Mulheres... outra vez...
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Re: Mulheres... outra vez...
Se quer ser igual, porque ser tratado diferente?
[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
Se não agora, quando?”[/justificar]
- Clermont
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Re: Mulheres... outra vez...
Mulheres australianas vão poder se alistar para cargos na linha de frente de combate.
o globo.com - AP - 27.09.11.
CAMBERRA - O governo da Austrália vai remover todas as barreiras de gênero em suas Forças Armadas nos próximos cinco anos, permitindo que mulheres ocupem postos considerados de alto risco na linha de frente de combates. O ministro da Defesa da Austrália, Stephen Smith, anunciou que a medida inclui cargos na infantaria, artilharia e mergulho de apuração naval. As primeiras contratações serão anunciadas em março do ano de 2012.
- Essa é uma mudança cultural muito significativa. É por isso que prefiro errar ao lado da cautela e validar a medida apenas por um período de cinco anos. Essa medida irá colocar as pessoas mais qualificadas para estes trabalhos em seus determinados cargos, independente de seus sexos - afirmou Smith.
As mulheres australianas já tinham a permissão para se alistar em 93% dos cargos nas forças de segurança do país.
Apesar da decisão da abertura total ser considerada uma conquista grupos feministas australianos, a Associação de Defesa Australiana, organização influente nas decisões da Defesa do país, alertou que a liberação irá aumentar de forma significativa o número de mulheres mortas em confrontos. Neil James, o diretor-executivo do grupo, argumenta que as diferenças biológicas entre os sexos fazem até as mulheres mais fortes serem mais vulneráveis no campo de batalha:
- Nós temos que nos preocupar sobre o risco desproporcional que mulheres sofrem comparado ao risco dos homens. O anúncio do ministro demonstra que ele não está ciente de todos os detalhes necessários.
No entanto, o ministro reforçou que a Austrália está trabalhando com uma universidade para saber quais as funções são fisicamente indicadas somente para homens. Ainda segundo Smith, a liberação das mulheres não irá afetar a operação interna das Forças Armadas e o intercâmbio de pessoal com o seu parceiro de segurança, os EUA.
A Austrália tem cerca de 59 mil soldados, dos quais 1.550 atuam no Afeganistão como parte da operação americana. Apenas 8 mil membros das Forças Armadas australianas são do sexo feminino.
Canadá, Nova Zelândia e Israel já permitem que mulheres ocupem qualquer posto militar.
o globo.com - AP - 27.09.11.
CAMBERRA - O governo da Austrália vai remover todas as barreiras de gênero em suas Forças Armadas nos próximos cinco anos, permitindo que mulheres ocupem postos considerados de alto risco na linha de frente de combates. O ministro da Defesa da Austrália, Stephen Smith, anunciou que a medida inclui cargos na infantaria, artilharia e mergulho de apuração naval. As primeiras contratações serão anunciadas em março do ano de 2012.
- Essa é uma mudança cultural muito significativa. É por isso que prefiro errar ao lado da cautela e validar a medida apenas por um período de cinco anos. Essa medida irá colocar as pessoas mais qualificadas para estes trabalhos em seus determinados cargos, independente de seus sexos - afirmou Smith.
As mulheres australianas já tinham a permissão para se alistar em 93% dos cargos nas forças de segurança do país.
Apesar da decisão da abertura total ser considerada uma conquista grupos feministas australianos, a Associação de Defesa Australiana, organização influente nas decisões da Defesa do país, alertou que a liberação irá aumentar de forma significativa o número de mulheres mortas em confrontos. Neil James, o diretor-executivo do grupo, argumenta que as diferenças biológicas entre os sexos fazem até as mulheres mais fortes serem mais vulneráveis no campo de batalha:
- Nós temos que nos preocupar sobre o risco desproporcional que mulheres sofrem comparado ao risco dos homens. O anúncio do ministro demonstra que ele não está ciente de todos os detalhes necessários.
No entanto, o ministro reforçou que a Austrália está trabalhando com uma universidade para saber quais as funções são fisicamente indicadas somente para homens. Ainda segundo Smith, a liberação das mulheres não irá afetar a operação interna das Forças Armadas e o intercâmbio de pessoal com o seu parceiro de segurança, os EUA.
A Austrália tem cerca de 59 mil soldados, dos quais 1.550 atuam no Afeganistão como parte da operação americana. Apenas 8 mil membros das Forças Armadas australianas são do sexo feminino.
Canadá, Nova Zelândia e Israel já permitem que mulheres ocupem qualquer posto militar.
- gingerfish
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Re: Mulheres... outra vez...
Agora, imagina só se você se casa com uma mulher, e ela passa num concurso pra Marinha... e vai ficar uma grande temporada embaixo d'água, num submarino, cheinho de homens... pelo menos eu, como homem, é que iria morrer afogado...
Cara, eu acho a nossa sociedade muito patriarcal. Tudo bem, as mulheres têm que trabalhar, sim. Mas o cara que é patriarcal, ele quer disciplina sobretudo dentro de casa, e ele quer que a mulher coloque o próprio trabalho em segundo lugar, porque, senão, ele vai achá-la "indisciplinada". E a mulher que está nas Forças Armadas, ela tem que dedicar-se ao serviço. Não há jeito!
Ô cara, eu conheço poucas mulheres militares, mas, as que eu conheci e que tinham "namorados normais", largaram os namorados e ficaram com militares...
Cara, eu acho a nossa sociedade muito patriarcal. Tudo bem, as mulheres têm que trabalhar, sim. Mas o cara que é patriarcal, ele quer disciplina sobretudo dentro de casa, e ele quer que a mulher coloque o próprio trabalho em segundo lugar, porque, senão, ele vai achá-la "indisciplinada". E a mulher que está nas Forças Armadas, ela tem que dedicar-se ao serviço. Não há jeito!
Ô cara, eu conheço poucas mulheres militares, mas, as que eu conheci e que tinham "namorados normais", largaram os namorados e ficaram com militares...
A vida do homem na Terra é uma guerra.
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- Moccelin
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Re: Mulheres... outra vez...
Isso é uma constante em mulheres militares. Homens conseguem facilmente achar uma mulher que aceite a posição de "dona de casa", que acaba sendo uma infeliz obrigação, principalmente se falarmos de quem se muda com mais frequência (algumas carreiras dentro do EB acabam sendo mais estáticas, como a do meu pai, que era telegrafista e se transferiu muito pouco). E mesmo assim existem as "concursadas federais", mas mesmo assim acabam colocando a carreira como prioridade 2 ante a carreira do marido.
Já as mulheres com certeza terão mais dificuldades de achar um marido que aceite essa posição de "seguir a mulher", acabam casando com milicos e resolvendo o problema dos dois. Apesar de que as carreiras militares femininas, principalmente no Exército, onde a atividade fim não possui mulheres nos seus quadros, costumam ser mais estáticas também... É comum ver mulheres entrando em uma unidade como Tenente (1º ou 2º dependendo da carreira) e permanecendo na unidade por MUITO tempo (sejam elas da Escola de Saúde, QCOs, ou seja lá o que for).
Na FAB e na MB eu já não conheço tantas pra dar opinião, principalmente agora que tanto a EN quanto a AFA aceitam mulheres em praticamente todas as especialidades fim deles.
Já as mulheres com certeza terão mais dificuldades de achar um marido que aceite essa posição de "seguir a mulher", acabam casando com milicos e resolvendo o problema dos dois. Apesar de que as carreiras militares femininas, principalmente no Exército, onde a atividade fim não possui mulheres nos seus quadros, costumam ser mais estáticas também... É comum ver mulheres entrando em uma unidade como Tenente (1º ou 2º dependendo da carreira) e permanecendo na unidade por MUITO tempo (sejam elas da Escola de Saúde, QCOs, ou seja lá o que for).
Na FAB e na MB eu já não conheço tantas pra dar opinião, principalmente agora que tanto a EN quanto a AFA aceitam mulheres em praticamente todas as especialidades fim deles.
The cake is a lie...
Re: Mulheres... outra vez...
Na EN (Escola Naval) não se aceitam mulheres.Moccelin escreveu:.....
Na FAB e na MB eu já não conheço tantas pra dar opinião, principalmente agora que tanto a EN quanto a AFA aceitam mulheres em praticamente todas as especialidades fim deles.
- Moccelin
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Re: Mulheres... outra vez...
Uai... Não pesquisei nada, na FAB eu tinha certeza absoluta, mas eu JURAVA que a MB aceitava mulheres na EN!!! Erro meu, ainda bem que existe gente pra não me deixar falar besteira por muito tempo.
Bom, mas a MB continua sendo a primeira força que empregou mulheres, ou minha memória me enganou denovo?
Bom, mas a MB continua sendo a primeira força que empregou mulheres, ou minha memória me enganou denovo?
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Re: Mulheres... outra vez...
Foi sim, está correto.
Sobre os relacionamentos, normalmente elas acabam casando com militares pois quem é de fora tem mais dificuldade de entender a rotina.
Sobre os relacionamentos, normalmente elas acabam casando com militares pois quem é de fora tem mais dificuldade de entender a rotina.
