Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
ODT competir diretamente com a Embraer não tem sentido. A ODT deveria procurar seu nicho, ou segmento. Misseis e Vants, por exemplo. A Avibrás deveria tomar o mesmo rumo da Mectron e se tornar uma controlada da mesma.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
08/09/2011 - 09h15
Embraer e israelense Elbit formam joint venture no Brasil
DA REUTERS
A empresa de defesa israelense Elbit Systems anunciou nesta quinta-feira que sua subsidiária brasileira AEL Sistemas formou uma joint venture com uma unidade da Embraer, voltada a sistemas de aeronaves não tripuladas e simuladores.
A Embraer Defesa e Segurança detém 51% da Harpia Sistemas, sediada em Brasília, enquanto o restante pertence à AEL.
A Harpia irá operar primeiramente no Brasil, sendo que outros mercados serão determinados no futuro.
A Embraer Defesa também adquiriu 25% da AEL. Os valores envolvidos nas operações não foram divulgados.
Em abril, as duas companhias anunciaram que desenvolveriam em conjunto aeronaves não tripuladas para fins militares e civis.
O presidente-executivo da Elbit Systems, Joseph Ackerman, disse que a joint venture representa um marco para as operações de longo prazo da Elbit no Brasil, "um mercado que consideramos da maior importância".
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
11 de Setembro, 2011 - 13:30 ( Brasília )
http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... obreviver-
Avibrás busca sócios para sobreviver
Contrato federal pode salvar empresa do setor de defesa, que deve R$500 milhões
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP). Com uma dívida total estimada em R$500 milhões (cerca de R$400 milhões só com o governo federal), a fabricante de equipamentos de defesa Avibrás parece viver seu pior momento em 50 anos de vida, após ter saído em janeiro passado de um processo de recuperação judicial iniciado em 2008. A empresa está com suas linhas de produção praticamente paradas e foi obrigada a demitir 170 funcionários no início do ano. Boa parte dos 800 que continuam empregados (metade na ociosidade) tem recebido o salário com atraso. A empresa está à procura de sócios (inclusive a União). Também estuda a abertura de capital.
Uma outra ajuda está vindo de um contrato orçado em R$1,1 bilhão para tirar do papel o ambicioso programa Astros 2020 (lê-se: vinte vinte), uma versão atualizada do sistema para lançamento de foguetes de artilharia desenvolvido com o Exército brasileiro. O Ministério da Defesa já aprovou o projeto (que incorpora um novo míssil de cruzeiro com alcance de até 300 quilômetros), mas a papelada ficou meses à espera da aprovação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com um cenário apontando para uma nova crise global e economia de guerra com o Orçamento, Mantega postergou a liberação do dinheiro.
Na quinta-feira, porém, a presidente Dilma Rousseff autorizou um crédito suplementar de R$45 milhões. A entrada dessa primeira parcela no caixa da empresa, embora bem menor que os R$200 milhões esperados. Segundo o presidente da Avibrás, Sami Youssef Hassuani, essa atitude sinaliza que o governo, apesar do cenário de crise internacional, está disposto a incentivar a indústria nacional de defesa. Com o dinheiro, algumas áreas das três plantas industriais da empresa começam a sair da ociosidade. A ideia é gerar 600 vagas com a aceleração das fases do projeto, cuja duração é de seis anos.
Com o dinheiro das parcelas pagas pelo governo na parceria do projeto Astros 2020, a Avibrás ganha fôlego para esperar a definição de outras quatro negociações para fornecimento de equipamentos de defesa a governos de países amigos. A estimativa é de que o fechamento dessas negociações traga para o caixa da empresa cerca de US$2 bilhões em cinco anos.
- O grande equalizador é o governo. Se ele nos ajudar nas entressafras, a exportação garante o resto. Nessas horas, enquanto aguardamos novos contratos de fora, o governo entra equalizando, comprando e ajudando no desenvolvimento e lançamento de produtos - diz Hassuani.
