TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56821 Mensagem por NovaTO » Dom Mar 13, 2011 2:20 pm

Caro Túlio,

Eu tenho uma visão diferente em relação aos caças de 5ª geração. São um avanço natural, em que se busca ser mais "competitivo" em relação aos seus oponentes.

Quem quiser ter uma Força Aérea efetiva no futuro, não poderá abrir mão desses caças. E com o tempo, todos os caças serão no mínimo "5ª geraçao", deixando caças de 4.5ª geração para as nações que não tenham recur$os para adquirirem e manterem. É a evolução :)


"Ver primeiro, Matar primeiro".

Hoje podem ser considerados FFEE, mas com a substituição dos caças de 4ª geração, não vejo essas sendo repostas por caças de 4.5 geração.

Se analisarmos os estudos de em andamento, todos focam o mesmo. Caças furtivos, com configuração stealth, shape e materiais, com weapons bay internos, aliado a guerra em rede, capacidade supercruise, radares AESA, e sensores IR/UV.


F-22 A operacional, F-35 entrando em operação, PAKFA/FGFA Russo/Indiano no segundo protótipo, J-20 demonstrador voando, AMCA Indiano em estudos, FS2020 Sueco em estudos, KF-X coreano com mockup, o projeto turco em estudos, o ATDX japonês previsto para voar em 2014.

E para apoiar os caças furtivos, UCAVs, como o X-45/X-47, Taranis, Neuron, SKAT.


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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56822 Mensagem por Carlos Lima » Dom Mar 13, 2011 5:05 pm

Hoje em dia acho que a nossa "busca" pelo 5 Geração está muito associada ao completo descaso que vivemos e na hora de tentarmos "talvez" remendar o passado fazemos planos que dizem:

"- Não só estamos fazendo a FAB ficar "atual", mas também olha aqui... 5 Geração também!"

A bem da verdade hoje em dia considerando as aeronaves que 5 Geração "concretas", perdemos o bonde em 2 delas (F-35 e PAK e em momentos diferentes fomos chamados para participar de um e do outro)...

Hoje nos resta ser consumidor dessas (sonho meu... :lol: ), ou pegar a "próxima onda" do Gripen Next ou do Rafale Next ou entrar em associação com Coreanos... esse é o horizonte atual... mas honestamente o problema hoje e por um bom tempo é manter os 2/3 Geração voando e Modernizados e comprar de prateleira algum 4 Geração... acho que só com isso pelo menos "encaminhado" é que dá para olhar mais para frente.

Enfim :)

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56823 Mensagem por Túlio » Dom Mar 13, 2011 6:25 pm

NovaTO escreveu:Caro Túlio,

Eu tenho uma visão diferente em relação aos caças de 5ª geração. São um avanço natural, em que se busca ser mais "competitivo" em relação aos seus oponentes.

Quem quiser ter uma Força Aérea efetiva no futuro, não poderá abrir mão desses caças. E com o tempo, todos os caças serão no mínimo "5ª geraçao", deixando caças de 4.5ª geração para as nações que não tenham recur$os para adquirirem e manterem. É a evolução :)


"Ver primeiro, Matar primeiro".

Hoje podem ser considerados FFEE, mas com a substituição dos caças de 4ª geração, não vejo essas sendo repostas por caças de 4.5 geração.

Se analisarmos os estudos de em andamento, todos focam o mesmo. Caças furtivos, com configuração stealth, shape e materiais, com weapons bay internos, aliado a guerra em rede, capacidade supercruise, radares AESA, e sensores IR/UV.


F-22 A operacional, F-35 entrando em operação, PAKFA/FGFA Russo/Indiano no segundo protótipo, J-20 demonstrador voando, AMCA Indiano em estudos, FS2020 Sueco em estudos, KF-X coreano com mockup, o projeto turco em estudos, o ATDX japonês previsto para voar em 2014.

E para apoiar os caças furtivos, UCAVs, como o X-45/X-47, Taranis, Neuron, SKAT.


[]'s

Bueno, respeito teu direito de expressão. Apenas tenho meu próprio ponto de vista e o explicitei. O fato de se buscar um 5G não significa necessariamente que os que aí estão surgindo o sejam. Citei FATOS:

:arrow: Simples fenômenos da natureza, que seriam apenas um contratempo para um 4G ou 3G inviabilizariam totalmente a missão de um caça de Operações Especiais pela quebra ou exagerada diminuição da furtividade.

