Crise Econômica Mundial

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Re: Crise Econômica Mundial

#2371 Mensagem por Vitor » Seg Abr 11, 2011 1:03 pm

Ninguém aqui tem raiva do senhor Guido?

Ele é extremamente arrogante se achando o engenheiro social, capaz de criar prosperidade por decreto. Tão arrogante que acha que ele, como ministro da fazenda brasileiro, vai poder salvar a moeda de outro país (dólar) aumentando porra de IOF para cima da gente.




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: Crise Econômica Mundial

#2372 Mensagem por marcelo l. » Seg Abr 11, 2011 1:10 pm

cabeça de martelo escreveu:
Sobram três Governos socialistas na Europa
Quantos países com governo socialista restam agora em toda a União Europeia?
Depois das últimas eleições na Hungria e no Reino Unido só ficaram 3 países:
Grécia, Portugal e Espanha
… que coincidência!

Como disse Margaret Thatcher
"o socialismo dura até se acabar o dinheiro dos outros".
http://wwwahenriques.blogspot.com/2011/ ... as-na.html
Mas, a crise grega foi gerada pelo governo anterior não socialista, a bem da verdade o problema atual do mundo todo é esse, desde a Islãndia deveria ter caido a ficha para todos, que governos não deveriam deixar o mercado financeiro sem controles.

A crise atual e o problema brasileiro é esse, pensasse que a prosperidade do país pela economia dos mercados financeiros, não se faz gastos necessários em nome dele, quando vem a crise pega todo sistema produtivo estagnado (para não utilizar uma palavra mais forte). o resultado é que vemos, o dinheiro some, a dívida é enorme, e tem-se recomeçar a criar uma nova base industrial e comercial tudo isso sem crédito.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Crise Econômica Mundial

#2373 Mensagem por P44 » Seg Abr 11, 2011 2:34 pm

o governo "socialista" português de sócrates foi o que mais á direita governou desde o 25 de Abril, comparado com eles o cavaco era esquerdista.




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Crise Econômica Mundial

#2374 Mensagem por Vitor » Seg Abr 11, 2011 2:51 pm

P44 escreveu:o governo "socialista" português de sócrates foi o que mais á direita governou desde o 25 de Abril, comparado com eles o cavaco era esquerdista.
A mentalidade direita/esquerda faz parte do problema, enquanto as pessoas continuarem pensando assim, os governos continuarão tomando medidas populistas que dão em merda no fim. "Desenvolvimentismo" dá errado de todo jeito.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2375 Mensagem por P44 » Seg Abr 11, 2011 2:56 pm

é só para frisar que aquela citação acima está completamente errada, quem colocou a Grécia na merd@ foi um governo de direita , assim como o o governo "socialista" de sócrates colocou Portugal na merd@.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2376 Mensagem por marcelo l. » Seg Abr 11, 2011 3:02 pm

Eu gostaria de ver um governo se quer que tenha investido em pequenas e médias empresas, o modelo ao contrário ao ver seja no Brasil/EUA/Venezuela etc são grandes empresas, a diferença é que no Chavelandia são empresas estatais.

No resto (que é onde o Brasil está) é desregulamentação do sistema financeiro e concentração de cadeia produtiva. Terceriização da mão de obra e importação. Há grandes ganhos em um primeiro momento para a população já que os preços caem, a criação de bolhas especulativas principalmente no ramo imobiliário, a cortes no setor público tanto com venda de ativos, como com cortes de gastos. A indústria é sucateada, estouram as bolhas, descobre por não ter cuidado da economia real, o país está endividado e qualquer corte no serviço público é na carne (Educação e saúde ou em contratos sociais como a previdência).




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Re: Crise Econômica Mundial

#2377 Mensagem por Vitor » Seg Abr 11, 2011 6:34 pm

marcelo l. escreveu:Eu gostaria de ver um governo se quer que tenha investido em pequenas e médias empresas, o modelo ao contrário ao ver seja no Brasil/EUA/Venezuela etc são grandes empresas, a diferença é que no Chavelandia são empresas estatais.