Com o caixa no "talo", a empresa, que faturou R$201 milhões em 2010, está sobrevivendo de pequenos contratos de manutenção, assistência técnica e fornecimento de munição para exercícios de campo. A Avibrás também tem projetos de desenvolvimento de novos produtos que são bancados por agências de fomento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Do lado dos trabalhadores, a situação é grave. Com salários sendo pagos com atraso desde o início do ano, eles vivem sob ameaça de nova demissão em massa, apesar da garantia de que serão recontratados se houver um novo contrato.
- Apesar de estarem sem um grande contrato, o faturamento e lucro do ano passado poderiam ter custeado essa situação e evitado as demissões - diz Vivaldo Araújo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, onde estão duas das três unidades da empresa.
http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... obreviver-
Avibrás busca sócios para sobreviver
Contrato federal pode salvar empresa do setor de defesa, que deve R$500 milhões
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP). Com uma dívida total estimada em R$500 milhões (cerca de R$400 milhões só com o governo federal), a fabricante de equipamentos de defesa Avibrás parece viver seu pior momento em 50 anos de vida, após ter saído em janeiro passado de um processo de recuperação judicial iniciado em 2008. A empresa está com suas linhas de produção praticamente paradas e foi obrigada a demitir 170 funcionários no início do ano. Boa parte dos 800 que continuam empregados (metade na ociosidade) tem recebido o salário com atraso. A empresa está à procura de sócios (inclusive a União). Também estuda a abertura de capital.
Uma outra ajuda está vindo de um contrato orçado em R$1,1 bilhão para tirar do papel o ambicioso programa Astros 2020 (lê-se: vinte vinte), uma versão atualizada do sistema para lançamento de foguetes de artilharia desenvolvido com o Exército brasileiro. O Ministério da Defesa já aprovou o projeto (que incorpora um novo míssil de cruzeiro com alcance de até 300 quilômetros), mas a papelada ficou meses à espera da aprovação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com um cenário apontando para uma nova crise global e economia de guerra com o Orçamento, Mantega postergou a liberação do dinheiro.
Na quinta-feira, porém, a presidente Dilma Rousseff autorizou um crédito suplementar de R$45 milhões. A entrada dessa primeira parcela no caixa da empresa, embora bem menor que os R$200 milhões esperados. Segundo o presidente da Avibrás, Sami Youssef Hassuani, essa atitude sinaliza que o governo, apesar do cenário de crise internacional, está disposto a incentivar a indústria nacional de defesa. Com o dinheiro, algumas áreas das três plantas industriais da empresa começam a sair da ociosidade. A ideia é gerar 600 vagas com a aceleração das fases do projeto, cuja duração é de seis anos.
Com o dinheiro das parcelas pagas pelo governo na parceria do projeto Astros 2020, a Avibrás ganha fôlego para esperar a definição de outras quatro negociações para fornecimento de equipamentos de defesa a governos de países amigos. A estimativa é de que o fechamento dessas negociações traga para o caixa da empresa cerca de US$2 bilhões em cinco anos.
- O grande equalizador é o governo. Se ele nos ajudar nas entressafras, a exportação garante o resto. Nessas horas, enquanto aguardamos novos contratos de fora, o governo entra equalizando, comprando e ajudando no desenvolvimento e lançamento de produtos - diz Hassuani.
Com o caixa no "talo", a empresa, que faturou R$201 milhões em 2010, está sobrevivendo de pequenos contratos de manutenção, assistência técnica e fornecimento de munição para exercícios de campo. A Avibrás também tem projetos de desenvolvimento de novos produtos que são bancados por agências de fomento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Do lado dos trabalhadores, a situação é grave. Com salários sendo pagos com atraso desde o início do ano, eles vivem sob ameaça de nova demissão em massa, apesar da garantia de que serão recontratados se houver um novo contrato.
- Apesar de estarem sem um grande contrato, o faturamento e lucro do ano passado poderiam ter custeado essa situação e evitado as demissões - diz Vivaldo Araújo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, onde estão duas das três unidades da empresa.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Se isso vier a acontecer....RASGUE-SE e QUEIME-SE a END.jumentodonordeste escreveu:Eu acho que vai falir mesmo...
