Crise Econômica Mundial

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Re: Crise Econômica Mundial

#2776 Mensagem por soultrain » Ter Jul 05, 2011 7:10 am

Destaco esta parte:
O interesse para os papéis europeus surgiu porque, segundo estimativas de economistas chineses, a competitividade da Europa é, apesar de todas as afirmações em contrário, mais elevada que a dos Estados Unidos. Possivelmente, os sistemas econômicos construídos à semelhança do americano são bons para os próprios Estados Unidos em uma época em que eles aparecem como o líder tecnológico e o mais importante credor mundial. Agora, porém, já se vê que os Estados Unidos não estão em condições de cumprir esse papel. Necessitam combinar esses assuntos com outros países. Se, portanto, a comunidade internacional se decidir por umas mudanças sérias no seu sistema financeiro, já será impossível ignorar a China, ignorar a Europa e outros atores.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Re: Crise Econômica Mundial

#2777 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jul 05, 2011 7:32 am

manuel.liste escreveu:http://www.consensodelmercado.es/index. ... mpleo-link

Irlanda recuce el IVA en más de cuatro puntos porcentuales para incentivar el empleo


:twisted:
Onde eles têm dinheiro para isso?! :shock:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Crise Econômica Mundial

#2778 Mensagem por tflash » Ter Jul 05, 2011 10:44 am

Onde eles têm dinheiro para isso?!
Uma pista! abre a tua carteira e observa o espaço vazio que está na área das notas... :twisted:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2779 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jul 05, 2011 11:31 am

Mentira, tenho 5€, ok?! :oops:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Crise Econômica Mundial

#2780 Mensagem por tflash » Ter Jul 05, 2011 11:34 am

Diz isso alto, diz!! :lol:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2781 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jul 05, 2011 11:40 am

Eu tenho 5€ na carteira, eu tenho 5€ na carteira, eu... :oops: :oops: :evil:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Crise Econômica Mundial

#2782 Mensagem por Bourne » Ter Jul 05, 2011 12:27 pm

Pobre. Eu tenho 10€ :lol:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2783 Mensagem por P44 » Ter Jul 05, 2011 2:43 pm

Eu tive de vender a carteira para ter dinheiro.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2784 Mensagem por P44 » Ter Jul 05, 2011 3:23 pm

crise? Qual crise?

Salário
Lagarde recebe mais 11% que Strauss-Kahn no FMI

Pedro Duarte
05/07/11 16:05


Christine Lagarde é a primeira mulher à frente do FMI.

A nova líder do FMI vai ganhar 381 mil euros anuais, o que representa um aumento de 11% em relação ao salário do seu antecessor.

A crise parece não afectar os salários dos altos cargos do Fundo Monetário Internacional. Christine Lagarde, que inicia hoje o seu mandato de directora-geral da instituição por cinco anos, irá receber um vencimento anual total de 551.700 dólares (381.200 euros), revelou hoje o FMI.

Nos dados do contrato de Lagarde hoje publicados pela organização é indicado que a ex-ministra das Finanças francesa vai receber um salário anual líquido de 467,940 dólares (323.412 euros), ao qual serão acrescentados mais 83.760 dólares (57.900 euros) em "despesas de representação". Quando foi nomeado em 2007, Dominique Strauss-Kahn acordou em receber um salário anual de 420.930 dólares (291.016 euros) com despesas de representação de 75,350 dólares (52.092 euros).

O FMI justifica o aumento recebido por Lagarde, a primeira mulher a liderar o Fundo, com a necessidade de "ajuste à inflação".

Em adição, o documento indica que as despesas de representação da nova directora irão ser pagas em prestações mensais "sem qualquer necessidade de certificação ou justificação", devendo ser usados por ela para garantir que tem "um nível de vida apropriado à sua posição como directora-geral e às necessidades de representação do Fundo". Lagarde vai ainda receber uma pensão após o seu serviço no FMI e irá poder tirar "férias razoáveis", indicam os termos do contrato.

http://economico.sapo.pt/noticias/lagar ... 22049.html




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Re: Crise Econômica Mundial

#2785 Mensagem por akivrx78 » Qua Jul 06, 2011 1:35 am

Moody''s atira Portugal para o "lixo". Há risco de segundo empréstimo
por Bruno Faria Lopes com Carlos Ferreira Madeira, Publicado em 06 de Julho de 2011 | Actualizado há 3 horas

Agência justifica decisão com precedente europeu aberto para o caso da Grécia e com dúvidas sobre cumprimento do programa da troika

Imagem
O rating da República portuguesa foi atirado ontem para o nível do ?lixo? pela norte-americana Moody?s
A Moody''s, uma das principais agências de rating, cortou ontem a avaliação de Portugal para uma classificação equivalente a "lixo", sublinhando o risco de o país precisar de um segundo empréstimo externo e de não conseguir cumprir as metas orçamentais do acordo com a troika.

Este corte violento de quatro níveis - o primeiro desde que o país pediu oficialmente apoio financeiro externo - irá agravar a já limitada capacidade de financiamento da banca portuguesa, piorando as condições de crédito às pessoas e às empresas. O governo e vários economistas reagiram ontem ao princípio da noite em desacordo com a decisão da agência de rating.

Para explicar o corte para a nota Ba2 - que leva Portugal a tornar-se no segundo país da zona euro cuja reputação como devedor caiu para território de "lixo" (a gíria usada nos mercados financeiros) - a Moody''s começa por admitir o risco do país precisar de um novo empréstimo.

"Há uma probabilidade cada vez maior de Portugal não ser capaz de se financiar a taxas sustentáveis nos mercados de capitais no segundo semestre de 2013 e durante algum tempo depois disso", indica o relatório assinado pelo vice-presidente Anthony Thomas. O dinheiro que a troika empresta a Portugal não significa que o país está livre de ter de pedir dinheiro aos mercados. Já amanhã, por exemplo, haverá um leilão de dívida de curto prazo - operação (entre 750 e mil milhões a três meses) que deverá resultar em juros ainda mais altos depois deste corte, precisamente na véspera. O buraco que o dinheiro da troika não cobre continua no próximo ano (em que o país terá que pedir cerca de 9 mil milhões em títulos de curto prazo) e em 2013 (mais 18,8 mil milhões, com 10 mil milhões em obrigações).

O acordo com a troika pressupõe que o mercado de dívida estará aberto a Portugal (a juros comportáveis) em 2013, mas a Moody''s mostra ter sérias dúvidas. Porquê?

Portugal entra na guerra A primeira razão para o cepticismo da Moody''s é a opinião negativa que a agência tem da solução europeia para a crise da Grécia, país que funciona como a lebre para Portugal na crise do euro - uma demonstração de que a situação portuguesa não tem uma solução puramente interna.

A Europa está nesta altura a definir os termos de um segundo empréstimo para a Grécia, com a Alemanha a pressionar para os credores privados (leia-se os bancos, sobretudo os alemães) suportarem parte dos custos, aceitando uma extensão voluntária do prazo de repagamento da dívida grega. Para a Moody''s, como para as restantes agências, este passo é encarado como um incumprimento de dívida - para a Europa, em braço-de-ferro com as agências (ver texto ao lado) é uma primeira solução.

O que tem isto a ver com Portugal? A Moody''s diz a Portugal - e sobretudo à Europa - que o precedente de envolver os credores privados em segundos empréstimos aumenta o risco para estes credores. Isto desencoraja o regresso dos credores privados à dívida deste país, "reduzindo a probabilidade de Portugal ser capaz de reconquistar o acesso ao mercado em condições sustentáveis". A União Europeia tem-se esforçado para fazer Portugal descolar da situação grega, mas as agências fazem questão de mostrar que por elas o contágio será real.

"Se Portugal está a ser usado como arma entre as agências e a Europa sobre a questão grega isso é inaceitável", comenta Paulo Soares Pinho, professor de finanças na Universidade Nova de Lisboa.

desconfiança sobre metas Outra razão para levar Portugal a ficar fora dos mercados depois de 2013 é interna: o risco de incumprimento do programa da troika, sublinha a Moody''s. A agência desfia o seu rol de argumentos: os planos de redução de despesa na saúde, nas empresas públicas ou nas autarquias "podem ser difíceis de implementar", o crescimento económico "pode ser mais fraco do que o esperado", os bancos podem precisar de um apoio além dos 12 mil milhões previstos (a agência não explica porquê e não esteve disponível para comentários).

"Perante decisões como o imposto sobre o 13º mês talvez este downgrade não seja o mais correcto", indica o economista Miguel Beleza. O governo reagiu na mesma linha, com um comunicado escrito no qual sublinha que "a decisão da Moody''s ignora os efeitos da sobretaxa extraordinária em sede de IRS anunciada pelo Governo".

O corte da Moody''s vai ter impacto "em primeiro lugar sobre os bancos", aponta Soares Pinho. O colateral que os bancos entregam ao Banco Central Europeu para receberem financiamento vai aumentar, retirando mais capital à banca. "O impacto será sentido por toda a economia", diz Soares Pinho.

http://www.ionline.pt/conteudo/134777-m ... emprestimo




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Re: Crise Econômica Mundial

#2786 Mensagem por akivrx78 » Qua Jul 06, 2011 1:41 am

A América e a Europa estão a ir ao fundo

06/07/11 00:03 | Gideon Rachman

Em Washington discute-se o tecto da dívida; em Bruxelas olha-se para o fosso da dívida. Mas o problema é mais ou menos o mesmo.

Os EUA e a União Europeia andam com as finanças públicas fora de controlo e os seus sistemas políticos mostram-se demasiado disfuncionais para resolver o problema. A América e a Europa estão no mesmo barco, um barco que se está a afundar.

De ambos os lados do Atlântico ficou agora bem patente que grande parte do crescimento económico registado nos anos que precederam a crise se ficou a dever a esse ‘boom' insustentável e perigoso do crédito. Nos EUA as vítimas da crise foram as pessoas que adquiriram casa própria; na Europa foram países inteiros como a Grécia e a Itália, países que aproveitaram as baixas taxas de juro para contraírem empréstimos de uma forma que se revelaria insustentável.

O choque financeiro de 2008 e tudo o que se seguiu foi um rude golpe para as finanças públicas quando a dívida pública começou a subir vertiginosamente. E tanto na Europa como nos EUA a este choque vieram juntar-se pressões demográficas, pressões que assumem cada vez mais a forma de pressões orçamentais, numa altura em que a geração dos ‘baby boomers' começa a reformar-se.

E, em ambos os lados do Atlântico, a crise económica está a dividir os políticos, o que torna ainda mais difícil encontrar soluções racionais para o problema da dívida. E, por outro lado, começamos a assistir também à ascensão de movimentos populistas, como é o caso do Tea Party nos EUA, do partido Dutch Freedom na Holanda ou do partido True Finns na Europa.

A ideia de que a Europa e os EUA representam duas faces da mesma crise tem sido lenta a assimilar, isto porque, durante muitos anos, as elites de ambos os lados do Atlântico não se cansaram de apontar as diferenças entre os modelos norte-americanos e europeus. Já perdi a conta ao número de conferências em que participei e aos debates entre as duas facções: uma partidária dos "mercados laborais flexíveis" ao estilo norte-americano e outra que defendia de forma apaixonada um modelo europeu, contrário ao americano. Na Europa o debate político era semelhante.

Um grupo queria que Bruxelas copiasse Washington e se tornasse na capital de uma verdadeira união federal; e tínhamos aqueles que insistiam que era impossível ter uns Estados Unidos da Europa. Mas ambos os lados partilhavam a convicção de que, em termos económicos, estratégicos e políticos os EUA e a Europa era dois planetas diferentes - "Marte e Vénus", nas palavras do académico norte-americano Robert Kagan.

O debate político norte-americano continua a usar as diferenças da Europa como ponto de referência. A acusação de que Barack Obama está a importar um "socialismo à europeia" é usada para acusar o presidente de ser pouco americano. À esquerda há quem olhe para a Europa como um lugar que faz as coisas de forma diferente e melhor em certas áreas - como é o caso dos cuidados universais de saúde.

Mas estas duas regiões do planeta têm agora mais dilemas do que diferenças em comum - dívidas que não param de aumentar, um estado social cada vez mais caro e difícil de reformar, medo do futuro e estrangulamento político são agora os grandes pontos em comum.
----
Gideon Rachman, Colaborador do fanancial Times

http://economico.sapo.pt/noticias/a-ame ... 22063.html




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Re: Crise Econômica Mundial

#2787 Mensagem por akivrx78 » Qua Jul 06, 2011 1:58 am

5 de Julho de 2011 - 13h41
Crise no império: recuperação nos EUA é a pior desde a Depressão

Dois anos após o fim oficial da pior recessão nos Estados Unidos desde a Grande Depressão, a recuperação americana está se provando uma das mais decepcionantes desde então. Não faltaram medidas, tais como crescimento do emprego, níveis de desemprego, empréstimos bancários, produção econômica, aumento da renda, preços de imóveis e expectativas domiciliares de bem-estar financeiro.
Mas, mesmo com base numa vasta gama de iniciativas, a recuperação da economia, desde o fim da recessão em junho de 2009, foi a pior — ou está entre as piores já registradas — desde que o governo começou a acompanhar essas tendências, após a 2ª Guerra Mundial. Em alguns aspectos, a recuperação é muito parecida com a dos períodos de pós-recessão de 1991 e 2001.

Todos os três períodos foram marcados por um crescimento gradual de saída, em vez de acentuados refluxos típicos das recuperações anteriores. Mas essa recuperação pode permanecer sem brilho por muitos anos, dizem muitos economistas, por causa do pesado endividamento das famílias, de um sistema financeiro ainda enfraquecido pela crise do financiamento imobiliário, da frágil confiança e de um governo com poucas boas opções para apoiar o crescimento.

Há alguns aspectos positivos. As exportações, especialmente de bens manufaturados e agrícolas, estão melhorando, em parte devido à expansão de economias de países em desenvolvimento e também devido ao dólar mais fraco. Espera-se que as exportações se intensifiquem na segunda metade do ano, quando desaparecer a comoção passageira do terremoto e do tsunami do Japão.

Em uma indicação disso, o Instituto de Gestão da Oferta relatou nesta sexta-feira um pequeno aumento na produção de junho. Aumentos nos lucros corporativos, preços de ações e investimento das empresas também estão apoiando a expansão. Ainda assim, ajustes estruturais mais amplos estão atravancando a economia.

Os bancos estão menos capazes ou dispostos a emprestar do que antes da recessão. Desde que a recuperação começou, os bancos reduziram de US$ 3,04 trilhões para US$ 2,69 trilhões o dinheiro que disponibilizam através de linhas de cartão de crédito, e reduziram linhas de crédito garantidas pelo valor da casa própria de US$ 1,33 trilhão para US$ 1,15 trilhão, de acordo com o Federal Reserve de New York.

As autoridades, enquanto isso, estão relutantes em fazer mais para estimular o crescimento econômico. O Federal Reserve, o banco central americano, já baixou a zero as taxas de juros de curto prazo. Duas rodadas de flexibilização quantitativa, que incluíram a compra de US$ 1,425 trilhão em títulos hipotecários e US$ 900 bilhões em títulos do Tesouro, conseguiram estabilizar a economia, mas não conseguiram impulsionar uma recuperação vigorosa.

Do mesmo jeito, medidas de estímulo fiscal sob a forma de cortes de impostos ou de aumentos de despesas parecem cada vez mais improváveis diante do enorme déficit do governo federal e os resultados decepcionantes dos esforços anteriores, como o pacote de estímulo de US$ 830 bilhões lançado pelo presidente Barack Obama em 2009.

O maior problema pode ser o endividamento das famílias. No auge do boom econômico, no terceiro trimestre de 2007, as famílias dos Estados Unidos haviam tomado emprestado, no total, o equivalente a 127% de sua renda anual para financiar as compras de casas, carros e outros bens, frente a uma média de 84% na década de 1990.

O dinheiro usado para pagar essa dívida agora significa menos dinheiro disponível para novos gastos. As famílias já reduziram a proporção de dívida para 112% da receita no primeiro trimestre, em parte porque os bancos anularam algumas dívidas como impossíveis de cobrar.

Jurgen Schulz, dono da K-5, uma varejista da região de San Diego que vende pranchas de surfe, skates e roupas esportivas, vê mais pessoas vivendo com o orçamento apertado. "Nossas vendas desandam à medida que se distancia o dia do pagamento", disse ele. Schulz, por sua vez, não contratou este ano os 6 ou 8 trabalhadores temporários que sua empresa geralmente emprega todos os anos nesta época.

Quitar as dívidas pode ser um processo longo e lento. Para voltar à proporção de endividamento igual a 84% da receita, como nos anos 90, as famílias terão de quitar mais US$ 3,3 trilhões em dívida ou aumentar sua receita em US$ 3,9 trilhões. Isso é equivalente ao valor de cerca de nove anos de crescimento da renda em tempos normais, estima a economista Dana Saporta, do Credit Suisse.

Restrições de dívida são especialmente difíceis para os consumidores que antes da crise contavam com cartões de crédito ou linhas de credito ligadas ao valor de seu imóvel para manter os gastos quando enfrentavam alguma escassez de renda. Hoje, muitas dessas linhas foram restringidas ou cortadas.

Com menos acesso ao crédito, muitas famílias estão descobrindo que a única maneira de lidar com as despesas é cortar gastos. "Todo mês você tem de lutar, lutar, lutar", diz Javier Toro, 49 anos, pai de três filhos. Ele ganha US$ 13 por hora como funcionário de atendimento ao cliente em uma organização sem fins lucrativos que administra um programa que oferece reformas gratuitas para quem quer diminuir o consumo de eletricidade da casa.

O programa, financiado pela lei de estímulo de 2009, termina em poucos meses, quando os fundos do governo secarem. Ele está pagando cerca de US$ 100 por mês para não se atrasar na dívida atual de US$ 3.000, mas não está conseguindo quitar a dívida principal. Para pagar as despesas, ele cortou a TV a cabo, a Internet e a linha de telefone fixo de sua casa, que é alugada. "Não dá para ver quando é que isso vai parar", disse ele.

O endividamento e um mercado de trabalho desanimador feriram a confiança dos consumidores americanos, o que diminui ainda mais sua vontade de gastar. A Universidade de Michigan constatou que 24% das famílias esperam estar melhor financeiramente dentro de um ano, o nível mais baixo neste ponto de uma recuperação desde a Segunda Guerra Mundial.

Austan Goolsbee, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, diz que a expansão do emprego tem sido "significativamente maior" que na recuperação da década passada, embora ainda haja muito chão pela frente. Ele acrescenta que usar mais exportação e investimentos para se recuperar de uma expansão alimentada por bolhas no consumo das famílias e no mercado imobiliário é muito trabalhoso. "Não dá para voltar ao que fazíamos antes."

Fonte: Valor Econômico

http://www.vermelho.org.br/noticia.php? ... cia=158010




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Re: Crise Econômica Mundial

#2788 Mensagem por Sterrius » Qua Jul 06, 2011 3:18 am

Essas agencias de risco tb não ajudam. :evil:




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Re: Crise Econômica Mundial

#2789 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jul 06, 2011 6:50 am

Alguém explica-me como se eu tivesse 5 anos porque é que as empresas de rating baixam sempre o nível de Portugal antes de haver uma nova venda de dívida soberana portuguesa? :evil: :roll:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Crise Econômica Mundial

#2790 Mensagem por tflash » Qua Jul 06, 2011 9:21 am

http://www.oje.pt/noticias/economia/con ... -de-rating
Conselheiro do governo alemão critica agências de rating

Economia
06/07/11, 11:08
OJE/Lusa

O economista alemão Peter Bofinger criticou hoje o papel das agências de notação financeira na crise das dívidas soberanas, considerando necessário que a União Europeia crie um instrumento unificado de avaliação financeira.



Para anular o poder das agências de rating, bastaria trocar títulos da dívida pública grega por títulos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), propôs Bofinger, que faz parte do grupo de conselheiros económicos do governo alemão, conhecidos por "cinco sábios".



O poder das agências de notação financeira sobre a Grécia "seria assim quebrado", sublinhou, em declarações à Lusa.



Na opinião de Bofinger, as agências de rating podem ser substituídas, mas para isso deveriam ser criados outros instrumentos de avaliação de credibilidade financeira.



"Seria necessário haver um amplo sistema de notação financeira dos bancos e seguradoras e um criterioso exame desses resultados pela supervisão financeira dirigida pelo Estado", sugeriu o professor de economia da Universidade de Würzburg.



Bofinger escusou-se a comentar a redução da notação de Portugal, ontem, pela agência de rating norte-americana Moody's, alegando desconhecer ainda os dados concretos, mas referiu que a decisão "não espanta, e corresponde à linha de actuação" das agências.



Quanto à situação concreta de Portugal, Bofinger acha que o país "entrou num círculo vicioso, que emanou primeiro dos mercados financeiros, os quais começaram a desconfiar da credibilidade do país, e lhe exigiram mais juros para comprar dívida, só que isso agravou ainda mais a dívida".



Para o economista germânico, Portugal só teve de pedir ajuda externa "precisamente porque os mercados lhe começaram a exigir juros proibitivos".



Bofinger recomendou ainda que o aumento do défice em Portugal não seja combatido apenas com mais medidas de austeridade, "porque isso só contribui para agravar a situação", disse.



"Seria melhor que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional se orientassem mais pela despesa do Estado, e não pelo défice, que não é um bom indicador", propôs Bofinger.



Além disso, Portugal e os outros países resgatados deveriam beneficiar de empréstimos da UE e do FMI "sem juros punitivos como os que têm de pagar nos mercados, o que é uma construção errónea do fundo de resgate", disse ainda o professor alemão.




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