Mulheres... outra vez...

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Carlos Souza
Intermediário
Intermediário
Mensagens: 291
Registrado em: Qua Jul 12, 2006 7:38 pm

Re: Mulheres... outra vez...

#241 Mensagem por Carlos Souza » Qua Mar 17, 2010 12:25 am

Túlio escreveu:Eu colocaria de maneira mais simples: futebol, boxe, lutas em geral, levantamento de peso, corrida, etc., nas Olimpíadas, é tudo dividido em caregorias Feminina e Masculina. Por que será?

Imaginem um jogo da Seleção Feminina Brasileira contra um time masculino mediano...

Só não adianta ter força física e nenhum neurônio. Nas profissões mais intelectuais as mulheres já são a maioria, porque elas estudam e nós homens vamos para o barzinho. Pra resumir não adianta ter 3 metros de altura, pesar 200Kg e não ir para o combate porque o Sgt não mandou....




Avatar do usuário
Glauber Prestes
Moderador
Moderador
Mensagens: 8405
Registrado em: Sex Abr 06, 2007 11:30 am
Agradeceu: 413 vezes
Agradeceram: 259 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#243 Mensagem por Glauber Prestes » Sáb Mar 20, 2010 11:42 am

Sei, você quer a da 4ª foto, lá do fundo, com um bigode!




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceu: 56 vezes
Agradeceram: 201 vezes

Re: Re:

#244 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Mar 20, 2010 9:21 pm

Clermont escreveu:
WalterGaudério escreveu: Não há duvidas de que se trata disso. Achpo que em tempos de END isso teria que mudar tb.
Guerra disse isso tudo somente com este símbolo " [ " ?

Será algum tipo de código secreto de transmissão de informações restrito aos militares? :mrgreen:
Putz!!!! [002] Só vi isso agora Clermont. Foi mal :mrgreen: . O raio da coisa é que agora não lembro mais o foi cotado... é a idade... :oops: :oops: :oops: :oops:




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
jambockrs
Sênior
Sênior
Mensagens: 2617
Registrado em: Sex Jun 10, 2005 1:45 am
Localização: Porto Alegre/RS
Agradeceu: 427 vezes
Agradeceram: 180 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#245 Mensagem por jambockrs » Dom Mar 21, 2010 12:38 am

Meus prezados:
Como este tópico versa sobre mulheres militares, vejam o que encontrei sobre o serviço de enfermagem do Exército americano. O interessante é que a Chefe de tal serviço, Patrícia D. Horoho, tem a patente de Major General (General de Divisão!)
http://www.defencetalk.com/army-nursing ... ure-25079/




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
claudioseverinodasilva41@gmail.com
Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#246 Mensagem por Clermont » Dom Out 31, 2010 1:16 pm

MULHERES EM FUNÇÕES DE COMBATE DIRETO

Sargento-mor Rogers e sargento-mestre Thomas K. Sparks - Academia de Sargentos-Mores do Exército dos Estados Unidos, 3 de novembro de 2005.

Mulheres em funções de combate direto, tais como a infantaria, desorganizarão toda a eficácia de combate.

O assunto sobre mulheres em combate direto tem sido, de há muito, um tópico quente de debate e continuará a atribular os soldados de hoje em dia. Mulheres servindo em unidades combatentes de infantaria desorganizarão a eficácia de combate, primordialmente, devido as extremas exigências físicas e relacionamentos interpessoais com suas contrapartes masculinas. Embora muitos discordem, argumentando que mulheres não teriam impacto algum sobre a eficácia de combate, e poderiam fazer o trabalho, igualmente bem.

As exigências físicas para um soldado de infantaria são extremas e medonhas. A carga básica de combate de um fuzileiro varia, em média, de 18 a 22 Kg (40 to 50 pounds) para a mochila e 13 Kg (30 pounds) para o colete tático porta-cargas. Em alguns casos, tais como os do atirador e municiador da metralhadora M240, este peso pode, quase, dobrar. A constituição física da mulher mediana não pode agüentar o transporte de tal peso por qualquer extensão de tempo. O fuzileiro pode ter de se movimentar através de terreno íngreme, por longas distâncias, com pesadas cargas, para cumprir sua missão no objetivo determinado. Se este peso não puder ser suportado, a missão não poderá ser completada, desta forma, comprometendo a eficácia.

