Geopolítica Energética
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Re: Geopolítica Energética
Santiago, depois dessa mudança de álcool virar combustível, você vai ver como vai acabar essa putaria de entressafra.
Aguarde.
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Re: Geopolítica Energética
Complementando o complemento...prp escreveu:Complementando o Delta,
Não houve quebra da savra, o que houve foi um aumento do preço do açucar no mercado internacional, e como não existe regulação do setor os usineiros deixaram de vender etanol e passaram a vender açucar.
Se fosse eu faria a mesma coisa, o governo é que tem que regular para acabar com esse tipo de coisa. Ainda bem que agora saiu,
Além disso que o PRP corretamente falou, tem o estoque regulador que sempre foi algo fundamental, porém sempre "empurrado com a barriga". Uma questão que é estratégica para o País.
O CM tem razão, vamos ver se a ANP coloca ordem no galinheiro, ou melhor, no canavial. Agora, cá para nós, quase 40 anos para o etanol ser enquadrado como combustível é phoda!
[]'s a todos.
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Re: Geopolítica Energética
Foi claro sim.DELTA22 escreveu:Não soube de quebra na safra de cana este ano, muito pelo contrário... (( "Moagem de cana deve crescer 2,11% na safra 2011/2012, diz Unica": http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... unica.jhtm ))
Quanto ao valor do MWh no Brasil, sem querer ficar aqui defendendo impostos (há quem só olhe o Governo Federal cobrando impostos e se esquece do ICMS, por exemplo, que em alguns Estados chega a 30% sobre a energia elétrica, mas, enfim... ), não sei como essa consultoria "Commodities Research Union (CRU)" calcula a comparação de preços. No Brasil, até onde eu sei, o preço do MWh depende de fatores sazonais - chuvas, p.ex. - e dos leilões de energia, variando com o preço da fonte primária (água, gás, óleo, etc.) e os custos da construção do empreendimento, manutenção pós-conclusão das obras, salários com pessoal, enfim, tudo para fazer a "usina" funcionar e amortizar o valor de sua construção a longo prazo. Há tarifas que vão de algo em torno de R$ 67 (dos chamados leilões de energia nova) a até mais de R$ 110/140. Belo Monte, por exemplo, terá o MWh em torno de R$ 80, se não me engano.
No Brasil, felizmente, foi implantando o chamado "consumidor livre" ou "mercado livre" em que os grandes consumidores compram energia diretamente das geradoras ("usinas"), independente de onde ela esteja (existe legislação específica, não é qualquer um que se enquadra no mercado livre). Por exemplo, uma siderurgia instalada em SP, grande consumidora, pode comprar energia mais barata proveniente do norte do País se for o caso, e assim por diante. Isso dá grande margem de manobra aos grandes consumidores, acirra a concorrência entre os fornecedores de energia, o que é benéfico no fim.
Não sei se fui claro na explicação...
[]'s.
2 artigos que ajudam a esclarecer a questão:
Estiagem deve diminuir produção
10/03/2011
http://www.gazetadopovo.com.br/economia ... r-producao
Além disso, houve um aumento na demanda de açucar no mercado internacional, o que piorou as coisas.
[]sAneel implantará programa para reduzir custo da energia elétrica no País
31/03/2011 20:33 - Portal Brasil
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que os custos de encargos, taxas e impostos representam 51,6% do valor da conta de energia elétrica no País, contra, por exemplo, 23,3%, na Itália, e 9,9%, na Espanha. Por isso, o custo da energia elétrica no Brasil é um dos mais altos do mundo.
Isso, segundo representantes de vários setores da economia que participaram nesta quinta-feira (31), na CNI, do seminário Energia Elétrica Fator de Competitividade da Indústria, compromete a competitividade brasileira, especialmente da indústria eletrointensiva, como a de alumínio, em que a energia representa 40% dos custos de produção.
Preocupada com o problema, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será o primeiro órgão do governo a implantar o ProReg (Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para Gestão e Regulação), que poderá diminuir o custo da energia elétrica no País por meio de análise de impacto regulador, que avalia o custo-benefício para a sociedade do valor das tarifas cobradas no setor.
