O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
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- joao fernando
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O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Pessoal, sou fã de duas aves, simples mas que me cativam: o H1-H e o Bandeco
Nunca voei de bandeco...alias, nunca voei...
Já vcs, que tem historias, fotos e que já pilotaram o Bandeco, podem passar pra gente como é o bicho???
Nunca voei de bandeco...alias, nunca voei...
Já vcs, que tem historias, fotos e que já pilotaram o Bandeco, podem passar pra gente como é o bicho???
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
- Brigadeiro
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Ah, o Bandeirante... Sou fã de carteirinha do Bandeco! Na verdade, meu pai já voou de passageiro e sua experiência serviu de base para minha escolha profissional (apesar de infelizmente eu ainda nunca ter voado-o).
joao fernando, eu recomendo ler "A Decolagem de um Sonho A história da Criação da EMBRAER" do Ozires Silva. Conta toda a tragetória da EMBRAER partindo da criação do Bandeirante. É uma história muito bonita de se ler.
Um forte abraço!
joao fernando, eu recomendo ler "A Decolagem de um Sonho A história da Criação da EMBRAER" do Ozires Silva. Conta toda a tragetória da EMBRAER partindo da criação do Bandeirante. É uma história muito bonita de se ler.
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Thiago
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"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
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- Pablo Maica
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
De UH-1H eu voei varias horas! Grande nave!
Um abraço e t+
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Acho que sou um dos poucos privilegiados aqui que voou no protótipo do Bandeirante em 1970.
Além de Bandeirantes militares, voei em vários civis, das companhias aéreas VASP, TAM(Naquela época chamava-se Taxi Aéreo Marilia) e Rio Sul.
Fui passageiro também de dois voos com pane (uma da TAM e outro da Rio Sul) sendo que o da TAM que fazia a rota SP/Marilia o avião teve uma pane eletrica, apagando todas as luzes em plena decolagem noturna em Congonhas. O piloto conseguiu abortar a decolagem com muito esforço e o avião foi rebocado para o hangar. Os passageiros assustados correram para tomar um gole de bebida alcoolica no bar do aeroporto enquanto esperavam a troca da aeronave. Qual não foi a nossa surpresa quando ao embarcarmos uma hora depois o avião era o mesmo!
Para quem estava acostumado a voar em aviões comerciais de maior porte, era muito desconfortável voar no Bandeirantes, pois além de não ser pressurizado a configuração dos assentos era péssima. Por exemplo da Rio Sul era 3 passageiros em cada fileira, sendo dois num só assento inteiriço( como bancos de onibus urbano) e outro individual. O banheiro então era hilário, se algum passageiro tivesse necessidade de utilizar o banheiro(uma necessidade INADIÁVEL) , tinha que ir para a parte posterior do avião, pedir licença para que o passageiro sentado no ultimo assento saia.Levantando a almofada deste assento, ela se transformava num vaso sanitário. Para que o usuário tivesse mais privacidade, havia uma cortina opaca semelhante de um box de chuveiro que estava amarrado numa das paredes!
Por não ser pressurizado voava em baixa altitude, quase sempre coincidindo no nivel em que o ar quente da atmosfera se encontrava com o ar frio, provocando turbulencias durante boa parte do voo.
O legal era que não havia divisória separando os pilotos do passageiro, ouvindo tudo que o piloto falava pelo rádio. Como "serviço de bordo" havia uma garrafa termica com café adoçado(aargh).
Quando acabou a subvenção do governo para linhas de terceiro nivel (assim eram chamados antes de serem denominados como voos regionais- eram derivados do termo inglês Third Level) as companhias não suportaram o deficit destas rotas e os Bandeirantes foram substituidos.
Abraços
Hélio
Além de Bandeirantes militares, voei em vários civis, das companhias aéreas VASP, TAM(Naquela época chamava-se Taxi Aéreo Marilia) e Rio Sul.
