Eletricidade para o Brasil

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joao fernando
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Re: Eletricidade para o Brasil

#196 Mensagem por joao fernando » Ter Fev 15, 2011 11:28 am

Mas não faltou por geração, faltou por distribuição. Acabar a luz, é fato corriqueiro, e quanto maior o pais, mais frequente

E não esqueçam, somos os campeões em raios. Logo o sistema desarma mesmo, não tem jeito




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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DELTA22
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Re: Eletricidade para o Brasil

#197 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 1:39 pm

22/02/2011 - 13h32

Consumo de energia crescerá 4,8% ao ano no Brasil até 2020

Vitor Abdala
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro

Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, mostra que o consumo de energia elétrica no Brasil crescerá, em média, 4,8% ao ano até 2020. Segundo a estimativa da EPE, o consumo sairá do patamar de 456,5 mil gigawatts-hora (GWh) em 2010 para 730,1 mil GWh em 2020.

O setor que mais deve crescer é o comercial, com taxa média anual de 6%. Já os setores industrial e residencial devem crescer 4,8% e 4,5% por ano, respectivamente.

A pesquisa foi feita com base numa projeção de crescimento da economia brasileira de 5% ao ano.

O estudo também prevê ganhos de eficiência no consumo de energia elétrica, o que poderá gerar uma economia de até 33,9 mil GWh no ano de 2020, isto é, 4,5 mil megawatts (MW) médios, o mesmo que será gerado, em média, pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

A autoprodução, isto é, o reaproveitamento de resíduos da produção industrial como combustíveis para a própria indústria (como ocorre em petroquímicas e no segmento sucroalcooleiro, por exemplo), deverá crescer 6,6% por ano.




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cvn73
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Re: Eletricidade para o Brasil

#198 Mensagem por cvn73 » Sáb Fev 26, 2011 6:59 pm

Participação de pequenas hidrelétricas triplicou nos últimos sete anos
A participação das PCHs na matriz energética aumentou de 1,22% para 3,05% de 2003 a 2010

Sabrina Craide, da AGÊNCIA BRASIL

DIVULGAÇÃO/IBERDROLA
Imagem
O estado de Minas Gerais é que tem o maior número de PCHs, com 100 empreendimentos

Brasília - Nos últimos sete anos, a capacidade instalada das usinas de pequeno porte do país cresceu quase três vezes. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2003 a potência das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) totalizava 1.151 megawatts (MW) e, em 2010, esse número passou para 3.428,31 MW.

A participação das PCHs na matriz energética aumentou de 1,22% para 3,05% no mesmo período e o número de usinas subiu de 241 para 387 empreendimentos. Em 2010, entraram em operação 32 pequenas centrais, com potência total de 470,67 MW. Para este ano, está previsto o início da operação de cinco novas PCHs, com capacidade total de 50,32 MW: Ninho da Águia e Corrente Grande (MG), Nova Aurora (GO), Braço (RJ) e Albano Machado (RS).

O estado de Minas Gerais é que tem o maior número de PCHs, com 100 empreendimentos, seguido de Mato Grosso, com 49, e São Paulo e Santa Catarina, com 45 cada. O Rio Grande do Sul tem 35 usinas e o Paraná, 31.

As pequenas centrais hidrelétricas têm potência entre 1 MW e 30 MW e área total de reservatório de até 3 quilômetros quadros (km²). Os empreendimentos precisam de autorização da Aneel, mas o procedimento para implantação das PCHs é mais simples que o das hidrelétricas maiores. Os empreendedores também têm benefícios do governo, como a autorização sem ônus para exploração do potencial hidráulico e descontos de no mínimo 50% nos encargos de uso dos sistemas de transmissão e distribuição.




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Pedro Gilberto
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Re: Eletricidade para o Brasil

#199 Mensagem por Pedro Gilberto » Dom Mai 08, 2011 2:38 pm

Não sei se já postado em outro tópico, mas segue o Relatório sobre as causas do apagão no NE. É uma leitura bem longa e os aspectos técnicos foram simplificados.

Basicamente deveu-se a um defeito num equipamento de proteção não-detectado seguido de uma operação de recuperação da LT mal-sucedida. Muito longe do "terror" promovido pela mídia na semana do incidente. Como o relatório desnuda as mirabolantes teorias apresentadas, talvez por isso não mereceu destaque quando da sua divulgação.

O APAGÃO DO NORDESTE E SUAS CAUSAS

O ILUMINA acaba de tomar conhecimento do Relatório de Análise de Perturbação-RAP, oficialmente emitido pelo Operador Nacional do Sistema sob a referência ONS RE 3/0032/2011 e título ANÁLISE DA PERTURBAÇÃO DO DIA 04/02/2011 À 00H21MIN ENVOLVENDO OS ESTADOS DO NORDESTE, que trata da ocorrência popularmente conhecida como o apagão do Nordeste.

Reunindo o conteúdo desse Relatório com algumas informações extra-oficiais antes já disponíveis e, também, com dados constantes de outros documentos oficiais a que se teve acesso, o ILUMINA pôde formar um conjunto completo de informações sobre a referida ocorrência que lhe permite oferecer à sociedade nordestina e às autoridades um depoimento técnico isento sobre o evento, detalhando como e porque tudo aconteceu. É o que se faz por meio deste documento. Mas, desde já fazemos questão de expressar que discordamos das conclusões apresentadas pelo ONS no Relatório acima citado.

Considerações Preliminares

De início, registramos que logo nos primeiros dias após a ocorrência do citado apagão, quando a grande mídia abria espaços para supostos especialistas apresentarem os mais estapafúrdios diagnósticos sobre as causas do apagão, em 09/02/2011 o ILUMINA publicava no seu site o documento intitulado “O APAGÃO, A IMPRENSA E OS ESPECIALISTAS”, no qual, além de contestar as bobagens que estavam sendo divulgadas, procurava encaminhar a questão para o seu verdadeiro sentido técnico, embora, naturalmente, por falta de dados, ainda de forma superficial.

Para bem situar a questão, abaixo será transcrito aquilo que foi de fato explicitado naquele documento para caracterizar tecnicamente o que teria ocorrido a 00h21min após a tentativa frustrada de religamento da primeira linha 500 kV Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, que provocou o desligamento automático da segunda linha 500 kV Sobradinho/Luiz Gonzaga C2 e da Barra B2 da subestação Luiz Gonzaga.[1]

“Esta sim foi a grande perturbação cujos efeitos eletrodinâmicos provocaram as oscilações do sistema e certamente a conseqüente violação dos limites de estabilidade dinâmica do sistema naquela configuração da malha restante, quebrando assim o sincronismo entre suas partes e provocando a abertura das interligações com o sistema Norte e com o sistema Sudeste/Centro-Oeste, o que levou ao conseqüente colapso do sistema Nordeste”.