Outra tarefa básica de um fuzileiro é recolher um soldado ferido e carregá-lo até o posto de coleta de baixas, ou para um lugar seguro. Todos os soldados tem a mútua compreensão, ao empreenderem operações de combate, de que, se for preciso, eles desempenharão esta tarefa, uns para os outros. Nunca deixar para trás os camaradas caídos é um dos maiores fatores impulsionadores para os soldados que entram nas incertezas do combate. O peso médio de um soldado varia de 70 a 83 Kg (155 to 185 pounds), somando-se a isto, qualquer equipamento que o soldado possa estar usando. A capacidade física de um soldado feminino para, rapidamente, jogar um soldado de 80 Kg nas suas costas e carregá-lo, por uma longa distância, seria uma impossibilidade para a maioria. Isto destruiria a mútia compreensão de que nennhum camarada caído será deixado para trás.

Relacionamentos com camaradas soldados teriam muitos efeitos negativos, decorrentes de colocar mulheres em funções de combate direto. Homens, por natureza, tendem a prestar atenção em mulheres. Devido, em grande parte, ao modo como sociedade instila valores e normas em homens, estes tendem a atender as necessidades das mulheres, escudá-las e protegê-las, abrir as portas para elas e sempre ser cavalheirescos. Isto, somente, poderia ter um efeito dramático em qualquer operação de combate. Só por um instinto básico, um soldado masculino correria para uma soldado mulher ferida, mas andando, do que para um soldado homem, precisando, com urgência, de padiola.

Um soldado homem e uma soldado mulher, da mesma esquadra, GC ou pelotão, que ficassem atraídos, um pelo outro, provocariam uma distração que poderia danificar a prontidão e a eficácia de combate da fração, de muitas formas. Os soldados numa esquadra ou GC precisam, sem questionamentos, confiar e ter respeito, uns pelos outros. Quando relacionamentos interpessoais ocorressem dentro de uma fração de infantaria, o elo de confiança iria, lentamente, se partir. Outros soldados poderiam, facilmente, ficarem enciumados pelo relacionamento e tentar acabar com ele. Se o relacionamento não desse certo, a tensão entre o casal de infantes poderia levar à hostilidade entre eles. Isto destruiria o moral e os levaria para um caminho de desconfiança que, eventualmente, provocaria a destruição de todo o trabalho de equipe dentro da fração. Esta não é a situação ideal para se entrar num cenário de combate.

A atração básica entre diferentes sexos não pode ser desconsiderada. Durante operações e desdobramentos longos, em lugares remotos, longe dos trens de campanha ou da Área de Apoio de Brigada, relações impróprias, muito provavelmente, ocorrerão. Isto não se limita a pares, mas a todos os postos, inclusive, superiores. Mais uma vez, isto levará ao colapso do moral e possivelmente pior, a agressão e má-conduta sexual.

Há muitas outras questões que podem surgir como resultado de mulheres em funções de combate direto. Longos eventos de treinamento e operações de combate, sem nenhuma instalação para higiene pessoal podem ser um fator. Duplos padrões terão de ser instaurados nas escolas, tais como a Escola Ranger. As famílias e políticos da América serão confrontados com o fato de que suas filhas estarão engajadas em situações de combate direto, como combatentes e não em missão de apoio ao combate.

Muitos dizem que permitir mulheres servindo em funções de combate direto não mudará nada. De fato, com a atual operação no Iraque, mulheres estão servindo em operações de apoio ao combate, engajando o inimigo em contato direto e fazendo um grande trabalho. Apenas umas poucas semanas atrás, uma mulher foi condecorada com a Estrela de Prata, por suas ações em combate, durante uma emboscada.