Fui passageiro também de dois voos com pane (uma da TAM e outro da Rio Sul) sendo que o da TAM que fazia a rota SP/Marilia o avião teve uma pane eletrica, apagando todas as luzes em plena decolagem noturna em Congonhas. O piloto conseguiu abortar a decolagem com muito esforço e o avião foi rebocado para o hangar. Os passageiros assustados correram para tomar um gole de bebida alcoolica no bar do aeroporto enquanto esperavam a troca da aeronave. Qual não foi a nossa surpresa quando ao embarcarmos uma hora depois o avião era o mesmo!
Para quem estava acostumado a voar em aviões comerciais de maior porte, era muito desconfortável voar no Bandeirantes, pois além de não ser pressurizado a configuração dos assentos era péssima. Por exemplo da Rio Sul era 3 passageiros em cada fileira, sendo dois num só assento inteiriço( como bancos de onibus urbano) e outro individual. O banheiro então era hilário, se algum passageiro tivesse necessidade de utilizar o banheiro(uma necessidade INADIÁVEL) , tinha que ir para a parte posterior do avião, pedir licença para que o passageiro sentado no ultimo assento saia.Levantando a almofada deste assento, ela se transformava num vaso sanitário. Para que o usuário tivesse mais privacidade, havia uma cortina opaca semelhante de um box de chuveiro que estava amarrado numa das paredes!
Por não ser pressurizado voava em baixa altitude, quase sempre coincidindo no nivel em que o ar quente da atmosfera se encontrava com o ar frio, provocando turbulencias durante boa parte do voo.
O legal era que não havia divisória separando os pilotos do passageiro, ouvindo tudo que o piloto falava pelo rádio. Como "serviço de bordo" havia uma garrafa termica com café adoçado(aargh).
Quando acabou a subvenção do governo para linhas de terceiro nivel (assim eram chamados antes de serem denominados como voos regionais- eram derivados do termo inglês Third Level) as companhias não suportaram o deficit destas rotas e os Bandeirantes foram substituidos.
Abraços
Hélio
- malmeida
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Já voei muito no Bandeco. Os voos do Rio a Porto Velho nos idos de 1985 levavam mais de 10h. Paradas em Campo Grande, BSB, Manaus e só então PV. Meu último voo no C-95 foi em 1997, no mesmo ano em que meu véio pai foi pra reserva. Fui à Noronha e voltei no mesmo dia. Depois disso, acabou a mamata. Os melhores voos da minha vida foram nos Bandeirantes da FAB.joao fernando escreveu:Pessoal, sou fã de duas aves, simples mas que me cativam: o H1-H e o Bandeco
Nunca voei de bandeco...alias, nunca voei...
Já vcs, que tem historias, fotos e que já pilotaram o Bandeco, podem passar pra gente como é o bicho???
MAlmeida
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- joao fernando
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Brigadeiro, tenho esse livro, e releio todos os meses, a uns 6 anos, ou maisBrigadeiro escreveu:Ah, o Bandeirante... Sou fã de carteirinha do Bandeco! Na verdade, meu pai já voou de passageiro e sua experiência serviu de base para minha escolha profissional (apesar de infelizmente eu ainda nunca ter voado-o).
joao fernando, eu recomendo ler "A Decolagem de um Sonho A história da Criação da EMBRAER" do Ozires Silva. Conta toda a tragetória da EMBRAER partindo da criação do Bandeirante. É uma história muito bonita de se ler.
Um forte abraço!
Praticamente, já o decorei...Quando o prototipo numero 2 foi colocado no MAB, consegui entrar dentro do mesmo, e sentar lá no posto do comandante. Uma coisa emocionante, vc ver ali, ao vivo, o marco inicial da Embraer
Saber que naquele banco, passaram todos os figurões que admiro...não tem preço. Ainda não consegui cruzar com o Ozires por SJC, mas um dia, vou o parabenizar pela paciencia, de ter criado, do zero, e com a ajuda do Max Holste, o EMB-110 Bandeirante
Ps - Pra quem não confia na francesada, se não fosse eles, nunca teriamos a Embraer, justiça seja feita. E indo mais, eles foram e são, usuarios de aviões da Embraer, sendo os maiores operadores do Xingu (um avião injustiçado, no meu ponto de vista) e do Tucano, feita sob especificações deles, com avionica francesa)
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
- joao fernando
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Helio, excelente complemento. O que eu desejo, são as experiencia da epoca, as dificuldades do projeto e do inicio, sempre relutante
Nos conte mais passagens dos prototipos, e das panes
Já o povo da ativa, que voa o Bandeco, pode aparecer e contar como é usar esse burro de carga alado? Sua atualização, com painel digital?
Pirei quando descobriram que a fuselagem dele é eterna, e que ainda vai voar até 2040, com painel digital
Nos conte mais passagens dos prototipos, e das panes
Já o povo da ativa, que voa o Bandeco, pode aparecer e contar como é usar esse burro de carga alado? Sua atualização, com painel digital?
Pirei quando descobriram que a fuselagem dele é eterna, e que ainda vai voar até 2040, com painel digital
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
João Fernando
O meu voo com o protótipo do Bandeirante aconteceu quando visitava numa manhã o aeroporto de Congonhas em 1970, para ver o avião demonstrador do Aermacchi MB326 prateado, com nariz em dayglo e estrelas da FAB. Junto com o Aermacchi que fez várias evoluções no ar (imagine interditar o aeroporto de Congonhas para uma festa nos dias de hoje, seria humanamente impossivel) havia também o protótipo do Bandeirante, que fazia voos de curta duração para demonstração a autoridades. Como era reporter juvenil de um jornal da escola aonde estudava, e através de uma "carteirada" me permitiram um vôo. Sentei no primeiro assento individual(lado esquerdo) junto a helice ( o prototipo tinha configuração de passageiros). Tirei muitas fotos aereas e no chão com minha velha Olimpus Pen Trip que tirava fotos utilizando meio quadro( quem é mais velho sabe o que estou me referindo).
Já quanto ao outro pane, é uma historia mais inusitada ainda:
Em 1979 estava em Ijui-RS numa semana de trabalho na região e louco pra voltar pra casa. Tinha um voo da Rio Sul que fazia a rota Ijuí/Porto Alegre numa frequencia de 2 voos por semana. O aeroporto de Ijui( aeropasto seria o termo mais correto) era pequeno, com pista gramada, e a torre de controle e sede era apenas um casebre de menos de 40m2 com um operador de rádio apenas. Os passageiros estavam já no aeroporto com meia hora de antecedencia, esperando no gramado a chegada do avião, para logo embarcar e voar para POA. O operador de rádio conversava com o piloto do avião monitorando a aproximação, quando o trem de aterrissagem dianteiro do Bandeirante não abriu. Ele deu um rasante com o trem dianteiro recolhido, mas na terceira passagem ele conseguiu descer o trem de pouso e aterrissou normalmente. O aeroporto não possuia qualquer infra-estrutura, tudo que tinha para o Bandeirante era um gerador de partida e uma escada, e o piloto ao descer do avião disse para todos os passageiros que devido ao pane, o avião ficaria no chão aguardando uma equipe que viria reparar.
Todos os passageiros inclusive eu começamos a protestar, querendo embarcar de qualquer jeito pois somente haveria outro voo 3 dias depois. Tinha um gaucho típico de guaiaca e botas, que gritava para os pilotos, e na marra decolamos rumo a POA. Ao decolar o trem funcionou direitinho, e começamos a gozar do piloto em voz alta( o Bandeirante não possuia divisoria entre a tripulação e os passageiros). Ele ficou calado mas durante o voo de aproximadamente 1 hora , vimos pela janela uma nuvem negra enorme de chuva. O piloto ao invés de desviar da nuvem ,enfiou o avião direto na nuvem. O avião chacoalhou inteiro, os passageiros se segurando para não borrar as calças(inclusive eu) e o piloto só ria! Chegamos em POA zonzos, com vontade de beijar o chão como o Papa faz !!!!
Um abraço
Hélio
O meu voo com o protótipo do Bandeirante aconteceu quando visitava numa manhã o aeroporto de Congonhas em 1970, para ver o avião demonstrador do Aermacchi MB326 prateado, com nariz em dayglo e estrelas da FAB. Junto com o Aermacchi que fez várias evoluções no ar (imagine interditar o aeroporto de Congonhas para uma festa nos dias de hoje, seria humanamente impossivel) havia também o protótipo do Bandeirante, que fazia voos de curta duração para demonstração a autoridades. Como era reporter juvenil de um jornal da escola aonde estudava, e através de uma "carteirada" me permitiram um vôo. Sentei no primeiro assento individual(lado esquerdo) junto a helice ( o prototipo tinha configuração de passageiros). Tirei muitas fotos aereas e no chão com minha velha Olimpus Pen Trip que tirava fotos utilizando meio quadro( quem é mais velho sabe o que estou me referindo).
Já quanto ao outro pane, é uma historia mais inusitada ainda:
Em 1979 estava em Ijui-RS numa semana de trabalho na região e louco pra voltar pra casa. Tinha um voo da Rio Sul que fazia a rota Ijuí/Porto Alegre numa frequencia de 2 voos por semana. O aeroporto de Ijui( aeropasto seria o termo mais correto) era pequeno, com pista gramada, e a torre de controle e sede era apenas um casebre de menos de 40m2 com um operador de rádio apenas. Os passageiros estavam já no aeroporto com meia hora de antecedencia, esperando no gramado a chegada do avião, para logo embarcar e voar para POA. O operador de rádio conversava com o piloto do avião monitorando a aproximação, quando o trem de aterrissagem dianteiro do Bandeirante não abriu. Ele deu um rasante com o trem dianteiro recolhido, mas na terceira passagem ele conseguiu descer o trem de pouso e aterrissou normalmente. O aeroporto não possuia qualquer infra-estrutura, tudo que tinha para o Bandeirante era um gerador de partida e uma escada, e o piloto ao descer do avião disse para todos os passageiros que devido ao pane, o avião ficaria no chão aguardando uma equipe que viria reparar.
Todos os passageiros inclusive eu começamos a protestar, querendo embarcar de qualquer jeito pois somente haveria outro voo 3 dias depois. Tinha um gaucho típico de guaiaca e botas, que gritava para os pilotos, e na marra decolamos rumo a POA. Ao decolar o trem funcionou direitinho, e começamos a gozar do piloto em voz alta( o Bandeirante não possuia divisoria entre a tripulação e os passageiros). Ele ficou calado mas durante o voo de aproximadamente 1 hora , vimos pela janela uma nuvem negra enorme de chuva. O piloto ao invés de desviar da nuvem ,enfiou o avião direto na nuvem. O avião chacoalhou inteiro, os passageiros se segurando para não borrar as calças(inclusive eu) e o piloto só ria! Chegamos em POA zonzos, com vontade de beijar o chão como o Papa faz !!!!
Um abraço
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Kakaka boa! As fotos do prototipo, ainda as tem???
E os colegas da ativa vão aparecer ou não???
E os colegas da ativa vão aparecer ou não???
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Puerra, é rir pra não chorar, muito bom este tópico para descontrair com os "contos" ...
att, binfa
DOE VIDA, DOE MEDULA!
REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Eu passei por algo parecido a bordo de um Seneca, o bixo parecia carrinho de montanha russa, para todos lado só se avistava o brilho dos relampagos e os pingos corridos nas janelas) secamos 02 litros de wisky na viagem (durou umas três horas), para cada solavanco era um gole, não sei se é por causa da altitude ninguém ficou "alegre", mas na hora que desceu, só via neguinho "esssse pilotu éééé o caaaara", "hurrru tamu tudu viiiivoooo...".
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Tenho sim, se vc quiser posso enviar pelo seu e-mail privado.joao fernando escreveu:Kakaka boa! As fotos do prototipo, ainda as tem???
E os colegas da ativa vão aparecer ou não???
Abraços
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
A minha primeira experiência com o Bandeco foi voar um dos "Cadeirinhas" da FAB
Eu juro que achei que em determinada altura do campeonato os parafusos que prendiam aquele "kit" (porque era um kit e não assentos mesmo) de cadeiras do Bandeco iam soltar e íamos pular uns em cima dos outros... honestamente você se sentia como um verdadeiro Bandeirante do Sec XVI desbravando o Brasil...