Pois bem, conforme está apurado e registrado nos diversos documentos técnicos pertinentes, na sua essência o apagão aconteceu absolutamente dentro dos referenciais colocados pelo ILUMINA no documento do dia 09/02, até mesmo quanto à “possibilidade de uma eventual e concomitante falha humana”, embora muito provavelmente as partes envolvidas não venham a concordar com esta hipótese específica.

O entendimento técnico exato de como e por que ocorreu este apagão não estaria ao alcance de pessoas não profissionalmente especializadas. A rigor, não bastaria ser técnico ou engenheiro eletricista para compreender de fato o que ocorre em casos como este. Além de ser um técnico nas questões eletro-energéticas, o profissional precisaria estar familiarizado com as subestações de alta e extra-alta tensão e particularmente com aquelas constituídas com o “arranjo” tecnicamente conhecido como de “disjuntor e meio” e barra dupla, como é a subestação Luiz Gonzaga e a grande maioria das subestações do Sistema Interligado Nacional.

Por isto, nos esclarecimentos que serão apresentados neste documento, na medida do possível, se procurará adaptar, ou “traduzir” a linguagem técnica para permitir ao público não especializado o entendimento das informações pertinentes às questões essenciais da ocorrência.

Como Ocorreu o Apagão

Naquela noite de 3 para 4 de fevereiro de 2011, o sistema elétrico do Nordeste funcionava normalmente, embora uma de suas importantes linhas de transmissão (LT 500 kV São João do Piauí/Milagres) estivesse desligada desde à 17h25min, por solicitação do seu proprietário, para manutenção de emergência.

Isto significa que o sistema estava desfalcado de uma peça importante o que, entretanto, não impedia o seu funcionamento normal, porque estava projetado para operar nesta condição de “contingência simples”, que equivale a perda de um de seus elementos, no caso a já citada linha São João do Piauí/Milagres.

Nesta situação, à 00h08min do dia 04 de fevereiro, na subestação Luiz Gonzaga, subitamente aconteceu o desligamento automático da linha 500 kV Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, conjuntamente com o desligamento da barra B1 da subestação Luiz Gonzaga, bem como do disjuntor de saída da referida linha na subestação de Sobradinho.

Segundo está registrado em todos os documentos oficiais, a única indicação mostrada pelos instrumentos da subestação como causa daquele desligamento era a atuação da proteção de “falha de disjuntor”, no caso o 15C3, que juntamente com o 15D2 conectavam a linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1 às barras da subestação Luiz Gonzaga.

Mas, como o sistema também estava preparado para suportar uma eventual “contingência dupla”, isto é, a perda de um segundo elemento, agora a linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, e sendo a subestação Luiz Gonzaga constituída de barra dupla com arranjo de disjuntor e meio, esta perturbação, de certo modo severa, não causou nenhum problema ao sistema, que continuou operando normalmente. Em outras palavras, nenhum consumidor sequer sentiu que havia ocorrido alguma coisa.

Note-se, porém, que após esta ocorrência o sistema elétrico do Nordeste ficou mais vulnerável, porque sua configuração resultou degradada e, assim, não seria capaz de suportar uma “terceira contingência” sem apresentar a correspondente conseqüência. Particularmente, a conexão entre as usinas de Sobradinho e Luiz Gonzaga passara a ser feita apenas por uma linha e a subestação Luiz Gonzaga perdera a flexibilidade operacional das “barras duplas” e agora operava apenas com uma barra (B2), à qual estavam ligadas todas as linhas que entravam ou saiam da subestação, bem como os geradores da usina Luis Gonzaga (por uma circunstância particular que não vem ao caso, dois geradores ficaram operando ligados diretamente à usina de Paulo Afonso IV, através da linha 500 kV Luiz Gonzaga/Paulo Afonso IV.

Portanto, diante de tais circunstâncias, tornava-se urgente recompor o sistema e, como não poderia deixar de ser, os operadores em serviço iniciaram as providências para este fim. Ao operador da CHESF, empresa proprietária das instalações em causa, cabe cuidar dos equipamentos, executar as tarefas previstas nos manuais e procedimentos, mas sem autoridade para ligar ou desligar qualquer equipamento sem a expressa autorização do operador do ONS. Ao operador do ONS cumpre controlar e comandar a operação do sistema de acordo com os Procedimentos de Rede aprovados e tomar decisões que se fizerem necessárias em tempo real para ligar ou desligar qualquer equipamento do sistema, autorizando o operador do proprietário (no caso a CHESF) a executar a tarefa.

Diante da indicação clara dos instrumentos de que o desligamento acontecera por “falha no disjuntor 15C3”, tudo parecendo que se tratava de uma atuação correta da proteção, os operadores fizeram o que devia ser feito e está previsto nos procedimentos. Primeiro que tudo procederam ao isolamento completo do referido disjuntor 15C3, supostamente avariado, através da abertura das correspondentes chaves seccionadoras, a fim de entregá-lo à manutenção para as necessárias verificações e eventuais reparos.

Feito isto, a luz das informações disponíveis tanto à CHESF quanto ao ONS, tudo estava pronto para se iniciar a urgente recomposição do sistema para as condições prévias à perturbação.

E aqui se inicia a fase crítica do problema que veio realmente a provocar o apagão. E como as coisas aconteceram? Ora, como havia dois importantes elementos a serem religados para restaurar as condições prévias do sistema, isto é, a Barra B1 da estratégica subestação Luiz Gonzaga e a linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, e não estar previsto nos Procedimentos de Rede qual desses dois elementos deveria ser ligado em primeiro lugar, os operadores tiveram de fazer uma opção na hora, isto é, em tempo real, como se diz no jargão do setor elétrico. Como será visto na sequência, a opção não foi feliz.

De fato, não seria tecnicamente difícil avaliar que o elemento mais importante e mais seguro para ser ligado em primeiro lugar seria o Barramento B1, porque assim se restauraria com segurança a configuração daquela estratégica subestação, a qual voltaria a operar com as suas duas barras energizadas, oferecendo aos equipamentos a elas conectados (linhas e geradores) maior segurança operacional. A ligação seria efetuada através do fechamento sucessivo dos disjuntores a ela (barra B1) conectados, naturalmente com a exceção do 15C3 que já havia sido isolado. Uma vez energizada a Barra B1, então se faria normalmente a ligação da linha.