:arrow: Custos (dinheiro e homens/hora, acrescendo a isso a mão de obra especializadíssima) de manutenção estratosféricos. Se um Rafale/Typhoon são considerados caríssimos, um Raptor/PAK então...

:arrow: Após destruir a capacidade C4ISR, cada arma lançada pelo ar seria esmagadoramente cara em relação a uma lançada por aeronave menos exigente. Por exemplo, por quanto um Gripen C lança uma LGB sobre uma posição de artilharia terrestre inimiga? E a mesma arma, sobre o mesmo alvo, quanto custaria se lançada por um Raptor A?


Não intento 'vender' minha idéia como Verdade Fundamental, apenas que os colegas reflitam a respeito... :wink: 8-]


Abração aí, cupincha!!! :D :D :D :D


(E nunca receies em expor tuas idéias)




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56824 Mensagem por NovaTO » Dom Mar 13, 2011 6:47 pm

Caro Túlio, valeu pelo parenteses :!:

Gosto de debater, mas não gosto muito de ficar em discussões como o FX-2, onde me parece ser um assunto esgotado, pelo menos até o surgimento de um fato(como um anúncio oficial do caça escolhido).

As suas observações são válidas, concordo com todas , mas acredito que a combinação caças de 5ª geração que farão, o primeiro dia de batalha, serão seguidos após por caças menos capazes comos de 4ª geração. Isso hoje.

Mas, em um futuro não muito distante, vejo essas missões serem realizadas por UCAVs. Exemplo são os EUA substituindo alguns esquadrões de F-16 por Predator de um lado e de outro os F-35. E até mesmo por Aviões de ataque leve como o Super Tucano. Afinal jogar bombas em guerrilheiros com Ak-47, o avião correto seria mesmo o ST.



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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56825 Mensagem por Alcantara » Dom Mar 13, 2011 7:34 pm

Carlos Mathias escreveu:Não falo do GF e suas convicções.

Não tinha dinheiro prá botar num caça de "altíssimo risco", que agora está voando, operacional e com vendas certas, idem para o sucedâneo. Sem comentários.
Não tinha dinheiro prá Rafale, mas tinha prá desenvolver caça que vai nascer "obsoleto" e ficar ponto sabe-se lá quando.
Não tinha dinheiro prá Rafale, mas tinha pros F-18E, que de barato não tem nada, pois nem os americanos conseguem fazer tanta mágica.
Não tinha dinheiro prá nada, mas vejo nego e branco defendendo que compremos os mega espelhos AB prá MB, e de monte, oito de uma vez.

Vamos considerar que todos no GF e MinDef eram retardados, corruptos, safados, loucos e destrambelhados.

Mas quem vivi reclamando dureza era a FAB (com razão), mas grana surgiu/surgiria quando se falou no QUS.

Olhos brilharam pelo F-35, mesmo sem grana sequer para os Matusão.

Enfim, eu acho que há muitos antagonismos, digamos assim, nessa história do FX.
Porra, para de tapar o sol com a peneira. [077]
Isso não é a história do F-X, é a HISTÓRIA DO BRASIL! Sempre foi assim.

Tira as vendas do apoio político da cara e veja que o argumento pela escolha do Gripen SEMPRE foi esse: menor custo de operação.

Operar, treinar, operar, treinar... para uma Força Aérea que pretende ser realmente efetiva, é isso o que importa. Não adianta nada ter um super avião... no chão! [076]

Justamente porque alguns setores da FAB sabem que o orçamento sempre é deixado de lado e que o orçamento das FFAA são sempre contigenciados é que pediam Gripen NG. Quando expuseram o seu pensamento, estes foram massacrados aqui no DB com pecha de possuidores de "sindrome de vira-latas", "encoleirados", "capachos", "vendidos" e toda sorte de outros adjetivos depreciativos. O mundo deu voltas e provou que o temor deles tinha fundamento.

Essa história de "dinheiro há" veio para justificar a "pseudo" escolha (sim, pseudo, porque não teve coragem de botar a assinatura no contrato de aquisição) do Rafale pelo Lula, que é indubitavelmente a opção mais cara, sendo esse o ponto fraco dessa proposta.

Então, se está havendo antagonismo de pensamento, tenha certeza de que não vem das FFAA!




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
Carlos Mathias

Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56826 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Mar 13, 2011 9:08 pm

Se não respondo, como posso retrucar? :?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56827 Mensagem por sapao » Dom Mar 13, 2011 10:08 pm

Carlos Mathias escreveu:Eu especulei sobre vir aumento (não imediatamente agora) em troca de vaselinar estes cortes.
Mas é um chutão meu, só isso.
O meu e que o aumento vai ser em troca da aposentadoria não-integral e 35 anos de serviço ou mais...




[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56828 Mensagem por suntsé » Seg Mar 14, 2011 8:14 am

Este ultimo post do Alcantara foi brilhante.

Não dá para acreditar na determinação de políticos que não levam nada a sério.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56829 Mensagem por Booz » Seg Mar 14, 2011 8:30 am

A nota trazida pelo Marino, merecia mais atenção.
Uma possível contra-oferta americana, cambiando o que "não podem" conceder (do ponto de vista da tecnologia militar) por tecnologia - ou outra benesse - no campo civil não é bem o que preconiza a END.
Porém, tudo tem que ser muito analisado e pesado. Isto, lógico, se esta nota de impensa possua alguma consistência




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56830 Mensagem por Penguin » Seg Mar 14, 2011 9:07 am

Nicolas Sarkozy : Eles precisam de ajuda
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... a_notimpol

O presidente francês diz que a transição para a democracia entre os árabes vai exigir esforços do Ocidente e que ainda tem esperança de o Brasil comprar os caças Rafale


O presidente francês Nicolas Sarkozy, de 56 anos, demorou para se posicionar em relação aos protestos que acabaram por derrubar os ditadores da Tunísia e do Egito, nas últimas semanas. A Líbia o obrigou a reagir mais rapidamente. Ele pediu a renúncia de Muamar Kadafi e defendeu a ideia de levá-lo a julgamento pela repressão à população Civil. Também propôs sanções ao governo líbio, o congelamento de bens da família do ditador e a suspensão da importação de petróleo daquele país. A França, contudo, tem se mostrado o mais comedido dos principais aliados dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no que se refere a uma intervenção militar na Líbia. Na entrevista a seguir, Sarkozy discorreu sobre a situação no mundo árabe, sua campanha contra a volatilidade nos preços de produtos agrícolas e a decisão do governo brasileiro de desfazer a promessa de comprar aviões de combate franceses.

O que pode ser feito para evitar que as revoluções árabes resultem em governos opressores de seu povo e hostis ao Ocidente?
O que está ocorrendo no mundo árabe é histórico. Sem a ajuda de ninguém, com uma coragem incrível, esses povos derrubaram regimes em nome de valores caros para nós, como liberdade, democracia, justiça e direitos humanos. Pela primeira vez na história, esses princípios podem triunfar em ambos os lados do Mediterrâneo. Não acho que essas revoluções devam ser temidas. Na Tunísia e no Egito, nenhum manifestante gritou “abaixo o Ocidente” e não se ouviram palavras de ordem extremistas ou fundamentalistas. O que se pediu nas ruas foi respeito aos direitos básicos dos cidadãos. Obviamente, ninguém pode descartar cenários indesejáveis no futuro, mas para isso não ocorrer precisamos ajudar esses povos na transição para a democracia. A melhor forma de fazer isso é com apoio financeiro, técnico e humano.

Por que a França se recusou a receber tunisianos que tentaram emigrar para a Europa?
Dissemos que aplicaríamos à Tunísia as regras de visto vigentes, nada mais, nada menos. A Europa tem um papel importante a desempenhar no processo de democratização no norte da África. Refiro-me às questões de ensino e formação de jovens africanos. Dessa forma, poderemos apoiar a Tunísia, ajudando-a a proporcionar um futuro à sua juventude e impedindo a perda dos talemos de que tanto necessita. Além disso, não haveria pior cenário do que aceitarmos a chegada maciça de pessoas, as quais não teríamos condições de receber com dignidade.

A França sabe como evitar uma guerra civil na Líbia?
Pedimos a criação de um Conselho Europeu Extraordinário para tratar do fim da violência e do resgate de estrangeiros no país. Estamos estudando a melhor forma de impedir Kadafi de continuar usando sua força aérea contra a população civil e o melhor modo de aliviar o sofrimento do povo libio. Já começamos a enviar comboios humanitários para a região. O mundo precisa estar do lado do povo líbio nesta hora histórica, tão trágica e, ao mesmo tempo, cheia de esperança.

Um dos fatores econômicos das revoltas no mundo árabe foi a alta no preço dos alimentos. Como atacar esse problema?
O mundo tem, hoje, 1 bilhão de desnutridos, os preços dos produtos agrícolas dispararam e nada nos garante que não veremos novas revoltas causadas pela fome ainda neste ano. A França é o país que mais esforços faz para reverter esse cenário. Em 2008, propus a criação de uma parceria global para a alimentação e a agricultura. Depois, destaquei a questão como prioritária para a presidência francesa no G20 (grupo que reúne as principais economias desenvolvidas e emergentes).

Alguns economistas dizem que a medida mais eficaz para acabar com a fome global é derrubar o protecionismo agrícola dos países ricos. O que a França pretende fazer a respeito na presidência rotativa do G20?
Para reduzir a fome no mundo temos, sim, de abrir nossos mercados aos países mais pobres. Foi o que nós, europeus, fizemos ao aprovar, em 2001, o programa Tudo Menos Armas, que liberou o acesso ao nosso mercado para produtos de países menos desenvolvidos, com exceção de armas e munições. Para estar à altura do desafio gigantesco que temos diante de nós, contudo, é preciso aumentar em 70% a produção agrícola mundial, se quisermos alimentar os 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta em 2050. Isso significa que há lugar para agriculturas fones, como a brasileira. Precisamos de vocês para alimentar o planeta, mas é preciso também lutar contra a excessiva volatilidade nos preços das commodities. Da mesma forma que regulamos os mercados financeiros, temos de regular os mercados agrícolas.

Como é possível regulá-los?
Primeiro, temos de aumentar a transparência nos mercados, principalmente em relação aos estoques. Segundo, precisamos regular melhor os mercados financeiros de commodities, definindo, por exemplo, regras básicas para conter abusos. Terceiro, temos de criar instrumentos sólidos, como estoques de emergência, para enfrentar as crises alimentares. Também é necessário abrir aos países mais pobres o acesso aos seguros, de modo que eles possam se proteger contra a alta de preços ou de eventos que atinjam tragicamente as safras.

A regulação não pode ser um empecilho a mais ao desenvolvimento dos países de economia agrária?
De forma alguma. Não se trata de limitar o desenvolvimento da agricultura, nem de impedir que países como o Brasil vendam seus produtos a preços interessantes. A prioridade é desenvolver a produção. Precisamos de agriculturas fortes, e o faro de o Brasil ser um dos celeiros do mundo é positivo. Mas quem pode garantir que a atual alta das cotações dos alimentos não é uma ameaça à retomada econômica e à estabilidade global, se o preço da tonelada de trigo passou de 120 euros para 300 euros em seis semanas? Quem pode afirmar que a especulação não vem cumprindo um papel nesse cenário quando, em um único dia, um operador pode comprar 15% da produção mundial de cacau e revendê-la, embolsando a diferença na alta de preços que ele mesmo provocou - sem precisar tirar 1 centavo do bolso? Não estou dizendo que se devam tabelar os preços. Quem define os valores são os mercados, mas eles têm de ser regulados porque, no fim das contas, quem paga por isso é a população. Isso interessa inclusive às grandes agriculturas emergentes como o Brasil, porque uma alta de preços brutal e desgovernada sempre é seguida de uma baixa brutal e desgovernada.

A França é o país que mais se opõe a um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia. Por quê?
Há mais de dez anos trabalhamos nesse acordo. Fomos até o limite do que poderíamos aceirar, principalmente no que diz respeito às questões agrícolas. Ir além significaria pôr em risco muitos produtores e agropecuaristas, não só da França, mas também de outros países europeus. A União Europeia já vem dando ampla abertura às importações agrícolas do Mercosul. Somos, de longe, o maior comprador do bloco. Sou a favor de um acordo, desde que ele seja equilibrado e o Mercosul esteja disposto a mostrar abertura às solicitações europeias sobre serviços e indústrias. Eu respeito a determinação do governo brasileiro na defesa de seus agricultores, mas peço que tentem entender a minha determinação. Não serei o presidente que deixou a agricultura francesa morrer.

