sapao escreveu:Caro Lord,
por pensamentos assim que a MB e o EB ficaram anos sem aviação.
O que seriam funções tipicas de Força Terrestre? Ataque?
Não estariam assim os A-29 e os A-1 então na força errada?
Não ache que um heli de ataque serve para uso tatico e um de emprego geral apenas para transportar tropa, não é assim que funciona.
Primeiro a força tem suas tarefas definidas e depois ela procura um vetor para cumprir a missão, a ordem não pode e não deve ser invertida.
Um helicoptero de ataque pode e deve ser usado para inumeras funções, e cabe a força ver a necessidade dele em sua doutrina.
Essa necessidade de uma aeronave de ataque de asas rotativas nasceu junto com o inicio do emprego armado por helicopteros na decada de 70 na FAB, e com o passar do tempo so veio sendo reforçado que os helicopteros tem certas caracteristicas que os fazem unicos em um teatro de operações, e que para combater um helicoptero apenas outro helicoptero.
PARA ESSA FUNÇÃO O MI-35 foi comprado!
E apesar de ser citado algumas vezes que ele PODE ser usado contra o narcotrafico isso não quer dizer que essa vai ser a missão dele somente, assim como não é a missão do A-29, do F-5M e nem do M-2000; aeronaves estas que ja interceptaram e interceptam narcotraficantes.
Não confunda uma aeronave de guerra com uma aeronave civil restrita que armado com duas .50 tem o raio de ação desprezivel para missões de força aérea.
O Esquilo serve muito bem para instrução, mas para o combate só para quem, como nós, não tem outra opção...
Não cometa o mesmo erro que nossas autoridades federais e estaduais que acham que basta armar um helicoptero de fibra que ele está pronto para o combate.
Temos 2 herois mortos em ação no Rio que mostram que a coisa é muito mais complexa e séria do que parece.
Sobre a questão doutrinaria é obvio que deve haver separações nas missões de cada força, mesmo que volta e meia essa fronteira não seja tão clara e as forças atuem em conjunto.
Mas a defesa do territorio É missão da FAB, já que o espaço aereo brasileiro faz parte do seu territorio.
Além disso por acordos internacionais e determinação do GF cabe a FAB a coordenação e execução dos serviços de busca e salvamento em toda a area de responsabilidade do Brasil, que abrange toda a plataforma continental e vai muito alem das 200nm no mar.
Dai a utilização de aeronaves de resgate que foram adquiridas para resgate em combate mas que EVENTUALMENTE são usadas em paz; da mesma maneira todo o controle e defesa do espaço aereo no Brasil e feito pela FAB que pode requisitar meios adquiridos com outros fins para EVENTUALMENTE realizar missões de detenção de aeronaves suspeitas de narcotrafico.
Em resumo TODO os tipos de missões que envolverem a negação do uso do espaço aéreo ao inimigo ou que garantam a nossa utilização serão coordenadas pela FAB, se possivel e é desejavel, com vetores a ela subordinados já em tempo de paz que tenham TREINAMENTO para esse tipo de missão.
A Task Force Normandy é um exemplo classico: deu tudo certo, mas tiveram que levar aeronaves da USAF junto liderando a esquadrilha, quando deveria ser o contrario. A aeronave armada a frente e o suporte atrás, por razões obvias.
Apesar do exito, percebeu-se mais tarde que a utilização do AH-64 em missões de ataque em profundidade era perigosa demais para o tipo de missao que as tripulações estavam acostumadas a treinar e foi relegada a segundo plano.
Ano passado na operação ANGEL THUNDER foi lugar comum a reclamação dos pilotos de helicopteros da USAF que fazia muita falta a presença de unidades de AH-64 para realizar as missões em determinados ambientes; da mesma forma que os pilotos do ARMY que lá estavam falaram da falta de fazia a presença de certas unidades de A-10 no exercito.
Quando questionamos o porque de não existirem, a resposta foi: POLITICA!
Segundo eles, algum "expert" em Washington assessorou que seria melhor assim e está desse jeito até hoje, apesar das tropas reclamarem há mais de 15 anos.
Para reforçar a minha opinião pego o texto do Voo Tatico:
"Conclusão
Esta operação foi marcada pela flexibilidade no planejamento.
Foi um ataque bem mais profundo do que a Aviação do Exército americana costumava treinar. Além disso, é uma missão típica de Força Aérea (missão de ataque na tarefa de superioridade aérea, pela doutrina brasileira). A USAF não dispunha (e não dispõe até hoje) de helicópteros de ataque e quem realizou o ataque foi uma unidade da Aviação do Exército."
http://vootatico.com.br/archives/6716
E porque não fazer sempre com o EB então?
Já falei antes, mas para reforçar:
"Because battlefield experience in Iraq has shown the AH-64 Apache is highly vulnerable to small-arms fire, it no longer will play a prominent role in the service’s deep-attack mission, said the Army’s head of doctrine."
http://www.murdoconline.net/archives/3682.html
Já a força aérea não pode fazer esta escolha, pois NORMALMENTE seus alvos estão dentro do territorio inmigo...
Alias, se o AH-64 e muito vulneravel a armas de fogo, imagina o Esquilo!
Por isso temos o MI-35, elogiado até pelos americanos!
Só para concluir a FAB está criando algums pelotões de forças especiais pelo mesmo motivo. Será que o BFE não seria capaz de cumprir as mesmas missões?
Talvez, mas A missão deles...
Prezado Amigo,
1- Quando fiz menção do Esquilo armado tinha como mente operações em apoio a Policia Federal no combate ao narco-tráfico, não pensei em seu emprego em cenários tipícos de guerra convencional e sim e patrulha na fronteira . Estes com armamento e blindagem adicional. Custo bem menor que um heli de ataque. Talvez Eu, conheça um pouco de doutrina e da ciência da guerra.
2- Claro que a missão da FAB e defesa do território nacional (espaço aéreo terrestre e marítimo). O que restringi foi o emprego da Infantaria da FAB como se fosse uma unidade do EB, que de fato e responsável em deter força semelhante que ameace o território nacional.
3- Não sou contra a FAB ter helis e preciso te-los. Entretanto, como o Amigo até reforçou lembrando as responsabilidades da FAB em operações SAR, e te-los predominantemente para funções SAR e C-SAR e alguns de transporte e instrução.
4- Heli de ataque e uma das alternativas contra heli de ataque. Em minha opinião o principal cenário de emprego de heli de ataque de uma força hostil ao território nacional seria contra nossas forças blindadas ( bem medíocres por sinal). Neste caso os heli de ataque deveriam ser orgânicos do EB e não da FAB, apoiando diretamente as forças blindadas.
5-Ainda continuo da opinião que a FAB em vez de obter MI 35 deveria priorizar a defesa AAW de ponto e de área interna de sua bases áreas,bem como da defesa terrestre das mesmas. Não posso me estender só posso dizer que já entrei na Base aérea de Brasilia e fui até o hangar do GTE sem ser importunado utilizando um ardil. Fiquei muito preocupado com a defesa da base, muito mesmo.
6- O A29 e perfeitamente apto interceptar aeronaves de emprego civil. Inclusive a distribuição espacial dos mesmos demonstra que sua função primária e realizar ações nas zonas de fronteira.
Com todo respeito a sua opinião aproveito para agradecer sua atenção ao meu texto.
Atenciosamente,
Lord Nauta