sapao escreveu:Não segundo o Cel Ozires Silva, em palestra na AFA no ano de 1997.
Engraçado, ele mesmo me contou da participação da Northrop. O fato me foi confirmado por engenheiros brasileiros e da Aermacchi que participaram do programa, todos unânimes ao criticar a participação da Aeritalia no projeto que, aliás, nasceu a partir de uma colaboração proposta pela SAAB, que tinha um ponto de míssil ar-ar na ponta da asa.
Então cada um fica com a sua versão.
Na que ouvi dele o pedido foi feito por gente da propria força e ele foi extremamente relutante pois iria influenciar em muito na performance do avião e taticamente teria pouco resultado, como de fato aconteceu.
Foi enquadrado e cumpriu a ordem.
sapao escreveu:Opinião que a EMBRAER oficialmente discorda, mas cada um tem a sua.
Entre o oficial e o não oficial há uma enorme distância. Muita gente da Embraer, em off, afirma que o AMX foi uma teimosia da FAB que quase levou a empresa à falência.
Novamente, cada uma fica com a sua versão.
Como não tenho fontes para me contarem o que acontece em off vou ter que acreditar no que a empresa diz oficialmente.
sapao escreveu:O projeto do canhão ficou ruim porque não nos foi permitido utilizar a familia VULCAN, diferente da Italia.
Poderíamos ter usado o Colt 20mm que não tinha nenhuma restrição nem afetava o radar com vibrações...
Sinceramente, a gente pede um modelo de canhão e toma um NÃO seguido de um "se você quiser tem esse modelo aqui, mas só porque a gente é amigo..."
Seria essa mesmo a melhor opção?
Era um mundo marcado pela Guerra Fria. É só ver a quantidaqde de países que, até hoje, voa com F-5E, Kfir e Mirage para ver qual seria nosso mercado. Por outro lado, o F-20, voltado para defesa aérea e limitado como arma ofensiva, era mais aceitável para a China que o F-16A. As restrições também se aplicaram ao A-1, ou não?
Com certeza se aplicaram, mas a ideia era uma aeronave subsonica para ataque que pudesse servir de experiencia para a construção de um futuro caça nacional.
O F-20 poderia ser um bom negocio, mas não para o objetivo que se propunha que era capacitar nossos engenheiros a projetar uma aeronave e não somente monta-la.
sapao escreveu:Valia mais a pena PARTICIPAR de um projeto ou MONTAR uma linha de montagem de um projeto já pronto aqui?
A exemplo do Gripen NG, o projeto já estava pronto quando entramos. A única capacidade de desenvolvimento que ganhamos foi a de integração.
E você acha que integração é pouca coisa para quem não tinha nada?
Integrar é o primeiro passo para a independencia, basta olhar o exemplo de Israel.
E o projeto do NG já está pronto?
Achei que não passava de um material feito em photoshop.
Pepê Rezende escreveu:Eu teria preferido a linha de F-20, que nos foi oferecida por menos de 1/3 do valor pago pela linha de A-1. Vc estaria certo se não tivéssemos alternativas. Tínhamos.
sapao escreveu:Tinhamos sob que condições?
O AH-1 era uma otima alternativa ao MI-35, com o preço de um SABRE comprariamos mais de 20 COBRAS.
Era essa a melhor opção?
Estou falando de aviões novos, não de sucatas quase imprestáveis. Em média, gastamos US$ 800 mil para adquirir cada F-5E ex-Agressors e US$ 3 milhões para colocá-los operacionais. Vc, para reforçar seus argumentos, usa exemplos desiguais.
Não, vc é que entendeu tudo sob a otica do valor e da idade do material.
Estou falando das condições para operar o equipamento e seus armamentos, previstas em contrato.
Iamos poder vender para quem quisessemos?
Iamos poder fazer o upgrade da maneira que quisessemos?
Iamos poder integrar o armamento e avionicos que quisessemos?
Existem muitas maneiras de se embargar a operação do equipamento, será que a montagem da linha de produção aqui ia nos livrar dessa tutela, ou pelo contrario, apertaria ainda mais a coleira?
sapao escreveu:Negamos ou escolhemos mal?
O ultimo foi o AMX, depois uma decada morta e agora estamos tentando de novo.
Sim, porque custou quase cinco vezes mais que o previsto...
Valia mais a pena comprar via FMS ou montar uma linha de produção aqui então?
Pepê Rezende escreveu:Foi-nos oferecido parceria num projeto de 5ª geração, mas a COPAC achou que era sonho e que o NG era algo mais concreto. Como vemos, ela tinha razão. O Su-35S entrou em série e o protótipo do PAK-FA está voando.
sapao escreveu:Obvio, a COPAC.
Bom, cada um escolhe a sua propria Nemesis!
E assim voltamos ao ponto de sempre: a COPAC manda na FAB, que manda no MD que manda no GF ou seria o inverso?
Ao meu ver, Alto Comando e MinDef interferiram tarde demais no processo. Para começar, o edital previa "aviões existentes" e o NG está muito longe disso. O RFP deveria ser direcionado para o Gripen C/D, por isso os quatro-estrelas duplicaram a nota de risco. Por sua vez, a Defesa exigiu que se cumprissem os termos da END. Ambas foram correções de curso corretas, mas tardias.
A responsabilidade é de quem então?
Pepê Rezende escreveu:A sapata funciona para AIM-9L e todos os mísseis ocidentais de aerodinâmica semelhante (o Python 3 não é compatível por isso).
sapao escreveu:Mas não estou falando de compatibilidade. O que eu preciso para projetar algo que vai ser utilizado em determinado suporte?
A Mectron conhecia as especificações e não soube cumpri-las...
Conhecia as especificações passadas pelo fabricante, ou pelos menos o que se pode levantar.
No A-1 não houve nenhuma implicação quanto a isso, simplesmente porque o projeto dele foi feita na EMBRAER.
Pepê Rezende escreveu:O A-1 e o Piranha têm algo em comum: são dois projetos que nasceram defasados e anacrônicos. O mau gerenciamento é outro ponto em comum. Numa época onde os aviões de ataque eram altamente blindados ou supersônicos, partimos para uma atualização do conceito operacional do Gina. Quanto à Mectron, ela nasceu sabendo que ganharia o projeto do piranha e do MSS-1...
sapao escreveu:Nasceu sabendo isso?
Mas eles começaram fazendo fralda e semaforo!
O fato de existirem engenheiros na MECTRON que trabalharam no projeto do PIRANHA aqui e no Iraque é uma coisa, mas dizer que ela foi criada para asumir o projeto e ficar recebendo mesada do GF é outra completamente diferente.
Claro que sabiam que o projeto cairia no colo deles... Na época era um segredo de polichinelo. Quanto à história da Mectron, é muito diferente fabricar fraldas e sistemas de controle de automação para manufaturar fraldas.
Esse "claro que sabiam" é uma dedução ou uma afirmação?
E um sistema de controle de automação para fabricar fraldas serve, pelo menos eu acho, para fabricar fraldas!!!
Ou então meu raciocinio está todo errado e eu deveria ser bem mais especifico na minha afirmação.
Do site da empresa:
A Mectron foi fundada em 14 de fevereiro de 1991, tendo nascido em um momento em que o país, e em especial a cidade de São José dos Campos, passava por uma profunda crise. A empresa nasceu da associação de engenheiros oriundos das empresas e instituições de tecnologia do segmento aeroespacial de São José dos Campos.
Apesar da situação de profunda recessão, a empresa procurou, desde o seu início, oportunidades nas áreas em que o conhecimento de seus especialistas,pudesse ser útil.
Logo após a sua fundação a Mectron foi contratada pela DACM (atual DSAM), órgão da Marinha Brasileira então responsável pela escolha dos fornecedores para o programa de modernização das fragatas classe Niterói visando capacitá-las para a defesa anti-aérea contra ataques de mísseis voando a baixa altitude.
Na época a Marinha tinha ofertas de três consórcios internacionais para a realização do trabalho, tendo sido sub-contratada à Mectron uma análise técnica de cada proposta, no sentido de determinar qual se adequaria melhor aos requisitos da Marinha Brasileira. Para a realização deste trabalho foi desenvolvido um software capaz de representar com realismo cenários de combate e toda a seqüência de eventos envolvidos, desde a detecção dos alvos, a designação das armas, o acionamento das contra medidas, o lançamento de mísseis de defesa e o disparo dos canhões, até a neutralização da ameaça ou seu eventual impacto na fragata.
Paralelamente a empresa se esforçou na busca de outros clientes, com ênfase nas áreas de automação industrial e controle de tráfego veicular, nas quais prestou serviços a empresas como Jonhson & Jonhson e General Motors, além de desenvolver um controlador eletrônico de semáforos de baixo custo, posteriormente vendido a diversas cidades do estado de São Paulo, como Jacareí, Valinhos e São José dos Campos.
Muito diferente da simplificação proposta por vossa senhoria...
Pode dispensar a formalidade e me chamar de você.
Realmente se formos levar a versão oficial realmente ela começou com um objetivo diferente do que EU e VOCÊ falamos, pois nem de longe é citado o MAA-1 como o motivo da criação da empresa.
Disse que começaram fazendo fraldas porque o Engenheiro Carlos Alberto sempre começa suas palestras assim, mas vamos considerar isso como uma informação em off e cada uma fica com a sua versão.
sapao escreveu:Sobre o A-1, ele é defasado em relação a quem na AL que chegou na mesma epoca?
Isso é dizer que o E-145 é defasado em relação ao 767 ou o A320.
Mirage 2000C, Mirage F-1C, Kfirs e F-16A...
Excelentes vetores, mas que trouxeram quais ganhos para os paises que os compraram?
Hoje uma empresa brasileira está fazendo o upgrade de uma aeronave que ela mesmo fabricou e que tem todos os gabaritos, da ponta do radome até o topo do leme.
Desses exemplos que você citou alguem pode fazer algo sequer perto disso?
Pepê Rezende escreveu:Mostre-me um projeto próprio bem sucedido e em operação que mudo minha frase...
sapao escreveu:Quem sou eu para querer convencer os outros, so expressei minha opinião baseado na propria imprensa: MAR, MAN, SCIPIO e MSS.
O Scipio e o MSS1 são projetos italianos da década de 1980 que levamos 30 anos para nacionalizar. O MAR e o MAN não estão operacionais... Ou seja, são protótipos.
São projetos tão antigos quanto a centrifuga da MB, e da mesma maneira eles foram evoluindo na medida do possivel. O produto final NÃO vai ser o mesmo daquele que estava previsto no orginial.
E os prototipos sãoprototipos assim como o J-20 e o T-50. Direto da prancheta para o esquadrão operacional só em guerra.