Extradição ou não de Cesare Battisti
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Conversas com a parede.
Mino Carta - Carta Capital - 2.09.11.
Perguntas aos meus botões, em meio à dúvida. Será preciso explicar mais uma vez? Convém calar diante de quem não entende por obra de alguma carência insanável ou finge não entender? Não é de hoje que meus botões me atiram a tarefas impossíveis, ou quase. De fato, é o que dá agora, no momento em que o ex-ministro da Justiça e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, declara: "A reação (à extradição negada no Caso Battisti) não foi da Itália, e sim de um governo decadente e direitista".
Não sei se Genro aposta na ignorância da plateia nativa, ou se a ignorância em questão é a dele mesmo. Vale recordar que o ex-ministro mereceu inúmeras vezes o apoio de CartaCapital: víamos nele uma liderança nova e importante. Nesta edição, Paolo Manzo entrevista o ex-juiz de instrução de Milão, Giuliano Turone, autor de um livro sobre o Caso Battisti lançado nestes dias. E é datada de quarta 31 uma carta aberta de agradecimento do presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, destinada a Turone e publicada pelo jornal La Stampa.
Nela se lê que a decisão de dar asilo ao ex-terrorista "é para a Itália um ferimento aberto, mais ainda, uma lesão profunda". Talvez Genro até hoje não tenha percebido que a Napolitano, e não a Berlusconi, cabe falar em nome do Estado. Esclareço em proveito do governador: é a diferença que no regime parlamentarista se estabelece entre o presidente da República e o primeiro-ministro. E Napolitano não é um direitista decadente. Quanto à Itália, é Estado Democrático de Direito, alicerçado em uma Constituição nascida, ao contrário do ocorrido no Brasil, de uma Constituinte exclusiva e considerada exemplar não somente pelos italianos.
Napolitano, antiga liderança dentro do Partido Comunista, diz na carta sempre ter promovido e sustentado toda iniciativa destinada a obter do Brasil a entrega de Battisti, e sublinha o desrespeito ao acordo de extradição selado com a Itália em 1989 e "às razões da luta contra o terrorismo em defesa da ordem constitucional".
Lula não poderá negar como e quando o presidente da Itália conversou com ele a respeito, uma delas à margem do G-20 de L’Aquila, enquanto a questão ainda estacionava no Supremo. Assim como Genro foi informado por seus amigos italianos e comunistas sobre o efeito doloroso de uma eventual negativa à extradição junto à nação em peso. Sei pessoalmente da decepção experimentada ao cabo por Massimo D’Alema, um dos herdeiros de Enrico Berlinguer, e até por Bruna Peyrot, socióloga italiana, que anos atrás escreveu um longo ensaio sobre Tarso Genro, editado na Itália, e que ficou pasma com a decisão inicial do seu herói.
Sem falar de Donato Di Santo, braço direito de D’Alema no Ministério do Exterior durante o derradeiro governo Prodi: mandou-me um e-mail para constatar que Genro fez a frittata. A omelete. Em língua chula usaríamos uma palavra bem mais contundente e vulgar. Aquela mensagem foi publicada por CartaCapital e Donato, por meio de um anspeçadas local, queixou-se, esquecido de não ter solicitado o off, que, quando declarado, atravessei a vida a respeitar. Se ao falar da reação italiana à negativa in extremis de Lula, o ex-ministro da Justiça se exprime em boa-fé, então não sobra alternativa: o problema é de ignorância mesmo, penosa e inevitável conclusão.
E ignorância em relação à verdade factual dos anos de chumbo na Península, por quem se arroga julgar a Justiça de um Estado de Direito. Na carta ao juiz Turone, Napolitano confessa sua frustração por "não ter conseguido levar à compreensão do que significou para nós o capítulo do terrorismo (…) e que força extraordinária tenha sido necessária para derrotá-lo". Murmuram meus resignados botões: é como tentar o diálogo com uma parede. O comportamento de Lula e Tarso no Caso Battisti é nódoa na vida política de ambos, bem como o comportamento do então presidente e do seu ministro, escolhido para a Justiça com o aplauso de CartaCapital, no desfecho da Operação Satiagraha.
Genro há de lembrar o telefonema com que me alcançou, na manhã da primeira prisão de Daniel Dantas. Tomado de pura euforia, exclamava: "Você viu o que fomos capazes de fazer?" Tive a impressão de que pretendia incluir a revista no mérito. Menos de uma semana depois, passivos diante da pressão de Gilmar Mendes e Nelson Jobim, presidente e ministro desterravam o chefe da Abin, o digníssimo delegado Paulo Lacerda.
Lamentáveis recordações, a firmar uma estranha ligação entre Battisti e Daniel Dantas. Receio que, para satisfazer uma facção do PT, o partido que esqueceu os trabalhadores, tenham sido passados para trás os interesses do País, da Moral e da Justiça. Daqui para a frente, passarei o tempo que me sobra na busca do elo entre estes dois momentos deploráveis da recente história brasileira.
Mino Carta - Carta Capital - 2.09.11.
Perguntas aos meus botões, em meio à dúvida. Será preciso explicar mais uma vez? Convém calar diante de quem não entende por obra de alguma carência insanável ou finge não entender? Não é de hoje que meus botões me atiram a tarefas impossíveis, ou quase. De fato, é o que dá agora, no momento em que o ex-ministro da Justiça e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, declara: "A reação (à extradição negada no Caso Battisti) não foi da Itália, e sim de um governo decadente e direitista".
Não sei se Genro aposta na ignorância da plateia nativa, ou se a ignorância em questão é a dele mesmo. Vale recordar que o ex-ministro mereceu inúmeras vezes o apoio de CartaCapital: víamos nele uma liderança nova e importante. Nesta edição, Paolo Manzo entrevista o ex-juiz de instrução de Milão, Giuliano Turone, autor de um livro sobre o Caso Battisti lançado nestes dias. E é datada de quarta 31 uma carta aberta de agradecimento do presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, destinada a Turone e publicada pelo jornal La Stampa.
Nela se lê que a decisão de dar asilo ao ex-terrorista "é para a Itália um ferimento aberto, mais ainda, uma lesão profunda". Talvez Genro até hoje não tenha percebido que a Napolitano, e não a Berlusconi, cabe falar em nome do Estado. Esclareço em proveito do governador: é a diferença que no regime parlamentarista se estabelece entre o presidente da República e o primeiro-ministro. E Napolitano não é um direitista decadente. Quanto à Itália, é Estado Democrático de Direito, alicerçado em uma Constituição nascida, ao contrário do ocorrido no Brasil, de uma Constituinte exclusiva e considerada exemplar não somente pelos italianos.
Napolitano, antiga liderança dentro do Partido Comunista, diz na carta sempre ter promovido e sustentado toda iniciativa destinada a obter do Brasil a entrega de Battisti, e sublinha o desrespeito ao acordo de extradição selado com a Itália em 1989 e "às razões da luta contra o terrorismo em defesa da ordem constitucional".
Lula não poderá negar como e quando o presidente da Itália conversou com ele a respeito, uma delas à margem do G-20 de L’Aquila, enquanto a questão ainda estacionava no Supremo. Assim como Genro foi informado por seus amigos italianos e comunistas sobre o efeito doloroso de uma eventual negativa à extradição junto à nação em peso. Sei pessoalmente da decepção experimentada ao cabo por Massimo D’Alema, um dos herdeiros de Enrico Berlinguer, e até por Bruna Peyrot, socióloga italiana, que anos atrás escreveu um longo ensaio sobre Tarso Genro, editado na Itália, e que ficou pasma com a decisão inicial do seu herói.
Sem falar de Donato Di Santo, braço direito de D’Alema no Ministério do Exterior durante o derradeiro governo Prodi: mandou-me um e-mail para constatar que Genro fez a frittata. A omelete. Em língua chula usaríamos uma palavra bem mais contundente e vulgar. Aquela mensagem foi publicada por CartaCapital e Donato, por meio de um anspeçadas local, queixou-se, esquecido de não ter solicitado o off, que, quando declarado, atravessei a vida a respeitar. Se ao falar da reação italiana à negativa in extremis de Lula, o ex-ministro da Justiça se exprime em boa-fé, então não sobra alternativa: o problema é de ignorância mesmo, penosa e inevitável conclusão.
E ignorância em relação à verdade factual dos anos de chumbo na Península, por quem se arroga julgar a Justiça de um Estado de Direito. Na carta ao juiz Turone, Napolitano confessa sua frustração por "não ter conseguido levar à compreensão do que significou para nós o capítulo do terrorismo (…) e que força extraordinária tenha sido necessária para derrotá-lo". Murmuram meus resignados botões: é como tentar o diálogo com uma parede. O comportamento de Lula e Tarso no Caso Battisti é nódoa na vida política de ambos, bem como o comportamento do então presidente e do seu ministro, escolhido para a Justiça com o aplauso de CartaCapital, no desfecho da Operação Satiagraha.
Genro há de lembrar o telefonema com que me alcançou, na manhã da primeira prisão de Daniel Dantas. Tomado de pura euforia, exclamava: "Você viu o que fomos capazes de fazer?" Tive a impressão de que pretendia incluir a revista no mérito. Menos de uma semana depois, passivos diante da pressão de Gilmar Mendes e Nelson Jobim, presidente e ministro desterravam o chefe da Abin, o digníssimo delegado Paulo Lacerda.
Lamentáveis recordações, a firmar uma estranha ligação entre Battisti e Daniel Dantas. Receio que, para satisfazer uma facção do PT, o partido que esqueceu os trabalhadores, tenham sido passados para trás os interesses do País, da Moral e da Justiça. Daqui para a frente, passarei o tempo que me sobra na busca do elo entre estes dois momentos deploráveis da recente história brasileira.
- wagnerm25
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
É difícil esquecer que moramos num país que é o paraíso de psicopatas que agem em nome de causas políticas e ainda por cima tem o amém de nossas autoridades.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Alfredo Stroessner que o diga.wagnerm25 escreveu:É difícil esquecer que moramos num país que é o paraíso de psicopatas que agem em nome de causas políticas e ainda por cima tem o amém de nossas autoridades.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
- rodrigo
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Orra, até a carta capital está no PIG! Quem vai sobrar para os papagaios lerem?para satisfazer uma facção do PT, o partido que esqueceu os trabalhadores, tenham sido passados para trás os interesses do País, da Moral e da Justiça.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Plano Brasil.rodrigo escreveu:Orra, até a carta capital está no PIG! Quem vai sobrar para os papagaios lerem?para satisfazer uma facção do PT, o partido que esqueceu os trabalhadores, tenham sido passados para trás os interesses do País, da Moral e da Justiça.
- Guerra
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Pois é, dia 15 vence um tal prazo que a Italia deu ao Brasil para não sei o que. Quem bate esquece, quem apanha demora mais um pouco.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Dane-se a Itália. É ela que está quebrada!Guerra escreveu:Pois é, dia 15 vence um tal prazo que a Italia deu ao Brasil para não sei o que. Quem bate esquece, quem apanha demora mais um pouco.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
- wagnerm25
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Justificar um erro com outro é um argumento muito pobre.P. K. Liulba escreveu:Alfredo Stroessner que o diga.wagnerm25 escreveu: É difícil esquecer que moramos num país que é o paraíso de psicopatas que agem em nome de causas políticas e ainda por cima tem o amém de nossas autoridades.
No fim é a esquerda fazendo a mesma coisa que sempre condenou. Nunca me enganaram.
- prp
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
E ai? A Itália vai declarar guerra ao Brasil?Guerra escreveu:Pois é, dia 15 vence um tal prazo que a Italia deu ao Brasil para não sei o que. Quem bate esquece, quem apanha demora mais um pouco.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
- Boss
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Vai. Iremos brincar de estátua.
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- joao fernando
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
Pows Guerra, vc contra a corrupção é engraçado, mas agora, a defender a Italia, já é demais...Guerra escreveu:Pois é, dia 15 vence um tal prazo que a Italia deu ao Brasil para não sei o que. Quem bate esquece, quem apanha demora mais um pouco.P. K. Liulba escreveu:Battisti ainda rende, heim?
Só falta a Unitalha terminar a 1º turma de lançadores de ICBM´s Tupis, para o quadro estar completo
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
- rodrigo
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Re: Extradição ou não de Cesare Battisti
No atual quadro, só se for batalha naval pelo internet.A Itália vai declarar guerra ao Brasil?
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
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a vida é assim: esquenta e esfria,
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