O programa foi instituído pela Casa Civil da Presidência da República e a Aneel será a agência piloto para a sua implantação no País, seguindo um modelo já adotado com sucesso em países europeus, segundo informou o diretor da agência, Julião Silveira Coelho, ao participar do seminário.
Segundo o diretor da Aneel, a adoção do programa “proporcionará clareza em relação ao que se pretende para o setor e o custo de medidas a serem adotadas sobre tarifas. Isso dará transparência e permitirá o controle que deve ser exercido pela sociedade, e até mesmo pelo Judiciário, o que não será motivo de temor para o governo”.
Silveira Coelho reconheceu o peso excessivo dos tributos sobre o custo da energia elétrica no País, que chega a mais de 50% do valor das contas pagas pelos consumidores, tanto individuais como industriais. Mas explicou que isso se deve não apenas à ação do governo federal, mas ao Legislativo e aos governos estaduais.
“No valor da conta, está embutido o Imposto sobre Circulação de Mercadorias Serviços (ICMS), que chega a 25% e é de responsabilidade dos estados. Nos demais encargos tributários, estão incluídos o PIS/Cofins e o Proinfa, um programa destinado a subsidiar políticas públicas voltadas para o setor elétrico, como a instalação de termoelétricas em regiões pobres do País”, explicou o diretor da Aneel.
Riscos de desindustrialização
No seminário foi apresentado um estudo feito pelo Projeto de Energia Competitiva (PEC) da Fundação Getulio Vargas, que reúne sete entidades representativas da indústria brasileira. O documento alerta para os riscos de desindustrialização – fechamento de empresas do setor – que o alto custo da energia elétrica poderá provocar no País. De acordo com o coordenador do projeto, professor Fernando Garcia, isso já aconteceu nos Estados Unidos, e se não forem tomadas providências, poderá ocorrer no Brasil num prazo de dez anos.
Conforme o estudo do PEC, o Brasil pode agregar, nos próximos dez anos, uma Argentina inteira à sua economia. Esse crescimento – equivalente às economias do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Espírito Santo – “pode ser obtido com aperfeiçoamentos e reversão de distorções no setor de energia”. O relatório explica que, “em números absolutos, são 6,18% de crescimento médio ao ano até 2020, 24% mais do que acontecerá se as mudanças não forem implementadas, com impactos positivos nas condições estruturais do País: um salto de dez posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede o grau de qualidade vida da população”.
O documento mostra ainda que, em 2010, o montante de encargos tarifários nas contas de energia elétrica atingiu o valor recorde de R$ 17 bilhões. E adverte: “Mantidas as atuais condições, a tendência é que os aumentos prossigam. Até 2020, as tarifas da indústria devem subir entre 20% e 30%. Essa evolução das tarifas agravará ainda mais a situação do Brasil em comparação com outros países, no que se refere ao custo final da energia aos consumidores”.
As propostas do PEC para corrigir as distorções dos custos finais de energia e buscar o aumento da eficiência no setor elétrico incluem, entre outras medidas: a alocação da energia existente das usinas cujas concessões vencem nos próximos anos a todos os consumidores do País, cativos ou livres, a preços que reflitam a depreciação das usinas já paga pelos consumidores; a redução do montante pago a título e Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE) para 43% do valor médio arrecadado (esse percentual é a média do encargo que foi efetivamente usado para cobrir os custos da Aneel, nos últimos anos, o restante tem sido contingenciado para formação de superávit primário; o retorno das alíquotas de PIS Cofins ao regime não cumulativo (3,65%); e a extinção da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), com os custos passando a ser cobertos pelo Tesouro Nacional.
Fonte:
Agência Brasil
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Re: Geopolítica Energética
Diminui no Paraná, mas cresce em outros estados, como em Mato Grosso do Sul que cresceu nesta safra mais de 20%. Quanto ao açucar, o PRP bem lembrou que o bolso fala muito alto nessa hora. Agora veremos o que o ANP determina. Eu creio que as pedras se moverão...
