eligioep escreveu:Helio,
cabe um aparte. Não é permitido conscrito pilotar carro de combate. Além do mais, o motorista tem de possuir CNH cat D, coisa que só consegue aos 21 anos de idade.
Sobre os veículos novos detonados, cabe colocar que os veículos em pior estado de conservação são os da região do RJ, pois há uma idéia geral por lá de "usar até acabar", não havendo uma filosofia de manutenção. Assim também veio este conceito junto com o 1 RCC quando da sua chegada em SMaria. Era nítida a diferença de conservação dos Leo 1 A1 do 1 RCC e do 4 RCC, assim como as vtr sobre rodas.
Quanto ao uso de peças paralelas, é uma imposição da Lei 8666 (Lei das Licitações), onde leva quem vende mais barato e peça paralela sempre será de menor preço que uma dita "original", de fábrica.
Sobre LRover, mantenho minha postura: não é vtr para uso militar, ainda mais de forma intensiva, como no Haiti. Pelo menos, a que nós possuímos.
Cambiarras e adaptações são fruto direto da falta de verbas para a correta manutenção e da necessidade de manter o material rodando. Ex: Haiti, onde eu tinha que colocar para rodar. Solução: retirar de vtr indisponível por outro motivo ou "fabricar a solução". Citei num post anterior a problemática das pontas de eixo da LR 130. Pois bem, a solução que encontrei foi colocar num torno a ponta de eixo e a tulipa, a peça que faz a conexão, retirar material, centrar e soldar. Não sei porque na 130 vem em 2 peças, pois na 90 e 110 é peça única. Resultado: quase fui punido, pois veio um Capitão (do RJ), fez uma inspeção nas vtr e na oficina do BRABATT e viu esta operação. Levou ao Comando no RJ/Brasil e veio um pedido de esclarecimento. Se não fizessemos isto no Haiti, que é conduta e zona de combate, teríamos, na época - 2007, as 130 paradas, pois a grande maioria apresentava este problema, e as peças nunca vinham do Brasil, simplesmente pela LRover Brasil não tê-las em estoque......
Na época de aquisição das LRover o JPX já não era mais produzido.
E certamente existem maus motoristas que influem no desempenho do material.
Mas a LRover, após a aquisição, não foi aprovada nos testes do CTEx, em Marambai, cujo resultado nunca foi oficialmente divulgado, apenas arquivado..............
E de forma geral, o conscrito, quando motorista de vtr, zela melhor por ela do que o Sd antigo, que já está de "saco cheio" e perto de ir embora. E o Sd EV precisa mostrar serviço para tentar vaga e ficar no EB.
Quando da quisição das LRover, o JPX já não era mais produzido....
Mais uma vez um excelente comentário.
Quanto à questão de peças eu fico estarrecido em ver o que acontece.
Eu me formei engenheiro mecânico em 1957 e meu primeiro emprego foi na Engenharia de Produtos da VEMAG (fabricante do DKW sob licença da Auto Union).
Dois ou três anos antes, tinha começado o plano do GEIA de criação das indústrias nacionais de veículos automotores.
Praticamente vivi todo o programa de desenvolvimento de peças fabricadas no Brasil.
Lembro até hoje a dificuldade em fabricar no Brasil itens como mangueiras de freios, lonas de freio, limpadores de para brisas, silenciadores etc etc etc.
Quando eu soube da decisão de compra de repostos em lojas de auto peças fiquei boquiaberto!!!
Isto é uma loucura!
Não há nenhuma garantia de qualidade!
O que poderia ser feito como mínimo seria liberar a compra de componentes de marca e tipo que tivessem qualidade garantida por Controle de Qualidade de órgão das forças armadas ou de entidade publica certificada.
Comprar da maneira como está sendo feita é um crime contra não só os veículos como contra os militares que os tripulam!
Bacchi