Paulo Bastos escreveu:...imagino que as capacidades cognitivas de um "aprendiz de símio amestrado" devam superar as vossas.
Paulo Bastos escreveu:"O QUE QUEREM OS PETRALHAS, OS VERMELHOS E OS IDIOTAS? CORRUPTOS QUE ASSINAM RECIBO? OU: PROVAS NÃO FALTAM; FALTA É VERGONHA NA CARA!
Então supere agora, palhaço!!
Como você lançou a agressão para afirmar que não passamos de um conjunto de idiotas, vou tomar-me outra vez o trabalho de te responder. Como todo baiano eu sou chato, insistente! Vou desconstruir essa lenda que você decorou no clube militar de que Lula é um "apedeuta", um "idiota petralha"! Para isso, elaborei uma rápida comparação entre os dois governos. Apenas alguns pontos, pois se eu fosse abordar muitas áreas, não poderia fazer mais nada durante dias! Então, vamos lá!!!
FHC VS LULA
Alguns pontos:
- O Plano Real foi gerado por um grupo de economistas da USP e implementado ainda durante o governo de Itamar Franco, e não no governo de Fernando Henrique Cardoso. A Exposição de Motivos da MP do Plano Real foi feita a Itamar Franco pelo então Ministro da Fazenda Rubens Ricúpero. Quem tem alguma memória lembra disso! Nossa história política, como a de qualquer país, está pontuada de maus exemplos, é certo, mas dificilmente encontraremos algo comparável ao que fez Fernando Henrique Cardoso com seu benfeitor, Itamar Franco, que posteriormente lhe deu o Ministério da Fazenda para gerenciar o Plano Real e ser o candidato a presidente na eleição seguinte. Escravizado aos próprios pensamentos, o ex-presidente continua a pensar, mas agora pensa - ou já delira - que são seus os êxitos, reais e palpáveis que Itamar Francou acumulou como crédito em seus anos de trabalho como presidente da república e sem lhe devolver o devido reconhecimento.
- Não há grandes diferenças macroeconômicas entre os governos de FHC e de Lula. Os dois mantiveram a política de superávit primário e metas de inflação (leia-se Selic). A única grande diferença entre os pilares da macroeconomia foi a mudança do tipo de regime cambial; passamos do câmbio fixo ao câmbio flutuante, e nada mais. Entretanto, a forma de conduzir a macroeconomia em conjunto com a microeconomia em direção aos seus objetivos foi bastante distinta entre os dois governos. Como diz o ditado: "é com jeito que se come o sujeito"! E neste quesito, o governo Lula deu um "chocolate" no governo FHC. A diferença na forma de fazer política econômica e na forma de lidar com a microeconomia foi brutal! Felizmente o Estado Nacional recuperou sua força. FHC quis matá-lo, Lula o recuperou.
- O governo Lula (a partir do seu segundo governo) mesclou desenvolvimentismo (Mantega) com Neoliberalismo econômico (Meirelles), por tanto não dá para afirmar que seu governo foi desenvolvimentista e tampouco que ele é neoliberal.
- A renda média total cresceu muito, mas especialmente a renda das classes mais baixas cresceu no governo Lula como nunca antes impulsionada pelo crescimento do crédito no país, que saltou de 150 bilhões de dólares para 1,5 trilhões de dólares em 2009, somada aos planos sociais e seus efeitos cascatas. A maior parte desse crédito foi outorgado pelos bancos públicos, que quase foram destruídos pelo governo FHC com o apoio de José Serra.
O que mudou a partir do governo Lula
Por mais que Lula tenha mantido os fundamentos macroeconômicos do governo FHC, e assim garantido certas posturas de Estado, está claro que a diferença existe.
A política econômica de FHC tendia mais claramente para o neoliberalismo do que a empregada pelo governo Lula. Para FHC era fundamental aumentar a poupança interna, com os recursos reprezados os bancos teriam muito mais capital para empréstimos, o que supostamente reduziria o valor da taxa de juros para o setor empresarial. Se os juros caíssem, isso geraria um circulo virtuoso que naturalmente levaria ao aumento do investimento produtivo. Seguindo este tipo de raciocínio, ele chegou à conclusão de que mais investimentos seriam postos em prática a partir do aumento substancial da poupança nacional, e assim o capital se “derramaria” e chegaria ao grosso da população. Ele estava equivocado! O copo não transbordou. O que houve foi o aumento da concentração da riqueza e a falta de crédito para a grande maioria da população e das empresas.
Para Lula, o povo tem que gastar (dentro de um certo limite)! Pegar o dinheiro do salário e usá-lo para as compras de natal, não o deixar em um banco guardado. O exemplo do pensamento keynesiano de Lula foi sua frase durante a crise: “Os sabichões de sempre querem que nós cortemos gastos! Não! Pegue o seu dinheirinho guardado no banco e use para comprar seu eletrodoméstico, para viajar, para comprar uma flôr para sua mulher”. Acreditar que o aumento da poupança geraria necessariamente a queda dos juros e aumento do fluxo de empréstimos sem a intervenção política foi um erro de FHC. O que leva ao aumento dos investimentos e do crescimento econômico é o gasto da população e o estímulo de crédito para o setor produtivo por parte do governo. 'Novas Idéias de Economistas Mortos'. Mas nada disso ocorre sem a intervenção política e a decisão do governo de implementá-la.
Com Lula adotou-se uma certa postura keynesiana (principalmente a partir do seu segundo mandato) que fortaleceu o consumo interno, expandindo a oferta de crédito no mercado, principalmente por meio dos bancos públicos, os quais ocuparam vários setores que não eram de interesse dos bancos privados. Durante a crise internacional de 2009 os bancos públicos -que no governo FHC foram sucateados para depois serem privatizados (o que não ocorreu a tempo devido às pressões de sindicatos, militares e políticos da oposição)- assumiram as carteiras de vários bancos privados que se recusavam a liberar empréstimos em virtude das incertezas internacionais. As intervenções do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em conjunto com o Banco Central, foram decisivas para que o país não quebrasse durante a crise financeira. O que não ocorreu no governo FHC, quando o país quebrou 3 vezes. O BNDES, por exemplo, passou a atuar como subsidiador de empresas brasileiras na compra de ativos no exterior, principalmente na América Latina, com o objetivo de aproveitar a crise e internacionalisá-las.
Também deu-se força ao setor público industrial com a participação direta das estatais (com destaque para a Petrobras) e do governo federal no crescimento econômico por meio de investimentos estratégicos em obras de infraestrutura (PAC), desenvolvimento tecnológico e incomendas ao setor de serviços. Por exemplo, a indústria naval, que tinha sido destruída pelos sucessivos governos das décadas de 80 e 90, foi recuperada por meio das compras realizadas pela Petrobras, Marinha, empresas privadas, etc. A indústria nacional de defesa, que chegou a ser a 8º do mundo, voltou a ver um horizonte a partir das novas encomendas federais e da entrada do governo, por meio de “golden shares”, naquelas indústrias consideradas mais frágeis e que precisam de um estímulo inicial. Há muito por fazer neste setor para consolidá-lo, mas os primeiros passos já foram dados.
Com Lula estabeleceu-se uma estratégia geopolítica que diversificou e ampliou exponencialmente o comércio exterior (principalmente o comércio sul-sul, tão criticado pelos conservadores), o que também foi decisivo para que o país não quebrasse durante a crise de 2009. As exportações de commodities para a China e Europa cresceram em volume e em percentual sobre a totalidade de nossos produtos exportados. Porém, se compensou com as exportações de produtos manufaturados para os nossos parceiros na América Latina, que cresceram sobre maneira em relação ao governo anterior. O governo Lula soube aproveitar-se da boa relação que mantemos com nossos vizinhos e dos mercados perdidos pelos EUA por causa de conflitos diplomáticos com governos considerados “progressistas”, em especial, com a Venezuela, que deixou de comprar de automóveis a computadores nos EUA para comprá-los no Brasil. As exportações de produtos brasileiros manufaturados para esse país amigo cresceram 8 vezes de 1998 a 2010.
O governo Lula lançou uma nova política industrial e um grande pacote de extímulos à exportação durante a crise. Em especial, um "buy brazilian act" e um Banco de comércio exterior, o Exim-Brasil.
http://g1.globo.com/economia-e-negocios ... acoes.html Essas medidas aumentaram a competitividade das exportações brasileiras no mercado internacional e ao mesmo tempo garantiram que as compras governamentais fossem feitas internamente, com produtos fabricados no Brasil. Somente o “Buy Brazilian Act” representou uma garantia de que pelo menos 56 bilhões de reais dos cofres públicos fossem dirigidos aos produtos nacionais todos os anos.
Só para começar a discussão!! Tem muito mais!! Estou esperando seus contra-argumentos!!!
Sds.