Quanto a reportagem, como se vê, o ICMS é metade (em média) dos impostos da energia elétrica. O pior é que eles incidem principalmente em consumidores menores, os conhecidos "110/220V". É óbvio que dá para baixar o imposto da energia, mas sozinho do GF não faz verão. Os Estados tem que entrar na dança também, como demonstram os números (daí a importância da reforma tributária/fiscal também neste caso).
[]'s.
Quanto a reportagem, como se vê, o ICMS é metade (em média) dos impostos da energia elétrica. O pior é que eles incidem principalmente em consumidores menores, os conhecidos "110/220V". É óbvio que dá para baixar o imposto da energia, mas sozinho do GF não faz verão. Os Estados tem que entrar na dança também, como demonstram os números (daí a importância da reforma tributária/fiscal também neste caso).
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Re: Geopolítica Energética
Dilma assina MP que dá ao etanol caráter estratégico
Paulo de Tarso Lyra | Valor
29/04/2011 7:40
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff assinou ontem medida provisória transformando o etanol em combustível estratégico e não em mero derivado da produção agrícola. A MP também reduz a mistura do anidro na gasolina de 25% para 18%. Como adiantou o Valor, Dilma já havia sinalizado com essa proposta há 20 dias, na primeira reunião que teve com diversos ministros para discutir o aumento do preço do etanol. A medida permitirá que o governo tenha mais controle sobre os estoques em mãos privadas e nas estatísticas sobre oferta e demanda, já que o controle passará a ser feito diretamente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
No encontro, do qual participaram os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão; da Agricultura, Wagner Rossi; da Casa Civil, Antonio Palocci; e da Fazenda, Guido Mantega, Dilma disse que era preciso encontrar caminhos para sanear o setor. Chegou a afirmar que, caso os Estados Unidos suspendessem o embargo ao etanol brasileiro, o país "passaria o vexame de não ter produção suficiente para atender o mercado americano".
Dilma pretende usar o instrumento de regulação para mostrar força perante os usineiros. Dilma também determinou à Petrobras Biocombustíveis mais rapidez nos investimentos em produção de etanol. A estatal, que atualmente produz 1 bilhão de litros em dez usinas, deve aumentar essa produção para atender o mercado interno e externo.
O governo considera ser necessário investir R$ 15 bilhões por ano ao longo da próxima década para garantir a oferta interna e atender a esperada demanda internacional pelo etanol de cana-de-açúcar. A crise no etanol levou o produto a atingir um preço praticamente igual ao da gasolina, eliminando a competitividade dos carros flex fuel.
Dilma ainda analisa a possibilidade de taxar em 4% a exportação de açúcar. A presidente reclama que os usineiros preferem produzir açúcar ao etanol, movidos pelo aumento na cotação da commodity no mercado internacional. Avaliações mostram que os preços do açúcar superam os do etanol em 75%.
Para o governo federal, medidas concretas para conter o aumento do etanol são importantes para dar um sinal claro da disposição do governo em controlar a inflação, que ameaça ultrapassar a meta de 6,5%.
(Paulo de Tarso Lyra | Valor)
Paulo de Tarso Lyra | Valor
29/04/2011 7:40
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff assinou ontem medida provisória transformando o etanol em combustível estratégico e não em mero derivado da produção agrícola. A MP também reduz a mistura do anidro na gasolina de 25% para 18%. Como adiantou o Valor, Dilma já havia sinalizado com essa proposta há 20 dias, na primeira reunião que teve com diversos ministros para discutir o aumento do preço do etanol. A medida permitirá que o governo tenha mais controle sobre os estoques em mãos privadas e nas estatísticas sobre oferta e demanda, já que o controle passará a ser feito diretamente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
No encontro, do qual participaram os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão; da Agricultura, Wagner Rossi; da Casa Civil, Antonio Palocci; e da Fazenda, Guido Mantega, Dilma disse que era preciso encontrar caminhos para sanear o setor. Chegou a afirmar que, caso os Estados Unidos suspendessem o embargo ao etanol brasileiro, o país "passaria o vexame de não ter produção suficiente para atender o mercado americano".
