Imprensa vendida

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Guerra
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Re: Imprensa vendida

#466 Mensagem por Guerra » Seg Ago 29, 2011 6:41 pm

Pedro Gilberto escreveu:Poder não se vende, se conquista.
Diz isso pro PT. Mensalão. O loteamento dos cargos. Liberação de bilhões para acalmar aliados.

Claro que não, mas se bem compreendi o que acusa é de o PT de conseguir manipular alguem atraves da Imprensa, apesar de o que dizes é que o PT comprou Horario Politico.

[]´s
E qual a diferença?
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Imprensa vendida

#467 Mensagem por Guerra » Seg Ago 29, 2011 6:42 pm

GustavoB escreveu:
O bom da midia ser vendida é que qualquer um pode comprar seu espaço.
Essa tua disposição em esculhambar o fórum é de graça?
E essa é mais tentativa patetica de me atacar e força minha expulsão para vc fazer panfletagem a vontade?
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Imprensa vendida

#468 Mensagem por GustavoB » Seg Ago 29, 2011 7:18 pm

Sim, só você está certo, os outros fazem panfletagem.
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rodrigo
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Re: Imprensa vendida

#469 Mensagem por rodrigo » Ter Ago 30, 2011 6:11 pm

O bom da midia ser vendida é que qualquer um pode comprar seu espaço.
Sempre foi assim, mas só desagrada quando a latrina do PT vaza.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: Imprensa vendida

#470 Mensagem por GustavoB » Qua Ago 31, 2011 3:48 pm

A próxima capa da Veja

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Está cada vez mais difícil acreditar na Veja, para quem quer. Não bastando provas materiais e testemunhais de que seu repórter tentou invadir o domicílio de José Dirceu e a ausência de mísero indício de que ele se reunia com correligionários em um hotel de Brasília para fazer negociatas e conspirações, ela se porta como culpada e ele, como inocente.

O ex-ministro supostamente é o acusado. Ao menos para o grande público, que, ainda – eu disse ainda –, não ficou sabendo do que a revista andou aprontando. Dirceu, no papel de culpado, deveria estar fugindo da repercussão e a Veja, no papel de acusador, deveria estar surfando nela.

Exposta em bancas de jornais por todo país e tendo recebido alguma cobertura da grande mídia, a revista estaria em melhores condições para continuar a vender a sua denúncia do que Dirceu a dele. O que se esperaria, portanto, é que a Veja estivesse falante.

Não é o que se vê. Ontem, assisti a uma extensa reportagem da Record News sobre o caso. Uma matéria correta que contou com entrevista de José Dirceu, que desceu a lenha na Veja. Essa emissora foi o primeiro grande meio de comunicação a se somar à extensa cobertura de pequenos veículos que vem suprindo a afasia jornalística dos grandes.

Dirceu está em uma maratona de manifestações públicas sobre o caso, iniciada quando denunciou em seu blog que a Veja mandou alguém tentar invadir seu quarto de hotel. Nos últimos dias, porém, a frase mais repetida da política tem sido a de que a revista não irá comentar o assunto com a fila de veículos que se propõem a ouvir a sua versão dos fatos.

Claro que deve estar caçando alguma coisa para tentar “matar” o assunto em sua próxima edição. Veja procura algum indício que fortaleça a sua matéria. Está engendrando mais um editorial que tentará vender como reportagem. Necessita, desesperadamente, mudar uma pauta de discussão que cada nova negativa de se manifestar, incrementa.

A próxima capa da Veja, portanto, reveste-se de expressiva importância para o jogo político. O escândalo surdo que a envolve pode ter desdobramentos na postura do governo Dilma em relação à mídia – ou não, o que não deixará de ser um desdobramento político descomunal. A grande aposta é se a revista tentará mudar de assunto ou virar o jogo.

Façam as suas apostas, pois.

Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania
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Re: Imprensa vendida

#471 Mensagem por Algus » Qui Set 01, 2011 11:43 am

A questão da aliança do PSDB com a imprensa escrita é muito mais fácil de ser vista: Basta entrar em uma escola pública.
Lá, os jornais são, basicamente, "Folha de São Paulo" e "Estadão".
Revistas? Olha, não sou ingênuo a ponto de pensar que devessem comprar “Carta Capital”, mas existem tantas revistas que servem de material de apoio ao aluno, como a Revista de História da Biblioteca Nacional (mensal)... Mas só o que se vê é “Veja”, “Época”, essas tranqueiragens.
Coincidentemente, todas aquelas que apoiaram (e seguramente apoiarão) seu candidato. Mais que isso, além de fornecer recursos à imprensa aliada, este material atua como formador de opinião tanto do quadro de funcionários quanto dos alunos, futuros eleitores. A maioria, por exemplo, acredita piamente que Dilma não pode entrar nos EUA por medo de ser presa e que um rolo de fita crepe usado quase causou um traumatismo em José Serra.

A respeito da “compra de apoio” de partidos pelo PT, não duvido nem um pouco, como não duvido que outros também fizeram o mesmo (explicita ou implicitamente).

Quanto ao colega forista Guerra, entendo sua indignação, mas com todo o respeito, o fato de considerar apenas a reportagem do PT e ignorar a denúncia do esquema do PSDB (cujo valor remonta, no mínimo, 20x mais) me faz pensar que o problema não é apenas a corrupção no Governo Federal.
Afinal de contas, o PSDB também é Governo (Estadual, mas o dinheiro é de todo mundo, não é verdade?). Acredito que tenha a ver também com o fato de não gostar da proposta política em geral do PT, mas por algum motivo não poder ou não querer deixar isso mais claro. Talvez porque todo mundo já odeie o PSDB, mas não o PT, por exemplo.
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Re: Imprensa vendida

#472 Mensagem por rodrigo » Qui Set 01, 2011 11:58 am

A questão da aliança do PSDB com a imprensa escrita é muito mais fácil de ser vista: Basta entrar em uma escola pública.
Lá, os jornais são, basicamente, "Folha de São Paulo" e "Estadão".
Então a conspiração envolve o PSDB, a imprensa escrita e as escolas públicas?... Quando entrarem a CIA, os militares e a burguesia, o golpe será rápido e implacável :twisted:
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Re: Imprensa vendida

#473 Mensagem por Algus » Qui Set 01, 2011 1:45 pm

A escola pública que me refiro são os ensinos fundamental e médio, que são de responsabilidade do Governo Estadual. Jamais falei de golpe, nem mesmo utilizo o termo "imprensa golpista", mas os jornais e revistas que citei estão aí pra quem quiser conferir, em todas as escolas públicas do estado de São Paulo.

PS: Por favor, não entendam como uma campanha contra o PSDB (até porque, atualmente, isso nem se faz necessário). Seria inocência da minha parte acreditar que apenas este partido utiliza tais artifícios para chegar e se manter no poder. Só reforço minha opinião que, infelizmente, trata-se de um problema que extrapola as camadas partidárias.
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Re: Imprensa vendida

#474 Mensagem por GustavoB » Qui Set 01, 2011 3:45 pm

Essas compras de assinaturas de revistas e jornais pelos governos do PSDB em São Paulo já foram banstante questionadas. Ao mesmo tempo em que se aporta dinheiro para os veículos (claro, pura boa vontade, sem nada em troca), forma-se a opinião da comunidade escolar.

Uma coisa puxa a outra, daí se extrapola que, como o PSDB é ainda forte no estado de SP, a reforma política obrigatoriamente não passará pela proporcionalidade do eleitorado. Explico: se X eleitores elegem um deputado federal/senador em São Paulo, em Roraima ou no Amapá são necessários apenas X/1000. O Sarney que o diga.
Editado pela última vez por GustavoB em Qui Set 01, 2011 5:22 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Imprensa vendida

#475 Mensagem por Túlio » Qui Set 01, 2011 3:58 pm

Guerra escreveu:
GustavoB escreveu: Essa tua disposição em esculhambar o fórum é de graça?
E essa é mais tentativa patetica de me atacar e força minha expulsão para vc fazer panfletagem a vontade?