Como a França viu, no ano passado, o apoio do Brasil ao direito do Irã de desenvolver um programa nuclear?
Nós apoiamos os esforços realizados pelo Brasil e pela Turquia na questão iraniana. A resposta do Irã à proposta brasileira e turca, no entanto, chegou tarde demais, quando já não fazia semido. Por isso, nós, do Conselho de Segurança da ONU, adotamos novas sanções ao Irã. Entendo que essa situação tenha criado certo ressentimento no governo brasileiro, mas nunca questionamos as intenções positivas do Brasil, e sim a protelação iraniana. A França jamais contestou o direito do Irã à energia nuclear civil. Mas os iranianos só multiplicaram os subterfúgios protelatórios e as provocações às propostas nesse semido feitas pela comunidade internacional. Prosseguiram na proliferação nuclear e balística, ignoraram seis resoluções do Conselho de Segurança e dez da Agência Internacional de Energia Atômica. Hoje, ninguém pode afirmar seriamente que o programa iraniano de enriquecimento de urânio tem fins pacíficos. Ele foi criado na clandestinidade e não encontra nenhuma justificativa civil ou industrial. Existe apenas um reator no Irã, e os russos fornecem todo o combustível necessário. Para mim, a perspectiva de o Irã ter a bomba nuclear é inaceitável, pois seria um risco muito alto para a segurança da região e do mundo.

A demora da União Europeia em aceitar a adesão da Turquia ao bloco não está empurrando-a para os braços do Irã?
A ideia de um grande país como a Turquia definir sua política externa exclusivamente em função da integração com a União Europeia me parece não apenas uma extravagância, mas um desrespeito com os turcos. A Turquia tem uma diplomacia muito ativa na região. Sempre defendi a ideia de que a Turquia e a União Europeia precisam desenvolver uma aproximação maior, mas sem chegarmos até a integração, que não traria benefícios a nenhuma das panes. A Turquia tem um papel único, que nunca foi tão relevante para o mundo quanto agora, que é ser uma ponte entre o Ocidente e o Oriente. Para comunicar desempenhando esse papel, deve manter essa posição única, de onde rira sua força.

A França apoia a candidatura brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança?
Sim. Primeiro, porque o Brasil já é um protagonista global e o será cada vez mais. Tem peso, capacidade e, principalmente, vontade de contribuir para a estabilidade mundial. Isso pode ser visto no Haiti, onde o Brasil é a espinha dorsal da missão de paz da ONU. Segundo, se quisermos que o conselho continue sendo a principal instância para a segurança e a paz internacionais, ele precisa ser mais representativo do equilíbrio mundial. Os países emergentes devem ser mais bem representados ali. A reforma do Conselho de Segurança não deve ser protelada. É uma questão de legitimidade e eficiência para a própria ONU. Por isso a França, junto com a Inglaterra, propôs uma reforma interina do conselho, possibilitando a ampliação agora, dando a alguns países um mandato mais longo como membros não permanentes. Seria uma etapa rumo à ampliação definitiva.

Qual justificativa do governo brasileiro o senhor recebeu por ele ter voltado atrás na compra dos caças franceses Rafale, dada como certa pela gestão anterior?
O governo brasileiro disse que precisa de mais tempo para tomar uma decisão tão relevante; e entendo perfeitamente essa necessidade. Trata-se de uma escolha estratégica, que significará um compromisso pelos próximos anos. Não vejo essa decisão como um retrocesso e não estou preocupado porque tenho certeza de que a oferta francesa é a mais adaptada às necessidades brasileiras. Primeiro, porque o Rafale é o avião de caça com o melhor desempenho e a maior versatilidade no mercado. Segundo, porque já mostrou seu valor em missões militares. Terceiro, porque a oferta que fizemos é acompanhada de transferência irrestrita de tecnologia, garantida pelo estado francês, o que nenhum dos outros dois concorrentes tem condições de fazer com credibilidade. Relações simples de fornecedor e cliente estão ultrapassadas. Essa cooperação com os caças deve também contribuir para o desenvolvimento da indústria de defesa do Brasil. O objetivo de independência e soberania é considerado legítimo pela França, pois foi o que norteou o desenvolvimento de nossa própria indústria de defesa.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56831 Mensagem por marcelo l. » Seg Mar 14, 2011 9:18 am

jp escreveu:A nota trazida pelo Marino, merecia mais atenção.
Uma possível contra-oferta americana, cambiando o que "não podem" conceder (do ponto de vista da tecnologia militar) por tecnologia - ou outra benesse - no campo civil não é bem o que preconiza a END.
Porém, tudo tem que ser muito analisado e pesado. Isto, lógico, se esta nota de impensa possua alguma consistência
Acho que é por aí para desatar o nó do f-x-2. O campo civil é o mais lógico, na parte militar um caça só seria possível se o Brasil entra-se em um consórcio, por que sozinho dificilmente terá recursos e tecnologia para fazer um caça de 5 geração, só analisar os custos de um processo vertical como Rafale e as dificuldades da India para finalizar o projeto Tejas.

Quanto as vendas externas sustentar com o imenso mercado propalado para melhor absorção da tecnologia e aprimoramentos, só verificar que dos caças escolhidos pelo Short-list, o campeão em vendas até aqui é o F-18 que vendeu apenas para Austrália (24 unidades?).

Portanto mirar em tecnologias para a área civil sempre me pareceu o mais lógico e daí partir para um lift para FAB.




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"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56832 Mensagem por Bourne » Seg Mar 14, 2011 5:35 pm

Por onde anda PRick?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56833 Mensagem por Zepa » Seg Mar 14, 2011 8:49 pm

Se a decisão do F-X2 demorar, FAB pode optar caças Dassault Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos
(Da redação, 14 de março de 2011)
Prevendo uma alternativa para o sucessivamente postergado programa F-X (seja o 1, o 2 ou quantos vierem) e já antecipando o substituto para a frota de 12 caças Dassault Mirage 2000C/B, cuja desativação pode ocorrer a partir de 2014 (momento em que se encerra o contrato de manutenção dessas aeronaves com a França), comenta-se que a Força Aérea Brasileira (FAB) estaria analisando a possibilidade de adquirir dos Emirados Árabes Unidos (EAU) alguns exemplares do jato de combate Mirage 2000-9, a mais moderna versão deste caça em serviço no mundo.
Segundo o que apurou a reportagem de ASAS, a FAB deve enviar para os EAU pelos menos dois militares para analisar o estado estrutural e de conservação dos mesmos. Aproximadamente 60 Mirage 2000-9 estão em serviço nos EAU, que são equipados com radares RDY-2 e uma série de aviônicos dedicados para as missões de ataque ao solo, como o designador laser Shehab e o sistema de navegação por infravermelho Nahar, que transmite para o head-up display (mostrador digital ao nível dos olhos) do piloto imagens em alta definição do terreno a sua frente.

Além disso, os Mirage 2000-9 são equipados com sistema de comunicação segura e datalink.
Os EAU pretendem substituir, a médio prazo, pelo menos parte dos Mirage 2000-9 em serviço por aeronaves ainda mais modernas, como o caso do Eurofighter Typhoon, Dassault Rafale e Lockheed F-35. Até o momento, nenhuma decisão foi tomada, entretanto, alguns países já mostraram interesse em comprar esses aviões caso sejam desativados.
Com a desativação dos últimos Mirage IIIE/D da FAB, em 2005, o 1º Grupo de Defesa Aérea ficou sem nenhuma plataforma de combate para continuar com o cumprimento da sua missão. Naquela ocasião, para resolver temporariamente o problema, até que o vencedor do programa F-X fosse enfim anunciado, o Brasil adquiriu da França 12 Dassault Mirage 2000C/B usados, junto com um contrato de manutenção e treinamento especializados para os pilotos e mecânicos. Enquanto nenhuma decisão é tomada quanto ao F-X, a vida dos Mirage 2000C/B na FAB vai paulatinamente chegando ao fim.
Dessa forma, os caças do EAU são uma boa opção para a FAB continuar com um vetor temporário de defesa aérea, uma vez que os seus militares já possuem boa familiaridade com os aviões da família deste caça.

http://www.revistaasas.com.br/index.php ... 0&LE=atual

:shock: :shock: :shock: :shock:




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56834 Mensagem por Carlos Lima » Seg Mar 14, 2011 8:51 pm

:lol: A FAB já disse que não consegue nem manter os M2k voando... imagina M2k-9... :lol:

É ... [029] e aguardar.

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#56835 Mensagem por AlbertoRJ » Seg Mar 14, 2011 9:13 pm

Mais lindinhos, como diria o Prick. :lol: 8-]

[]'s




Alberto -
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