Dilma pretende usar o instrumento de regulação para mostrar força perante os usineiros. Dilma também determinou à Petrobras Biocombustíveis mais rapidez nos investimentos em produção de etanol. A estatal, que atualmente produz 1 bilhão de litros em dez usinas, deve aumentar essa produção para atender o mercado interno e externo.
O governo considera ser necessário investir R$ 15 bilhões por ano ao longo da próxima década para garantir a oferta interna e atender a esperada demanda internacional pelo etanol de cana-de-açúcar. A crise no etanol levou o produto a atingir um preço praticamente igual ao da gasolina, eliminando a competitividade dos carros flex fuel.
Dilma ainda analisa a possibilidade de taxar em 4% a exportação de açúcar. A presidente reclama que os usineiros preferem produzir açúcar ao etanol, movidos pelo aumento na cotação da commodity no mercado internacional. Avaliações mostram que os preços do açúcar superam os do etanol em 75%.
Para o governo federal, medidas concretas para conter o aumento do etanol são importantes para dar um sinal claro da disposição do governo em controlar a inflação, que ameaça ultrapassar a meta de 6,5%.
(Paulo de Tarso Lyra | Valor)
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Re: Geopolítica Energética
Pelo que eu sei de uma familia de usineiros (Que rapidamente posto no forum sobre isso), Usina que faz apenas alcool é ONG sem fins lucrativos pq as margens de lucro do Etanol andam muito baixas.
Logo nao me admira pularem pro açucar, e não vejo taxar a exportação de açucar uma solução quando o problema é o baixo lucro de quem faz etanol.
Logo nao me admira pularem pro açucar, e não vejo taxar a exportação de açucar uma solução quando o problema é o baixo lucro de quem faz etanol.
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Re: Geopolítica Energética
Mas então, o alcool como combustivel não pode existir. Que se encerre o programa, e que se invista tudo no Pré sal, pows!Sterrius escreveu:Pelo que eu sei de uma familia de usineiros (Que rapidamente posto no forum sobre isso), Usina que faz apenas alcool é ONG sem fins lucrativos pq as margens de lucro do Etanol andam muito baixas.
Logo nao me admira pularem pro açucar, e não vejo taxar a exportação de açucar uma solução quando o problema é o baixo lucro de quem faz etanol.
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Re: Geopolítica Energética
Índia confirma plano de megausina nuclear
A Índia anunciou ontem que dará continuidade aos planos de construção da maior usina nuclear do mundo, em Jaitapur. “O governo está satisfeito com os aspectos de segurança”, afirmou V. Narayanswamy, membro do gabinete do primeiro-ministro Manmohan Singh.
O projeto da usina, com capacidade de 9.900 megawatts, prevê seis reatores, construídos com a participação da estatal francesa Areva. “Cada reator terá um sistema de segurança independente”, disse o ministro do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, procurando eliminar os temores de uma repetição do acidente na usina de Fukushima, no Japão.
A primeira unidade da usina de Jaitapur, localizada a cerca de 400 quilômetros de Mumbai, deve entrar em operação em 2019. Com um custo estimado de US$ 10 bilhões para os dois primeiros reatores, a usina será a primeira construída no país desde o fim da proibição internacional, ocorrida em 2008, à compra de equipamentos e combustível nuclear imposta à Índia há mais de três décadas.
O país está apostando na energia nuclear para suprir o aumento da demanda das indústrias por eletricidade. Atualmente, sua capacidade nuclear é de 4.780 megawatts, ou 2,8% do total da matriz energética. Se os planos forem levados adiante, em 2030 a produção nuclear atingirá 60 gigawatts.