A outra opção, a ligação em primeiro lugar da linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, não se apresentava como mais segura nem mais conveniente, porque seria feita sobre a Barra B2 da subestação que naquele momento estava operando na configuração vulnerável de “barramento simples”, o que, sem dúvida, representava um risco, como, aliás, veio a se confirmar.

Aqui, cabe registrar que é inteiramente equivocada a afirmativa de que “O restabelecimento desta LT (a linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1) restauraria de imediato as condições de segurança do Sistema Nordeste”. Não é verdade. Não restauraria, justamente porque para isto ainda faltaria a Barra B1 da subestação Luiz Gonzaga, de fundamental e imprescindível importância para a operação segura da subestação e do próprio Sistema Nordeste.

Como já se sabe, se a opção tivesse sido pela ligação em primeiro lugar da Barra B1, o apagão não teria acontecido. Mas, como se optou por ligar primeiro a linha, ao se efetuar o comando para tentativa de fechamento do disjuntor 15D2, à 00h21min, além de não se obter sucesso na ligação, se provocou o desligamento automático e simultâneo da segunda linha 500 kV Sobradinho/Luiz Gonzaga C2, da linha 500 kV Luiz Gonzaga/Milagres e da Barra B2 da subestação Luiz Gonzaga pela abertura automática de todos os disjuntores que estavam conectados a essa barra, tudo por conta da atuação da mesma proteção da linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, novamente mediante a indicação de “falha de disjuntor”, agora se referindo ao disjuntor 15D2. Esta repetição inesperada, naturalmente, sugeria que algo de estranho estaria ocorrendo com aquela proteção que, por isso, foi entregue à manutenção para as devidas verificações.

Efetivamente pode-se afirmar então que o apagão aconteceu em virtude deste religamento da linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1 antes de se reenergizar a Barra B1. A ligação desta linha não era possível, como de fato não foi, devido à existência de um defeito interno na cadeia de proteção da mesma que provocava a sua atuação acidental indevida, com uma falsa indicação de “falha de disjuntor”, na verdade inexistente, como veio a ser constatado pela equipe de manutenção cerca de cinco horas mais tarde.

Assim, os efeitos do desligamento da segunda linha 500 kV Sobradinho/Luiz Gonzaga C2, interrompendo brusca e totalmente a conexão e o fluxo de energia entre as subestações (e usinas) de Sobradinho e Luiz Gonzaga, juntamente com os demais desligamentos ocorridos no mesmo instante, provocaram oscilações dinâmicas no Sistema Nordeste em relação aos Sistemas Norte e Sudeste/Centro-Oeste, as quais ultrapassaram os seus respectivos limites tecnicamente toleráveis, quebrando o necessário sincronismo entre os sistemas e provocando a inevitável abertura das interligações Norte/Nordeste e Nordeste/Sudeste/Centro-Oeste, com o conseqüente ilhamento do Sistema Nordeste. Esta abertura das interligações evitou, inclusive, uma possível propagação dos efeitos da perturbação para o restante do Sistema Interligado Nacional.

Como naquele instante (00h21min) o Nordeste encontrava-se na condição de importador de energia, recebendo mais de 3.200 MW, cerca de 40% da carga naquele momento, este déficit instantâneo produziu como efeito técnico natural grandes reduções de tensão em diversos pontos do sistema e da freqüência, que caiu de 60 Hz (ciclos por segundo) para inaceitáveis 56,4 Hz, desencadeando a imediata atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) que rapidamente promoveu os primeiros cortes de carga do apagão, praticamente quase nos mesmos 3.200 MW perdidos na geração, de modo que após cerca de 10 segundos do evento, a freqüência já havia sido praticamente restaurada.

Todavia, também como conseqüência dos cortes, as tensões em diversos pontos do sistema sofreram variações ainda maiores, apresentando valores anormais, sejam de sobretensões dinâmicas, sejam de subtensões, resultando em novos desligamentos automáticos e maior degradação da configuração do sistema e de suas condições operacionais. Neste processo, após cerca de 40 segundos, em virtude das próprias anomalias por que passava o sistema, ocorreu um evento crucial. Desligaram-se automaticamente cinco geradores da usina de Xingó, conduzindo a novos desligamentos de carga. E com mais 10 segundos, três geradores de usina de Paulo Afonso IV também se desligaram automaticamente.

Depois disto, a situação estava definida. Como foi explicitado antes, o sistema não suportaria uma “terceira contingência” sem as correspondentes conseqüências. Durante mais sete minutos o sistema permaneceu operando em condições bastante degradadas de tensão e freqüência, ainda com cerca de 2.300 MW de carga (menos de 30% da carga no início da perturbação), até que à 00h29min completou-se o colapso total, salvando-se apenas parte do sudoeste da Bahia (340 MW), ligada ao Sistema Sudeste, e o Estado do Piauí (473 MW) ligado ao Sistema Norte.

Portanto, diante de tudo que foi exposto acima, O ILUMINA-NE reafirma a sua convicção de que o apagão se produziu em razão direta da opção equivocada de se religar primeiro a linha e não a Barra B1 da subestação Luiz Gonzaga. Se a opção tivesse sido pelo religamento primeiro da Barra B1, nada de anormal teria acontecido.

Apenas, no instante em que se tentasse religar a linha já previamente energizada pelo terminal de Sobradinho, comprovando que ela estava realmente em condições normais, o problema iria se repetir como na primeira atuação à 00h08min, não se completando a ligação e desconectando-se a Barra B2 com a mesma indicação de “falha de disjuntor” (agora o disjuntor 15D2), mas neste caso mantendo-se íntegras as condições operacionais da subestação através da Barra B1 previamente energizada.

Então, se poderia perguntar. Por que não se fez assim? Juntando-se todas as informações disponíveis e em particular a gravação de voz do diálogo entre os operadores do ONS e da CHESF nos instantes imediatamente anteriores ao frustrado religamento da linha, à qual o ILUMINA-NE teve acesso, verifica-se perfeitamente que a opção equivocada que foi adotada decorreu daquilo que se poderia denominar de uma falha humana, no caso uma falha conjunta dos operadores da CHESF e do ONS.

Com efeito, à 00h17min, quando já se havia isolado o disjuntor 15C3 e se sabia apenas que o sistema de proteção havia indicado defeito no citado disjuntor, não se dispondo ainda de qualquer outra informação sobre o defeito na malfadada “cartela”, observa-se claramente que os operadores vão começar a recomposição do sistema de forma correta pela energização da Barra B1.