Tá, vamos sossegar com a frescuragem, isso não leva a nada que preste. Se discordam argumentem, se não se gostam se ignorem, POWS!!!

Nas buenas e não me levem a mal, amigos, mas acham que me divirto repreendendo homens adultos, chefes de família? Garanto que não. Apenas espero que ajam como o que são, tri? Essa de picuinha fica bem no pátio do colégio, não aqui. Vamos nas buenas... :wink: 8-]
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Imprensa vendida

#476 Mensagem por GustavoB » Qui Set 01, 2011 5:24 pm

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Re: Imprensa vendida

#477 Mensagem por GustavoB » Qui Set 01, 2011 10:14 pm

Ética e credibilidade de uma profissão

Apenas algumas semanas depois do escândalo provocado pelas revelações de ações criminosas do tablóide “News of the World” na Inglaterra, o tipo de jornalismo reiteradamente praticado pela revista Veja acende uma perigosa luz amarela no campo da comunicação.

Venício Lima

Desde o dia 7 de julho pp. a Comissão de Ética (CE) do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) tem em suas mãos um pedido de abertura de processo por violação do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros contra o jornalista Gustavo Ribeiro da sucursal de Brasília da revista Veja. O pedido foi protocolado por um dos membros da comissão que redigiu o novo Código de Ética em vigor desde 2007 (disponível em http://www.fenaj.org.br/federacao/comet ... leiros.pdf) e também um dos fundadores do Movimento Pró-Conselho de Comunicação Social no Distrito Federal (MPC), o jornalista Antonio Carlos Queiroz.

O pedido original tinha por base a matéria intitulada “Madraçal no Planalto” sobre a Universidade de Brasília e seu reitor, publicada na Veja com data de capa de 6 de julho.

Tanto do ponto de vista técnico como ético, a referida matéria é um exemplo acabado de mau jornalismo. Editorializada e adjetivada, a matéria não cumpre as regras elementares básicas do jornalismo e foi desmentida por “fontes” cujos nomes nela aparecem, além de ter recebido repúdio quase unânime da própria comunidade acadêmica da UnB (cf. http://www.unb.br/noticias/unbagencia/u ... hp?id=5317). Mais ainda. Uma das “fontes” e articulador da matéria de Veja, conhecido adversário político do atual reitor, publicou em seu blog o seguinte post:

“Parabéns à revista VEJA por este inestimável serviço ao Brasil, mostrando o que faz o reitor Zé do MST (ligado ao PT) com a educação superior no país. Está agora na hora da oposição (DEM, PSDB e PPS) colocar a boca no trombone! — PS: Ajudei a VEJA com essa reportagem (tem uma declaração minha na 4. página), eu e mais de 20 professores, lógico que apenas alguns apareceram” [cf. cienciabrasil.blogspot.com post de 3 de julho).


Jornalista não sindicalizado

No dia 9 de agosto pp. a CE respondeu ao jornalista Antonio Carlos Queiroz informado haver decidido pela não abertura do processo tendo em vista que Gustavo Ribeiro “não é filiado ao SJPDF”.

Trata-se de um equívoco da CE de vez que a filiação aos sindicatos da categoria não é requisito para o exercício profissional e o Código de Ética, por óbvio, se aplica a toda a categoria, não somente aos jornalistas sindicalizados. Aliás, está escrito no próprio CE:

Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.

Parágrafo único – Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.

O equívoco da CE motivou um recurso impetrado pelo jornalista Antonio Carlos Queiroz no SJPDF solicitando a reconsideração da decisão.