Muitos poderão argumentar que mulheres poderão acrescentar benefícios para a unidade, tais como melhores capacidades organizacionais, planejamento e maior atenção aos detalhes. Apenas isto, poderia aumentar a eficácia de combate. Eles, também, podem argumentar que nem todos os homens são capazes de atender aos padrões físicos necessários para ser um fuzileiro de infantaria, então, por quê barrar as mulheres que puderem? Um dos maiores argumentos é que, muitos outros países, no passado e presente, permitem mulheres em unidades de combate. Em alguns casos, mesmo liderando grandes unidades de combate em batalha, e com muito sucesso.

Concluindo, mulheres servindo em unidades de infantaria combatentes, poderão desorganizar a eficácia de combate, primordialmente, devido as extremas exigências físicas do combate e relacionamentos interpessoais, com suas contrapartes masculinas. Por estas razões, apenas, nós não devemos colocar mulheres em funções de combate direto, tais como a infantaria.




Avatar do usuário
crubens
Sênior
Sênior
Mensagens: 1864
Registrado em: Seg Set 17, 2007 4:05 pm
Localização: Fortaleza, Ce
Agradeceu: 50 vezes
Agradeceram: 9 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#247 Mensagem por crubens » Qua Nov 03, 2010 3:37 pm

Acho que as mulheres poderiam ficar nas armas de apoio ao combate em vez da infantaria, como por exemplo artilharia.




"Tudo que é necessário para que o mal triunfe, é que os homens de bem nada façam". Edmund Burke

'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King

Imagem
Avatar do usuário
Glauber Prestes
Moderador
Moderador
Mensagens: 8405
Registrado em: Sex Abr 06, 2007 11:30 am
Agradeceu: 413 vezes
Agradeceram: 259 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#248 Mensagem por Glauber Prestes » Qua Nov 03, 2010 3:58 pm

crubens escreveu:Acho que as mulheres poderiam ficar nas armas de apoio ao combate em vez da infantaria, como por exemplo artilharia.
Cara, as mulheres querem igualdade, igualdade nelas. Vamos colocar na infantaria, artilharia, cavalaria. infantaria, matbel, e talz... Só que não podem aliviar pra elas, porque depois, nada vai aliviar pra elas. Claro que não pode apelar, senão é maldade, mas não é justo aliviar, senão vira outro sistema de cotas. Separação, só em banheiros e dormitórios, senão vira bagunça...




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Avatar do usuário
crubens
Sênior
Sênior
Mensagens: 1864
Registrado em: Seg Set 17, 2007 4:05 pm
Localização: Fortaleza, Ce
Agradeceu: 50 vezes
Agradeceram: 9 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#249 Mensagem por crubens » Qui Nov 11, 2010 10:09 am

Pô Glauber, se a melhor parte dessa igualdade é a dos banheiros e dormitórios e tu quer separar !? :evil: :mrgreen:




"Tudo que é necessário para que o mal triunfe, é que os homens de bem nada façam". Edmund Burke

'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King

Imagem
Avatar do usuário
Moccelin
Sênior
Sênior
Mensagens: 4849
Registrado em: Qua Abr 11, 2007 11:53 am
Localização: Três Corações - MG
Agradeceram: 2 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#250 Mensagem por Moccelin » Sex Nov 12, 2010 5:05 pm

Pra mim o filtro seria a própria seleção... Por exemplo, pra tropas de elite, se a mulher consegue preencher os índices, ok, coloca no treinamento, se consegue cumprir as exigências do curso, ok, pode ingressar... Se algum momento deixar de ser capa pé na bunda, assim como deveria ocorrer com os homens!

Existem diferenças entre os homens também, ou alguém acha que um cara de 1,60 e menos de 60kg vai conseguir carregar um soldado de 1,90 e quase 100kg??? Quem vai carrega-lo vai ser o outro grandalhão da esquadra, ou do GC!

A própria divisão de tarefas costuma levar em conta o porte físico da pessoa, eu pelo menos nunca ví um cara de porte pequeno e magro carregando uma MAG num GC... Normalmente é o cara grandão.