No entanto, um minuto depois, à 00h18min, o diálogo é retomado em outra direção, até que o operador do ONS pergunta se “a barra ainda está desenergizada”, ao que o operador da CHESF confirma e diz que “se você autorizar a gente pode botar a linha em carga e também normalizar todos os disjuntores da barra”. Note-se nesta frase a inversão da ordem, primeiro a linha e depois os disjuntores da barra. E aí o operador do ONS confunde-se e diz: “vamos fechar o disjuntor 15D2 lá de Luiz Gonzaga, tá?” E o operador da Chesf responde: “Ok. Fechar o disjuntor 15D2 de Luiz Gonzaga?”. “Isso”, confirma o operador do ONS. E logo os dois completam: “Em seguida normalizar a barra.” Ou seja, inadvertidamente haviam optado por começar pela linha.

Talvez esta opção conjuntamente adotada pelos dois operadores tenha sido influenciada pelo fato de que ela era mais simples, pois, já estando a linha energizada pelo terminal de Sobradinho, bastaria apenas o acionamento de um único disjuntor para recolocá-la em serviço, no caso o 15D2, enquanto a correta energização da Barra B1 exigia o acionamento sucessivo de vários disjuntores.

Abaixo está sendo reproduzido o referido diálogo, na íntegra, tal como poderá ser verificado no registro físico dos equipamentos correspondentes. O interlocutor indicado como COSR-NE é o operador do ONS, enquanto o interlocutor CORP é o operador da CHESF.

Horário 00:17

COSR-NE: ONS, Leonardo.
CROP: É do CROP, Roniere.
COSR-NE: Oi Roniere.
CROP: Leonardo, 0:17 está disponível a 05B1de Luiz Gonzaga
COSR-NE: 05B1. 0:17 disponibilizando?
CROP: Positivo!
COSR-NE: Ok. Se você fechar o 14C3 você vai energizar ela em vazio por Luiz Gonzaga, né?
CROP: Não. Mas o 15C3 já está isolado!
COSR-NE: Sim. Eu digo 15C4, no caso?
CROP: Positivo! Vai energizar a barra. A partir. Ééé.
COSR-NE: Pode normalizar a barra e deixar o 15C4 aberto, né?
CROP: Pode!
COSR-NE: Isso, então está bom. Então pode normalizar a barra então de Luiz Gonzaga, tá?
CROP: Ok!
COSR-NE: 0:17, e deixando o 15C4 aberto porque a gente vai iniciar a manobra da 05C4 por Sobradinho!
CROP: Ok. Mas a 05C4 está energizada, ouviu? A que está fora é a C3!
COSR-NE: ah, é. Exatamente é. A C4 está energizada. Ok.
CROP: Ok?. Então posso iniciar a normalização da 05B1?
COSR-NE: Pode sim!
CROP: Ok!
COSR-NE: Pode normalizar, até mais!

Horário: 00:18

COSR-NE: ONS, Leonardo!
CROP: Leonardo. é do CROP, Rui. 05C3 está energizado em vazio por Sobradinhho.
COSR-NE: Ok.
CROP: Coloco ela em carga, pelo perminal de Luiz Gonzaga?
COSR-NE: 122 kV. E isso aí cara? É Quanto a diferença de tensão. Entre barra e linha? Heim Rui?
CROP: Oi?
COSR-NE: É Quanto a diferença de tensão. Entre linha e barra?
CROP: Deixa eu ver o mínimo. Rapaz, lá não tem muita recomendação não. Pelo que eu estou.
COSR-NE: A barra ainda está desenergizada, não é?
CROP: Positivo! Se você autorizar a gente pode botar a linha em carga e também normalizar todos os disjuntores da barra.
COSR-NE: Ok. Então, Rui, vamos fechar o disjuntor 15D2 lá de Luiz Gonzaga, tá?
CROP: Ok, fechar o disjuntor 15D2 de Luiz Gonzaga?
COSR-NE: Isso!
CROP: Em seguida normalizar a barra. Pode ser?
COSR-NE: Em seguida normalizar a barra!
CROP: Em seguida normalizar o 05B1 de Luiz Gonzaga?
COSR-NE: Isso!
CROP: Tranquilo, amigo, tchau!

O ILUMINA-NE considera mais adequado denominar esta atuação dos operadores como uma “falha” e não um “erro”, por que o erro se caracterizaria se houvesse um procedimento específico prescrito nos Procedimentos de Rede do ONS a ser seguido pelos operadores e eles tivessem optado por adotar uma ação diferente, o que não foi o caso.

Na ocasião, eles tinham duas alternativas a seguir e tinham de escolher uma delas. Embora uma das opções fosse bem mais segura e adequada do que a outra, não se poderia exigir daqueles operadores a obrigação de fazer a melhor escolha em um momento de pressão como aquele, onde o tempo passa rápido e a responsabilidade pesa, prejudicando a capacidade de julgamento. Então, eles foram levados pelo caminho que parecia mais fácil. Infelizmente havia uma “cartela” com defeito nesse caminho.

A Cartela

Neste ponto, o ILUMINA-NE julga conveniente esclarecer a questão da tão falada “cartela”, que nos primeiros momentos foi indevidamente responsabilizada pelo apagão. Conforme já ficou perfeitamente claro, a causa real do apagão foi a ligação da linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1 antes de se recompor a subestação Luiz Gonzaga com a reenergização da Barra B1.

No entanto, não se pode deixar de registrar que a “cartela” defeituosa exerceu um papel decisivo na ocorrência, criando as circunstâncias que vieram a confundir os técnicos e induzir aos equívocos que finalmente provocaram o apagão

Note-se que a “cartela” é apenas um componente de um instrumento cuja função é justamente fazer a proteção de equipamentos principais contra defeitos que possam prejudicar esses equipamentos e/ou o próprio sistema. E, se esse instrumento, ele próprio, entra em defeito, provocando atuações e indicações indevidas, enquanto não for possível identificar esse defeito perde-se a informação do que de fato estava ocorrendo.

Assim, a tal “cartela”, pertencente ao dispositivo de proteção da linha Sobradinho/Luiz Gonzaga C1, na subestação Luiz Gonzaga, ao entrar em defeito provocou a primeira falsa atuação a 00h08min. Mas não havia meios para se supor de imediato que esta era uma atuação falsa. Somente na sua repetição, à 00h21min, com atuação sobre outro disjuntor, tornou-se possível suspeitar da existência do defeito, que afinal veio a ser comprovado pela manutenção depois das cinco horas da manhã do dia 04/02.

Ressalte-se que instrumentos similares, com o mesmo tipo de “cartela”, existem às dezenas na subestação Luiz Gonzaga e em outras subestações do sistema da CHESF funcionando perfeitamente há muitos anos sem qualquer registro de defeito. Agora, tratando-se de instrumentos já antigos, consta que serão substituídos por instrumentos mais modernos.

