Valentim escreveu:glauberprestes escreveu:Antes de falar mal da manutenção de um, ou da boa vontade de outro, é bom lembrar o tamanho da estrutura que o EB tem para fazer a manutenção dos helicópteros da Eurocopter, e que o Blackhawk não tem. Só o galpão de peças sobressalentes, e os N certificados para manutenção que os mecânicos de Taubaté tem, são suficientes pra quase transformar aquela base numa linha de produção...
Infelizmente Glauber a sua visão de nosso complexo de Taubaté, ainda que a primeira vista seja impressionante aos olhos menos acostumados à atividade, não corresponde bem a realidade.
Veja bem, a AvEx em 1986 foi idealizada para ser um único BAvEx. Toda aquela estrutura que vc viu em Taubaté foi projetada para ser apenas uma Unidade Aérea:
Após o lago vc viu tres hangares:
no 1º existe o Batalhão de Manutenção BMS (era no inicio apenas a Cia de Manutenção e Suprimento do 1ºBavEx).
No 2º Hangar, aquele menor, atualmente é o 1ºBAvEx (no projeto inicial, a Cia Rec Atq) e
No 3º Hangar maior, até pouco tempo, estavam os 2º e 3º BAvEx (no inicio a 1ª e 2ª Cia de Helcp Man)
Como podemos ver até aqui, uma estrutura destinada a apenas 1 BAvEx, evoluiu sem nenhuma preocupação com infra-estrutura para 4 Unidades distintas, não precisa ser muito esperto para ver que já existe um problema de espaço para acomodar inumeras seçãos duplicadas que cada unidade dessa deve possuir. Isso posto sem dizer que os 20 Fennec adquiridos em uma contrato adicional em 1992, não possuiam hangar para ser acomodados, tão pouco os 4 Cougar de 2002 e agora 16 EC 725 que devem caber , pelo menos a metade, no minusculo hangar do atual 1ºBavEx, unidade escolhida para receber e operar a jaca 725.
Muito bem agora imagine que a Avex possui um centro de instrução para formação de pilotos e mecanicos e que este está em instalações provisórias a nada mais nada menos, que 20 anos!!! Como despejaram o 3ºBAvEx para instalações ainda não construidas em campo grande, o Ciavex herdou metade do hangar do 2º para manutenir suas 16 aeronaves esquilos do primeiro contrato.
Bom até agora falei apenas em espaço fisico, imagine então os problemas advindos, com pessoal que teve que ser ampliado, mas que foi colocado em um ambiente que não comporta pessoas para equipar 5 unidades, mas onde só existe espaço para uma.
Nosso batalhão de manutenção, teoricamente responsável pela manutenção de 3º, 4º e 5º escalões. Tem o espaço fisico de apenas uma companhia, mas tem pessoal para equipar 3 Bavex! Imagine que o BMS era para fazer no máximo as Inspeções de 500 horas e 18 meses da frota Esquilo, fennec, Panther e Cougar, mas por causa de orgulho de um oficial comandante que passou apenas 2 anos no comando, passou a ser responsável pela inspeção geral de 10 anos (que dura em média na melhor das hipóteses, 6 meses, mas que nós fazemos em 10 meses) de uma frota 72 aeronaves que foi recebida em um período de apenas 6 anos, ou seja toda a frota original tem que passar por uma inspeção que dura em média 10 meses, em um periodo de tempo de 6 anos, fez as contas? então vc sabe que isso é impossível.
Uma coisa que vc citou e que me chamou atenção foi a existencia de um galpão de peças sobressalentes, sabe eu não sabia disso. Em Taubaté temos duas instalaçoes de suprimento uma é a Cia de Suprimento que faz parte do BMS, de lá sai o suprimento para todas as unidades da Avex, há muio tempo não trabalho lá , mas ainda existem militares de minha turma ainda servindo lá, mesmo assim é muito comum após a realização de uma requisição de suprimento, ouvirmos do responsável "esta peça não tem, e a informação que temos do escalão superior que não há verba de aviação, no momento para solicitar ao DE (depósito alfandegado).
O DE é a segunda instalação de suprimento, mas ela não pertence a Avex, mas sim a eurocopter que por força de contrato deve possuir um estoque minimo de sobressalentes (mas não de grandes componentes, necessários a uma frota já bem envelhecida, como é nosso caso). Ou seja se tiver do DE, eu preciso primeiro comprar e "importar" uma peça que apesar de estar em taubaté não pertence ao EB, deve ser adquirida e legalizada para incorporar a nossa frota. Sabe quanto tempo isso demora? Não, nem eu ao certo, em média 30 dias, por isso as equipes de mnt de todas as unidades aéreas e também de manutenção vivem tirando desta aeronave para colocar naquela aeronave, isso tem nome, canibalização, prática condenável que muitas vezes pode trazer consequencias graves.
Quanto as N certificados que nós temos, está muito a quem do minimo necessário, fazemos muitas intervenções em sistemas das aeronaves onde não somos totalmente qualificados. De qualquer forma somos muito dependentes da assistencia técnica da HB e Turbomeca para a frota francesa, muitas aeronaves são enviadas para a HB afim de realizar inspeçoes de aeronaves que ficam paradas aguardando espaço no BMS.
No caso do BH apesar da aeronave ser mais rustica e menos panosas, nos falta uma estrutura minima de peças de reposição, como o DE, que se tendo verba disponivel diminuiria o enorme tempo de importação e transporte que neste caso dura em média , como disse 45 dias, na melhor das hipóteses. Espero ter exclarecido alguma coisa.