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Re: Mulheres... outra vez...
A rigor não foi a primeira a empregar mulheres. Mas, com certeza, foi a pioneira na admissão delas na sua estrutura organizacional, em 1980, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva. Aproveito para fazer a propaganda:Moccelin escreveu:Uai... Não pesquisei nada, na FAB eu tinha certeza absoluta, mas eu JURAVA que a MB aceitava mulheres na EN!!! Erro meu, ainda bem que existe gente pra não me deixar falar besteira por muito tempo.
Bom, mas a MB continua sendo a primeira força que empregou mulheres, ou minha memória me enganou denovo?
Hoje, a Marinha se organiza em Corpos e Quadros, conforme mostrado abaixo. Em azul os que são formados pela Escola Naval, e por enquanto, apenas homens.
Corpo da Armada, composto pelo:
..........Quadro de Oficiais da Armada e
..........Quadro Complementar de Oficiais da Armada
Corpo de Fuzileiros Navais, composto pelo:
..........Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais e
..........Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais
Corpo de Intendentes, composto pelo:
..........Quadro de Oficiais Intendentes e
..........Quadro Complementar de Oficiais Intendentes.
Corpo de Engenheiros
Corpo de Saúde, composto pelo:
..........Quadro de Médicos,
..........Quadro de Cirurgiões Dentista, e
..........Quadro de Apoio à Saúde.
Corpo Auxiliar, composto pelo:
..........Quadro Técnico,
..........Quadro de Capelães,
..........Quadro Auxiliar da Armada e
..........Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais.
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Re: Mulheres... outra vez...
PereiraMarques escreveu:Entretanto já existe uma mulher nos Quadros Permanentes da Arma de Infantaria.Portaria n.º 767/2011
Por portaria de 03 de Outubro de 2011 de S. Ex.ª o Chefe do Estado-
-Maior do Exército, após Despacho de 03 de Outubro de 2011 de S. Ex.ª o
Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional exarado sobre Oficio
da DGPRM, ingressaram no Quadro Permanente da Arma de infantaria
no posto de alferes, nos termos do artigo 213.º e da alínea c) do n.º 1 do
artigo 68.º ambos do EMFAR, os seguintes militares:
Aspirante, 06491905, Luís Augusto Ferreira Calado, 15,13
Aspirante, 05541206, Pedro Daniel de Barros Gonçalves Meneses,
14,35
Aspirante, 09807804, Gonçalo Amaro Bernardo Pereira, 14,18
Aspirante, 08676306, Miguel Alexandre das Neves Nunes Gameiro,
14,03
Aspirante, 05084403, Luís Miguel da Cunha Medeiros, 13,72
Aspirante, 11577805, José Afonso Fontinha André, 13,72
Aspirante, 10861604, Marco André Oliveira Lopes, 13,49
Aspirante, 12807602, Gabriel António de Sousa Batista, 13,41
Aspirante, 15066900, João Salvador das Neves Correia, 13,40
Aspirante, 12984805, Cláudio Daniel Torres da Cruz, 13,30
Aspirante, 11719805, Cláudio Miguel Henriques Pires, 13,26
Aspirante, 11744906, Marco António Ribeiro Caldas Domingues,
13,25
Aspirante, 10747105, Amadeu Jorge de Figueiredo Lopes, 13,09
Aspirante, 15471605, André Árias Miranda Novais, 13,06
Aspirante, 13436705, Joaquim José Correia da Silva Tavares, 12,92
Aspirante, 03786205, Tiago de Vilarigues Baião, 12,85
Aspirante, 16358404, Mauro André da Fonseca Ferreira, 12,78
Aspirante, 02441104, Márcio Filipe dos Santos Pinto, 12,53
Aspirante, 05551000, Michael Rodrigues Cabral, 12,24
Aspirante, 11803004, Andreia Verónica Martins Freitas, 12,03
Pela média presumo que ou ela ia para Infantaria...ou ia para Infantaria. Ou seja, basicamente ela deve ter ido para esta Arma do Exército porque era a única em que ela tinha média para entrar (Infantaria é por norma a Arma onde as médias são mais baixas).
- Clermont
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Re: Mulheres... outra vez...
A GRANDE ILUSÃO: MULHERES NAS FORÇAS ARMADAS.
Martin van Creveld - Millennium, Journal of International Studies, 2000.
Nas mãos das feministas, o longo influxo de trinta anos de mulheres nas forças armadas dos países avançados é, usualmente, apresentado como um "ganho" ou "vitória" para as integrantes do sexo feminino, uma parte da marcha imbatível das mulheres dos sombrios recessos da sujeição às glórias da liberdade. Neste artigo, eu não tenciono lidar com a questão se, para as mulheres, ingressar no que Lord Byron chamou de "a arte de cortar gargantas e esparramar miolos", de fato constitue um "progresso", antes, eu argumentarei que a tendência é parte sintoma, parte causa, do declínio das "avançadas" forças armadas.
Com este objetivo em mente, o artigo é contruído como se segue. A parte I demonstra que as "avançadas" forças armadas estão, de fato, em declínio e tem estado pelos últimos cinqüenta anos. A parte II mostra como, num país após o outro desde 1970 ou tanto, este declínio correlaciona-se, antes, precisamente, com o influxo de mulheres. A parte III argumenta que, ao passo que as forças armadas dos mais desenvolvidos estados estão cessando de serem máquinas de combate, naqueles lugares onde ainda ocorrem guerras, as mulheres tomam pouca ou nenhuma parte na luta. Finalmente, a parte IV apresenta minhas conclusões.
PARTE I.
Da América do Norte, através da Europa até a Austrália, as forças armadas dos países desenvolvidos estão em retirada. O mais importante fator isolado por trás da retirada é a proliferação das armas nucleares que, pelo último meio século por aí, tornou um conflito sério entre estados que as detenham, impossível. Adicionalmente, na ausência de uma ameaça, concede-se às considerações financeiras um papel muito maior do que previamente; enquanto levou apenas três anos para desenvolver-se a primeira bomba atômica, os planejadores dos dias atuais querem persuadir-nos que um novo caça-bombardeiro não pode ser desenvolvido em menos de quinze. Sejam quais forem as razões, dificilmente passa um dia em qualquer país desenvolvido sem algum programa militar sendo cancelado, uma decisão de encomenda adiada ou pessoal sendo considerado redundante. De acordo com o Economist, entre 1991 e 1997 apenas, o comércio global de armas encolheu acima de 40 porcento, e isto foi antes que uma crise econômica atingisse o Sudeste da Ásia e dramaticamente reduzisse um dos maiores mercados remanescentes.
Como se poderia esperar, a maior parte do declínio concentrou-se na ponta mais elevada do comércio. No entanto, a fabricação de armas leves acima e incluindo, metralhadoras, morteiros e e armas antitanque leves está espalhando-se para novas regiões. As vendas destas armas estão estourando, como é demonstrado, inter alia pelo fato de que, nos EUA, apenas, agora há cerca de 200 milhões de armas de porte, espingardas, fuzis e fuzis de assalto nas mãos do público. Em contraste, os grandes sistemas de armas - submarinos, grandes vasos de superfície, aeronaves de combate de alto desempenho, tanques e tubos de artilharia - aparentam estar no leito de morte. Estes armamentos estão claramente seguindo o caminho dos dinossauros; ao ponto que, na maioria dos países, eles não mais estão sendo construídos.
Mesmo em retrospecto, definir o momento exato quando o processo teve início e tornou-se irreversível não é nada fácil. Talvez tenha sido em 1945-46, quando a vasta maioria dos 35 milhões ou mais de soldados dos principais beligerantes foram para casa para nunca mais voltarem. Desde então a população do mundo e o número de estados triplicaram, mesmo assim as forças armadas apenas tem ficado menores. Talvez tenha sido no final dos 1960 e inícios dos 1970 quando, sob o nome de detente, primeiro o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e então os Acordos de Limitação de Armas Estratégicas (SALT I) começaram a por um freio na anteriormente irrestrita corrida de armas nucleares entre as superpotências. Não por acidente, este também foi o tempo quando as forças armadas dos Estados Unidos, como as mais poderosas de todas, abandonaram a conscrição. Ao mudarem para uma estrutura de forças profissional, totalmente voluntária, elas estabeleceram um novo tipo de limite sobre seu próprio tamanho. Ainda mais importante, elas asseguraram que o grosso do potencial humano do país, seja masculino ou feminino, quase certamente nunca mais estará disponível para propósitos bélicos.