Recomposição do Sistema

Embora a recomposição do sistema também merecesse alguns comentários, especialmente quanto a questões levantadas sobre a demora na reenergização de certas cidades, o ILUMINA-NE considera que esta operação reveste-se de bastante complexidade, estando sujeita a certos contratempos que de fato parecem ter ocorrido, mas prefere não se pronunciar sobre esta questão neste momento.

Apenas, aproveita a oportunidade para registrar a própria opinião do ONS que, a respeito, expressa o seguinte: “O desempenho das equipes de operação em tempo real foi considerado satisfatório, principalmente por ter sido necessário adotar ações não previstas nos procedimentos operativos, tendo em vista a dimensão sistêmica, a particularidade da ocorrência e ao insucesso na partida da UHE Xingó pelo sistema de auto-restabelecimento.”

Posicionamento do ONS

Antes de concluir, o ILUMINA faz questão de registrar com surpresa o incompreensível posicionamento assumido pelo ONS no trato desse problema, tanto no conteúdo do RAP quanto em declarações públicas do seu diretor-geral, onde fica patente a falta de isenção e um expresso desejo de culpar exclusivamente o agente (a CHESF) pela ocorrência, colocando-se à margem das responsabilidades. Em uma dessas declarações, como entrevistado, o diretor-geral do ONS chega a se auto atribuir e à sua organização de uma surpreendente inimputabilidade.

Sem pretender individualizar no NOS culpa pelo apagão do Nordeste, conforme se pode observar na análise isenta contida em todo este documento, o ILUMINA-NE registra, entretanto, que o ONS é de fato o responsável final pela operação do sistema na sua integralidade. Se a alguém ainda resta alguma dúvida sobre isto, transcreve-se abaixo trecho do Manual de Procedimentos da Operação: conceituação geral.

..............................

“4 – Responsabilidades Gerais/4.1 Do Operador Nacional do Sistema – ONS/4.1(b) Coordenar, supervisionar e controlar todo o processo de operação do sistema na rede de operação, realizado em tempo real, a partir do qual são emanadas as determinações para os agentes de operação efetuarem os comandos e as execuções na operação das instalações” (grifo nosso).

..............................

Portanto, de acordo com as atribuições legais previstas para o ONS, não caberia a afirmativa pública do seu diretor-geral de que “Se o agente me libera um equipamento para fechar, eu tenho que fechar o mais rápido possível. Não tenho restrição.” Pois deveria ter.



Recife, 27 de abril de 2011.


ILUMINA - NE

Eng. José Antonio Feijó de Melo
Diretor

Eng. João Paulo M. de Aguiar
Diretor

Eng. José Araujo Pereira
Diretor
http://www.ilumina.org.br/zpublisher/ma ... p?id=19728

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Re: Eletricidade para o Brasil

#200 Mensagem por Slotrop » Qua Jun 01, 2011 8:25 pm

No final da repostagem do link a seguir, tem um infografico que mostra o impressionante total de 183 indios em duas aldeias na área afetada pela usina. É isso mesmo?

http://economia.ig.com.br/ibama+autoriz ... 61653.html




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Re: Eletricidade para o Brasil

#201 Mensagem por DELTA22 » Qui Jun 02, 2011 12:00 am

Para se ver o quanto há de desinformação sobre o assunto das novas hidrelétricas. As "ONGs"(?) querem mais é desinformar pois seguem orientações de interesses "ocultos". E os eco-chatos perdem o senso crítico com tamanha facilidade que qualquer meia dúzia de palavras é motivo para chorarem por meses, vide o caso dos bagres no rio Madeira... :roll:

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Re: Eletricidade para o Brasil

#202 Mensagem por DELTA22 » Qui Jun 09, 2011 7:43 pm

Justiça reconhece que Hidrelétrica de Belo Monte não atinge terras indígenas

09/06/2011 - 15h55

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Advocacia-Geral da União (AGU) informou hoje (9) que a 9ª Vara Federal do Pará acolheu os argumentos da Procuradoria-Geral Federal e da Procuradoria-Geral da União (órgãos da AGU) sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Em resposta a uma ação civil pública, os dois órgãos sustentaram que a usina não será construída em área indígena e não se pode confundir a localização do empreendimento com os impactos ambientais do projeto que poderiam afetar os índios da região.

A ação, apresentada pleo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pedia a suspensão de atos e processos administrativos relacionados à construção da usina. A entidade alegava que a usina não poderia ser instalada no local previsto porque invadiria terras indígenas. Para a utilização da área, seria necessária a aprovação de lei específica, conforme prevê a Constituição.

Segundo a AGU, o Termo de Referência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para elaboração estudos ambientais do empreendimento não incluiu as terras indígenas como áreas diretamente afetadas, já que não haverá perda territorial.

A 9ª Vara Federal do Pará acolheu os argumentos da União e destacou, na decisão, que o pedido do Cimi não tem fundamento.

Edição: Vinicius Doria




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Re: Eletricidade para o Brasil

#203 Mensagem por GustavoB » Ter Jul 05, 2011 4:28 pm





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Re: Eletricidade para o Brasil

#204 Mensagem por akivrx78 » Qua Jul 13, 2011 6:22 am

12/07/2011 às 18:40:05 - Atualizado em 12/07/2011 às 18:40:05
EPE projeta R$ 1 tri para área de energia até 2020

O Brasil receberá investimentos de R$ 1 trilhão para projetos nas áreas de energia elétrica, petróleo, gás e biocombustíveis até 2020. A projeção foi apresentada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, aos integrantes do Conselho Temático de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reunião realizada hoje à tarde. Desse total de investimentos, a maior parcela será destinada a petróleo e gás, com R$ 686 bilhões nos próximos dez anos.

Segundo Tolmasquim, a oferta brasileira de petróleo saltará de 2 milhões de barris para 6 milhões de barris em 2020, dos quais 3,2 milhões serão para a exportação. "O Brasil vai ser o primeiro exportador de petróleo a ter uma matriz limpa no mundo", disse Tolmasquim. Ele afirmou isso considerando também fortes investimentos na área de etanol e energia elétrica com fontes renováveis.

As projeções da EPE indicam aplicação de R$ 90 bilhões em usinas de etanol nos próximos dez anos, o que será suficiente para atender a frota de veículos leves com motor bicombustível. A produção de etanol, que hoje oscila entre 25 bilhões e 28 bilhões de litros, chegará 73 bilhões de litros em 2020.