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Não vai falir. Depois de tudo que saiu, inclusive o começo do pagamento do Astros 2020, não vai falir.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Eles vão partir para o Ataque
Como grupos nacionais e estrangeiros estão se articulando para sair na frente no bilionário e promissor mercado de defesa e segurança
12 de setembro de 2011 | 0h 00
Melina Costa - O Estado de S.Paulo
Em milhares de anos de civilização há pouca margem para dúvida: países que tornam-se grandes potências econômicas acabam virando gigantes militares. Foi assim da Roma antiga aos Estados Unidos de hoje. Esse fim inescapável traz um grande desafio para o Brasil. Se tudo der certo, o País será a quarta maior economia do mundo em 2050 - o que vai exigir o renascimento da indústria local de defesa, até agora marcada pela presença de empresas sobreviventes em um cenário de decadência. "A ideia não é preparar o Brasil para sair atacando por aí, mas criar uma imagem que impeça eventuais ofensivas contra seus recursos naturais", diz um executivo com longa experiência na área que pediu para não ser identificado.
No fim de 2008, o governo definiu as bases para o crescimento do setor ao criar a Estratégia Nacional de Defesa, um conjunto de diretrizes que dá prioridade para as companhias nacionais e, no caso de compras do exterior, exige a transferência de tecnologia para o Brasil. No ano passado, foram alocados R$ 60 bilhões para a defesa (a maior parte dos recursos teve como destino o pagamentos de salários). Trata-se de um valor modestíssimo perto do mais de R$ 1 trilhão investido pelos EUA, mas representa um aumento de quase 17% na comparação com 2009 e de 148% em relação ao início da década. É difícil medir com precisão o total a ser despejado nos próximos anos, mas três grandes projetos - vigilância das fronteiras, da costa e do espaço aéreo - devem consumir R$ 180 bilhões. A primeira etapa começa agora e vai durar seis anos.
A articulação para receber tudo isso já começou. Como as empresas mais experientes da defesa são de porte médio - portanto, sem condições de arcar com o volume de investimentos necessário -, grandes grupos brasileiros, alguns sem experiência na área, decidiram entrar no jogo. Um deles é o Andrade Gutierrez, que controla uma das maiores construtoras do País e tem participação relevante na operadora Oi. O conglomerado mantém negociações com a francesa Thales, que fabrica de sistemas de tráfego aéreo a estações espaciais e fatura 13 bilhões.
"Estamos discutindo, mas o modelo deve caminhar para uma joint venture", diz Giovanni Foragi, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Andrade Gutierrez. "Nós temos competência de gestão e experiência em telecomunicações, que pode ser usada para conceber sistemas de satélites. Já a Thales é uma líder mundial em defesa e segurança."
Outra gigante nacional habituada a lidar com o governo, a Camargo Corrêa, também nutre planos de entrar na área de defesa. O grupo contratou um executivo para comandar o negócio e, segundo o Estado apurou, conversa com grupos estrangeiros para costurar uma possível parceria. Procurado, o conglomerado não deu entrevista.
Compras. A Embraer é, provavelmente, o nome mais conhecido - mas também começa a investir fortemente só agora. Em 2006, a área de defesa representava 5% da receita. Hoje já é 13% e a expectativa é que, no ano que vem, o segmento alcance receita de US$ 1 bilhão. Diante dessa meta, a companhia criou, no fim do ano passado, a Embraer Defesa e Segurança - uma unidade autônoma, com seu próprio presidente executivo - e foi às compras.
Em março, a empresa adquiriu o controle da divisão de radares da OrbiSat, fabricante de sistemas de monitoramento e de defesa antiaérea. No mês seguinte, comprou metade do capital da Atech, que foi responsável pelo desenvolvimento do sistema de controle aéreo brasileiro. Na semana passada, anunciou a compra de 25% da AEL (subsidiária da israelense Elbit Systems), com a qual formalizou a parceria em uma nova empresa, a Harpia, para investir no mercado de veículos aéreos não tripulados.