Além de que existem funções combatentes que podem muito bem serem preenchidas por mulheres, como snipers, onde as atiradoras do Exército Vermelho provaram estar à altura dos homens, se não ultrapassassem os mesmos! Ou até tropas que costumam andar relativamente leves (o que não é o caso da Infantaria Leve, que é o soldado mais pesado do EB hehehehehehehe), como as blindadas!




The cake is a lie...
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 39540
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1137 vezes
Agradeceram: 2858 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#251 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 13, 2010 9:58 am

Moccelin podes ver pela minha tropa que nos seus 50 e tal anos de história teve mulheres desde muito cedo. Os Pára-quedistas Portugueses desde os anos 60 que tiveram mulheres nas sua fileiras, eram as famosas "Marias" que eram Enfermeiras-Páraquedistas. Na prática elas faziam uma recruta e um curso de Pára-quedismo em separado e nem sequer faziam o Curso de Combate. Elas na sua tarefa, fizeram um excelente trabalho em áfrica. Muitas vezes elas eram a primeira mulher branca que os militares Portugueses viam em meses de conflito. Muitos morreram nos seus braços a chorar pela mãe, namorada, etc. Tive o orgulho de falar com duas dessas senhoras num Dia da Unidade e tenho imenso respeito por elas.

O problema chega quando as mulheres são incorporadas nos Páras para além dessa sub-especialidade já nos anos 90. É que é bonito dizer que as mulheres vão fazer as mesmas coisas que os homens, mas na prática um instrutor ao dar formação a pelotões com mulheres por si só não faz algumas coisas, e quando as faz é de uma outra forma. Depois há a questão de que muitas vezes elas são beneficiadas com uma duplicidade de critérios. Por exemplo se um homem passa as marchas a ser carregado pelos seus camaradas, ele será eliminado, já as mulheres...

No meu tempo de tropa nunca vi uma única mulher a fazer as mesmas coisas e da mesma forma que os homens, tinham sempre ajuda, precisavam de protecção na semana de campo, se não queriam fazer algo bastava tirar a carta de "estou com o período".

Eu vi toda uma companhia a fazer uma MarFor de 25 km com todo o equipamento de combate e a única militar que não o fez foi a "galinha" da Companhia. Em caso de guerra ela também podia virar-se para o Capitão e dizer que está com o período e por isso não está em condições de fazer a marcha?

Posso dizer-te uma coisa, o problema não está no que se diz, é no que se faz. Podem dizer que as regras são iguais para todos, mas o que acontecerá é uma perpétua duplicidade de critérios.

Acho que quem está certo são os Marines, que metem as mulheres na sua própria companhia de formação, com instrutores do mesmo género e que saem de lá para unidades de apoio, nunca para unidades de Infantaria ou coisa que o valhe.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 39540
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceu: 1137 vezes
Agradeceram: 2858 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#252 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mai 28, 2011 7:58 am

1MAR L Natália Almeida

A Primeiro - Marinheiro de Abastecimentos (L) Natália Almeida foi, de um conjunto de três Militares Femininos (MiF) a primeira a ser entrevistada. Depois serão uma Sargento e uma Oficial, um leque correspondente aos três patamares das organizações militares.

RA – Usando o tratamento tradicional na Armada pergunto de onde és?

NA – Dos Açores.

RA – Dos Açores? Muito bem!

NA – De Ponta Delgada.

RA – Então és Corisca? De gema?

NA – (risos) Corisca pura.

RA – Há muitos anos que não vou lá. Viveste sempre lá?

NA – Até entrar para a Marinha, em Janeiro de 2005, com 19 anos. Depois estive cá durante o Curso.

RA – Antes disso. Claro que quem nasce nos Açores tem uma grande relação com o Mar. Mas que é que te fez vir para a Armada?

NA – Primeiro por ser uma Instituição Militar, diferente duma organização civil, com uma estrutura organizada, uma hierarquia estabelecida em postos e essa relação com o Mar.

RA - Esse apelo é assim tão forte? Com um Mar, nos Açores, tão particularmente perigoso é quase um acto de coragem.