Outro crítico ponto de virada veio em 1989-90 quando o fim da Guerra Fria momentâneamente pareceu colocar ao alcance um mundo mais pacífico. Como resultado, um das duas mais poderosas alianças na história foi desmantelada e a outra quase que totalmente perdeu sua raison d'être. Em ambos os lados da antiga Cortina de Ferro, soldados foram dispensados às centenas de milhares. Na transição de Exército Vermelho para Russo, aproximadamente dois terços dos soldados foram para casa e a situação na maioria dos países da Europa Oriental foi aproximadamente similar. Enquanto mais e mais países europeus seguiam o exemplo americano (e britânico) e abandonavam a conscrição em favor do serviço voluntário, este processo ainda continua. Da antiga Berlim Oriental até Camberley, Inglaterra, e da Nova Zelândia ao Canadá, o resultado são casernas vazias, bases abandonadas, aguda queda dos orçamentos de defesa e uma repentina predileção por "operações combinadas", como formas de reduzir despesas gerais para não dizer nada de um excesso de armas velhas que os militares adorariam poder vender para algum país de Terceiro Mundo, mas, na maioria dos casos, não podem.
Naturalmente o declínio não se processou no mesmo passo em todos os lugares, algums dos quais foram afetados muito mais, e muito antes, do que outros. Geralmente, ele foi maior e mais rápido na Europa Ocidental onde, depois de 1945, as forças armadas dos maiores países nunca sequer começaram a recuperar seu tamnho pré-1939. Os antigos estados comunistas mantiveram suas forças armadas do estilo Segunda Guerra Mundial por mais tempo que os capitalistas, daí onerando suas economias em tal extensão que o maior e mais importante deles, isto é, a União Soviética, finalmente entrou em colapso. Alhures, a situação variava. Índia e Paquistão, cujas forças armadas podem, talvez, serem descritas como semi-desenvolvidas, continuaram a trocar sopapos muito depois de os países desenvolvidos cessarem de fazer isso, e ainda trocam um ocasional tiro de artilharia. Tão tarde quanto um quarto de século atrás, Israel e seus vizinhos árabes ainda estavam lutando alguma coisa muito próxima de uma guerra total; em lugares onde armas nucleares ainda não foram introduzidas, notavelmente a área do Golfo Pérsico, guerras convencionais em larga escala tem ocorrido ainda mais recentemente.
Mesmo no Ocidente, o processo de declínio não foi suave de forma alguma, mas foi acompanhado por muitos altos e baixos. Peguem o caso dos Estados Unidos como o mais poderoso estado de todos. Logo no fim da Segunda Guerra Mundial veio a desmobilização, a intenção sendo a retornar à estrutura de forças profissional que havia prevalecido até 1940. Com o início da Guerra Fria, entretanto, a conscrição foi reinstaurada pelo Congresso, exatamente um dia depois de ter sido abolida e, como resultado, no início da Guerra da Coréia, as forças armadas americanas ainda somavam aproximadamente 1,5 milhão de soldados. A própria Guerra da Coréia, em si, levou a uma expansão do orçamento da defesa e rearmamento, apenas para ser seguida pelo "New Look" e redução da administração Eisenhower. Começando em 1961, a nova administração Kennedy começou uma nova expansão que foi incrementada e sustentada pela Guerra do Vietnam. Isso, por sua vez, foi seguido pela era do "mais com menos" durante o fortelecimento da administração Reagan nos anos 1980 e, finalmente, a redução dos anos 1990. Surpreendentemente como possa soar, pelos meados de 1990, a única superpotência restante na Terra estava mantendo um número de divisões não muito maior do que as de Israel, um país do Oriente Médio com menos de 6 milhões de pessoas e talvez 40 % do PIB americano. Por esta época, também, o número de aeronaves militares que a Força Aérea americana estava adquirindo a cada ano tinha declinado para pouco mais de um décimo do percentual do que havia sido no ano de pico de 1944: de 100 mil para 127, para sermos precisos.
Assim, quando considerado em termos quantitativos, cada sucessivo pico foi menor do que o seu predecessor. Mesmo enquanto as forças armadas americanas se expandiam e se contraíam, de acordo com as exigências da Guerra Fria e as idéias de presidentes individuais, o horizonte estratégico continuava encolhendo. Da época dos planejadores de Harry Truman aos de Lyndon Johnson, baseando-se na Segunda Guerra Mundial, partiam do pressuposto de "duas guerras e meia". Isto foi reduzido para "uma guerra e meia" sob Richard Nixon, e para "duas meias-guerras" sob George Bush. No tempo que esse texto é escrito, havia algum debate se, pressupondo-se que não mais do que um Saddam Hussein apareça no palco mundial em qualquer momendo dado, as forças podem se permitir serem ainda mais demolidas reduzindo-se para uma "meia-guerra"; ainda mais porque um assim chamado "estado fora-da-lei", isto é, a Coréia do Norte, acabou de anunciar sua intenção de viver em paz com seu vizinho sulista. O encolhimento do horizonte estratégico de outros países, notavelmente a Grã-Bretanha, tem sido ainda mais dramático. A estrutura de forças seguiu o figurino, caindo continuamente desde 1945 em diante. Por exemplo, em 1979, Margaret Thatcher assumiu o cargo como a primeira-ministra mais empenhada com o rearmamento desde o fim da Segunda Guerra Mundial; oito anos depois, o número de esquadrões da Real Força Aérea tinha declinado em vinte porcento.
Os críticos apontarão que cada sucessivo pico trouxe com ele um correspondente acréscimo na qualidade das armas e sistemas de armas tanto como em destrutividade e sua capacidade de "selecionar" alvos. Isto é verdade, mas erra o ponto. Guerras da vida real, em oposição àquelas travadas por generais de poltrona, nunca são combatidas na base somente de qualidade; quanto mais longo e extenso o conflito, maior a importância não apenas da quantidade mas da capacidade de mantê-la com o passar do tempo. Poderia-se argumentar que, historicamente falando, a combinação de alta qualidade e números decrescentes é, em si, um sintoma de declínio. Um bom exemplo é fornecido pelas galeras que foram construídas pelos monarcas helenísticos entre cerca de 300 a.C. e 160 a.C. Em comparação com seus predecessores clássicos, elas eram tão grandes e tão poderosas que não podiam mas serem utilizadas e, consequentemente, várias acabaram como butim nas mãos dos romanos. Outros exemplos são os cavaleiros do final da Idade Média cujas armaduras, desenvolvidas numa tentativa de resistir às bestas e armas de fogo, terminaram tornando-se tão pesadas e dispendiosas que não eram mais úteis ou acessíveis, igualmente como foi o destino sofrido pelo couraçado durante a primeira metade do século XX.
Nem é para se admirar da tendência de longo prazo na direção de forças armadas cada vez menores. A introdução das armas nucleares em 1945 cortou o vínculo entre vitória e sobrevivência; daí por diante, contanto que o oponente de alguém possua uma capacidade de "segundo ataque" de algum tipo, tornou-se possível para um beligerante conquistar e ser varrido da face da Terra. Como resultado, a escala da guerra, que vinha em crescimento por muitos séculos antes, repentinamente começou a declinar. Agora já passam várias décadas desde que qualquer país desenvolvido travou uma guerra séria contra um oponente que fosse quase tão forte quanto ele mesmo, que dirá um que estivesse perto o bastante de representar uma ameaça séria à sua integridade. Nas palavras do presidente francês Jacques Chirac, pela primeira vez em mil anos, tinha surgido uma situação onde não havia um inimigo à vista em mil quilômetros. Justificando o recente corte no tamanho da Força de Defesa Federal, a Bundeswehr, o chanceler alemão Gerhard Schroeder disse que hoje era a primeira vez na história que a Alemanha estava cercada de amigos por todos os lados. Atualmente, mesmo os mais sanguíneos proponentes da chamada "revolução em assuntos militares" consideram difícil imaginar quando e onde uma guerra que reponda as suas expectativas possa ter lugar.
(continua, dia desses...)
Martin van Creveld - Millennium, Journal of International Studies, 2000.
Nas mãos das feministas, o longo influxo de trinta anos de mulheres nas forças armadas dos países avançados é, usualmente, apresentado como um "ganho" ou "vitória" para as integrantes do sexo feminino, uma parte da marcha imbatível das mulheres dos sombrios recessos da sujeição às glórias da liberdade. Neste artigo, eu não tenciono lidar com a questão se, para as mulheres, ingressar no que Lord Byron chamou de "a arte de cortar gargantas e esparramar miolos", de fato constitue um "progresso", antes, eu argumentarei que a tendência é parte sintoma, parte causa, do declínio das "avançadas" forças armadas.
Com este objetivo em mente, o artigo é contruído como se segue. A parte I demonstra que as "avançadas" forças armadas estão, de fato, em declínio e tem estado pelos últimos cinqüenta anos. A parte II mostra como, num país após o outro desde 1970 ou tanto, este declínio correlaciona-se, antes, precisamente, com o influxo de mulheres. A parte III argumenta que, ao passo que as forças armadas dos mais desenvolvidos estados estão cessando de serem máquinas de combate, naqueles lugares onde ainda ocorrem guerras, as mulheres tomam pouca ou nenhuma parte na luta. Finalmente, a parte IV apresenta minhas conclusões.
PARTE I.