Reincidência

Enquanto se aguardava uma resposta da CE ao recurso, o mesmo jornalista Gustavo Ribeiro, aparece novamente como um dos responsáveis por matéria aparentemente envolvendo práticas ilícitas, publicada na mesma revista Veja com data de 31 de agosto pp. Trata-se, como se sabe, de matéria de capa sob o título “O Poderoso Chefão” sobre o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que padece dos mesmos vícios da matéria anterior sobre a UnB. O jornalista está agora sendo formalmente acusado de tentativa de invasão de domicílio e falsidade ideológica pelo Hotel Naoum de Brasília, onde escritório de advocacia associado ao ex-ministro José Dirceu mantém um apartamento alugado.

Naturalmente o novo episódio envolvendo o jornalista Gustavo Ribeiro provocou o encaminhamento de um “agravo” à CE do SJPDF.


O que está em jogo?

Apenas algumas semanas depois do escândalo provocado pelas revelações de ações criminosas do tablóide “News of the World” na Inglaterra, o tipo de jornalismo reiteradamente praticado pela revista Veja acende uma perigosa luz amarela no campo da comunicação.

O Grupo Abril, ao qual pertence a revista Veja, criou recentemente o IAEJ – Instituto de Altos Estudos em Jornalismo que, em parceria com a ESPM, oferece o Curso de Pós-Graduação com Ênfase em Direção Editorial “um programa sem precedentes no Brasil, (que) tem a ambição de contribuir para a melhoria da imprensa no país” (cf. http://www.espm.br/Candidato/Cursos/SP/ ... orial.aspx ).

Por óbvio, matérias como as referidas acima não são publicadas sem o conhecimento da direção da revista e, portanto, não são de responsabilidade apenas dos jornalistas envolvidos. Trata-se de uma determinada visão de jornalismo e de seu papel que confrontam toda a retórica liberal sobre a liberdade de imprensa na democracia.

Está na hora das organizações sindicais darem o primeiro passo e aplicarem exemplarmente o Código de Ética da profissão se pretendem zelar pela dignidade profissional mínima que sustente a credibilidade dos jornalistas.

E está mais do que na hora dos próprios empresários de mídia e do Estado brasileiro dialogar sobre a inadiável necessidade de uma ampla e democrática regulação do setor. Não dá mais para “fazer de conta” que no Brasil é diferente do resto do mundo e que aqui a mídia será sempre um poder acima de todos os outros.

A ver.

Venício A. de Lima é professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.
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Re: Imprensa vendida

#478 Mensagem por DELTA22 » Qui Set 08, 2011 8:57 pm

Artigo da Veja sobre Al Jazeera é mentiroso, afirma correspondente da emissora no Brasil

Luiz Gustavo Pacete - Redação Revista IMPRENSA

O correspondente da TV Al Jazeera no Brasil, Gabriel Elizondo, disse ao Portal Imprensa que o artigo anônimo publicado na edição do dia 9 de fevereiro da revista Veja contém erros factuais e mal-entendidos sobre a emissora do Catar. "Vários pontos desse artigo não são verdadeiros. Os fatos não estão corretos. Lamento que uma revista tão importante no Brasil faça isso. Mandei inclusive uma carta ao Itamaraty esclarecendo os equívocos da matéria", diz ele.

Sob o título "Programa Radical" o artigo inserido em uma matéria falando sobre as revoluções no Egito, diz que a "rede de televisão se transformou em importante agente político no Oriente Médio". Gabriel contesta afirmando que a emissora não é um agente e segue o critério utilizado por qualquer veículo sério de comunicação: imparcialidade, apuração e busca pela verdade. "Jamais a emissora foi e nem pretende ter pretensões políticas", reitera.

O artigo diz que a "Al Jazeera com sua capa de modernidade e independência jornalística, tem uma agenda política clara e agressiva, e violentamente antiamericana". O jornalista comenta que a emissora possui sim um perfil agressivo, e isso a difere de outras redes de TV no Oriente Médio. Entretanto, ele diz que nunca a Al Jazeera tomou partido de nenhuma campanha ideológica, principalmente contra os Estados Unidos ou Israel.