NA – Mais essencialmente, os navios, o navegar, que era diferente dos outros ramos. Cada um tem a sua especificidade.

RA – E já navegaste muito?

NA – O único contacto que tive com um navio foi durante o estágio, quando terminei o curso. Saímos, uma tarde, para experimentar as turbinas do navio

RA - Foi muito pouco! Ainda estás a tempo. Em que ano estavas?

NA – Já tinha o 12.º mas faltava-me a Matemática.

RA – A Matemática…

NA – Fiz a Matemática, já na Marinha, e estou no 3.º ano da Faculdade.

RA – Na Faculdade de…

NA - … de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em Sociologia.

RA – Caso para perguntar, porque não concorreste à Escola Naval. Mais um bocadinho e…

NA –A Matemática é muito difícil e naquele ano a prova de ingresso não tinha corrido bem.

RA – Não chegaste, portanto, a concorrer. Já tinhas antecedentes ligados à Marinha?
NA - Não. Tinha amigos no Exército.

RA – E como foi a recruta?

NA – Foi de seis semanas na Escola de Fuzileiros, depois foi em Vila Franca, a especialização, e partes do Curso no Alfeite: o Inglês, a LA (Limitação de Avarias) e a Marinharia.

RA – Eras boa aluna em Francês? Calculo.

NA – Sim! Nos Açores tínhamos um certo toque para o Francês.

RA – Quando vieste para a Armada, puseste em equação que poderias entrar em combate?

NA – Acho que nos dias de hoje nenhum de nós pensa nisso. Só iríamos tomar consciência disso se num futuro próximo víssemos que podia acontecer.

RA – Pergunto isto porque em 1954 tivemos a ocupação de Dádrá e de Nagar-Aveli. Era uma situação
de guerra latente que em 1961 deu na Invasão de Goa. Mas na tua geração têm a noção de que isso se pode alterar?

NA – No mundo contemporâneo em que vivemos, as alterações são cada vez mais rápidas. Se num dia perdemos o Telejornal, no dia seguinte já as coisas são diferentes.

RA – E a navegar? Sem telemóvel!

NA – Ah! Isso não me preocupa. Ainda sou RC (Regime de Contrato) mas sei que se ficar no Quadro irei navegar.

RA – E és voluntária para ficares no Quadro Permanente?

NA – Acho que não… porque estou a fazer a licenciatura e logo de seguida vou fazer o mestrado e sinto que a minha área não é desenvolvida na Marinha e gostava de, no futuro, continuar a trabalhar no que estou a estudar. E também pelo facto de querer voltar para os Açores.

RA – Mas não te estás a dar bem por cá?

NA – Não é isso. Lá, temos qualidade de vida, temos tudo próximo. Só que estamos numa ilha, e sendo MiF seria mais complicado ir para Ponta Delgada. Não há alojamento para MiF’s, lá.

RA – Vieste numa altura em que ainda havia poucas mulheres em uniforme. Como foi o relacionamento
com a vida militar.

NA – Já havia algumas. Inicialmente, quando cheguei à Escola de Fuzileiros, foi um choque. Que, em certo sentido, é bom. É um rompimento, não com os nossos valores mas porque lá é tudo organizado, tudo tem regras…

RA - Foi útil? Com convicção?

NA – Sim! Sim! Acho que toda a gente devia ter.

RA – Obrigas-me a perguntar se serias a favor do SMO?

NA – Sem dúvida alguma.

RA – Surpreendes-me.

NA – Vê-se com a geração que está a vir. Cada vez mais têm menos valores, é o meu ponto de vista. Se tivessem entrado no meio militar, seriam mais organizados… é a geração do nada.


RA – Que idade tens?

NA – Vinte e quatro anos.

RA – Casávamo-nos aos 21… Podia ser teu avô! Vinda dos Açores, que ideia fazias do Continente?
NA – Já cá tinha estado. Antes já tinha estado em Toronto e em Boston…

RA – Em Boston há uma grande comunidade de Açoreanos. Ligados à Pesca?

NA – Sim. Um Tio meu vive em Providence. Tem lá um barco. Mas prefiro Toronto, talvez porque fui lá mais vezes.

RA – Já tinhas alma de marinheiro… Entre a Escola de Fuzileiros e o Departamento de Administração e Logística (a DAL, a antiga Escola de Abastecimentos!) da ETNA, nessa altura ainda em Vila Franca, houve uma grande diferença?

NA – O facto de termos licenças todos os dias já altera muito as coisas.

RA – Todos os dias!?

NA – Excepto quando nos portávamos mal. Aconteceu-me uma ou duas vezes…

RA – O que era portar-se mal?

NA – Com as MiF’s era raro. Com os rapazes era mais frequente… as limpezas. Ficávamos lá todos.

RA – Por conta dos rapazes. É engraçado… Uma propaganda americana rezava «Se eu fosse rapaz ia para a Armada». Que é que isso te diz, hoje?

NA – A Marinha para meninas… A convivência é diferente dum escritório. Lá somos colegas, aqui precisamos uns dos outros.
RA – Até que ponto é embaraçoso para uma rapariga viver no meio de tantos homens?

NA – Hoje é já diferente, é uma coisa normalíssima, banalizada. No tempo da minha Mãe que vivia numa terra próxima de Ponta Delgada, era muito diferente.

RA – Sentes, neste ambiente, alguma discriminação? Negativa, claro!

NA – A única que sinto é quando se fala das Provas de Aptidão Física (PAF’s), que as mulheres deveriam fazer as mesmas que os homens. Nós somos física e biologicamente diferentes dos homens e não conseguimos fazer o mesmo…

RA – Isso, qualquer pessoa que use a cabeça, vê!

NA – …quando chega material para o paiol, não podemos levar duas caixas, mas levamos uma de cada vez. Na minha especialidade não há assim uma grande discriminação. Eu estive numa guarnição em que era a única MiF e não me senti discriminada.


RA – Onde?

NA – Nos Açores, em terra.

RA – Fico muito satisfeito por isso. E discriminada… positivamente? É uma pergunta provocatória.

NA – Isso é mais difícil. Só se for em termos intelectuais… diz-se que as mulheres são superiores aos homens. Um raciocínio mais rápido… não sei.

RA – Certamente numa fase em que as raparigas amadurecem muito mais cedo que os rapazes. Mas recordo que uma oficial me dizia que, sobretudo os homens mais velhos, quase as protegiam… “podia ser a minha filha” pensariam. As regras de cortesia em relação às senhoras…

NA – Há quem nos veja como mulheres e quem nos olhe como um militar. Esta é uma pergunta difícil.

RA – Não me choca que exista essa deferência num contexto menos profissional. Mas há uma perfeitamente evidente…

NA – Não sei. Qual?

RA – Não sabes? Os vossos uniformes!
NA – Ah! Os nossos uniformes. De facto são iguais, com pequenas particularidades, para oficiais, sargentos e praças.

RA – E semelhantes aos dos oficiais masculinos.

NA – Os dos oficiais e sargentos são semelhantes. O das praças masculinas é completamente diferente.

RA – Sim. Gostas do teu uniforme de passeio? Sais à rua de uniforme, fora de serviço? Os homens não
se vêem na rua fardados…

NA – Gosto… É giro… mas só saí de casa fardada quando me fui apresentar na Escola.

RA – Isso não vale! Sabes se alguma vez o uniforme dos marinheiros influenciou a moda feminina?

NA – Acho que sim… aquelas camisolas às riscas azul e branco. A «Quebra-Mar» teve, duas ou três colecções atrás, uma inspirada no traje dos marinheiros. Em azul-marinho com botões com âncoras, passadeiras nos casacos… as alcaxas.

RA – No Museu de Marinha de Paris está neste momento uma exposição chamada «Les Marins Font
la Mode» (Os Marinheiros Fazem a Moda) com dezenas de manequins, desde o século XIX até à actualidade, de trajes femininos e também masculinos inspirados nos trajes dos marinheiros militares. Eu tinha um panamá tingido de azul-escuro, para não ser o branco do uniforme, que usava à civil. Tinha
provas dadas de muitas décadas no mar. Com vento era o ideal. Tenho aqui o catálogo de Paris.