Da América do Norte, através da Europa até a Austrália, as forças armadas dos países desenvolvidos estão em retirada. O mais importante fator isolado por trás da retirada é a proliferação das armas nucleares que, pelo último meio século por aí, tornou um conflito sério entre estados que as detenham, impossível. Adicionalmente, na ausência de uma ameaça, concede-se às considerações financeiras um papel muito maior do que previamente; enquanto levou apenas três anos para desenvolver-se a primeira bomba atômica, os planejadores dos dias atuais querem persuadir-nos que um novo caça-bombardeiro não pode ser desenvolvido em menos de quinze. Sejam quais forem as razões, dificilmente passa um dia em qualquer país desenvolvido sem algum programa militar sendo cancelado, uma decisão de encomenda adiada ou pessoal sendo considerado redundante. De acordo com o Economist, entre 1991 e 1997 apenas, o comércio global de armas encolheu acima de 40 porcento, e isto foi antes que uma crise econômica atingisse o Sudeste da Ásia e dramaticamente reduzisse um dos maiores mercados remanescentes.
Como se poderia esperar, a maior parte do declínio concentrou-se na ponta mais elevada do comércio. No entanto, a fabricação de armas leves acima e incluindo, metralhadoras, morteiros e e armas antitanque leves está espalhando-se para novas regiões. As vendas destas armas estão estourando, como é demonstrado, inter alia pelo fato de que, nos EUA, apenas, agora há cerca de 200 milhões de armas de porte, espingardas, fuzis e fuzis de assalto nas mãos do público. Em contraste, os grandes sistemas de armas - submarinos, grandes vasos de superfície, aeronaves de combate de alto desempenho, tanques e tubos de artilharia - aparentam estar no leito de morte. Estes armamentos estão claramente seguindo o caminho dos dinossauros; ao ponto que, na maioria dos países, eles não mais estão sendo construídos.
Mesmo em retrospecto, definir o momento exato quando o processo teve início e tornou-se irreversível não é nada fácil. Talvez tenha sido em 1945-46, quando a vasta maioria dos 35 milhões ou mais de soldados dos principais beligerantes foram para casa para nunca mais voltarem. Desde então a população do mundo e o número de estados triplicaram, mesmo assim as forças armadas apenas tem ficado menores. Talvez tenha sido no final dos 1960 e inícios dos 1970 quando, sob o nome de detente, primeiro o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e então os Acordos de Limitação de Armas Estratégicas (SALT I) começaram a por um freio na anteriormente irrestrita corrida de armas nucleares entre as superpotências. Não por acidente, este também foi o tempo quando as forças armadas dos Estados Unidos, como as mais poderosas de todas, abandonaram a conscrição. Ao mudarem para uma estrutura de forças profissional, totalmente voluntária, elas estabeleceram um novo tipo de limite sobre seu próprio tamanho. Ainda mais importante, elas asseguraram que o grosso do potencial humano do país, seja masculino ou feminino, quase certamente nunca mais estará disponível para propósitos bélicos.
Outro crítico ponto de virada veio em 1989-90 quando o fim da Guerra Fria momentâneamente pareceu colocar ao alcance um mundo mais pacífico. Como resultado, um das duas mais poderosas alianças na história foi desmantelada e a outra quase que totalmente perdeu sua raison d'être. Em ambos os lados da antiga Cortina de Ferro, soldados foram dispensados às centenas de milhares. Na transição de Exército Vermelho para Russo, aproximadamente dois terços dos soldados foram para casa e a situação na maioria dos países da Europa Oriental foi aproximadamente similar. Enquanto mais e mais países europeus seguiam o exemplo americano (e britânico) e abandonavam a conscrição em favor do serviço voluntário, este processo ainda continua. Da antiga Berlim Oriental até Camberley, Inglaterra, e da Nova Zelândia ao Canadá, o resultado são casernas vazias, bases abandonadas, aguda queda dos orçamentos de defesa e uma repentina predileção por "operações combinadas", como formas de reduzir despesas gerais para não dizer nada de um excesso de armas velhas que os militares adorariam poder vender para algum país de Terceiro Mundo, mas, na maioria dos casos, não podem.
Naturalmente o declínio não se processou no mesmo passo em todos os lugares, algums dos quais foram afetados muito mais, e muito antes, do que outros. Geralmente, ele foi maior e mais rápido na Europa Ocidental onde, depois de 1945, as forças armadas dos maiores países nunca sequer começaram a recuperar seu tamnho pré-1939. Os antigos estados comunistas mantiveram suas forças armadas do estilo Segunda Guerra Mundial por mais tempo que os capitalistas, daí onerando suas economias em tal extensão que o maior e mais importante deles, isto é, a União Soviética, finalmente entrou em colapso. Alhures, a situação variava. Índia e Paquistão, cujas forças armadas podem, talvez, serem descritas como semi-desenvolvidas, continuaram a trocar sopapos muito depois de os países desenvolvidos cessarem de fazer isso, e ainda trocam um ocasional tiro de artilharia. Tão tarde quanto um quarto de século atrás, Israel e seus vizinhos árabes ainda estavam lutando alguma coisa muito próxima de uma guerra total; em lugares onde armas nucleares ainda não foram introduzidas, notavelmente a área do Golfo Pérsico, guerras convencionais em larga escala tem ocorrido ainda mais recentemente.
Mesmo no Ocidente, o processo de declínio não foi suave de forma alguma, mas foi acompanhado por muitos altos e baixos. Peguem o caso dos Estados Unidos como o mais poderoso estado de todos. Logo no fim da Segunda Guerra Mundial veio a desmobilização, a intenção sendo a retornar à estrutura de forças profissional que havia prevalecido até 1940. Com o início da Guerra Fria, entretanto, a conscrição foi reinstaurada pelo Congresso, exatamente um dia depois de ter sido abolida e, como resultado, no início da Guerra da Coréia, as forças armadas americanas ainda somavam aproximadamente 1,5 milhão de soldados. A própria Guerra da Coréia, em si, levou a uma expansão do orçamento da defesa e rearmamento, apenas para ser seguida pelo "New Look" e redução da administração Eisenhower. Começando em 1961, a nova administração Kennedy começou uma nova expansão que foi incrementada e sustentada pela Guerra do Vietnam. Isso, por sua vez, foi seguido pela era do "mais com menos" durante o fortelecimento da administração Reagan nos anos 1980 e, finalmente, a redução dos anos 1990. Surpreendentemente como possa soar, pelos meados de 1990, a única superpotência restante na Terra estava mantendo um número de divisões não muito maior do que as de Israel, um país do Oriente Médio com menos de 6 milhões de pessoas e talvez 40 % do PIB americano. Por esta época, também, o número de aeronaves militares que a Força Aérea americana estava adquirindo a cada ano tinha declinado para pouco mais de um décimo do percentual do que havia sido no ano de pico de 1944: de 100 mil para 127, para sermos precisos.
Assim, quando considerado em termos quantitativos, cada sucessivo pico foi menor do que o seu predecessor. Mesmo enquanto as forças armadas americanas se expandiam e se contraíam, de acordo com as exigências da Guerra Fria e as idéias de presidentes individuais, o horizonte estratégico continuava encolhendo. Da época dos planejadores de Harry Truman aos de Lyndon Johnson, baseando-se na Segunda Guerra Mundial, partiam do pressuposto de "duas guerras e meia". Isto foi reduzido para "uma guerra e meia" sob Richard Nixon, e para "duas meias-guerras" sob George Bush. No tempo que esse texto é escrito, havia algum debate se, pressupondo-se que não mais do que um Saddam Hussein apareça no palco mundial em qualquer momendo dado, as forças podem se permitir serem ainda mais demolidas reduzindo-se para uma "meia-guerra"; ainda mais porque um assim chamado "estado fora-da-lei", isto é, a Coréia do Norte, acabou de anunciar sua intenção de viver em paz com seu vizinho sulista. O encolhimento do horizonte estratégico de outros países, notavelmente a Grã-Bretanha, tem sido ainda mais dramático. A estrutura de forças seguiu o figurino, caindo continuamente desde 1945 em diante. Por exemplo, em 1979, Margaret Thatcher assumiu o cargo como a primeira-ministra mais empenhada com o rearmamento desde o fim da Segunda Guerra Mundial; oito anos depois, o número de esquadrões da Real Força Aérea tinha declinado em vinte porcento.
Os críticos apontarão que cada sucessivo pico trouxe com ele um correspondente acréscimo na qualidade das armas e sistemas de armas tanto como em destrutividade e sua capacidade de "selecionar" alvos. Isto é verdade, mas erra o ponto. Guerras da vida real, em oposição àquelas travadas por generais de poltrona, nunca são combatidas na base somente de qualidade; quanto mais longo e extenso o conflito, maior a importância não apenas da quantidade mas da capacidade de mantê-la com o passar do tempo. Poderia-se argumentar que, historicamente falando, a combinação de alta qualidade e números decrescentes é, em si, um sintoma de declínio. Um bom exemplo é fornecido pelas galeras que foram construídas pelos monarcas helenísticos entre cerca de 300 a.C. e 160 a.C. Em comparação com seus predecessores clássicos, elas eram tão grandes e tão poderosas que não podiam mas serem utilizadas e, consequentemente, várias acabaram como butim nas mãos dos romanos. Outros exemplos são os cavaleiros do final da Idade Média cujas armaduras, desenvolvidas numa tentativa de resistir às bestas e armas de fogo, terminaram tornando-se tão pesadas e dispendiosas que não eram mais úteis ou acessíveis, igualmente como foi o destino sofrido pelo couraçado durante a primeira metade do século XX.
