minas Gerais.
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- Paulo Bastos
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Re: Imprensa vendida
Obrigado pelo retorno.
Vou guardar esse documento.
Abraços,
Paulo
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Paulo
“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as idiotas cheias de certezas” – Henry Charles Bukowski jr