Havia uma mão cheia de negros na minha incorporação, tirando um que foi eliminado por causa do teste do copo (drogas), o resto continuou e todos conseguiram chegar a prontos. A relação entre eles e os negros era interessante, pessoalmente eu acho que ao português falta força de vontade para realmente odiar uma outra pessoa. Pode desprezar, ter medo, agora odiar...acho que são poucos os casos em que isso acontece. Eles eram capazes de estarem muito bem a falar com um bumbo do seu pelotão e passado 5 minutos mandar um outro bumbo de um outro pelotão para o "alho". Ou seja, é bumbo (preto), mas é do meu pelotão por isso não é tão mau como os outros...irlan escreveu:Como era a relação desses skins com o resto da tropa cabeça?, principalmente os negros....
Fazia-me muito mais impressão os bumbos juntarem-se todos na messe (mesmo sendo de pelotões diferentes), do que os skins. Esses pelo menos mantiam-se onde deviam (no seio dos seus respectivos pelotões). Eu cheguei a mandar vir com o bumbo do meu pelotão porque por 2 vezes ele afastou-se do pessoal do nosso pelotão para ir comer com os outros bumbos. No final fiz-lhe ver que ou era do 3º Pel, ou era do pelotão bumbo, nos dois não podia estar. Ele lá percebeu a mensagem e não voltou a fazer a gracinha.
Em Portugal o pessoal não se mistura, é Pára-quedistas para um lado, arremachos para o outro. Pessoal de um Batalhão para um lado, pessoal de um outro batalhão para o outro. O mesmo acontece, nas companhias, pelotões, etc. Somos muito cientes do nosso espaço e damos poucas hipoteses de que algo diferente aconteça. Para verem como a coisa funciona, no meu curso de Pára-quedismo recebemos uns 20 alunos externos (pessoal do arremacho que queria fazer o curso para pertencer à brigada e outros só queriam ter o brevet). Desses alunos havia um Fuzileiro. Ele era o único que realmente era bem aceite por nós, o resto...era o resto.
Manuel, em Espanha também é assim?