Nem é para se admirar da tendência de longo prazo na direção de forças armadas cada vez menores. A introdução das armas nucleares em 1945 cortou o vínculo entre vitória e sobrevivência; daí por diante, contanto que o oponente de alguém possua uma capacidade de "segundo ataque" de algum tipo, tornou-se possível para um beligerante conquistar e ser varrido da face da Terra. Como resultado, a escala da guerra, que vinha em crescimento por muitos séculos antes, repentinamente começou a declinar. Agora já passam várias décadas desde que qualquer país desenvolvido travou uma guerra séria contra um oponente que fosse quase tão forte quanto ele mesmo, que dirá um que estivesse perto o bastante de representar uma ameaça séria à sua integridade. Nas palavras do presidente francês Jacques Chirac, pela primeira vez em mil anos, tinha surgido uma situação onde não havia um inimigo à vista em mil quilômetros. Justificando o recente corte no tamanho da Força de Defesa Federal, a Bundeswehr, o chanceler alemão Gerhard Schroeder disse que hoje era a primeira vez na história que a Alemanha estava cercada de amigos por todos os lados. Atualmente, mesmo os mais sanguíneos proponentes da chamada "revolução em assuntos militares" consideram difícil imaginar quando e onde uma guerra que reponda as suas expectativas possa ter lugar.
(continua, dia desses...)
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Re: Mulheres... outra vez...
(continuando...)
PARTE II.
Enquanto o tamanho total das forças armadas diminuia, paradoxalmente, o número de mulheres nelas aumentava. Antes de 1914 e com muito poucas exceções dificilmente merecedoras de menção, muito poucas mulheres tinham tomado parte ativa numa guerra e nenhuma força armada jamais incluiu mulheres como parcela regular de seu estabelecimento. Se não por outro motivo, a profissionalização das forças armadas durante o século XIX provocou o declínio do número de mulheres que entravam em campanha. Por todo o século XVIII, (nos Estados Unidos, tão tarde quanto a Guerra Civil) mulheres ocasionalmente eram capazes de evitarem a atenção dos recrutadores, colocar o uniforme e se passarem por homens. Após 1865, isto também chegou ao fim, devendo-se a instituição regular dos exames médicos pré-seleção que eram conduzidos por médicos qualificados. Seja pelo fato de que a crescente militarização dos serviços de retaguarda tornou sua presença redundante ou porque a introdução de ferrovias para movimento estratégico tornou impossível para as unidades transportarem-nas livres de custo, as hordas de vivandeiras que tradicionalmente tinham fornecido uma variedade de serviços às tropas, também desapareceram. Como resultado, talvez em nenhum momento antes, as forças armadas foram tão exclusivamente masculinas como durante as décadas antecedendo 1914.
Naturalmente, as guerras de 1914-1945 foram, de longe, as maiores na história. As exigências que elas fizeram em termos de potencial humano foram sem precedentes, levando vários beligerantes a darem uma nova olhada no que as mulheres podiam e não podiam fazer na guerra. O resultado, como é bem conhecido, foi o estabelecimento dos corpos auxiliares femininos em dois países: Grã-Bretanha e Estados Unidos. Mesmo assim, dificilmente quaisquer mulheres em qualquer país foram forçadas a usarem uniformes, como o foram os homens; e mais, a vasta maioria das mulheres adultas - aquelas que eram casadas e/ou tinham filhos - foram sempre isentas. Durante a Grande Guerra, o número total de mulheres que serviram provavelmente andou por volta de 150 mil. Na Segunda Guerra Mundial houve cerca de 1,5 milhão de mulheres, 800 mil delas, soviéticas.
Em parte devido a sua ideologia comunista, que colocava uma grande ênfase na igualdade para as mulheres, em parte por causa das terríveis conseqüências na qual se encontrou em 1941-42, a União Soviética estava mais preparada para utilizar mulheres do que qualquer outro país. Ainda assim, até mesmo neste caso, a necessidade claramente tinha seus limites. Embora o número de 800 mil seja impressionante à primeira vista, as mulheres apenas formavam uma fração muito pequena de todo o pessoal militar, talvez não mais do que dois ou três porcento. Como suas irmãs alhures, a vasta maioria serviu seja em posições administrativas ou como médicas, e acima de tudo, enfermeiras. Como também foi o caso na Grã-Bretanha e EUA, dezenas de milhares serviram na defesa antiaérea. Entretanto, apenas um relativo punhado - provavelmente não mais do que uns poucos milhares - realmente lutou com uma arma na mão, isto é, como tocaieiras ou em guarnições de tanques; entre os engenheiros de combate, uma oficial mulher era considerada suficientemente rara para ser apresentada para um oficial-general em visita. Embora algumas mulheres voassem em combate, elas apenas formaram menos que um porcento de todos os pilotos, e suas unidades eram inteiramente comandadas por homens.
Da Rússia, através da Iugoslávia até a Itália e a França, muitas outras mulheres participaram nos vários movimentos de resistência (mesmo embora, de novo, cada um destes movimentos tenha sido liderado quase exclusivamente por homens). Fazendo isto elas foram caçadas como os homens, sofreram como os homens e freqüentemente morreram como os homens; sem dúvida, lutar contra os nazistas exigiu imensa coragem, determinação e perseverança de todos os envolvidos. Entretanto, e muito semelhante a suas irmãs nas várias forças regulares, as mulheres na resistência tendiam a ser designadas quase automaticamente para atuarem seja como enfermeiras ou como operadoras de comunicações. Nesta última capacidade elas manejavam o sistema sem fio quando ele estava disponível e transportavam mensagens (na suposição de que mulheres chamavam menos a atenção e, se pegas, podiam ser tratadas um pouco menos duramente do que os homens) quando ele não estava. De um modo ou outro, raramente elas tomavam parte na matança de verdade, se não apenas porque as armas sempre eram escassas e eram atribuídas primeiro aos homens. Quando se tratava de atirar em membros das forças de ocupação ou explodí-los, as mulheres podiam ser deixadas para trás. Próximo ao fim da guerra, sempre que os partisans emergiam dos subterrâneos e começavam a participar abertamente da guerra, as mulheres eram, invariavelmente, tiradas das unidades de combate.
Não foi até que o fim da Segunda Guerra Mundial tivesse assinalado o incipiente declínio das forças armadas mais importantes do mundo, que as mulheres nos vários países desenvolvidos, pela primeira vez, ganharam um nicho permanente entre os militares. Como o general Eisenhower, testemunhando no Congresso em 1948, explicou, a idéia era ter um núcleo de profissionais à disposição para auxiliar o recrutamento, adestramento e designação de mulheres se outra guerra de larga escala irrompesse. No entanto, até mesmo na União Soviética, as tarefas divisadas para as mulheres em questão eram estritamente limitadas. Elas não incluiam seja o combate ou o apoio ao combate, que dirá serviço a bordo de aeronaves ou navios de guerra. Com a única exceção de Israel, país algum recrutou mulheres, muito menos as fizeram servir nas reservas; também contrariando a lenda, nenhuma mulher israelense viu combate desde junho de 1948. Normalmente haviam limites no número de mulheres nas forças, que no caso dos EUA estavam em dois porcento. Na prática, tão baixo era o número daquelas que se apresentavam que até mesmo este objetivo nem sempre era atingido. O lugar das mulheres na organização também era marginal, como fica evidenciado pelo fato de que nenhuma mulher tinha permissão para ostentar um posto mais elevado do que o de coronel ou para comandar uma unidade consistindo de homens.
Com os EUA na liderança, este quadro começou a mudar desde os finais dos anos 1960 em diante. A Guerra do Vietnam não estava indo bem, tornando os homens relutantes em servirem e confrontando os planejadores com a possibilidade de terem de convocar as reservas. Tomar este passo poderia levar a uma turbulência civil em grande escala; por conseqüência, o Congresso, agindo sob pedido do Departamento da Defesa, ao invés, tomou o caminho mais fácil e voltou-se para as mulheres. Pelos finais dos anos 1970, as mulheres constituiam por volta de sete porcento das forças armadas que, na época, estavam passando pela, talvez, sua pior crise em toda a história; com o orçamento federal no vermelho e o dólar numa baixa jamais vista, tropas americanas na Alemanha tendo de implorar aos seus vizinhos por suprimentos. Tão ruim era a situação do recrutamento que, nas palavras de Lawrence Korb, subsecretário de defesa para potencial humano, durante a administração Reagan, "de modo algum deixaríamos aberta uma vaga antes do que pegar uma mulher."