De acordo com Prithviraj Chavan, ministro-chefe de Maharashtra, Estado onde ficará a usina, o governo apresentará ao Parlamento um projeto de lei para a criação de uma agência regulatória nuclear independente. Além disso, também pedirá à Agência Internacional de Energia Atômica que fiscalize as instalações.
Após o terremoto do mês passado no Japão, a Índia realizou inspeções nas 20 usinas existentes no país. Mesmo assim, nas últimas semanas, houve uma série de protestos contra a decisão de investir em energia nuclear – alguns terminaram em confronto com a polícia.
A resposta do governo foi aumentar o valor da compensação a ser paga aos moradores da região e deu início a um trabalho de convencimento da população. “Fizemos detalhadas apresentações em Jaitapur a todos os partidos políticos. O diálogo prosseguirá e serão feitos esforços especiais para convencer as pessoas que a segurança não será comprometida”, afirmou Chavan.
Fonte: Itamaraty
http://planobrasil.com/2011/04/27/india ... a-nuclear/
A Índia anunciou ontem que dará continuidade aos planos de construção da maior usina nuclear do mundo, em Jaitapur. “O governo está satisfeito com os aspectos de segurança”, afirmou V. Narayanswamy, membro do gabinete do primeiro-ministro Manmohan Singh.
O projeto da usina, com capacidade de 9.900 megawatts, prevê seis reatores, construídos com a participação da estatal francesa Areva. “Cada reator terá um sistema de segurança independente”, disse o ministro do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, procurando eliminar os temores de uma repetição do acidente na usina de Fukushima, no Japão.
A primeira unidade da usina de Jaitapur, localizada a cerca de 400 quilômetros de Mumbai, deve entrar em operação em 2019. Com um custo estimado de US$ 10 bilhões para os dois primeiros reatores, a usina será a primeira construída no país desde o fim da proibição internacional, ocorrida em 2008, à compra de equipamentos e combustível nuclear imposta à Índia há mais de três décadas.
O país está apostando na energia nuclear para suprir o aumento da demanda das indústrias por eletricidade. Atualmente, sua capacidade nuclear é de 4.780 megawatts, ou 2,8% do total da matriz energética. Se os planos forem levados adiante, em 2030 a produção nuclear atingirá 60 gigawatts.
De acordo com Prithviraj Chavan, ministro-chefe de Maharashtra, Estado onde ficará a usina, o governo apresentará ao Parlamento um projeto de lei para a criação de uma agência regulatória nuclear independente. Além disso, também pedirá à Agência Internacional de Energia Atômica que fiscalize as instalações.
Após o terremoto do mês passado no Japão, a Índia realizou inspeções nas 20 usinas existentes no país. Mesmo assim, nas últimas semanas, houve uma série de protestos contra a decisão de investir em energia nuclear – alguns terminaram em confronto com a polícia.
A resposta do governo foi aumentar o valor da compensação a ser paga aos moradores da região e deu início a um trabalho de convencimento da população. “Fizemos detalhadas apresentações em Jaitapur a todos os partidos políticos. O diálogo prosseguirá e serão feitos esforços especiais para convencer as pessoas que a segurança não será comprometida”, afirmou Chavan.
Fonte: Itamaraty
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Re: Geopolítica Energética
Na verdade não é que o álcool não da lucro, lucro ele dá, mas não alcança a margem que açúcar está conseguindo com a quebra da produção indiana.
Mas é verdade que não temos álcool para exportar, se o EUA quisesse o nosso álcool, nosso preço ia para os 3,50 réis ou até mais rapidinho.
E pensar que o pro álcool foi uma invenção argentina.....
Mas é verdade que não temos álcool para exportar, se o EUA quisesse o nosso álcool, nosso preço ia para os 3,50 réis ou até mais rapidinho.
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Re: Geopolítica Energética
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Re: Geopolítica Energética
Quanto a quebra de safra, a 1 anos atras, o plano era as usinas segurarem o alcool, para vender no auge, faturando o maximo. Não faltou alcool nas refinarias, mas houve sacanagem para faturar o maximo...
Todo ano é sabido que a entresafra cai em Março, e todo mundo segura o maximo para vender com o valor lá em cima...
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Re: Geopolítica Energética
Curioso ver que o Brasil e EUA tem basicamente um duopolio, e o segundo apenas por causa de massivos subsidios ja que nem toda a tecnologia supera o simples fato que a cana de açucar é superior ao milho.
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Re: Geopolítica Energética
Sterrius escreveu:Curioso ver que o Brasil e EUA tem basicamente um duopolio, e o segundo apenas por causa de massivos subsidios ja que nem toda a tecnologia supera o simples fato que a cana de açucar é superior ao milho.
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Re: Geopolítica Energética
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Re: Geopolítica Energética
[]´sVale se prepara para explorar os metais de terras raras
Samantha Pearson
Do "Financial Times", em São Paulo
31/05/2011 - 11h43
Segundo o ministro da Ciência e da Tecnologia brasileiro, Aloizio Mercadante, a Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo, está se preparando para explorar os metais de terras raras, em um momento em que o Brasil tenta competir com a China para fornecer estes que são alguns dos elementos metálicos mais procurados no planeta.
O governo fez contato com várias companhias industriais para obter compradores para os metais de terras raras, um grupo de 17 elementos que são utilizados principalmente para a fabricação de componentes de produtos como turbinas eólicas, carros elétricos e telas de computadores.
“A Vale trará grandes benefícios para o Brasil ao entrar neste mercado de metais de terras raras, e eu creio que isso se constitui em um fator importante para todo o Ocidente. E é algo que também beneficiaria a Vale como companhia”, declarou Mercadante.
A Vale confirmou que está pretendendo investir na produção desses elementos metálicos, e acrescentou que o projeto ainda se encontra em um “estágio preliminar”.
Os preços dos metais de terras raras, como o óxido de cério, quintuplicaram desde janeiro, depois que a China, que produz 97% desses elementos, começou a reduzir as suas exportações.
O Brasil conta com amplas reservas de metais de terras raras, o que possibilita que o país venha a se tornar um exportador importante no futuro, bem como um fornecedor para a sua incipiente indústria tecnológica, afirmou Mercadante. “Nós ganharemos competitividade na área de energia elétrica e na produção de automóveis elétricos”. Ele acrescentou que esses elementos poderiam ser fundamentais para os planos brasileiros de desenvolver uma rede completa de produção de aparelhos como smartphones e computadores tablet.
Após obter um possível investimento de US$ 12 bilhões (R$ 19,1 bilhões) por parte da Foxconn, a fabricante do iPhone, em abril, o Brasil tem se apressado para desenvolver a sua indústria tecnológica, instituindo benefícios fiscais para companhias estrangeiras e criando as bases para a produção de semicondutores.
Os analistas dizem que o papel da Vale em tudo isso faz sentido porque os metais de terra rara são encontrados nas áreas em que a companhia atua. Mas depois que as pressões do governo culminaram no afastamento do diretor executivo da Vale, Roger Agnelli, no mês passado, aumentaram os temores de que o Estado deseje retomar o controle gerencial sobre a companhia, que foi privatizada em 1997. “Se a Vale começar a seguir uma nova rota por causa do governo, isso confirmará de certa forma as suspeitas relativas à interferência estatal e a ideia de que o governo está dizendo à companhia onde ela pode ou não investir”, adverte Felipe Reis, analista do Santander no Brasil.
A produção de metais de terras raras será provavelmente um processo longo e caro, já que o único motivo pelo qual estes elementos são chamados de “raros” é o fato de eles serem de difícil extração, afirma Pedro Galdi, analista de mineração da SWL Corretora, em São Paulo.
“Isso sem dúvida faria bastante sentido, e eu não tenho dúvida de que a Vale está seguindo essa rota”, disse ele. “Mas os metais de terras raras são encontrados na companhia de outros mentais, de forma que é necessário desenvolver uma tecnologia para separá-los. E isso pode levar algum tempo”.
Tradução: UOL
http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... raras.jhtm
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas