Por injução lógica, aliados compartilham perspectivas. Portanto, como figura de linguagem posso compará-los.
A sua comparação é ilegítima, porque o estilo da sua comparação é totalmente propagandistico.
É a mesma coisa que chamar todos os brasileiros de petistas, ou chamar todos os soldados soviéticos de comunistas.
Você é o único a não ver brilho nas glórias do Exército Vermelho. No entanto, entre a sua opinião e aquela de David M. Glantz, prefiro a do último. Muito mais balizada.
Meu caro, eu, como cada vez menos pessoas, já não ficam cegas com esse brilho, construido apenas com base na propaganda comunista.
Se você leu alguma coisa do Glantz, eu até acho graça. Você leu os livros de pernas para o ar. O Glantz afirma em alguns pontos que os russos se sacrificaram, mas não tece grandes elogios aos generais soviéticos.
Isso em nada retira o brilho e a coragem dos soviéticos na defesa da cidade.
Não retira brilho ao sacrificio, embora desmascare a incompetência criminosa dos dirigentes comunistas.
Os russos sacrificaram-se e foram sacrificados porque a cidade se chamava «Cidade de Estaline». Os generais foram de uma covardia, de uma idiotice e de uma incompetência repugnantes.
Como sempre venceram com o numero, não com a competência.
Não confunda os elogios ao espírito de sacrifício dos russos com elogios inventados à debochada e irracional incompetência dos dirigentes comunistas.
Você reproduz chavões antiquados. Qualquer um que teve ou tem a experiência de conduzir homens, sabe que em situações de extrema tensão não se controla o indivíduo com o terror
Meu Deus, eu nem sei se vale a pena discutir nestas condições .
Os esquadrões por detrás das linhas foram utilizados pelos alemães várias vezes especialmente depois da derrota em Estalinegrado, porque deixaram de confiar nos aliados deles.
Os franquista utilizaram essa mesma tática utilizando grupos do exército muçulmanos para guardar a retaguarda durante a guerra civil. Os alemães voltaram a utilizar o método na defesa de Berlim.
Os russos fizeram isso durante toda a guerra, porque os soldados da Ásia central nem entendiam porque estavam a lutar, porque os ucranianos odiavam os russos, porque os letonios e bielorrussos preferiam voltar para casa.
Em situações de desespero, vários exércitos utilizaram a tática de guardar a retaguarda para que quem combate tenha medo de fugir. Os russos fizeram isso com tal brutalidade que para muitos russos era melhor tentar fugir para a frente e entregar-se aos alemães.
A impressão que se tem das suas palavras, é que a Alemanha ganhou a guerra.
É uma impressão típica de quem não leu, não estudou, não entende nem quer entender, e move-se apenas por ódios politicos e ranço do tempo da guerra fria. Se alguém que tenha lido o que escrevi, ficou a pensar que a Alemanha tinha ganho a guerra, então é porque é «muito tapado» (muito tapado substitui outra palavra, auto-censurada, para não indignar alguma viuva).
Estalinegrado foi uma batalha importante: Os alemães perderam uma batalha importante, mas para a opinião pública foi a primeira vez que Hitler realmente reconheceu uma derrota.
Para a opinião pública alemã, pela primeira vez torna-se real a possibilidade de a Alemanha não ganhar a guerra.
O Caucaso foi perdido e com ele o petróleo.
Mas não foi Estalinegrado que destruiu a Alemanha. Os tanques mais modernos ainda não tinham sido introduzidos, as armas mais conhecidas dos alemães ainda não tinham sido introduzidas.
Mesmo depois de Estalinegrado a Alemanha ainda consegue lutar em Kursk, e não vence, porque Hitler ficou com medo da frente italiana (invasão da Sicilia) e não engajou nos combates as tropas que os generais pediam.
A dimensão das forças alemãs continuará muito grande. A frente reduz-se a sul com a retirada do Cáucaso. Mas até à operação Bagration, que coincide com a invasão da Normandia, os alemães encontravam-se a menos de 500km da capital soviética.
A glorificação da estupidez criminosa dos generais soviéticos, já perdeu o brilho há muito tempo, quando muita da verdade sobre a frente leste começou a aparecer, quer das memórias censuradas, quer de documentos que ficaram secretos.
Coisas como o massacre de Katyn só foram reconhecidas depois do colapso da URSS.
Ver a guerra com os olhos da União Soviética, escondendo tudo o que se descobriu nos últimos 20 anos, é meter a cabeça na areia.
É preciso meter a cabeça na areia para conseguir ver o brilho das estrelas dos estrategas russos