Durante os anos 1970, uma similar carência de homens desejosos de servirem ajudou a detonar a expansão das mulheres nas forças armadas de vários outros países, incluindo Austrália, Suécia, Grécia, Grã-Bretanha e Bélgica, e, no que tange a pessoal médico, a República Federal da Alemanha. Muito mais do que os Estados Unidos, a maioria destes paíes estava afetada por uma população em estagnação, de um lado, e um crescente sentimento pacifista, do outro. Como os EUA, eles responderam dando uma nova olhada na possibilidade de utilizar mulheres, pelo menos, como solução parcial para suas dificuldades.
Uma vez que as mulheres colocaram o pé na porta, sua presença tornou-se autoreforçadora. Muitas integrantes das forças, particularmente as oficiais, viam suas perspectivas de promoção limitadas pelo fato de estarem excluídas de muitas das chamadas vagas "não-tradicionais", incluindo o combate. Trabalhando por meio do processo político, tanto quanto dos tribunais, elas exigiram direitos iguais para si próprias. Os militares tentaram resistir mas, obecendo seus mestres políticos, invariavelmente terminavam tendo de engolir sua raiva e ceder. Isto, por sua vez, ajudou a trazer mais mulheres, e criou um círculo vicioso que, na maioria dos países não parece mostrar qualquer sinal de interrupção. Particularmente nos Estados Unidos, as forças armadas transformaram-se num abrigo seguro para mamães muito novas (com idade média de 22-23 anos, numa época quando a mulher mediana tem seu primeiro filho aos 29 anos ou mais), muitas delas, solteiras. As forças armadas fornecem para estas mulheres abrigo, cuidados médicos e creches de um tipo e por um preço, indisponíveis em qualquer outro lugar. Desnecessário dizer, caso precisem ser convocadas para desdobramento numa emergência, isto só pode dar origem a problemas, como já foi visto, em alguma extensão, durante a Crise do Golfo em 1991.
Enquanto perdurou a Guerra Fria, o influxo de mulheres nas forças armadas permaneceu sob controle. Quanto mais próximo qualquer força armada da OTAN estivesse da fronteira Leste-Oeste, menos mulheres ela continha. Assim, nos anos 1980, as mulheres constituíam 8,4 porcento das forças armadas americanas, 7,7 porcento das canadenses, 4,9 porcento das britânicas, dois a três porcento das francesas, um porcento das holandesas e norueguesas e zero porcento da Bundeswehr oeste-alemã, exceto por médicas. Foi apenas depois da queda do Muro de Berlim, e com o desaparecimento da perspectiva de guerra de grande escala, que as barreiras foram abolidas e as mulheres começaram a entrar num grande número de Especializações Ocupacionais Militares que, anteriormente, estavam fechadas para elas. Assim, não foi por acidente que, em todos os anos desde que as mulheres foram à bordo das belonaves da Marinha dos Estados Unidos, em 1972, raramente um navio americano caiu sob ataque, que dirá sofreu danos nas mãos de um inimigo. Nos Estados Unidos, tanto como na Grã-Bretanha, Noruega e Canadá, inter alia, as mulheres começaram a voar aeronaves de combate, precisamente no momento quando o inimigo, na forma do Pacto de Varsóvia, desapareceu. No início de 2000, mais dois países da OTAN, Itália e Alemanha, decidiram abrir-se para as mulheres; como se por mágica, ambos os anúncios foram seguidos, quase que imediatamente, por drásticos cortes no número total de soldados.
Nem foi este processo limitado à OTAN. Em Israel, a expansão do papel das mulheres nas forças armadas começou durante meados dos anos 1970, isto é, logo após o país ter lutado em sua última guerra de grande escala. Em meados dos anos 1980, entretanto, o ministro da defesa Yitshak Rabin, reconheceu que outra guerra no estilo daquela de 1973 era improvável. Desde então, a Força de Defesa Israelese tem sistematicamente encolhido. Por volta de janeiro de 2000, as coisas progrediram ao ponto de o Knesset formalmente abrir todas as unidades às mulheres. Esta decisão, entretanto, não levou as mulheres a juntarem-se aos homens nos bunkers do sul do Líbano; antes, foi o prelúdio da retirada de Israel deste país. Possivelmente porque desejam impressionar estrangeiros com uma imagem aparente de "modernos", e com a lógica de ausência de guerras, mais mulheres voluntariam-se até mesmo em alguns países muçulmanos. Assim, na Jordânia, a decisão de estabelecer um corpo feminino - com uma das filhas do rei Hussein à sua testa - foi tomada logo após a paz ter sido concluída com o único vizinho contra o qual a Jordânia já travou uma guerra em escala total, isto é, Israel.
Voltando ás forças armadas dos países desenvolvidos, o término da Guerra Fria deixou-as, em grande medida, sem uma missão: os especialistas falam de "militares pós-modernos", "forças armadas numa sociedade sem guerra", "operações outras além da guerra", e "o fator tédio". Por toda a história registrada, a função dos militares tem sido a de lutar na guerra; agora, até mesmo com a deterrência nuclear mal sendo ainda relevante na maioria dos casos, ela, de repente, tornou-se manter a paz. Dois estudiosos até mesmo proclamaram que o lugar do líder de combate como a figura militar dominante está sendo tomado por uma aparição conhecida como "o soldado-acadêmico", como se o propósito de manter forças armadas fosse inundar o mundo com o tipo de documentos escritos pelos estudantes das escolas de estado-maior. Tenha sido o influxo de mulheres nas força armadas, a causa ou sintoma de seu declínio, não é a questão aqui; a evidência é compatível com ambas as interpretações. Poderia ser argumentado que muitas mulheres, as praças em particular, estão entrando nas forças armadas precisamente porque elas esperam que não sejam forçadas a lutar.
(continua...)
PARTE II.
Enquanto o tamanho total das forças armadas diminuia, paradoxalmente, o número de mulheres nelas aumentava. Antes de 1914 e com muito poucas exceções dificilmente merecedoras de menção, muito poucas mulheres tinham tomado parte ativa numa guerra e nenhuma força armada jamais incluiu mulheres como parcela regular de seu estabelecimento. Se não por outro motivo, a profissionalização das forças armadas durante o século XIX provocou o declínio do número de mulheres que entravam em campanha. Por todo o século XVIII, (nos Estados Unidos, tão tarde quanto a Guerra Civil) mulheres ocasionalmente eram capazes de evitarem a atenção dos recrutadores, colocar o uniforme e se passarem por homens. Após 1865, isto também chegou ao fim, devendo-se a instituição regular dos exames médicos pré-seleção que eram conduzidos por médicos qualificados. Seja pelo fato de que a crescente militarização dos serviços de retaguarda tornou sua presença redundante ou porque a introdução de ferrovias para movimento estratégico tornou impossível para as unidades transportarem-nas livres de custo, as hordas de vivandeiras que tradicionalmente tinham fornecido uma variedade de serviços às tropas, também desapareceram. Como resultado, talvez em nenhum momento antes, as forças armadas foram tão exclusivamente masculinas como durante as décadas antecedendo 1914.
Naturalmente, as guerras de 1914-1945 foram, de longe, as maiores na história. As exigências que elas fizeram em termos de potencial humano foram sem precedentes, levando vários beligerantes a darem uma nova olhada no que as mulheres podiam e não podiam fazer na guerra. O resultado, como é bem conhecido, foi o estabelecimento dos corpos auxiliares femininos em dois países: Grã-Bretanha e Estados Unidos. Mesmo assim, dificilmente quaisquer mulheres em qualquer país foram forçadas a usarem uniformes, como o foram os homens; e mais, a vasta maioria das mulheres adultas - aquelas que eram casadas e/ou tinham filhos - foram sempre isentas. Durante a Grande Guerra, o número total de mulheres que serviram provavelmente andou por volta de 150 mil. Na Segunda Guerra Mundial houve cerca de 1,5 milhão de mulheres, 800 mil delas, soviéticas.
Em parte devido a sua ideologia comunista, que colocava uma grande ênfase na igualdade para as mulheres, em parte por causa das terríveis conseqüências na qual se encontrou em 1941-42, a União Soviética estava mais preparada para utilizar mulheres do que qualquer outro país. Ainda assim, até mesmo neste caso, a necessidade claramente tinha seus limites. Embora o número de 800 mil seja impressionante à primeira vista, as mulheres apenas formavam uma fração muito pequena de todo o pessoal militar, talvez não mais do que dois ou três porcento. Como suas irmãs alhures, a vasta maioria serviu seja em posições administrativas ou como médicas, e acima de tudo, enfermeiras. Como também foi o caso na Grã-Bretanha e EUA, dezenas de milhares serviram na defesa antiaérea. Entretanto, apenas um relativo punhado - provavelmente não mais do que uns poucos milhares - realmente lutou com uma arma na mão, isto é, como tocaieiras ou em guarnições de tanques; entre os engenheiros de combate, uma oficial mulher era considerada suficientemente rara para ser apresentada para um oficial-general em visita. Embora algumas mulheres voassem em combate, elas apenas formaram menos que um porcento de todos os pilotos, e suas unidades eram inteiramente comandadas por homens.
