Reginaldo Bacchi escreveu:
Tulio, é um prazer ver alguém procurar consubstanciar suas afirmações com dados, como você fez.
Vou responder com outros dados. Lembre-se que o 120 mm de 44 calibres teve seu projeto iniciado pela Rheinmetall em 1965, para ser instalado em um veiculo que na época acreditava-se ter um peso em torno de 50 toneladas.
Os tempos mudaram, e o progresso inexorável, levou ao surgimento de canhões 120 mm mais leves, com menor força de recuo, todos eles destinados a usar a munição 120 mm padrão OTAN/EUA, e destinados a veículos de até 20 toneladas.
Assim temos:
Canhões originais:
Rheinmetall (Alemanha): 120 mm >>> Peso completo: 4.507 kg / Força de recuo: 60 ton.
ROF (Grã Bretanha): L7 gun >>> Peso completo: 1.282 kg /Força de recuo: 48 ton.
Canhões de menor peso e de menor força de recuo:
Nexter (França): Canon OTAN a Faible Effort de Recul de 120 mm >>> Peso completo: 2.500 kg / Força de recuo: 33,5 ton
Rheinmetall (Alemanha): 120 LLRL/47 >>> Peso completo: 2.150 kg / Força de recuo: não fornecida
IMI (Israel): RG 120 >>> Peso completo: 1.950 kg / Força de recuo: não fornecida
OTO (Italia):120 mm/L45 (de baixa força de recuo) >>> Peso completo: não fornecido / Força de recuo: 24 ton
RUAG (Suiça): 120 mm CTG >>> Peso completo: 2.600 kg / Força de recuo: 26 ton
Watervliet Arsenal (EUA): XM 360 >>> Nenhuma informação fornecida. Este foi o canhão desenvolvido para o MGS (MBT) do programa FCS. O MGS deveria pesar 22 ton.
Obs.: A menor força de recuo é obtida com um maior curso de recuo e uso de freio de boca de grande eficiência.
Comentário:
Para confirmar a possibilidade de uso do canhão XM360, o mesmo foi montado para teste em um CCL M8 (Denominado: Thunderbolt Enhanced Technology Demonstrator) de 24 toneladas.
A OTO-Melara está oferecendo o Centauro 8X8 de 25 toneladas, com seu canhão de 120 mm, como opção ao 105 mm.
A BAE construiu o CCL CV90120-T de 35 toneladas, com o canhão 120 mm CTG da Ruag. O chassi usado foi o chassi do VBTP CV90 adequadamente modificado.
Bacchi
Compreendo e aprecio teus argumentos, Bacchi. Mas insisto que pegar um carro projetado para usar 105 e botar 120 tem desvantagens como, entre outras:
Necessidade de modificações externas e internas na torre (a peça é MAIOR).
Redução da capacidade de munição (a munição é MAIOR).
Aumento da carga de trabalho do Auxiliar do Atirador (a munição é MAIOR E MAIS PESADA).
E há armas mais interessantes - a meu ver - como o Rheinmetall 105/L51 de alma lisa, podendo-se usar o Rh-105-20 (20 toneladas de recuo) ou o mais potente Rh-105-30 (30 toneladas de recuo), aumentando em uns 30% a energia de impacto e a velocidade subindo para cerca de 1700 m/s (o L7/M68 fica em uns 1474 m/s).
Nas buenas, e sem querer parecer impertinente, mas me pareceria bem mais simples mudar para essa do que subir para um 120 mais 'anêmico' só para poder dizer que tem peça principal de calibre maior. Além disso, para me ater apenas aos três motivos acima expostos, diria que as modificações na torre seria mínimas, a capacidade de munição permaneceria a mesma bem como a carga de trabalho do Auxiliar (provavelmente até seria reduzida, eis que o estojo é combustível). E, como
plus, o poder de fogo em tese aumentaria substancialmente, enquanto que a carga de recuo sobre o veículo/sistema de estabilização de pontaria se reduziria (30 t x 48 t). Vou além, a cadência de tiro poderia até aumentar pelo 'coice' mais suave e remuniciamento mais rápido.
Mas tomemos os carros TAM e Leo1A5:
Capacidade de munição 105:
TAM - 50
Leo - 60
Para quanto cairia se fosse para 120mm? Menos munição, menor persistência (sabemos que os CCs levam vários tipos de munição, uma redução substancial no total iria complicar, cortar onde?), além do que os espaços de armazenamento foram desenhados para 105, teriam de ser modificados e possivelmente haveria perdas extras de capacidade em função das dimensões originais, para não falar em tempo e custos...
Por fim, simplesmente botar um 120, por potente que seja (e tenho minhas dúvidas sobre os que citaste, se são tão melhores/equivalentes que/ao 120 L/55 por que não se os usa para reduzir-lhe o enorme peso?), num TAM ou Leo não o tornaria de uma hora para outra um rival à altura de um Abrams/Merkava/Leo2A6/7, no máximo um rival do nível de outro que usasse um 105 como o que citei. Mas este com a mesma quantidade/variedade de munição a bordo..