NA – Que giro. Era o traje dos rapazes quando faziam a primeira comunhão.

RA – E não só! Há fotos de D. Manuel II, o nosso último Rei, ainda Infante, vestido de marujo. Fazia-se
gala nisso. No nosso Museu de Marinha podemos ver que em determinada época, em vez do corpete, se usava a camisola às riscas.

NA – Sou fã da «Quebra Mar»! Há dois Invernos havia malas a imitar os cabos, com âncoras e isso tudo. Mas não tenho roupa deste tipo… seria tudo muito igual.

RA – Luta-se muito a sério para se ser militar mas ninguém aparece fardado. Não parece absurdo?

NA – Se se sair fardado mas se se não souber comportar isso traria uma má imagem. Se saíssemos fardados e toda a gente se soubesse comportar, no meio social, com normas, isso sim, faz uma boa imagem e traria um certo orgulho.

RA – Uma segura auto-estima! Conheces o Museu de Marinha? Tem um Grupo de Amigos que lançou uma nova quotização para pessoal da Marinha. Está no Site.

NA – Conheço alguns museus em Lisboa, mas… não conheço. Ao lado do Mosteiro dos Jerónimos. Tenho que conciliar com a universidade, a vida pessoal e isso torna-se difícil.

RA – Compreende-se. Entre as actividades do Grupo, numa «Conversa Informal», falou-se da História dos Uniformes Militares e da sua intenção de elevar os militares a um estatuto de social superior que os diferenciasse também pelo comportamento... pelo culto das virtudes militares, onde se incluem as cívicas e as de cidadania. Também para se distinguirem dos outros Exércitos e das outras Armas. Como as equipas de futebol…

NA – Não sabia.

RA – À civil, somos mais um. Fardados representamos algo. A Unidade, o Serviço, a Armada e até o País. Um recepcionista recebe em nome de alguém… forma logo a primeira imagem. Sem distinguir quem chega. Graças a uma sentinela desleixada… a limpar o nariz à manga… se puseram os botões
nas mangas! No século XVIII. Os nossos Fuzileiros usavam uniformes verde bandeira mas todos com muitos botões nas mangas. Era bonito…

NA – (risos)

RA – Se à quinta-feira, por ser o dia de Joanetes, houvesse um convite ou, melhor, uma iniciativa para se andar todo o dia fardado, como reagiriam os teus camaradas, praças, eles e elas?

NA – Uns diriam que sim, outros que não. É difícil…

RA – Não te quero comprometer (risos). Antigamente era o outro extremo mas, então, os marinheiros mandavam “ajeitar” as suas fardas e marcavam Lisboa com o seu garbo. Recomeçar seria estranho mas seriam os mesmos que fazem o prestígio da Armada a darem-lhe visibilidade e a recolherem o aplauso dos cidadãos. Ou seria a “revolta”?

NA – Um bocado, isso.

RA – Talvez. E para o teu casamento irias fardada? Sei que não…

NA – O homem vai de fato e a mulher de vestido. É diferente, vamos de vestido, de véu…Se ele fosse militar, acho que gostaria que fosse fardado.

RA – Claro! É a resposta que esperava. Disseste que não contavas continuar. Mas como licenciada podias concorrer a oficial…

NA – O que me faz não pensar nessa hipótese é ficar limitada e não poder voltar para os Açores.

RA – Não sei mais que te perguntar.

NA – Também já estive desse lado. É mais difícil do que aquilo que a gente pensa. Li as entrevistas da RA de Janeiro.

RA – Eram muitas pessoas. Tive que encurtar muito e perdeu-se. Gostei muito desta nossa conversa. Muito interessante. Não sei se mais com a jovem, se com a marinheiro, se com a futura socióloga. Muito
obrigado.

Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
1TEN
:arrow: http://www.marinha.pt/PT/noticiaseagend ... _JAN11.pdf




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
P. K. Liulba

Re: Mulheres... outra vez...

#253 Mensagem por P. K. Liulba » Seg Mai 30, 2011 10:50 am

Mulheres podem adquirir uma capacidade física superior ao de homens.
Eis a prova:




http://www.fisiculturismo.com.br/newsletters/imagens/larissa_cunha_11_02.jpg

http://4.bp.blogspot.com/__vIsrzSoP5U/TOQfj9EryII/AAAAAAAAAu0/rsVBD7v5mA0/s1600/fisiculturismo8.jpg

http://www.fisiculturismo.com.br/newsletters/imagens/larissa_reis_03.jpg

http://3.bp.blogspot.com/-DlM9bQWlUB8/TaHgq9D9-jI/AAAAAAAAAaU/64Xeg3PV6jc/s1600/la1.jpg

http://2.bp.blogspot.com/-FvFHb_AZwLw/TV0aB9aTQEI/AAAAAAAACoA/tgYh75M-ElM/s1600/Larissa_Reis_Female_Muscle_Morphs_By_AreaOrion.jpg




Avatar do usuário
Glauber Prestes
Moderador
Moderador
Mensagens: 8405
Registrado em: Sex Abr 06, 2007 11:30 am
Agradeceu: 413 vezes
Agradeceram: 259 vezes

Re: Mulheres... outra vez...

#254 Mensagem por Glauber Prestes » Seg Mai 30, 2011 12:00 pm

Se o seu padrão de superioridade é esse, então...
Imagem


Primeiro que ser grande não é sinônimo puro de capacidade física. A grande maioria consegue levantar grandes cargas, mas por pequenos espaços de tempo, por explosão. A capacidade física mais procurada por um exército não é a explosão, e sim a resistência.
Segundo, elas tiveram um treino específico para ficarem assim. Ao colocar um homem para fazer o mesmo treino específico, eles também crescem, e via de regra, ficam maiores que as mulheres. Não estou dizendo que uma mulher X não pode ser superior a um homem Y, mas normalmente, um homem bem preparado tem um preparo físico e rendimento superior ao de uma mulher bem preparada. O físico externo não quer dizer nada além do fato de que a pessoa vai a uma academia.




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
P. K. Liulba

Re: Mulheres... outra vez...

#255 Mensagem por P. K. Liulba » Seg Mai 30, 2011 12:44 pm

glauberprestes escreveu:Se o seu padrão de superioridade é esse, então...
http://patrickhermann.com/thequibbler/wp-content/uploads/2010/05/vigorexia.jpg


Primeiro que ser grande não é sinônimo puro de capacidade física. A grande maioria consegue levantar grandes cargas, mas por pequenos espaços de tempo, por explosão. A capacidade física mais procurada por um exército não é a explosão, e sim a resistência.
Segundo, elas tiveram um treino específico para ficarem assim. Ao colocar um homem para fazer o mesmo treino específico, eles também crescem, e via de regra, ficam maiores que as mulheres. Não estou dizendo que uma mulher X não pode ser superior a um homem Y, mas normalmente, um homem bem preparado tem um preparo físico e rendimento superior ao de uma mulher bem preparada. O físico externo não quer dizer nada além do fato de que a pessoa vai a uma academia.
Sr. Glauber;

Coloquei acima imagens de mulheres com físico de extremo preparo, para demonstrar que as mulheres são capazes de atingir padrões elevados de força. No quesito resistência, creio, que mulheres atletas demonstram que estas são capazes de exibir resistência física acima do que as forças armadas exigem.

Dá-se, portanto, que o problema relatado nas forças armadas americanas e outras, deve-se antes, ao processo de seleção, que para as mulheres é rebaixado. Um problema, pois, as exigências nos teatros operativos são as mesmas, para ambos os sexos.

Um exemplo clássico são os nossos concursos públicos, onde há uma exigência menor para as mulheres. Já vi edital onde se especificava 6 barras fixas para homens, e apenas a execução de 1 barra fixa, para mulheres.
:wink:




Responder