Tolmasquim destacou que atualmente a frota brasileira tem quase 29 milhões de carros, dos quais 49% já são bicombustíveis. Para 2020, a estimativa é que a frota chegue a 50 milhões de veículos, desses 78% com motor bicombustível.

Na área de energia elétrica, Tolmasquim também apresentou um cenário positivo. Segundo ele, nos próximos dez anos, haverá uma expansão de mais de 61 mil megawatts na oferta de energia elétrica. "Grande parte já está contratada", informou Tolmasquim, referindo-se a uma parcela superior a pouco mais de 42 mil megawatts. Nessa conta de projetos já contratados, ele inclui a energia que será ofertada pelas usinas de Jirau (RO), Santo Antônio (RO) e Belo Monte (PA). "Isso traz uma grande tranquilidade", destacou. As projeções consideram o crescimento do PIB de 5% em média nos próximos 10 anos.

No setor de transmissão de energia, o presidente da EPE explicou que está sendo considerada uma construção de 42.553 quilômetros de novas linhas, ou seja, uma expansão de cerca de 43% em comparação ao total de 99.649 quilômetros de linhas existentes. "No Brasil, o parque de transmissão é muito robusto", disse Tolmasquim. Ele disse ainda acreditar que dentro de pouco tempo serão solucionados entraves envolvendo licenciamentos ambientais, o que facilitará investimentos no setor.

Apesar da expansão da geração de energia elétrica, as fontes renováveis continuarão respondendo por 83% do total em 2020, ou seja, o mesmo porcentual de hoje. As hidrelétricas, que hoje respondem por 75%, cairão para 67%. As fontes alternativas (energia eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e bioeletricidade com bagaço de cana), hoje em um patamar de 8%, subirão para 16%. A energia nuclear continuará em 2% em 2020 e a térmica, em 15%.

http://www.parana-online.com.br/editori ... A+ATE+2020




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Re: Eletricidade para o Brasil

#205 Mensagem por DELTA22 » Ter Ago 02, 2011 12:28 am

É notícia "velha", mas só li hoje...
Dilma defende investimentos em usinas hidrelétricas

Presidente diz que usinas de Jirau e Santo Antônio marcam retomada de grandes projetos de geração no País

06 de julho de 2011 | 0h 00

Renato Andrade - O Estado de S.Paulo

ENVIADO ESPECIAL /PORTO VELHO

A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a retomada dos investimentos para construção de hidrelétricas no País. Segundo ela, a exploração do potencial hídrico evitará o uso de outras fontes de energia mais poluidoras ou de maior risco para a população.


"Quando você não tem usina hidrelétrica, o que se usa no lugar é energia nuclear ou energia térmica. Isso significa que você está poluindo de uma forma inimaginável a natureza ou colocando em risco a própria vida da sua população", disse a presidente durante o início do processo de desvio do rio Madeira (RO), uma das etapas da construção da hidrelétrica de Santo Antônio, que entrará em operação a partir de dezembro.

Na avaliação da presidente, a construção da usina de Santo Antônio, que junto com a usina de Jirau forma o complexo hidrelétrico do rio Madeira, pode ser considerada como um marco na retomada dos investimentos em grandes projetos de geração de energia a partir de fontes hídricas.

"Esse é um momento histórico porque estamos vendo se concretizar um projeto estratégico para o Brasil que é a volta do investimento em usinas hidrelétricas. Nós paramos de investir em usinas de grande porte e só recentemente retomamos", afirmou.

Plano Decenal. A construção de hidrelétricas é a maior aposta do governo federal para aumentar a geração de energia nos próximos dez anos. A estratégia em estudo prevê a construção de 24 usinas a partir de 2016, que poderão agregar mais de 18 mil megawatts (MW) de eletricidade ao sistema brasileiro. Estão previstos R$ 190 bilhões em investimentos para a área de geração. Mais da metade do valor será aplicado em hidrelétricas.

De acordo com a versão preliminar do Plano Decenal (2011-2020) de Expansão de Energia (PDE), o governo deve leiloar ainda este ano oito projetos hidrelétricos, que representam cerca de 10% do volume de energia nova que deve começar a ser gerada dentro de cinco anos.

A usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, terá capacidade instalada para gerar até 3.150 MW de energia. A empresa responsável pelo projeto negocia com o governo a possibilidade de ampliar o número de turbinas no empreendimento.

Os sócios de Jirau também querem aumentar a potência da usina. Se as propostas forem aprovadas pelo Ministério de Minas e Energia, as duas hidrelétricas poderão garantir um volume extra de eletricidade de 400 MW.

Desenvolvimento. Para a presidente Dilma, a construção das usinas no rio Madeira reflete uma mudança na forma de pensar o desenvolvimento econômico do Brasil, que segundo ela, não está voltado apenas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), mas para gerar empregos e melhorar a distribuição de renda.

A presidente reconheceu que o País cresceu no passado, mas de forma desigual. "Muitas pessoas ficaram muito pobres e poucas pessoas ficaram muito ricas. Nós queremos um desenvolvimento diferente", disse a presidente.




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Re: Eletricidade para o Brasil

#206 Mensagem por Pedro Gilberto » Qui Ago 18, 2011 9:58 pm

Boas noticias hoje nos leilões de energia: Mais energia a manor custo
Leilões viabilizam quase 2 GW de usinas eólicas
18/08/2011 - 21h15

Por Anna Flávia Rochas

SÃO PAULO (Reuters) - Os leilões A-3 e de reserva, cuja energia negociada começa a ser entregue em 2014, permitiram adicionar 1.929 megawatt-hora (MWh) de potência de energia eólica no sistema, quase o dobro do que já existe em capacidade instalada no país.

Esta capacidade é resultado da contratação de 1.068 megawatt (MW) em 34 usinas no leilão A-3 e 861 MW em 44 eólicas no leilão de reserva.

Atualmente, o Brasil tem cerca 1.093 MW em capacidade instalada de energia eólica, segundo dados do Banco de Informações de Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O preço médio da energia eólica reduziu de 130,86 reais por MWh no leilão de 2010 para 99,57 e 99,54 reais por MWh nos leilões de quarta-feira (A-3) e desta quinta-feira (reserva), respectivamente.

"A cada leilão, a impressão que eu tenho é que aquele é o limite de deságio. Felizmente, os investidores estão me surpreendendo", disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

Entre algumas das principais vendedoras de energia eólica dos leilões estão a Eletrosul, do grupo Eletrobras, e a Renova Energia.

O presidente da EPE garantiu que os fornecedores de turbinas com fábricas no Brasil têm condições de atender à crescente capacidade instalada de energia eólica que vem sendo viabilizada no país.

"Temos quatro empresas fabricantes instaladas no Brasil e mais quatro credenciadas pelo BNDES", disse Tolmasquim, referindo-se ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Além da energia eólica, o preço praticado pelas usinas termelétricas a biomassa também apresentou forte redução em relação ao praticado no último leilão, passando de 144,20 reais por MWh no leilão de 2010 para 102,41, no A-3, e 100,29 por MWh, no de reserva.

"Quando acabou o último leilão eu falei aqui que nós estamos dispostos a comprar toda a energia de biomassa que eles oferecerem pelo preço de eólica. Acho que eles aceitaram o desafio e alguns ofereceram", disse Tolmasquim.

O total de capacidade instalada viabilizada nos leilões, considerando todas as fontes de energia, é de 3.962,7 MW em 92 usinas.

LEILÃO DE RESERVA

A EPE não planeja realizar outros leilões de reserva neste ano e considera que a situação de atendimento à demanda por energia é "bastante confortável", segundo Tolmasquim .

O leilão A-3 contratou 43 por cento a mais de energia em relação à demanda declarada pelas distribuidoras e o leilão de reserva desta quinta-feira contratou cerca de 10 MW médios a mais que a demanda declarada.

"O atraso de usinas não é mais motivo de preocupação, considerando as sobras de energia contratadas", afirmou.

Entretanto, Tolmasquim ainda não deu previsão sobre quando o governo deixará de realizar os leilões de reserva, dedicados a contratar um estoque de geração de energia elétrica além do montante necessário para atender à demanda dos consumidores.

"O leilão de reserva não é infinito, ele acabará em algum momento", disse Tolmasquim ao afirmar que em 2011 esta modalidade não será mais realizada


http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... licas.jhtm
Leilão de reserva contrata 590 MW e gera investimentos de R$ 3,5 bi
18/08/2011 - 15h45

SÃO PAULO - Cerca de 590 MW médios de energia eólica e biomassa acabam de ser contratados pelo governo federal no leilão de reserva, que vão gerar investimentos de quase R$ 3,5 bilhões. Os preços ficaram bastante parecidos com os negociados no leilão de ontem, de curto prazo. Na média o MWh foi negociado a R$ 99,6 com deságio de mais de 35% em relação ao preço-teto.
Em biomassa, foram contratados mais de 160 MW médios e o restante foi de parques eólicos. Em capacidade total instalada, os parques eólicas e as térmicas movidas a bagaço de cana e cavaco vencedores do leilão terão cerca de 1.300 MW.

No leilão de ontem, o governo contratou mais de 1.500 MW médios de uma capacidade instalada de 2.200 MW que vão exigir outros R$ 6,5 bilhões em investimentos. Térmicas a gás natural, eólicas e biomassa tiveram energia vendida ontem. O destaque foi para as térmicas da Petrobras e MPX que juntas vão instalar 880 MW. Os preços caíram fortemente, levados principalmente pela queda dos preços de equipamentos para eólicas e no caso das térmicas o fato de Petrobras e MPX serem donas da matéria prima deu maior competitividade às empresas.
(Josette Goulart | Valor)


http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... 35-bi.jhtm
[]´s




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Re: Eletricidade para o Brasil

#207 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Ago 23, 2011 9:58 pm

Geração eólica no Brasil crescerá 600% até 2014
22/08/2011 - 20h14

Rio de Janeiro, 22 ago (EFE).- A geração de energia eólica no Brasil crescerá 600% nos próximos três anos, desde os atuais 1 mil megawatts até 7 mil megawatts em 2014, impulsionado entre outros fatores, pela instalação no país das maiores empresas estrangeiras do setor, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia eólica é responsável atualmente por 0,9% da potência elétrica instalada do país, que é de 110 mil megawatts. Contudo, nos últimos anos foram concedidos contratos que permitirão aumentar a geração eólica em cerca de 5,7 mil novos megawatts até 2014, afirmou o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, em um debate nesta segunda-feira em São Paulo sobre o setor energético.

Tolmasquim assegurou que os investimentos em geradores eólicos nos últimos anos, principalmente no nordeste do Brasil, elevarão ainda mais a participação das usinas renováveis na matriz energética do país, que seguirá sendo dominada pelas hidrelétricas.

Tomalsquim acrescentou que a crise econômica na Europa está favorecendo o Brasil devido a que muitas empresas europeias que constroem geradores eólicos estão instalando usinas no país para atender o crescimento da demanda brasileira. O presidente da EPe assegurou que quatro empresas já fabricam geradores eólicos no Brasil e outras quatro anunciaram sua intenção de montar usinas no país.

A participação das empresas europeias na geração de energia eólica no Brasil foi evidente no leilão de eletricidade organizada pela Aneel na semana passada na qual foram contratados 1.929 megawatts de energia eólica, hidráulica e térmica a gás natural e biomassa que serão fornecidos a partir do 2014.

No leilão destacaram as empresas europeias, entre as quais está a fabricante espanhola Gamesa, que em julho inaugurou sua primeira fábrica de aerogeradores na América Latina.

Igualmente, destacou a empresa de energias renováveis Enel Green Power (EGP), filial do grupo energético italiano Enel, que adjudicou três contratos para fornecer 193 megawatts de energia eólica.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... -2014.jhtm
Teles Pires fecha contrato de R$ 3,3 bi com Odebrecht e Alstom23/08/2011 - 19h19

SÃO PAULO - A Companhia Hidrelétrica Teles Pires fechou contrato de R$ 3,3 bilhões com Odebrecht Energia, Alstom e Voith para construção e fornecimento de equipamentos para a usina que teve a energia mais barata já vendida na história dos leilões do governo federal. O investimento total da usina não será muito diferente do contrato assinado agora com os fornecedores. Ao total, em três anos, Teles Pires, que será construída em rio de mesmo nome no Mato Grosso, vai receber R$ 3,6 bilhões em investimentos.

Na semana passada, o Ibama concedeu a licença de instalação da usina e as obras na região já começaram. A usina terá capacidade de gerar 1.800 MW e teve sua energia vendida no leilão realizado em dezembro do ano passado. As empresas Neoenergia e Furnas são as principais sócias do investimento e venceram o leilão com uma tarifa de R$ 58,36 o MWh, sem deixar chance para o segundo colocado que ofereceu tarifa 20% maior.
O baixo preço da energia de Teles Pires, menor até que a energia vendida de usinas já existentes, levou os concorrentes e mesmo fornecedores a especular sobre a viabilidade de retorno do investimento no empreendimento. Além do preço baixo, o prazo para a construção é de menos de três anos e meio, o que pode dificultar eventuais antecipações.

