#368
Mensagem
por helio » Seg Set 19, 2011 9:11 pm
Guerra
Eu sempre defendi a compra dos Leopard 1A5, conforme escrevi também, não esperava que os Leopard 1Be tivessem em tão mal estado a ponto de ter que descarregar sua grande maioria.
Fiquei preocupado em como mobiliar os RCB, é por isto que sugeri reformar os M60.
Acho também que o M60 surpereendeu a muitos do EB, pois achavam que o Leo 1Be fosse de manutenção e operacionalidade melhor do que o M60.
Nunca concordei em padronizar os CC com M60 ou até com M1 Abrahms, não é pela politica dos EUA com o Brasil, mas sim pois não considero estes CC adequados para o Brasil (são muito pesados e com dimensões que dificultam em muito o deslocamento)
Nem sei se os EUA ofereceram algo semelhante de entregar CC reformados tal qual os Leo 1Be, mas sabe-se que chegaram a nos oferecer Abrahms a preço de ocasião. Assim como é sabido que nos foi oferecido Leo 2 a preço de ocasião pelos alemães.
O contrato de manutenção de uma fábrica é ainda novidade no Brasil, mas nos países desenvolvidos a terceirização de manutenção é um fato corriqueiro.
Acho um ótimo negócio para o Brasil se a KMW fizer a manutenção, entretanto confesso que fiquei preocupado quando soube que não existe mais praticamente nada de sobressalentes na Alemanha. Está mais do que claro que o EB está ciente disto, haja visto que já reservou CC para serem canibalizados.
Confesso que fiquei ainda mais preocupado quando soube por meio de um empresário desta área que a Alemanha não estaria interessado em voltar a fabricar sob licença a munição dos 105mm (este empresário esteve na Alemanha tentando negociar a fabricação da munição).
Enfim, a minha sugestão é de apenas um paliativo em vista da possibilidade de termos RCB capengas por falta de CC. O investmento para que seja realizado é bem menor do que a compra de mais Leo 1, usados no mercado e que teremos que tentar reformar e arrumar peças para que ele funcione.
Vc comentou algumas páginas atrás que em tendo equipamento dos EUA foi até interessante até o rompimento do acordo militar.
Alguns países latino-americanos que ainda mantem o acordo conseguem surpreendemente manter por décadas seus equipamentos bélicos graças a cadeia de suprimentos dos EUA.
Vou dar um exemplo: Quando o Pres Geisel rompeu o acordo militar com os EUA, o Brasil resolveu vender sua frota de mais de 60 Cessna T-37C(comprou se originariamente 65 deles em 2 lotes 40+25). Foram vendidos para Taiwan, e a justificativa que se deu (tenho até recortes de jornais da época) é que os EUA tinham parado de fabricar peças para este avião, e por este motivo a FAB estaria colocando a venda. Pois bem era uma grande balela do Brasil, pois passaram-se mais de 30 anos depois deste fato e os T-37 ainda estão voando em várias FA (Chile,Turquia,Taiwan etc...) A versão A-37 então continua voando e muito no Uruguai, Peru,Honduras etc....
A maioria dos países latinos ainda opera o caminhão REO ,jeep Willys, M113 com motorização original sem problema algum de reposição. Eu sempre afirmei que se é que podemos enumerar uma qualidade no equipamento dos EUA está no seu alto indice de operacionalidade, posso enumerar dezenas de equipamentos bélicos dos EUA longevos por este motivo . Peças existem , e existe canal de vendas a preço reduzido(FMS). Como não somos inimigos declarados dos EUA (tampouco temos motivos para tal), recorremos algumas vezes ao FMS, a ultima compra foi dos kits de modernização dos M113.
Quando era jovem e tinha grana, cheguei a ter uma pequena coleção de automóveis antigos. Tive vários Mustang dos anos 60 e surpreendemente estes, tinham peças originais da Ford (desde chaves de ignição, baterias, tapeçaria, frisos, tudo que se refere a motorização) disponiveis de forma regular 30 anos depois( em 1996 vendi o ultimo deles). Não pense que por ser um veiculo na época colecionavel que a Ford mantinha estas peças em estoque, pois amigos meus com autos de outras marcas menos comercializadas no Brasil como Pontiac,Oldsmobile,Plymouth desfrutavam desta mesma facilidade. Tive também europeus que a cada vez que precisava de uma peça era uma verdadeira via sacra para conseguir (Não estou falando de marcas raras no Brasil como Jaguar, Borgward,Ferrari,MG,Lancia,etc.. me refiro a marcas consagradas como Mercedes Benz, Alfa Romeo e Porsche - todos eles com grandes concessionárias no país). A solução não rara era de fabricar as peças por meio de hábeis e pacientes artesões brasileiros.(cheguei certa feita a encomendar a fabricação de amortecedores na fábrica Nakata por falta dos originais).
A gente se divertia participando de "rallyes" ou passeios de uma cidade a outra. Dos que chegavam no destino sem apresentar qualquer pane, 90% eram de procedencia estadunidense.
Não morro de amores pela politica externa estadunidense mas as minhas experiencias me fizeram respeitar equipamentos lá fabricados. É claro que existem exceções como toda regra, mas são poucas.
Um abraço
Hélio