Nada a se admirar, já coloquei isso aqui antes.alcluiz escreveu:Sem ajuda do governo, Positivo fecha primeiro trimestre com prejuízo de R$30 milhões
Apesar de continuar com o posto de maior fabricante de computadores do Brasil e uma das líderes do mercado nacional, o primeiro trimestre de 2011 da Positivo Informática não será muito comemorado. O prejuízo líquido da empresa foi de R$30,3 milhões. No mesmo período do ano passado, a empresa teve lucro de R$36,9 milhões. O que aconteceu?
A explicação é simples: com o momento de mudança de governo, a compra por parte do Estado diminui drasticamente — ou menos 38,2% em comparação entre 2010 e 2011. E quando o governo não compra e a Positivo depende exclusivamente do varejo e das pequenas e médias empresas, o cenário não é nada bom: a venda de desktops, por exemplo, caiu 30,4% em um ano. No total, a venda para canais (varejo, governo e corporativo) caiu 21,1%.
Em outras palavras, enquanto o governo não voltar a comprar, a Positivo perde espaço para HP e Dell, que vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado nacional. Ainda sobre o balanço, a empresa não cita em nenhum momento o fluxo de vendas de seu e-reader, o Positivo, que pode estar embolado na parte de “Outros” — que também teve queda de 26,8% em um ano.
Fonte
http://www.gizmodo.com.br/conteudo/sem- ... 0-milhoes/
Com acesso apenas ao mercado nacional empresas como a Positivo não tem a mínima chance de disputar contra gigantes como a Dell ou a HP, que vendem no mundo volumes centenas de vezes maiores e tem cadeias de co-desenvolvedores e fornecedores totalmente dedicadas. E em todos os setores industriais será assim, enquanto o Brasil não tiver um ambiente econômico que permita que as empresas nacionais possam disputar de igual para igual no mercado mundial (ou pelo menos sem desvantagens exageradas) nossas empresas serão apenas sardinhas em uma poça d'água cercada por um mar infestado de tubarões, se tentarem sair serão devoradas e se algum tubarão entrar livremente o estrago será total.
Ações de proteção do governo podem ser positivas quando o cenário de competitividade já estiver resolvido e as empresas nacionais precisarem de um primeiro empurrão para poderem entrar no mercado mundial e começarem a brigar com as grandes. Aí a garantia de pelo menos um pequeno mercado cativo protegido dos "tubarões" pode ser muito importante para permitir que os empresários tenham pelo menos alguma expectativa de que seus investimentos em inovação não resultem em prejuízo total. Mas proteger indústrias locais com um ambiente econômico completamente defasado dos parâmetros de competitividade global só irá criar estes cartéis regionais que venderão produtos defasados e muito caros, e só servirão para colocar mais alguns brasileiros nas listas de bilionários mundiais com o nosso dinheiro (isso se os donos forem brasileiros, senão nem isso), enquanto prejudicam mais do que ajudam o país sob a alegação de criar alguns empregos para apertadores de parafusos semi-alfabetizados.
Já vimos este filme antes, e ele não tem um final feliz.
Leandro G. Card