(Josette Goulart | Valor)

http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... lstom.jhtm
Cemig estuda possível participação na usina de Belo Monte
23/08/2011 - 21h04

BELO HORIZONTE - A estatal mineira de energia elétrica Cemig ainda está avaliando se entra no projeto da usina de Belo Monte. Segundo o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla, a empresa ainda não tem "uma decisão de participar ou não desse empreendimento". Mas acrescentou que como a Cemig busca ampliar sua capacidade de geração, todas as alternativas estão sendo avaliadas.

"De modo geral, não estou falando especificamente de Belo Monte, mas de qualquer ativo, nós temos interesse de analisar", disse ele. "Nós não podemos excluir ninguém, mas se você me perguntar se tem alguma coisa concreta ou andamento eu não posso confirmar."
Segundo Rolla, a Cemig não tem mais um kW para vender até 2013. "Precisamos de mais capacidade de geração", disse o executivo na tarde desta terça-feira durante entrevista coletiva em Belo Horizonte na qual fez comentários sobre os resultados da empresa no segundo trimestre, que já tinham sido divulgados dias atrás.

Conforme apurou o Valor em reportagem publicada no dia 15, a estatal deve comprar os 5% que estão hoje nas mãos das construtoras OAS e Queiroz Galvão. A Light, empresa na qual a Cemig é principal acionista, fica com os 5% das pequenas construtoras ainda sócias da usina hidrelétrica de Belo Monte. Se fechar a sociedade, a estatal se comprometerá com um investimento da ordem de R$ 3 bilhões.

O negócio, segundo a apuração, está sendo avaliado pela diretoria de Desenvolvimento de Negócios, hoje sob o comando da Andrade Gutierrez, detentora de 33% da Cemig. A Andrade é a líder do consórcio construtor da usina hidrelétrica de Belo Monte.

A estatal mineira é hoje a maior empresa integrada do setor elétrico do país, com atuação em 22 Estados brasileiros e no Chile e o maior grupo gerador, com um total de 66 usinas.

(Marcos de Moura e Souza | Valor)

http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... monte.jhtm
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Re: Eletricidade para o Brasil

#208 Mensagem por J.Ricardo » Qua Ago 24, 2011 7:42 am

A empresa que trabalho tem planos para a construção de 02 PCHs em Goiás.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Eletricidade para o Brasil

#209 Mensagem por DELTA22 » Ter Ago 30, 2011 12:19 am

São Paulo, 23 de Agosto de 2011 - 18:00
Linha de transmissão de Belo Monte deve ter corrente contínua e alternada
Segundo Tolmasquim, trecho em CC ligaria usina ao Sudeste e CA seria usada em trecho para o Nordeste

Por Paulo Silva Junior, de São Paulo

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta terça-feira (23/08) após participar de evento em São Paulo, que o projeto da linha de transmissão de Belo Monte “está quase pronto”, e tem previsão de ser enviado para o Ministério de Minas e Energia neste semestre. O leilão deve acontecer na primeira metade de 2012.

O executivo adiantou que, depois de muitos estudos em torno do modelo a ser implementado nas linhas, muito provavelmente será feita uma escolha por usar a tecnologia de corrente contínua em um linhão que vai conectar a usina do rio Xingu à região Sudeste. Outro trecho, em corrente alternada, será puxado até o Nordeste.

Teles Pires
Segundo o presidente da EPE, o leilão da linha de transmissão que irá conectar a usina de Teles Pires à região Sudeste tem possibilidade de acontecer ainda neste ano.

A linha será toda construída em corrente alternada e tem 1,5 mil quilômetros de extensão, o que demandará investimentos da ordem de R$3,8 milhões. Além disso, conforme comentou o próprio Tolmasquim, está para ser publicada uma portaria interministerial que irá trazer diretrizes para agilizar o processo de licenciamentos ambientais no País, o que deve favorecer a implantação do empreendimento.

http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_n ... 0alternada




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Re: Eletricidade para o Brasil

#210 Mensagem por DELTA22 » Qui Set 15, 2011 11:35 am

D'O Globo:
OEA volta atrás sobre Belo Monte

Autora: Eliane Oliveira

BRASÍLIA. Sem fazer alarde, o Palácio do Planalto saboreia, há um mês, uma importante vitória no processo de instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que há cinco meses havia baixado uma medida cautelar pedindo ao governo brasileiro que suspendesse o empreendimento, enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff se retratando e pondo um ponto final no impasse.

A revelação foi feita ontem ao GLOBO pelo especialista em segurança pública da OEA, Adam Blackwell. Ele está em visita ao Brasil desde o último domingo, conversando com autoridades brasileiras sobre desarmamento e processos de pacificação de favelas.
Esse assunto está encerrado para nós. Creio que o que houve foi falta de informação dos integrantes da comissão — disse Blackwell, acrescentando que a medida cautelar foi retirada no dia 1o de agosto.

Especialista da OEA espera melhora nas relações

A medida cautelar — que despertou a ira do Palácio do Planalto e teve como consequência a divulgação de uma dura nota do chanceler Antonio Patriota — foi publicada para atender a comunidades indígenas representadas por Organizações Não Governamentais (ONGs). Patriota chegou a chamar a Brasília o embaixador do Brasil em Washington junto à OEA, Ruy Casaes, em uma demonstração de descontentamento.

Foi a primeira vez que as pressões contra Belo Monte ultrapassaram a fronteira, e uma comissão da OEA tentou interferir diretamente no processo de construção da hidrelétrica. Se a CIDH mantivesse sua posição e o Brasil não cumprisse a determinação, o país poderia ser julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e, numa hipótese tida como improvável por técnicos do governo e especialistas, em última instância seria expulso da OEA.

Ao receber o comunicado sobre a medida cautelar, o governo brasileiro enviou uma carta à CIDH com informações técnicas a respeito do processo de licenciamento para a construção da hidrelétrica. A comissão argumentava que as comunidades indígenas não foram ouvidas.

Além de enviar uma resposta sobre Belo Monte baseada em critérios técnicos à CIDH, o governo brasileiro retirou a candidatura de Paulo Vannuchi para representante do país na comissão, no lugar de Paulo Sérgio Pinheiro. Foi encaminhada uma carta ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

— Vencida essa etapa, vamos melhorar ainda mais nossas relações — afirmou Blackwell. Ele, que é canadense, esteve no Rio no início da semana, onde conheceu algumas favelas pacificadas, como as do Complexo do Alemão. Em Brasília, conversou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a possibilidade de o Brasil transmitir aos vizinhos sua experiência no processo de desarmamento no país.




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