Quando Gabriel, que é americano, entrou na rede em 2004, trabalhou no escritório da Al Jazeera em Washington DC e, antes de vir ao Brasil, foi correspondente na Colômbia. "Jamais nossa emissora vai ter uma posição anti-Estados Unidos ou Israel. Temos quatro escritórios nos Estados Unidos, em Israel temos grandes equipes. Neles convivem jornalistas árabes e americanos". Elizondo reforça que a Al Jazeera foi a primeira emissora do oriente Médio a entrevistar oficiais do Governo de Israel.

Ele também contesta o trecho que diz que "a cobertura copiosa é extremamente favorável ao movimento popular anti-Mubarak no Egito ganha um significado diferente quando comparado ao comportamento da Al Jazeera em relação às manifestações no regime iraniano". Gabriel defende que a presença da emissora no Egito não está relacionada a uma motivação para tirar Mubarak do poder, mas porque foi o primeiro canal de TV a transmitir os acontecimentos e já estava na rua antes dos protestos, falando inclusive com pessoas do governo.

O jornalista também defende a integridade jornalística de Wadah Khanfar, diretor geral da emissora, que segundo a revista foi membro da Irmandade e chegou a ser preso na Jordânia. "Ele é um verdadeiro jornalista, começou na emissora como correspondente em 1997 e cobriu algumas das áreas mais perigosas e hostis do Iraque e do Afeganistão durante suas guerras". Gabriel aponta como um absurdo afirmar que o grupo palestino rival Fatah é boicotado pela emissora. "Isso é uma mentira deslavada. No mesmo dia que saiu esse artigo nós fizemos uma entrevista de 20 minutos com um membro do Fatah".

Gabriel afirmou que assim que tomou conhecimento do artigo enviou uma carta ao Itamaraty e a diversas entidades brasileiras desmentindo o artigo e esclarecendo a posição da emissora. Ele afirma que entrou em contato com a revista por e-mail e recebeu um telefonema do jornalista responsável, que disse não saber que existia um correspondente da emissora no Brasil, e por isso não o ouviu. "É uma boa revista, mas infelizmente publicou essas mentiras. Mas estamos acostumados a lidar com isso, nos Estados Unidos durante o governo Bush sofríamos retaliações de veículos muito mais importantes do que a Veja".

O Portal Imprensa procurou a redação da revista Veja que informou não se pronunciar sobre o assunto.

Veja a íntegra da carta:

São Paulo, 8 de fevereiro de 2011

Aos cuidados:
Diretor de Redação, Veja

Prezados Senhores,

Existem vários erros factuais e mal-entendidos sobre a rede Al Jazeera em seu recente artigo anônimo intitulado "Programa Radical" (Veja, edição 2203).

A rede Al Jazeera é composta por mais de 3.000 funcionários sendo de 60 nacionalidades e trabalhando em mais de 45 escritórios em todo o mundo. Somos jornalistas. Não somos "violentamente anti" nada.

Você está certo, nós temos uma agenda, mas a agenda é relatar os fatos de todos os ângulos e todas as opiniões, usando nossos vastos recursos ao redor do mundo. Isso é o que jornalistas fazem. E isso é o que nós fazemos.

Estamos particularmente orgulhosos do nosso jornalismo e dos recursos que utilizamos no mundo em desenvolvimento e não vamos pedir desculpas por isso.

Devo esclarecer a informação deturpada em seu artigo sobre Wadah Khanfar, diretor-geral da Al Jazeera desde 2003. Ele é um verdadeiro jornalista, começou na Al Jazeera como correspondente em 1997 e cobriu algumas das áreas mais perigosas e hostis do Iraque e do Afeganistão durante suas guerras.

Suas credenciais de jornalismo, e sua ficha na rede Al Jazeera, que agora líder, e para qual que tenho trabalhado há quase 7 anos, falam por si.