Hoje, a Embraer já trabalha em um projeto do governo de US$ 2 bilhões: a construção do avião cargueiro KC 390. Agora, a ideia é participar de outro megainvestimento: o Sisfron, Sistema de Segurança das Fronteiras. "Essa área é altamente estratégica porque lida com informações sensíveis. Normalmente, os governos contratam empresas nacionais para não entregar esses dados a estrangeiros", diz Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
Menos popular que a Embraer, porém a mais antiga do setor, a Avibrás Aeroespacial acaba de receber R$ 45 milhões em encomendas do Exército. Embora o pacote seja formalmente destinado à reposição de suprimentos, como novos foguetes, e de avançados blindados sobre rodas de comando, controle e comunicações, para servir ao sistema Astros-II - seu maior sucesso comercial -, os recursos servirão para dar inicio à compra do ambicioso Astros 2020, a próxima geração do equipamento. O presidente do grupo, Sami Hassuani, estima em US$ 3 bilhões, em dez anos, o tamanho do mercado internacional para o novo produto.
O conjunto em desenvolvimento na fábrica de São José dos Campos precisa de R$ 1,2 bilhão do Ministério da Defesa para ser executado. Como a empresa está em recuperação judicial, a forma como o governo fará esse aporte implica participação direta da União, que deve ter de 15% a 25% da Avibrás.
A Odebrecht foi a primeira novata a enxergar o potencial das compras militares. Em meados do ano passado, formou uma joint venture com a EADS, segundo maior grupo de defesa e segurança do mundo. No início do ano, adquiriu o controle da brasileira Mectron, fabricante de mísseis e radares. Mais recentemente, o conglomerado criou a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), para centralizar os investimentos na área. Essa companhia já trabalha em um dos mais ambiciosos projetos em andamento no País: a construção de cinco submarinos, um contrato de 6,7 bilhões.
"Gato escaldado". Apesar disso, o grupo ainda encara o negócio de defesa com cautela. "Essa é uma grande aposta. Mas não temos a menor convicção se esse é um plano de Estado ou de governo", diz Roberto Simões, presidente da ODT. "Gato escaldado tem medo de água fria." Entre executivos do setor, não há dúvidas de que existe a intenção do governo de fortalecer a indústria local. O problema é saber se o desejo sobreviverá às turbulências políticas. Só neste ano, a área de defesa teve corte de R$ 4 bilhões - como parte de uma tentativa de promover ajuste fiscal - e trocou de ministro. Nelson Jobim criticou colegas; caiu no início de agosto.
"O grande problema é que não há um plano plurianual para esse setor. Em defesa, não se faz investimentos de um ano para ou outro. É necessário um horizonte de 15, 30 anos para fomentar o investimentos das empresas", diz Marcelo Gonçalves, diretor da consultoria KPMG. O Ministério da Defesa não concedeu entrevista, mas informou que está em discussão um novo marco regulatório para que os projetos de defesa não sejam mais suscetíveis a contingenciamentos.
OS PLANOS DAS EMPRESAS
1. Embraer
Adquiriu e criou empresas na área de defesa. Seu objetivo é atingir receita de US$ 1 bi em 2012
2. Odebrecht
Firmou joint venture com a EADS e comprou a brasileira Mectron, de mísseis e radares
3. Andrade Gutierrez
Negocia com a francesa Thales, que faz de sistemas de tráfego aéreo a estações espaciais
4. Camargo Corrêa
Contratou executivo para tocar o negócio e discute parceria com grupos estrangeiros
5. Avibrás
Empresa estima que o mercado para o novo Astros 2020 seja de US$ 3 bilhões
6. Cassidian
A empresa do grupo EADS vai abrir no Brasil seu primeiro centro de engenharia fora da Europa
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Governo desonera fornecedores da Defesa
Enviado por luisnassif, qui, 15/09/2011 - 10:00
Por raquel_
Do Valor Econômico
Empresas consideradas estratégicas para defesa terão isenção de impostos
Por Sergio Leo | De Brasília
Empresas classificadas como estratégicas para a defesa nacional ganharão um pacote de incentivos, com isenção do pagamento de IPI e PIS/Cofins, segundo medida provisória em fase final de revisão na Casa Civil da Presidência. A MP, que será enviada ao Congresso nos próximos dias, complementa a decisão, divulgada com o plano Brasil Maior, de dar preferência a fornecedores nacionais para ministérios como o da Defesa, que poderá pagar até 25% a mais nas compras dessas empresas.