Da Rússia, através da Iugoslávia até a Itália e a França, muitas outras mulheres participaram nos vários movimentos de resistência (mesmo embora, de novo, cada um destes movimentos tenha sido liderado quase exclusivamente por homens). Fazendo isto elas foram caçadas como os homens, sofreram como os homens e freqüentemente morreram como os homens; sem dúvida, lutar contra os nazistas exigiu imensa coragem, determinação e perseverança de todos os envolvidos. Entretanto, e muito semelhante a suas irmãs nas várias forças regulares, as mulheres na resistência tendiam a ser designadas quase automaticamente para atuarem seja como enfermeiras ou como operadoras de comunicações. Nesta última capacidade elas manejavam o sistema sem fio quando ele estava disponível e transportavam mensagens (na suposição de que mulheres chamavam menos a atenção e, se pegas, podiam ser tratadas um pouco menos duramente do que os homens) quando ele não estava. De um modo ou outro, raramente elas tomavam parte na matança de verdade, se não apenas porque as armas sempre eram escassas e eram atribuídas primeiro aos homens. Quando se tratava de atirar em membros das forças de ocupação ou explodí-los, as mulheres podiam ser deixadas para trás. Próximo ao fim da guerra, sempre que os partisans emergiam dos subterrâneos e começavam a participar abertamente da guerra, as mulheres eram, invariavelmente, tiradas das unidades de combate.
Não foi até que o fim da Segunda Guerra Mundial tivesse assinalado o incipiente declínio das forças armadas mais importantes do mundo, que as mulheres nos vários países desenvolvidos, pela primeira vez, ganharam um nicho permanente entre os militares. Como o general Eisenhower, testemunhando no Congresso em 1948, explicou, a idéia era ter um núcleo de profissionais à disposição para auxiliar o recrutamento, adestramento e designação de mulheres se outra guerra de larga escala irrompesse. No entanto, até mesmo na União Soviética, as tarefas divisadas para as mulheres em questão eram estritamente limitadas. Elas não incluiam seja o combate ou o apoio ao combate, que dirá serviço a bordo de aeronaves ou navios de guerra. Com a única exceção de Israel, país algum recrutou mulheres, muito menos as fizeram servir nas reservas; também contrariando a lenda, nenhuma mulher israelense viu combate desde junho de 1948. Normalmente haviam limites no número de mulheres nas forças, que no caso dos EUA estavam em dois porcento. Na prática, tão baixo era o número daquelas que se apresentavam que até mesmo este objetivo nem sempre era atingido. O lugar das mulheres na organização também era marginal, como fica evidenciado pelo fato de que nenhuma mulher tinha permissão para ostentar um posto mais elevado do que o de coronel ou para comandar uma unidade consistindo de homens.
Com os EUA na liderança, este quadro começou a mudar desde os finais dos anos 1960 em diante. A Guerra do Vietnam não estava indo bem, tornando os homens relutantes em servirem e confrontando os planejadores com a possibilidade de terem de convocar as reservas. Tomar este passo poderia levar a uma turbulência civil em grande escala; por conseqüência, o Congresso, agindo sob pedido do Departamento da Defesa, ao invés, tomou o caminho mais fácil e voltou-se para as mulheres. Pelos finais dos anos 1970, as mulheres constituiam por volta de sete porcento das forças armadas que, na época, estavam passando pela, talvez, sua pior crise em toda a história; com o orçamento federal no vermelho e o dólar numa baixa jamais vista, tropas americanas na Alemanha tendo de implorar aos seus vizinhos por suprimentos. Tão ruim era a situação do recrutamento que, nas palavras de Lawrence Korb, subsecretário de defesa para potencial humano, durante a administração Reagan, "de modo algum deixaríamos aberta uma vaga antes do que pegar uma mulher."
Durante os anos 1970, uma similar carência de homens desejosos de servirem ajudou a detonar a expansão das mulheres nas forças armadas de vários outros países, incluindo Austrália, Suécia, Grécia, Grã-Bretanha e Bélgica, e, no que tange a pessoal médico, a República Federal da Alemanha. Muito mais do que os Estados Unidos, a maioria destes paíes estava afetada por uma população em estagnação, de um lado, e um crescente sentimento pacifista, do outro. Como os EUA, eles responderam dando uma nova olhada na possibilidade de utilizar mulheres, pelo menos, como solução parcial para suas dificuldades.
Uma vez que as mulheres colocaram o pé na porta, sua presença tornou-se autoreforçadora. Muitas integrantes das forças, particularmente as oficiais, viam suas perspectivas de promoção limitadas pelo fato de estarem excluídas de muitas das chamadas vagas "não-tradicionais", incluindo o combate. Trabalhando por meio do processo político, tanto quanto dos tribunais, elas exigiram direitos iguais para si próprias. Os militares tentaram resistir mas, obecendo seus mestres políticos, invariavelmente terminavam tendo de engolir sua raiva e ceder. Isto, por sua vez, ajudou a trazer mais mulheres, e criou um círculo vicioso que, na maioria dos países não parece mostrar qualquer sinal de interrupção. Particularmente nos Estados Unidos, as forças armadas transformaram-se num abrigo seguro para mamães muito novas (com idade média de 22-23 anos, numa época quando a mulher mediana tem seu primeiro filho aos 29 anos ou mais), muitas delas, solteiras. As forças armadas fornecem para estas mulheres abrigo, cuidados médicos e creches de um tipo e por um preço, indisponíveis em qualquer outro lugar. Desnecessário dizer, caso precisem ser convocadas para desdobramento numa emergência, isto só pode dar origem a problemas, como já foi visto, em alguma extensão, durante a Crise do Golfo em 1991.
Enquanto perdurou a Guerra Fria, o influxo de mulheres nas forças armadas permaneceu sob controle. Quanto mais próximo qualquer força armada da OTAN estivesse da fronteira Leste-Oeste, menos mulheres ela continha. Assim, nos anos 1980, as mulheres constituíam 8,4 porcento das forças armadas americanas, 7,7 porcento das canadenses, 4,9 porcento das britânicas, dois a três porcento das francesas, um porcento das holandesas e norueguesas e zero porcento da Bundeswehr oeste-alemã, exceto por médicas. Foi apenas depois da queda do Muro de Berlim, e com o desaparecimento da perspectiva de guerra de grande escala, que as barreiras foram abolidas e as mulheres começaram a entrar num grande número de Especializações Ocupacionais Militares que, anteriormente, estavam fechadas para elas. Assim, não foi por acidente que, em todos os anos desde que as mulheres foram à bordo das belonaves da Marinha dos Estados Unidos, em 1972, raramente um navio americano caiu sob ataque, que dirá sofreu danos nas mãos de um inimigo. Nos Estados Unidos, tanto como na Grã-Bretanha, Noruega e Canadá, inter alia, as mulheres começaram a voar aeronaves de combate, precisamente no momento quando o inimigo, na forma do Pacto de Varsóvia, desapareceu. No início de 2000, mais dois países da OTAN, Itália e Alemanha, decidiram abrir-se para as mulheres; como se por mágica, ambos os anúncios foram seguidos, quase que imediatamente, por drásticos cortes no número total de soldados.
Nem foi este processo limitado à OTAN. Em Israel, a expansão do papel das mulheres nas forças armadas começou durante meados dos anos 1970, isto é, logo após o país ter lutado em sua última guerra de grande escala. Em meados dos anos 1980, entretanto, o ministro da defesa Yitshak Rabin, reconheceu que outra guerra no estilo daquela de 1973 era improvável. Desde então, a Força de Defesa Israelese tem sistematicamente encolhido. Por volta de janeiro de 2000, as coisas progrediram ao ponto de o Knesset formalmente abrir todas as unidades às mulheres. Esta decisão, entretanto, não levou as mulheres a juntarem-se aos homens nos bunkers do sul do Líbano; antes, foi o prelúdio da retirada de Israel deste país. Possivelmente porque desejam impressionar estrangeiros com uma imagem aparente de "modernos", e com a lógica de ausência de guerras, mais mulheres voluntariam-se até mesmo em alguns países muçulmanos. Assim, na Jordânia, a decisão de estabelecer um corpo feminino - com uma das filhas do rei Hussein à sua testa - foi tomada logo após a paz ter sido concluída com o único vizinho contra o qual a Jordânia já travou uma guerra em escala total, isto é, Israel.
Voltando ás forças armadas dos países desenvolvidos, o término da Guerra Fria deixou-as, em grande medida, sem uma missão: os especialistas falam de "militares pós-modernos", "forças armadas numa sociedade sem guerra", "operações outras além da guerra", e "o fator tédio". Por toda a história registrada, a função dos militares tem sido a de lutar na guerra; agora, até mesmo com a deterrência nuclear mal sendo ainda relevante na maioria dos casos, ela, de repente, tornou-se manter a paz. Dois estudiosos até mesmo proclamaram que o lugar do líder de combate como a figura militar dominante está sendo tomado por uma aparição conhecida como "o soldado-acadêmico", como se o propósito de manter forças armadas fosse inundar o mundo com o tipo de documentos escritos pelos estudantes das escolas de estado-maior. Tenha sido o influxo de mulheres nas força armadas, a causa ou sintoma de seu declínio, não é a questão aqui; a evidência é compatível com ambas as interpretações. Poderia ser argumentado que muitas mulheres, as praças em particular, estão entrando nas forças armadas precisamente porque elas esperam que não sejam forçadas a lutar.