Gabriel Elizondo - Correspondente, Al Jazeera English, São Paulo - Brasil.
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Re: Imprensa vendida

#479 Mensagem por Guerra » Qui Set 08, 2011 9:06 pm

CartaCapital é acusada de usar documentos falsos em matéria contra Renascer e Kaká


A reportagem publicada em 15 de janeiro de 2008 pela revista semanal CartaCapital, que falava sobre a convocação do jogador Ricardo Izecson Santos Leite, o Kaká, para prestar esclarecimentos sobre suas relações com Estevam Hernandes Filho e Sonia Haddad Moraes Hernandes, líderes da Igreja Renascer em Cristo, pode ter sido baseada em documentos falsos.

(Fonte: Portal Imprensa) – A Justiça paulista confirmou oficialmente que os documentos não existem depois que o advogado do casal, Luiz Flávio Borges D´Urso, pediu esclarecimentos sobre a reportagem. Com o título de “Fé, Família e Dinheiro”, CartaCapital afirmava que o promotor paulista Marcelo Mendroni, em ofício enviado à Justiça de Milão, na Itália, queria que Kaká esclarecesse quais eram suas relações com os líderes da igreja Renascer. À Justiça, o promotor Mendroni disse que “o que não está nos autos, não está no mundo”, afirmando que não fez o pedido que a revista publicou.

A semanal publicou cópia fotográfica do documento que teria sido enviado à Justiça italiana. O texto descrevia que o apoio pessoal do jogador Kaká à família Hernandes tinha despertado o interesse da Justiça brasileira, e que, por isso, Mendroni teria mandado um ofício à Itália, pedindo que Kaká prestasse depoimento como testemunha e esclarecesse o grau de amizade e relação com Estevam e Sônia Hernandes.

O texto ainda especulava que a opção religiosa de Kaká não era bem vista pela mãe de Caroline, sua esposa, Rosangela Lyra, e que Rosangela nunca teria aceitado completamente a conversão de Caroline à Renascer.

A reportagem repercutiu amplamente dentro e fora do país. A Igreja Renascer e a assessoria de imprensa do jogador Kaká desmentiram as informações e disseram que não foram procurados pela revista para comentar o ocorrido. CartaCapital disse que todas as informações da reportagem foram checadas e apuradas com outras fontes. “Se você tivesse um documento importante e oficial como a petição de um promotor para investigar as relações de Kaká com a Renascer, você o entrevistaria antes?”, justificou o autor do texto, o jornalista Paolo Manzo.

Em entrevista ao site Consultor Jurídico, Manzo disse que “o promotor Mendroni confirmou a existência do ofício e disse que ele seria encaminhado pela segunda vez à Justiça italiana, porque da primeira vez o documento voltou por um erro formal”. Ele garante que esteve com o promotor, que confirmou a autenticidade do documento. E que Mendroni assinou o pedido de esclarecimento.

A revista afirmou que usou informações do promotor Marcelo Mendroni e outras de domínio público, apuradas pela Folha de S.Paulo e pelo jornal italiano La Gazetta dello Sport. No site da CartaCapital, o repórter disse que seu único engano foi atribuir o cargo de juiz ao promotor Marcelo Mendroni. “Tudo que escrevi é autêntico”, disse.

Em seu site, a revista também publicou: “CartaCapital faz questão de acentuar que o promotor, embora não desminta a autenticidade do documento publicado há duas semanas, não foi fonte da revista, não procurou a imprensa e não deu entrevistas sobre o assunto a quem quer que seja.”

Em entrevista ao Portal IMPRENSA, Sergio Lirio, redator-chefe da CartaCapital, declarou que em setembro do ano passado, as perguntas foram enviadas ao Ministério Público de São Paulo, que as repassou ao Ministério da Justiça brasileiro. Este recebeu a solicitação em português, mas como iria para a Itália, deveria estar em italiano. Após as mudanças necessárias, o Ministério da Justiça afirmou que não havia nenhum problema na solicitação.

“O documento não é falso, ele existe e está no Ministério da Justiça. Tivemos uma respostas do Ministério Público afirmando que o documento foi enviado à Promotoria em Milão. E nossa matéria nunca acusou Kaká, apenas sugerimos que o jogador esclarecesse os fatos”, explicou Lirio.