Entre as empresas que o governo espera ver beneficiadas com os incentivos, estão - além das companhias de menor porte fornecedoras das Forças Armadas, como a Avibrás - gigantes como a Embraer e a Odebrecht, que criou este ano uma subsidiária só para o setor de defesa, reunindo suas participações em empresas de tecnologia aeroespacial, sistemas de segurança e construção de submarinos.
A isenção será concedida por cinco anos aos projetos de fabricação submetidos ao Ministério da Defesa e aprovados pelo governo. A medida provisória, elaborada por cinco ministérios (Defesa, Planejamento, Fazenda, Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia), estabelece que as empresas beneficiárias devem ter controle de capital nacional, instalar-se no país e se comprometer com investimento em ciência e tecnologia.
As empresas candidatas ao regime tributário especial a ser criado terão de ter brasileiros em pelo menos dois terços de seu capital e do conselho de administração, e comprovar a existência de acordo de parceria com instituição científica ou tecnológica brasileira.
Os responsáveis pela MP comparam o regime a uma "golden share", que permitirá ao governo maior controle sobre investimentos e produção de material de defesa, como equipamentos aéreos, navais e terrestres, de comunicação e inteligência com usos militares.
Entre os técnicos que lidam com o tema, é lembrado o exemplo da ex-subsidiária da Petrobras responsável pela produção de combustível sólido para o programa brasileiro de satélites, a Petroflex. Privatizada, a companhia foi vendida à Suzano e, depois, adquirida por um grupo alemão, Lanxess, que interrompeu a fabricação de um dos componentes essenciais para o combustível sólido.
Além de aumentar a competitividade das companhias nacionais existentes, o governo quer estimular empresas estrangeiras a procurar sócios nacionais para investir em transferência tecnológica nos produtos a serem fornecidos para as Forças Armadas e setores de segurança dos governos estaduais.
Os fabricantes nacionais se queixam de que os concorrentes estrangeiros são isentos de imposto, enquanto os produtores nacionais são submetidos a uma carga tributária de até 40% - que seria reduzida ou eliminada com a medida provisória a ser editada nos próximos dias.
"É uma decisão que vai mudar o perfil do modelo de negócios no setor", comemorou o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luis Carlos Aguiar. A redução da carga tributária para o setor é um "diferencial importante", avaliou Aguiar.
"O mercado de defesa no Brasil deve ser um dos mais abertos à participação estrangeira", comentou o executivo, lembrando que, para a venda de aviões Super Tucanos nos Estados Unidos, foi obrigado a entrar em licitação como fornecedor de uma empresa americana, autorizada a participar da concorrência governamental.
Com a aprovação do incentivo fiscal para a indústria de defesa, as empresas do setor passam a alimentar a expectativa que o governo crie uma solução para o maior obstáculo encontrado pelos fornecedores das Forças Armadas, ou seja, a incerteza sobre a manutenção dos recursos orçamentários. O planejamento dos investimentos no setor é afetado pela descontinuidade na liberação de verbas para os projetos. Segundo Aguiar, o contingenciamento tem afetado até recursos com empenho garantido.