No resto (que é onde o Brasil está) é desregulamentação do sistema financeiro e concentração de cadeia produtiva. Terceriização da mão de obra e importação. Há grandes ganhos em um primeiro momento para a população já que os preços caem, a criação de bolhas especulativas principalmente no ramo imobiliário, a cortes no setor público tanto com venda de ativos, como com cortes de gastos. A indústria é sucateada, estouram as bolhas, descobre por não ter cuidado da economia real, o país está endividado e qualquer corte no serviço público é na carne (Educação e saúde ou em contratos sociais como a previdência).
Qualquer empresa que tenha uma mãozinha do governo, deixa logo de ser pequena ou média. O ideal seria um governo que deixasse de atrapalhar as pequenas e médias empresas.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2378 Mensagem por marcelo bahia » Ter Abr 12, 2011 1:50 pm

12 de abril de 2011 às 9:54

Olha você aí, velhinho perdulário, pagando a conta

por Luiz Carlos Azenha

Li em algum lugar uma frase genial sobre a competência política dos republicanos para extrair de Barack Obama o resgate de Wall Street e ao mesmo tempo culpá-lo por privilegiar os banqueiros, depois da crise financeira de 2008.

O fato é que, desde então, houve um contínuo avanço dos conservadores, com o apoio da mídia, para pendurar a conta da crise nos trabalhadores.

Vimos isso em Ohio, nos Estados Unidos, e na Europa.

A revista britânica The Economist dá o tom do ataque aos direitos adquiridos. Primeiro, pregou contra os “marajás” do serviço público. Agora, ataca as aposentadorias. Na capa mais recente, o velhinho motoqueiro é você, cheio de “privilégios” depois de uma longa vida de trabalho.

Diz a revista que a idade mínima para as aposentadorias deve ser de 70 anos de idade. A alternativa? Falência.

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Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"

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Re: Crise Econômica Mundial

#2379 Mensagem por joao fernando » Ter Abr 12, 2011 1:56 pm

marcelo bahia escreveu:12 de abril de 2011 às 9:54

Olha você aí, velhinho perdulário, pagando a conta

por Luiz Carlos Azenha

Li em algum lugar uma frase genial sobre a competência política dos republicanos para extrair de Barack Obama o resgate de Wall Street e ao mesmo tempo culpá-lo por privilegiar os banqueiros, depois da crise financeira de 2008.

O fato é que, desde então, houve um contínuo avanço dos conservadores, com o apoio da mídia, para pendurar a conta da crise nos trabalhadores.

Vimos isso em Ohio, nos Estados Unidos, e na Europa.

A revista britânica The Economist dá o tom do ataque aos direitos adquiridos. Primeiro, pregou contra os “marajás” do serviço público. Agora, ataca as aposentadorias. Na capa mais recente, o velhinho motoqueiro é você, cheio de “privilégios” depois de uma longa vida de trabalho.

Diz a revista que a idade mínima para as aposentadorias deve ser de 70 anos de idade. A alternativa? Falência.

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Aqui mesmo, certo intelectual chamou aposentado de vagabundo, lembram?

Me faz ter clareza das escolas que esses caras estudaram...e ferro na bunda do povo




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Crise Econômica Mundial

#2380 Mensagem por marcelo bahia » Ter Abr 12, 2011 1:59 pm

Vitor escreveu:Ninguém aqui tem raiva do senhor Guido?

Ele é extremamente arrogante se achando o engenheiro social, capaz de criar prosperidade por decreto. Tão arrogante que acha que ele, como ministro da fazenda brasileiro, vai poder salvar a moeda de outro país (dólar) aumentando porra de IOF para cima da gente.
Não!

Não sei se foi correto o aumento do IOF contra a inflação, mas sei que se não fosse a ação dele (e da equipe econômica que ele comanda) teríamos quebrado em 2008! Teríamos aplicado a velha receita alquímica para momentos de crise e hoje estaríamos na m... Deixe esse "arrogante", adversário de Mirian Leitão, Palocci e outros aloprados onde ele está!!

Acho engraçado ler Mendonça de Barros criticar Mantega no Valor e na Folha. Por que esse gênio não ajudou FHC a evitar a queda do Brasil durante as crises dos anos 90 e início de 2000 quando estava envolvido diretamente com aquele governo??

Fica a pergunta.

Sds.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2381 Mensagem por marcelo bahia » Ter Abr 12, 2011 2:02 pm

joao fernando escreveu:
marcelo bahia escreveu:12 de abril de 2011 às 9:54

Olha você aí, velhinho perdulário, pagando a conta

por Luiz Carlos Azenha

Li em algum lugar uma frase genial sobre a competência política dos republicanos para extrair de Barack Obama o resgate de Wall Street e ao mesmo tempo culpá-lo por privilegiar os banqueiros, depois da crise financeira de 2008.

O fato é que, desde então, houve um contínuo avanço dos conservadores, com o apoio da mídia, para pendurar a conta da crise nos trabalhadores.

Vimos isso em Ohio, nos Estados Unidos, e na Europa.

A revista britânica The Economist dá o tom do ataque aos direitos adquiridos. Primeiro, pregou contra os “marajás” do serviço público. Agora, ataca as aposentadorias. Na capa mais recente, o velhinho motoqueiro é você, cheio de “privilégios” depois de uma longa vida de trabalho.

Diz a revista que a idade mínima para as aposentadorias deve ser de 70 anos de idade. A alternativa? Falência.

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Aqui mesmo, certo intelectual chamou aposentado de vagabundo, lembram?

Me faz ter clareza das escolas que esses caras estudaram...e ferro na bunda do povo
Inesquecível!!

Sds.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2382 Mensagem por irlan » Ter Abr 12, 2011 4:59 pm

A aposentadoria é a partir de quando aqui? 35 anos de trabalho ou 65 de idade não?




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: Crise Econômica Mundial

#2383 Mensagem por marcelo l. » Ter Abr 12, 2011 11:56 pm

A política fiscal, por Nakano
Enviado por luisnassif, ter, 12/04/2011 - 22:31
Do Valor

Parâmetros para a política fiscal

Yoshiaki Nakano
12/04/2011

Quais os parâmetros para uma boa política fiscal? O corte de R$ 50 bilhões nos gastos orçamentários previsto para 2011, anunciado pelo governo da presidente Dilma, é suficiente para controlar a inflação e o déficit em transações correntes? Os conservadores que acreditam que a maioria dos problemas macroeconômicos têm origem nos gastos públicos e na tributação excessiva, dizem que não. De outro, a esquerda e certos keynesianos, que acreditam que cabe ao governo resolver todos os problemas econômicos, que tudo se resolve com o governo gastando e intervindo mais, dizem sim.

A possibilidade desses dois grupos chegarem a uma concordância é praticamente zero, mas existem alguns conceitos econômicos muito simples, de livro-texto, que vale a pena relembrar para fazermos uma análise mais racional da questão fiscal que hoje divide os economistas. Existem também diversas medidas de natureza prudencial, mas objetivas, que deveriam ser levadas em consideração pelos formuladores de política econômica se pretendemos ser uma nação com respeitabilidade internacional.

Um conceito tão velho quanto a macroeconomia é o de déficit ciclicamente ajustado ou de déficit estrutural em que o seu cálculo é ajustado à distância do produto efetivo em relação ao produto potencial. A ideia central é de que o déficit público de uma economia com o produto efetivo igual ao potencial ou no "pleno emprego" deve ser zero. Uma política fiscal ativa, nesse caso, é pró-cíclica e só provoca inflação ou déficit em transações correntes. O déficit só se justifica se houver desemprego ou o produto efetivo for menor do que o potencial. Por esse conceito, a economia brasileira hoje não deveria ter déficit público, pois estamos operando próximo ao pleno emprego. Dessa forma, como o déficit efetivo deve estar próximo a 3% do PIB, a magnitude do ajuste necessário seria esse número.
Se esse ajuste não for feito e houver déficit no auge do ciclo e na fase descendente do ciclo, se a política fiscal for expansionista, neste caso justificada, a despesa do governo em relação ao PIB aumentará persistentemente ao longo de todo o ciclo e, com isso, cedo ou tarde, a carga tributária terá que aumentar permanentemente. Tal situação vem se repetindo por mais de duas décadas.

A rigor, a política fiscal deveria também ser prudencial, o que exige, no atual quadro, um superávit fiscal, pois a expansão da economia brasileira neste momento se deve muito ao "boom" cíclico nos preços de commodities, portanto na receita corrente do governo existe um componente cíclico e não permanente. Dessa forma, deveríamos poupar esse componente não permanente da receita e criar reservas para quando, no futuro, esses preços sofrerem queda. É para isso que foram criados os "Fundos Soberanos", que deveriam manter aplicado, no exterior, esse superávit fiscal, para evitar inclusive a apreciação da nossa moeda. Um Fundo Soberano com caráter prudencial é justificado também com a descoberta do petróleo do pré-sal, dado pela natureza e não fruto do trabalho, que vai gerar uma renda ricardiana, cujo consumo deve ser compartilhado com as futuras gerações.

A correta definição de déficit deveria também incorporar alguns gastos e compromissos já assumidos pelo governo. Por exemplo, com a realização da Copa do Mundo em 2014, o Brasil assumiu o compromisso de fazer vultuosos investimentos públicos. A parcela que cabe ao governo deveria ser conhecida e prevista no orçamento plurianual.

É importante lembrar que esse governo estabeleceu como meta mínima de crescimento de 5% a 5,5% ao ano. Para atingir essa taxa de crescimento temos que, no mínimo, aumentar a taxa de investimento para 25% do PIB, particularmente porque os gargalos do crescimento estão na infraestrutura física que, em regra, demandam investimentos intensivos de capital. Mas tomemos que as previsões do BNDES de aumentar progressivamente a taxa de investimento para 23% do PIB em 2014 seja suficiente para cumprir os compromissos da Copa do Mundo e alcançar um crescimento médio de 4% ao ano. Isso significa que temos que aumentar em quase 5 pontos percentuais a taxa de investimento (que está em 18,4 % do PIB em 2010), realocando recursos de consumo público e privado para investimentos. De onde virão estes 5 pontos percentuais do PIB?

O atual modelo de crescimento da economia brasileira é liderado pelo consumo privado, que constitui a locomotiva que puxa o resto da economia. Ou mudamos o modelo, constituindo uma nova locomotiva puxada pelas exportações, com forte desvalorização cambial, inflação elevada e redução do consumo privado, o que parece muito pouco provável e politicamente desastrosa, ou fazemos um ajuste fiscal, reduzindo o consumo público, nessa magnitude, o que também é inviável politicamente. Se esses dois caminhos são improváveis ou inviáveis politicamente, resta-nos duas alternativas.

A mais provável será recorrer à poupança externa, aumentando o déficit em transações correntes para mais do que 7% do PIB. O problema é que essa alternativa não é sustentável a longo prazo e acaba em crise de endividamento, como repetida e sistematicamente vem acontecendo desde 1827, logo depois do nascimento na nação, e até a mais recente em 1999. A alternativa que resta requer uma parada, um amplo debate e um programa de longo prazo de forma que as despesas voltadas para o consumo do setor público cresçam menos do que o PIB de forma que, gradualmente, a sua participação no PIB seja reduzida ao longo da próxima década, para abrir espaço para a ampliação da taxa de investimento para pelo menos 25% do PIB. Um complemento necessário num programa desse tipo seria uma nova política cambial.

Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas (SP), é professor e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), escreve mensalmente às terças-feiras.




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Re: Crise Econômica Mundial

#2384 Mensagem por soultrain » Sex Abr 15, 2011 6:42 am

BRICS avisam dólar, FMI e Banco Mundial

Os BRIC transformam-se ontem em BRICS juntando a África do Sul e avisam que querem nova ordem monetária internacionale mais poder nas instituições internacionais. O mundo vai ter de se habituar à nova sigla
Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
9:57 Sexta feira, 15 de abril de 2011



A necessidade de um novo sistema monetário internacional menos dependente do dólar americano e em que a relação de forças dentro das instituições saídas do velho acordo de Bretton Woods (como o FMI e o Banco Mundial) e da ordem do pós 2ª Guerra Mundial seja alterada a favor das novas realidades geoeconómicas foram as duas tónicas principais de mais uma cimeira dos líderes dos quatro BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - que, desta vez, agregou formalmente a África do Sul, e passaram a designar-se formalmente de BRICS (incluindo, no final do acrónimo, a primeira letra de South Africa, a designação em inglês).

Os BRICS pretendem claramente afirmar-se como uma "plataforma" e avançar "pragmaticamente", lê-se no comunicado final. FMI (que, na mesma altura, se reunia em Washington), Banco Mundial e Conselho de Segurança das Nações Unidas são destinatários da posição conjunta destes cinco países do chamado mundo "emergente". Durante este ano, estes cinco países estarão presentes no Conselho de Segurança e prometem agir articuladamente.

Agora reunidos em Sanya, na ilha chinesa de Hainão (que fica no Mar do Sul da China), um dos mais populares destinos turísticos na zona, os BRICS rebelaram-se, também, contra a especulação financeira nas commodities, exigindo uma maior regulação nesta área cuja volatilidade tem um impacto arrasador no campo alimentar e da energia, induzindo inflação importada e miséria em largas camadas da população. E, segundo os líderes dos BRICS, podem colocar em risco a retoma da economia mundial em 2011 e 2012.

Estiveram presentes nesta première formal dos BRICS, o presidente chinês Hu Jintao, o primeiro-ministro indiano Manmohan Sing, a presidente brasileira Dilma Rousseff, o presidente russo Dmitry Medvedev e o "novato" Jacob Zuma, presidente da África do Sul.

Plano de ação detalhado

Reafirmaram o papel do G20 como fórum mundial de cooperação económica e apoiaram a decisão da Rússia de se candidatar a organizar a cimeira do G20 em 2013. Apresentaram inclusive um detalhado "plano de ação" de 23 pontos em 4 grandes rubricas. Entre outros pontos: reuniões formais periódicas dos representantes nas organizações internacionais em Nova Iorque e Genebra; reuniões dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais em todas as ocasiões de encontros do G20 e de instituições como o FMI e o Banco Mundial; estudar a possibilidade de um acordo de agências "antimonopolistas"; cooperar no que designam por "economia verde"; estabelecer relações mais estreitas entre bancos de desenvolvimento; e criar um grupo BRICS dentro da UNESCO.

Aproveitando a ocasião, os bancos de desenvolvimento dos BRICS aprovaram o estabelecimento de linhas de crédito mútuas denominadas nas moedas locais, e não mais no dólar americano. O diretor do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), Chen Yuan, avançou que poderá emprestar até 10 mil milhões de renminbi (a moeda chinesa), cerca de € mil milhões, aos parceiros do "clube". Os russos do VEB - o banco de desenvolvimento do país - manifestaram interesse, desde logo, em recorrer a essa linha de crédito.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: Crise Econômica Mundial

#2385 Mensagem por soultrain » Sáb Abr 16, 2011 12:59 pm

Aos amiguinhos dos mercados liberalizados:

«Portugal had strong economic performance in the 1990s and was managing its recovery from the global recession better than several other countries in Europe, but it has come under unfair and arbitrary pressure from bond traders, speculators and credit rating analysts who, for short-sighted or ideological reasons, have now managed to drive out one democratically elected administration and potentially tie the hands of the next one.

If left unregulated, these market forces threaten to eclipse the capacity of democratic governments — perhaps even America’s — to make their own choices about taxes and spending.»



a ler, obrigatoriamente: Portugal’s Unnecessary Bailout, no NY Times





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