D´Urso diz que está tomando todas as providências jurídicas cabíveis. Ele já pediu que os fatos sejam investigados. “Tudo o que foi noticiado não tem qualquer fundamento. Simplesmente não existe. Por conta disso, vamos tomar todas as providências cabíveis contra quem de direito, já que foi causado enorme constrangimento para o casal Hernandes e obviamente para o próprio Kaká”, disse o advogado à reportagem da revista ConJur.

Líderes da igreja Renascer em Cristo, que tem 2 milhões de seguidores e 1,2 mil templos, Sônia e Estevam Hernandes cumprem pena de dez meses de prisão nos Estados Unidos por entrarem irregularmente com US$ 56 mil no país. No Brasil, os dois são processados por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. O promotor Mendroni é acusado de perseguir sistematicamente o casal.
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Re: Imprensa vendida

#480 Mensagem por Guerra » Qui Set 08, 2011 9:16 pm

Veja: Isto É a Carta Capital de nossa Época - Todos são tendenciosos e imparciais.

Sejamos realistas: toda mídia é parcial. Lembro-me do saudoso PASQUIM. Eu lia o jornalzinho de imprensa marrom em todos os seus números. Devorava os artigos de Paulo Francis, Aldir Blanc, Ziraldo, adorava as charges do Henfil... Mas que o PASQUIM era tendencioso e parcial, lá isso era. Não importa se era certo ou errado, se a luta de seus cronistas e editores hoje faz parte da memória nacional em lugar privilegiado, a parcialidade existia.
O que quero dizer é que não existe isso de mídia imparcial. Toda revista, jornal, site, programa de rádio ou televisão tem uma tendência que resulta do pensamento de seus proprietários e/ou editores e cronistas, repórteres, redatores... Li há instantes um comentário que dizia que este site é parcial. Uai! É mesmo... É imprensa, e portante tem uma tendência. E vai segui-la. Podemos concordar ou não, mas é assim.
Para ficar no exemplo da campanha eleitoral que se desenvolve atualmente entre Lula e Alckmin para a presidência da república, vemos (e qualquer criança sabe disso), que a VEJA e o ESTADO DE SÃO PAULO são claramente pró Alckmin. a VEJA de uma forma desavergonhada e calhorda, que não contribui de maneira nenhuma para o esclarecimento de seus leitores. O Estadão de sua velha maneira formal (e isso lembra formol...), com seus artigos paquidérmicos. Já a CARTA CAPITAL é evidentemente pró Lula. Época, Isto É e Folha de São Paulo pretendem-se imparciais, mas tem um viés pró PSDB que às vezes não conseguem disfarçar.
A grande verdade (parodiando Lula) é que imparciais temos que ser nós, leitores. Temos que ler tudo e tirar nossas conclusões. Na realidade, mesmo quando o artigo, notícia, comentário ou crônica é parcial, o cerne do assunto tem que estar lá. Lendo todas as tendências, teremos condições de tirar as nossas próprias conclusões, como faz o programa "Observatório da Imprensa", da TV cultura. Afinal, não importa quem é imparcial e quem é parcial. De todo esse "caldo" de informações reais ou distorcidas, devemos ser capazes de ver a verdade. O volume de informação a que somos atualmente submetidos é imenso, e quem não souber separar o joio do trigo vai ter o mesmo destino de Tântalo, que morreu de sede dentro de um poço de água.
Nessa época de eleições majoritárias, somos bombardeados de notícias, comentários, debates, propaganda, artigos, crônicas, discursos e que tais. Mas não somos idiotas, ora! Usemos a nossa inteligência. O que interessa, aproveitamos. O que não interessa, jogamos fora. Mesmo porque daqui a um ano, nem lembraremos mais do que lemos, ouvimos ou vimos na mídia, hoje. Mas daqui a um ano, ainda sofreremos na carne a consequência de nossa eventual falta de inteligência para separar o falso do verdadeiro, hoje.
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Trancado