É um avião macho demais... !!!
Daí alguns anos depois já morando na Irlanda peguei um vôo da "Air Fungus" era a 'Air Lingus' aonde na época todo avião fedia a mofo e por isso o "apelido". Voamos em um Bandeco que provavelmente era Leasing para o Oeste da Irlanda a partir de Dublin.
Vôo de 1h "e vento"... e para quem não conhece a Irlanda é conhecida como o País aonde o vento "faz curva"... pois não importa em que direção você ande o vento sempre vai estar soprando contra você e daí o fator vento contribuindo para determinar quantos minutos de atraso o seu vôo vai chegar.
Pois bem... entrei no avião e notei que todos os letreiros estavam em Inglês e Português... aí pensei... putz... esse era rodado... Durante o vôo tudo chacoalhava e juro que o avião as vezes ia "de lado"... e eu e os demais passageiros iam... "- woooow"... daí em algum momento o piloto fez o favor de nos informar que ele fazia essa rota todos os dias e até hoje não tinha caído nenhuma vez e só tinha que fazer o "Cheap approach" de tempos em tempos.
Eu me perguntando... que diabo é o tal do 'cheap approach' (aproximação "barata")... enfim... ao chegar próximo do "aeroporto" eu olhando e nada de "aeroporto"...
Só gramado e ovelhas para tudo que é lado... eu olhando para a cabine do piloto e nada também.
Bom... daí o Comunicado:
- Atenção pessoal, infelizmente vamos ter que conduzir um "cheap approach" para podermos aterrisar no nosso destino, então não se assustem pois esse é um procedimento normal nessa região.
Nesse momento eu me toquei que na verdade ele estava querendo dizer "sheep approach" (Aproximação pelas "ovelhas") - Ambas as palavras soam extremamente parecidas em Inglês e para Brasileiro então é um inferno saber a diferença.
Daí ele aponta o Bandeco na Direção das ovelhas e basicamente dá um rasante colocando elas para correr... Eu me senti naqueles filmes da 2 GM com aeronaves dando rasante e o planeta terra ficando mais e mais próximo... mas... milagre milagre... a coisa funcionava, daí a pista "abriu" e aterrisamos.
Depois do pouso fomos conversar com ele (a tripulação também pegava as malas "a la ônibus de rodoviaria") e o piloto disse que aquilo não tinha problema porque as ovelhas já estavam acostumadas e sempre saiam do caminho.
Segundo o piloto era perigoso colocar uma "cerca" porque na Irlanda as cercas são todas de pedra (porque senão o vento leva) e isso reduziria a "área" de pouso da aeronave!! Sendo assim era mais fácil fazer o "sheep approach".
No meu retorno tivemos que ajudar a espantar as ovelhas da pista (gramado) para o Bandeco decolar...
Quando ele soube que eu era brasileiro ele ficou todo feliz e tirou uma foto minha em frente ao Bandeco para colocar no hall da fama daquele avião que era basicamente um album com vôos históricos, que iam desde o Presidente da Irlanda voando naquela aeronave até um vôo que foi utilizado para transportar ovelhas, transporte de prisioneiros com os caras algemados e sorrindo em frente ao avião, e por aí vai até o "First Brazilian" que era eu.
No fim ele disse que se um dia eu fosse a Embraer era para eu agradecer pelo Bandeirante porque para o trabalho dele não existia ferramenta melhor. ... fiquei com um orgulho danado e por coisas que só a vida explica anos anos depois visitei a Embraer e fiz o agradecimento e contei o "causo".
Missão cumprida!
Ao Bandeco e excelente idéia para o tópico!!
Tenho mais 2 causos para contar com o Bandeco, mas deixo para depois
[]s
CB_Lima
Eu juro que achei que em determinada altura do campeonato os parafusos que prendiam aquele "kit" (porque era um kit e não assentos mesmo) de cadeiras do Bandeco iam soltar e íamos pular uns em cima dos outros... honestamente você se sentia como um verdadeiro Bandeirante do Sec XVI desbravando o Brasil...
É um avião macho demais... !!!
Daí alguns anos depois já morando na Irlanda peguei um vôo da "Air Fungus" era a 'Air Lingus' aonde na época todo avião fedia a mofo e por isso o "apelido". Voamos em um Bandeco que provavelmente era Leasing para o Oeste da Irlanda a partir de Dublin.
Vôo de 1h "e vento"... e para quem não conhece a Irlanda é conhecida como o País aonde o vento "faz curva"... pois não importa em que direção você ande o vento sempre vai estar soprando contra você e daí o fator vento contribuindo para determinar quantos minutos de atraso o seu vôo vai chegar.
Pois bem... entrei no avião e notei que todos os letreiros estavam em Inglês e Português... aí pensei... putz... esse era rodado... Durante o vôo tudo chacoalhava e juro que o avião as vezes ia "de lado"... e eu e os demais passageiros iam... "- woooow"... daí em algum momento o piloto fez o favor de nos informar que ele fazia essa rota todos os dias e até hoje não tinha caído nenhuma vez e só tinha que fazer o "Cheap approach" de tempos em tempos.
Eu me perguntando... que diabo é o tal do 'cheap approach' (aproximação "barata")... enfim... ao chegar próximo do "aeroporto" eu olhando e nada de "aeroporto"...
Só gramado e ovelhas para tudo que é lado... eu olhando para a cabine do piloto e nada também.
Bom... daí o Comunicado:
- Atenção pessoal, infelizmente vamos ter que conduzir um "cheap approach" para podermos aterrisar no nosso destino, então não se assustem pois esse é um procedimento normal nessa região.
Nesse momento eu me toquei que na verdade ele estava querendo dizer "sheep approach" (Aproximação pelas "ovelhas") - Ambas as palavras soam extremamente parecidas em Inglês e para Brasileiro então é um inferno saber a diferença.
Daí ele aponta o Bandeco na Direção das ovelhas e basicamente dá um rasante colocando elas para correr... Eu me senti naqueles filmes da 2 GM com aeronaves dando rasante e o planeta terra ficando mais e mais próximo... mas... milagre milagre... a coisa funcionava, daí a pista "abriu" e aterrisamos.
Depois do pouso fomos conversar com ele (a tripulação também pegava as malas "a la ônibus de rodoviaria") e o piloto disse que aquilo não tinha problema porque as ovelhas já estavam acostumadas e sempre saiam do caminho.
Segundo o piloto era perigoso colocar uma "cerca" porque na Irlanda as cercas são todas de pedra (porque senão o vento leva) e isso reduziria a "área" de pouso da aeronave!! Sendo assim era mais fácil fazer o "sheep approach".
No meu retorno tivemos que ajudar a espantar as ovelhas da pista (gramado) para o Bandeco decolar...
Quando ele soube que eu era brasileiro ele ficou todo feliz e tirou uma foto minha em frente ao Bandeco para colocar no hall da fama daquele avião que era basicamente um album com vôos históricos, que iam desde o Presidente da Irlanda voando naquela aeronave até um vôo que foi utilizado para transportar ovelhas, transporte de prisioneiros com os caras algemados e sorrindo em frente ao avião, e por aí vai até o "First Brazilian" que era eu.
No fim ele disse que se um dia eu fosse a Embraer era para eu agradecer pelo Bandeirante porque para o trabalho dele não existia ferramenta melhor. ... fiquei com um orgulho danado e por coisas que só a vida explica anos anos depois visitei a Embraer e fiz o agradecimento e contei o "causo".
Missão cumprida!
Ao Bandeco e excelente idéia para o tópico!!
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Vamos lá xará Lima, não nos faça esperar
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Re: O inigualavel Embraer Bandeirante - EMB110
Voa-lo pessoalmente, pilotando, não tive a oportunidade. Mas, nas caronas, tive a impressão, confirmada pelos colegas que o operavam: é uma kombi! E podem falar mal de kombi, mas tem muito lugar que só ela que dá conta...