(continua...)
- Clermont
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Re: Mulheres... outra vez...
"CHEGA DE IGUALDADE! MULHER NÃO DÁ PARA SER SOLDADO - DIZ CAPITÃ DOS MARINES DOS EUA.
Coluna do Ricardo Setti - VEJA.com - 22 de agosto de 2012 (Publicado originalmente por Luis Dufaur, no blog Conservador).
“Mulher nunca deveria ser soldado de infantaria”, escreveu a capitã dos Marines Katie Petrônio na revista Marine Corps Gazette, segundo informou a agência LifeSiteNews.
No artigo intitulado “Chega disso! Nós não fomos criados todos iguais”, a capitã defende que a anatomia feminina não é capaz de resistir às asperezas de uma longa carreira militar que envolve operações de infantaria.
Ela adverte que os fuzileiros navais (Marines) vão sofrer “um aumento colossal no número de mulheres incapacitadas e obrigadas a concluir sua carreira por causas médicas”.
Katie Petronio se baseia na experiência pessoal, adquirida em situações de combate no Iraque e no Afeganistão. Isso acabou lhe causando sérios danos físicos, malgrado um promissor começo na elite da oficialidade da arma.
A capitã escreveu que “preenchia todas as condições” para ser uma mulher-soldado ideal quando começou a carreira. “Eu era uma estrela no hóquei sobre gelo no Bowdoin College, pequena escola de elite no Estado do Maine, com um título em Direito e Administração”.
Ela também alcançou resultados “de longe acima da média em todos os testes físicos de capacidade para mulheres”, embora não completasse todo o treino prévio.
“Cinco anos depois, eu não sou fisicamente a mulher que já fui, e meus pontos de vista a respeito de a mulher ser bem sucedida numa carreira duradoura na infantaria mudaram muito”, escreveu Petronio.
“Eu posso dizer, com base na minha experiência pessoal direta no Iraque e no Afeganistão, e não é apenas uma impressão, que nós ainda não começamos a analisar e a compreender as questões específicas de saúde do gênero e os danos físicos nas mulheres por causa de contínuas operações de combate”.
Petronio “participou em numerosas operações de combate” que por vezes duravam semanas, sofrendo stress e falta de sono.
Suas pernas começaram a se atrofiar, perdeu a mobilidade, perdeu peso, parou de produzir estrógeno e desenvolveu uma síndrome no ovário que a deixou estéril.
Ela completou seu período com bons resultados, mas percebeu que lhe seria impossível aguentar o esforço que um homem é capaz de fazer e pediu para se aposentar por motivos de saúde.
Petronio manifestou sua preocupação diante da pressão dos grupos que impulsionam a integração de mulheres no corpo de Infantaria (combate no solo).
“Quem está promovendo essa agenda? Eu pessoalmente não vejo Marines femininas, recrutas ou oficiais, batendo às portas do Congresso, queixando-se de que sua impotência para servir na Infantaria viola o direito à igualdade” escreve ela.
Kate diz que essa pressão está sendo aplicada pelo “pequeno comitê de civis nomeado pelo Secretário de Defesa” denominado Comitê Consultivo em Defesa para as Mulheres em Serviço (Defense Advisory Committee on Women in the Service – DACOWITS).
Embora alguns deles tenham experiência militar, nenhum de seus membros “estão no serviço ativo ou têm qualquer tipo de experiência recente em combate ou em operações relevantes sobre as realidades que eles estão tentando modificar”, observou Petronio.
Coluna do Ricardo Setti - VEJA.com - 22 de agosto de 2012 (Publicado originalmente por Luis Dufaur, no blog Conservador).
“Mulher nunca deveria ser soldado de infantaria”, escreveu a capitã dos Marines Katie Petrônio na revista Marine Corps Gazette, segundo informou a agência LifeSiteNews.
No artigo intitulado “Chega disso! Nós não fomos criados todos iguais”, a capitã defende que a anatomia feminina não é capaz de resistir às asperezas de uma longa carreira militar que envolve operações de infantaria.
Ela adverte que os fuzileiros navais (Marines) vão sofrer “um aumento colossal no número de mulheres incapacitadas e obrigadas a concluir sua carreira por causas médicas”.
Katie Petronio se baseia na experiência pessoal, adquirida em situações de combate no Iraque e no Afeganistão. Isso acabou lhe causando sérios danos físicos, malgrado um promissor começo na elite da oficialidade da arma.
A capitã escreveu que “preenchia todas as condições” para ser uma mulher-soldado ideal quando começou a carreira. “Eu era uma estrela no hóquei sobre gelo no Bowdoin College, pequena escola de elite no Estado do Maine, com um título em Direito e Administração”.
Ela também alcançou resultados “de longe acima da média em todos os testes físicos de capacidade para mulheres”, embora não completasse todo o treino prévio.
“Cinco anos depois, eu não sou fisicamente a mulher que já fui, e meus pontos de vista a respeito de a mulher ser bem sucedida numa carreira duradoura na infantaria mudaram muito”, escreveu Petronio.
“Eu posso dizer, com base na minha experiência pessoal direta no Iraque e no Afeganistão, e não é apenas uma impressão, que nós ainda não começamos a analisar e a compreender as questões específicas de saúde do gênero e os danos físicos nas mulheres por causa de contínuas operações de combate”.
Petronio “participou em numerosas operações de combate” que por vezes duravam semanas, sofrendo stress e falta de sono.
Suas pernas começaram a se atrofiar, perdeu a mobilidade, perdeu peso, parou de produzir estrógeno e desenvolveu uma síndrome no ovário que a deixou estéril.
Ela completou seu período com bons resultados, mas percebeu que lhe seria impossível aguentar o esforço que um homem é capaz de fazer e pediu para se aposentar por motivos de saúde.
Petronio manifestou sua preocupação diante da pressão dos grupos que impulsionam a integração de mulheres no corpo de Infantaria (combate no solo).
“Quem está promovendo essa agenda? Eu pessoalmente não vejo Marines femininas, recrutas ou oficiais, batendo às portas do Congresso, queixando-se de que sua impotência para servir na Infantaria viola o direito à igualdade” escreve ela.
Kate diz que essa pressão está sendo aplicada pelo “pequeno comitê de civis nomeado pelo Secretário de Defesa” denominado Comitê Consultivo em Defesa para as Mulheres em Serviço (Defense Advisory Committee on Women in the Service – DACOWITS).
Embora alguns deles tenham experiência militar, nenhum de seus membros “estão no serviço ativo ou têm qualquer tipo de experiência recente em combate ou em operações relevantes sobre as realidades que eles estão tentando modificar”, observou Petronio.
- FCarvalho
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Re: Mulheres... outra vez...
Quando alguma mulher infante morrer "em ação" no Brasil, quero ver se os reclamantes por "direitos iguais" irão continuar com esta mesma pexa.
Se a morte de uma policial militar já deu no que deu, imagina o que não será a morte de outras tantas em alguma patrulha na fronteira, em algum confronto com narcotraficantes em um morro ou favela, ou os sacos pretos voltando de algum buraco de uma missão da ONU...
Tem certas coisas que realmente não dá para engolir neste país tão politicamente correto desses dias...
abs.
Se a morte de uma policial militar já deu no que deu, imagina o que não será a morte de outras tantas em alguma patrulha na fronteira, em algum confronto com narcotraficantes em um morro ou favela, ou os sacos pretos voltando de algum buraco de uma missão da ONU...
Tem certas coisas que realmente não dá para engolir neste país tão politicamente correto desses dias...
abs.
Carpe Diem
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Re: Mulheres... outra vez...
O mundo ficou frouxo, e o Brasil foi junto com ele...FCarvalho escreveu:Quando alguma mulher infante morrer "em ação" no Brasil, quero ver se os reclamantes por "direitos iguais" irão continuar com esta mesma pexa.
Se a morte de uma policial militar já deu no que deu, imagina o que não será a morte de outras tantas em alguma patrulha na fronteira, em algum confronto com narcotraficantes em um morro ou favela, ou os sacos pretos voltando de algum buraco de uma missão da ONU...
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abs.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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- henriquejr
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Re: Mulheres... outra vez...
Meu avô vivia dizendo que a perdição do mundo é a mulher querer se igualar com homem. Ele falava isso em relação a vida conjugal e hoje o que vejo é que ele estava certo!!!
Hoje é comum a mulher ter tido mais parceiros sexuais que o atual parceiro. Existem estatísticas que mostram que as mulheres traem tanto quanto os homens, e já existem pesquisas que mostram que hoje as mulheres bebem mais que os homens!!!
É a perdição do mundo mesmo!
Hoje é comum a mulher ter tido mais parceiros sexuais que o atual parceiro. Existem estatísticas que mostram que as mulheres traem tanto quanto os homens, e já existem pesquisas que mostram que hoje as mulheres bebem mais que os homens!!!
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