Enviado por luisnassif, qui, 15/09/2011 - 10:00
Por raquel_
Do Valor Econômico
Empresas consideradas estratégicas para defesa terão isenção de impostos
Por Sergio Leo | De Brasília
Empresas classificadas como estratégicas para a defesa nacional ganharão um pacote de incentivos, com isenção do pagamento de IPI e PIS/Cofins, segundo medida provisória em fase final de revisão na Casa Civil da Presidência. A MP, que será enviada ao Congresso nos próximos dias, complementa a decisão, divulgada com o plano Brasil Maior, de dar preferência a fornecedores nacionais para ministérios como o da Defesa, que poderá pagar até 25% a mais nas compras dessas empresas.
Entre as empresas que o governo espera ver beneficiadas com os incentivos, estão - além das companhias de menor porte fornecedoras das Forças Armadas, como a Avibrás - gigantes como a Embraer e a Odebrecht, que criou este ano uma subsidiária só para o setor de defesa, reunindo suas participações em empresas de tecnologia aeroespacial, sistemas de segurança e construção de submarinos.
A isenção será concedida por cinco anos aos projetos de fabricação submetidos ao Ministério da Defesa e aprovados pelo governo. A medida provisória, elaborada por cinco ministérios (Defesa, Planejamento, Fazenda, Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia), estabelece que as empresas beneficiárias devem ter controle de capital nacional, instalar-se no país e se comprometer com investimento em ciência e tecnologia.
As empresas candidatas ao regime tributário especial a ser criado terão de ter brasileiros em pelo menos dois terços de seu capital e do conselho de administração, e comprovar a existência de acordo de parceria com instituição científica ou tecnológica brasileira.
Os responsáveis pela MP comparam o regime a uma "golden share", que permitirá ao governo maior controle sobre investimentos e produção de material de defesa, como equipamentos aéreos, navais e terrestres, de comunicação e inteligência com usos militares.
Entre os técnicos que lidam com o tema, é lembrado o exemplo da ex-subsidiária da Petrobras responsável pela produção de combustível sólido para o programa brasileiro de satélites, a Petroflex. Privatizada, a companhia foi vendida à Suzano e, depois, adquirida por um grupo alemão, Lanxess, que interrompeu a fabricação de um dos componentes essenciais para o combustível sólido.
Além de aumentar a competitividade das companhias nacionais existentes, o governo quer estimular empresas estrangeiras a procurar sócios nacionais para investir em transferência tecnológica nos produtos a serem fornecidos para as Forças Armadas e setores de segurança dos governos estaduais.
Os fabricantes nacionais se queixam de que os concorrentes estrangeiros são isentos de imposto, enquanto os produtores nacionais são submetidos a uma carga tributária de até 40% - que seria reduzida ou eliminada com a medida provisória a ser editada nos próximos dias.
"É uma decisão que vai mudar o perfil do modelo de negócios no setor", comemorou o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luis Carlos Aguiar. A redução da carga tributária para o setor é um "diferencial importante", avaliou Aguiar.
"O mercado de defesa no Brasil deve ser um dos mais abertos à participação estrangeira", comentou o executivo, lembrando que, para a venda de aviões Super Tucanos nos Estados Unidos, foi obrigado a entrar em licitação como fornecedor de uma empresa americana, autorizada a participar da concorrência governamental.
Com a aprovação do incentivo fiscal para a indústria de defesa, as empresas do setor passam a alimentar a expectativa que o governo crie uma solução para o maior obstáculo encontrado pelos fornecedores das Forças Armadas, ou seja, a incerteza sobre a manutenção dos recursos orçamentários. O planejamento dos investimentos no setor é afetado pela descontinuidade na liberação de verbas para os projetos. Segundo Aguiar, o contingenciamento tem afetado até recursos com empenho garantido.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
ÓTIMA notícia!!
Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Agora fica uns 210 dias para ser votada no Congresso.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
- joao fernando
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Agora, seria muito ruim isentar de vez, essas empresas desses impostos?
Não me parece logico, já que são de interesse para a defesa nacional, as matar logo no berço
Não me parece logico, já que são de interesse para a defesa nacional, as matar logo no berço
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG