Notícias desde Espanha

[tflash]

Olha que eu não tenho esta visão em relação aos protestos. Fico com a ideia que são facilmente manipulados pela extrema-esquerda como tentaram com o protesto criado cá, o "geração à rasca".

A luta aqui em casa é económica. É o sacrifício de ir às compras, ver a origem do produto e comprar nacional ou de países que se esforcem por dar condições de vida aos seus cidadãos.

Por agora só consigo fazer isso em produtos alimentares e nalguma roupa (a minha esposa comprou a bom preço, roupa e sapatos "made in Brasil" para um casamento que fomos no verão passado) mas é muito difícil. Então roupa é quase impossível. Essa é a luta que temos à frente. Os produtos baratos que compramos de países que praticam a "semi-escravidão" laboral atiram-nos nos braços dela.

[cabeça de martelo]

http://www.washingtonpost.com/world/dem ... ml#photo=1

[FoxTroop]

Olha que eu não tenho esta visão em relação aos protestos. Fico com a ideia que são facilmente manipulados pela extrema-esquerda como tentaram com o protesto criado cá, o "geração à rasca".

A luta aqui em casa é económica. É o sacrifício de ir às compras, ver a origem do produto e comprar nacional ou de países que se esforcem por dar condições de vida aos seus cidadãos.

Por agora só consigo fazer isso em produtos alimentares e nalguma roupa (a minha esposa comprou a bom preço, roupa e sapatos "made in Brasil" para um casamento que fomos no verão passado) mas é muito difícil. Então roupa é quase impossível. Essa é a luta que temos à frente. Os produtos baratos que compramos de países que praticam a "semi-escravidão" laboral atiram-nos nos braços dela.

Então, nesse caso de quem é a culpa se é que pertence em exclusivo a alguém? Não são os nossos políticos, que servido os lobbys que financiam a máquina, se borram para o Povo e fazer belos acordos económicos como, por exemplo, o dos têxteis com o Paquistão?!!!

Sendo a Europa na prática auto-suficiente em quase tudo menos a questão energética (que tem uma solução, haja vontade politica por parte da Europa que o outro lado já sinalizou um sim), porque acorda coisas destas altamente lesivas para as industrias de países dela mesma?

Se os nossos políticos, ao serviço desses interesses supranacionais, não defendem o futuro dos seus Povos, não terão legitimidade protestos como estes? Quem me parece que perdeu toda a legitimidade foram as máquinas politicas dentro da Europa, completamente dissociadas dos seus Povos e ao serviço de interesses insondáveis.

[tflash]

Ai tenho que dar a mão à palmatória e concordar absolutamente contigo.

[PRick]

Resumo do Tópico, "Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão".

Não existe como competir com os países em que a mão de obra é muito mais barata, quer dizer a concentração de riqueza nos países desenvolvidos cobra agora o seu preço.

E a resposta neo-liberal para isso foi a desregulamentação do mercado financeiro, desnacionalização das industrias e especulação nos setores não passíveis de competição internacional, como é o caso típico da construção civil.

Todos os países industrializados fizeram políticas protecionistas e de subsídios. Porém, não existe como manter esse tipo de conduta de forma permanente.

A grande vantagem dos EUA é ser uma sociedade muito mais desorganizada que a européia. Podendo assim ter uma política esquisofrênica, típica dos neo-liberais. Se por um lado subsidia e protege de forma radical alguns setores da economia, outros são entregues a fúria consumista.

Outro fator de diferenciação é a não existência da camisa de força da moeda única, os EUA continuam abusando de mecanismos financeiros para alavancar sua economia e atenuar suas perdas.

Porém, fica claro a perda da vitalidade do mundo desenvolvido em face a concorrência externa.

[]´s

[FoxTroop]

Meu caro Prick, a maioria do crescimento das economias "emergentes" é sustentado pelo consumo dos tais "que não têm pão". Não interessa a quem gere isto fechar as portas e colocar tarifas a sério no que é importado, essa é a principal razão do que se passa. Grupos trans-nacionais, que mandam mais que qualquer governo, cuja "pátria" deles é o "money-money" e com um sistema que assim, acumula riqueza para lá do que pode ser sonhado.

Tal como pode verificar, tirando o quesito energético, a ZE é auto-suficiente em praticamente tudo. Se fechar as portas ao que vem de fora, deixa de vender tanto BMW, Mercedes, Nokia e Airbus, o nível de vida baixa um bocado mas mesmo assim continua o mais alto do mundo. Chineses, indianos e outros que tais, voltam para a miséria onde estavam antes (e que na realidade estão, tirando as elites) pois não têm capacidade interna para absorver a sua produção direccionada para exportações e que tem um peso gigantesco no total desses países.

Pensar que a queda da ZE ou dos USA deixaria os "emergentes" continuarem em crescendo soa-me a desfasamento da realidade pois cairão tão rapidamente quanto quem lhes sustentou o crescimento ou julga que é por caridade que chineses e outros mais, continuam a comprar divida e a refinanciar o sistema?



Noutro assunto:

O surto infeccioso na Alemanha, provocado pela bactéria Escherichia coli (EHEC), já matou dez pessoas. As autoridades acreditam que o foco de infecção continua activo porque o número de pacientes que apresenta sintomas graves não pára de aumentar. Centenas de pessoas estão doentes.

http://www.publico.pt/Mundo/surto-infec ... es_1496493

Já não acredito que a fonte de contaminação seja na origem (Espanha). Seria muito difícil, para não dizer impossível, que tal quantidade de vegetais passasse nos controlos sem que isto fosse detectado. Estive ligado ao sector logístico, justamente da área de frescos e sei o tipo de controlos efectuados. Estou tentado a acreditar numa contaminação já dentro do circuito alemão e, atendendo à forma, possivelmente de intenção criminosa. Não vejo como possa ter acontecido de outra forma, apesar de nesse campo ser pura especulação minha.

[PRick]

Meu caro Prick, a maioria do crescimento das economias "emergentes" é sustentado pelo consumo dos tais "que não têm pão". Não interessa a quem gere isto fechar as portas e colocar tarifas a sério no que é importado, essa é a principal razão do que se passa. Grupos trans-nacionais, que mandam mais que qualquer governo, cuja "pátria" deles é o "money-money" e com um sistema que assim, acumula riqueza para lá do que pode ser sonhado.

Tal como pode verificar, tirando o quesito energético, a ZE é auto-suficiente em praticamente tudo. Se fechar as portas ao que vem de fora, deixa de vender tanto BMW, Mercedes, Nokia e Airbus, o nível de vida baixa um bocado mas mesmo assim continua o mais alto do mundo. Chineses, indianos e outros que tais, voltam para a miséria onde estavam antes (e que na realidade estão, tirando as elites) pois não têm capacidade interna para absorver a sua produção direccionada para exportações e que tem um peso gigantesco no total desses países.

Pensar que a queda da ZE ou dos USA deixaria os "emergentes" continuarem em crescendo soa-me a desfasamento da realidade pois cairão tão rapidamente quanto quem lhes sustentou o crescimento ou julga que é por caridade que chineses e outros mais, continuam a comprar divida e a refinanciar o sistema?

Você comete o erro de quem estuda pouco esse assunto. Não existe como fazer qualquer fechamento de mercado dentro da OMC, as punições dadas aos EUA são bem essa mostra, assim, a UE não pode fechar mercado, isso não é solução, porque os problemas internos persistem, a perda de competitividade idem, a sobrevalorização da moeda idem. A UE já pratica um monte de protecionismo, desde barreira claramente ilegais não tarifárias, até uma política de cotas. Porque a agricultura européia acabaria em 10 anos caso essas barreiras não exisitissem. Por sinal, sairia mais barato para o Governo pagar para boa parte dos agricultores ficassem em casa sem produzir nada.

Depois você comete outro erro de avaliação, não estamos falando de um cataclisma, mas numa clara decadência. E ao contrário do que você afirma, os mercados internos dos emergentes já é hoje o maior motivo de seu crescimento, como comprovam os números da produção e do consumo, a alta dos alimentos no mundo se deu porque os mercados emergentes aumentaram em muito sua demanda. Já se foi o tempo que a China vivia de exportações, elas são ainda muito importantes, eu diria, muito importantes para o mundo inteiro.

A balança comercial negativa do Brasil com os EUA é um sinal claro disso, ganharíamos mais que perderíamos hoje, algo impensável dez anos atrás. A economia Chinesa já é a segunda do mundo. Quer dizer o que você falou está sendo cada vez mais menos realidade, e o futuro aponta para ser ainda menos realidade.

A notícia que postei sobre o G8 no tópico sobre a Crise Mundial é muito reveladora. O rei está nú.

viewtopic.php?f=4&t=13433&start=2565

[]´s

[FoxTroop]

Boa.... a OMC.... está bem. A UE pode fechar mercado, qualquer um pode fechar mercado, sujeita-se mas pode. E se a ZE fechar o mercado quem mais se queima de certeza que não são os europeus. Teríamos de voltar a produzir bens básicos, que neste momento saem mais barato mandar vir de outros pontos do globo onde o pessoal trabalha em regime semi-escravo. mas temos essa capacidade. Os produtos de valor acrescentado que esses países compram à ZE é que já são elas.

Só em roda pé: Contesto completamente o sistema de cotas que existe dentro da ZE. Os únicos agricultores, dentro da ZE, que realmente têm benefícios disso são os franceses mas, felizmente, essa mama está a acabar. Ou a agricultura francesa se reinventa, ou vai acabar no espaço de 5 anos após o fim do sistema de cotas. Aí, os tais dos "PIGS" dão cartas e então é que vão sangrar da extremidade de baixo e não vai ser por causa de pepinos contaminados.

[tflash]

Há mais coisas a analisar do que apenas números. Não podemos comparar o consumo interno de um europeu, em que um pobre consome mais que alguém de classe média chinês ou indiano.

Basta a europa criar um proteccionismo justo, ou seja taxar os produtos importados até ao ponto de eliminar a concorrência desleal de economias onde se cultiva o trabalho semi-escravo que as coisas mudam muito de figura.

Isso não acontece porque os centros de decisão já estão lentamente a mudar para o oriente. Muitos de nós desconhece qual é a capacidade de controlo de alguns fundos de capitais exteriores à Europa.

Isso no ponto de vista de um não europeu pode parecer justo e um equilíbrio mas o que acontece é que se está a penalizar populações que lutaram com sucesso pela sua prosperidade e a entregar o dinheiro aos que fomentam a escravidão e a ausência de direitos.

Qual seria o problema da Europa fechar o seu mercado, dentro da própria Europa. Como é que o colega pode achar que é bom para a Europa acabar com a agricultura porque é mais barato importar? O barato sai muito caro e a independência alimentar é mais importante que alimentos mais baratos.

[PRick]

O que vocês estão falando seria o equivalente a uma Guerra Comercial e o fim da OMC. E isso redundaria numa nova depressão mundial. Aí sim, seria o desastre.

Uma das coisas que a OMC não permite é seletividade, ou tratamento diferenciado aos países no regime tarifário só pode ser feito por meio de permissão específica, porque isso tornaria tudo uma bagunça, mesmo que uma medida seja contra um país, ela terá que se extender a todos os outros, como podemos ver aqui no caso dos Automóveis, o Brasil alterou o regime de importação de carros por conta da Argentina, e teve que alterar para todos os outros países.

A UE não tem apenas um regime de cotas internas, mas externas também, o engraçado é que o Tugas se queixam do regime interno, mas querem mais protecionismo no externo.

O fechamento de mercado num mundo com a economia tão interdependente, e a UE depende muito de matérias primas e comoditites externas. Seria um desastre dentro da situação atual.

Qualquer guerra comercial agravaria o problema da inflação e ainda provocaria recessão. O pior dos mundos.

[]´s

[FoxTroop]

Por isso, meu caro Prick, é que eu falei da debilidade da ZE. A energia.

Já foi sinalizada a posição russa, quando o Putin, ainda à pouco tempo, num discurso, afirmou que a Rússia é europeia e o seu lugar é na Europa. A Rússia, entalada entre uma Europa e sobre uma pressão cada vez menos disfarçada da China, necessitada de recursos e território (o jogo russo com a Índia é acima de tudo um balanço de poder com a China) fez a sua escolha.

Por raio de alguma razão que eu não alcanço (quer dizer, se calhar até alcanço, é a estúpida russo-fobia dos países do Leste europeu), a Europa tem feito o possível para irritar os russos, quando é lá, nessa vasta terra de recursos quase infindáveis, que está o futuro da Europa e da ZE.

[tflash]

Ninguém fala em fechar mercados. Eu sou apologista da comunidade económica europeia que precedeu a UE. Um mercado aberto em países com valores e nível de vida semelhante que permite uma concorrência sã entre empresas da mesma área.

Quando levantamos tarifas a países que não tem um nível de protecção semelhante (Não é o caso do Brasil e da Rússia que convergem com a Europa) estamos a dar-lhes uma vantagem com a qual não podemos competir.

Para mim é a OMC que está mal, muito por culpa dos EUA.

[PRick]

Por isso, meu caro Prick, é que eu falei da debilidade da ZE. A energia.

Já foi sinalizada a posição russa, quando o Putin, ainda à pouco tempo, num discurso, afirmou que a Rússia é europeia e o seu lugar é na Europa. A Rússia, entalada entre uma Europa e sobre uma pressão cada vez menos disfarçada da China, necessitada de recursos e território (o jogo russo com a Índia é acima de tudo um balanço de poder com a China) fez a sua escolha.

Por raio de alguma razão que eu não alcanço (quer dizer, se calhar até alcanço, é a estúpida russo-fobia dos países do Leste europeu), a Europa tem feito o possível para irritar os russos, quando é lá, nessa vasta terra de recursos quase infindáveis, que está o futuro da Europa e da ZE.

Mas o problema é que a UE faz parte da OTAN, e a OTAN nasceu para ser anti-sovietica, e acabou anti-russia. Para vcs fazerem isso, o irmão do outro lado do Atlântico teria que concordar.

[]´s

[FoxTroop]

Pois é, infelizmente tem razão, para mais quando se sabe que os USA fomentaram e fomentam divisões dentro da Europa para manter o seu status. Não os condeno por fazer esse jogo, afinal apenas estão a defender a posição deles, mas condeno a maneira como os nossos políticos conscientemente se deixam ir nisso.


@ tflash, concordo contigo, eu também não penso num fecho. Mas não hesitaria em o fazer. Traria uma terrível crise, sim senhor, mas recuperaríamos e na mó de cima. O não fechamento significa na mesma uma crise, mas da qual não sairemos por cima. Prefiro perder 500 hoje para ganhar 5000 amanhã que ficar a drenar-me a 50 o resto da vida sem remissão.

[tflash]

Mas não sabes o porquê?

A Hegemonia da Alemanha significa uma grande Alemanha, A Francesa, uma grande França. E é engraçado que ainda não perderam a ideia. Os EUA a dominarem como dominaram, colocam todos no mesmo saco com eles a fechar o nó mas nenhum lá dentro se ri ou é mais do que o outro e mantém a sua identidade ou status. enquanto a Europa não se reinventar isto vai continuar assim.