GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#3571 Mensagem por FOXTROT » Ter Fev 22, 2011 12:06 am

Concordo tanto com o Enlil como com o Bolovo.

Na lista de 16 citar Costa do Marfim (já enfrentava problemas internos na época da previsão), Iraque (sempre bombando :twisted: ), Colômbia idem, Líbano, Paquistão e Somália é covardia..... Agora dizer que alguém esperava o que ocorre no Norte da África é mais covardia ainda....


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Re: GEOPOLÍTICA

#3572 Mensagem por Enlil » Ter Fev 22, 2011 1:43 am

marcelo l. escreveu:Acho que são várias questões, a triplice fronteira e o ABCD, regiões com adensamento muçulmano no Brasil também tem muito dinheiro gasto por corações e mentes dos sauditas, eu mesmo tinha ganho um alcorão muito bonito financiado por Riad. Teerã mais tenta implantar algum apoio e criar locais para impedir o boicote de produtos necessários a seu país.
Também tenho esse Alcorão, consegui através da CCAB (Câmara de Comércio Árabe Brasileira) há anos atrás. Diga-se q é a única tradução para português, feita pelo professor Helmi Nasr, da USP, reconhecida pela Liga Islâmica Mundial. Foi distribuído gratuitamente já q o livro não pode ser vendido, de qualquer maneira foi financiado pela Arábia Saudita e impresso no Complexo do rei Fahd, em Medina.



[].




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Re: GEOPOLÍTICA

#3573 Mensagem por Anton » Ter Fev 22, 2011 10:50 am

AIE vê risco no preço do petróleo e sugere liberar estoques

JACARTA (Reuters) - A alta no preço do petróleo representa um perigo para a recuperação econômica mundial, e os países industrializados estão preparados para liberar seus estoques estratégicos a fim de compensar a eventual perturbação no fornecimento do Oriente Médio, disse nesta terça-feira o economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE).

O petróleo bruto chegou nesta terça-feira à sua maior cotação nos EUA em dois anos e meio, refletindo a violência política na Líbia, que levou uma empresa de lá a suspender a produção de 100 mil barris diários (de um total de 1,6 milhão de barris da produção líbia).

Os investidores temem também que a onda de protestos no Oriente Médio e Norte da África chegue a outros países produtores de petróleo, especialmente a Arábia Saudita.

"Os preços do petróleo são um sério risco para a recuperação econômica mundial", disse a jornalistas Fatih Birol, que participa nesta terça-feira de uma conferência energética na Indonésia.

A AIE dá consultoria em políticas energéticas a 28 nações industrializadas.

"A recuperação econômica mundial é muito frágil - especialmente em países da OCDE", disse Birol, referindo-se a um grupo de países desenvolvidos. Ele acrescentou que, acima de 90 dólares por barril, o produto entra numa "zona de perigo" para a recuperação, e que isso é nocivo tanto para nações consumidoras quanto para as produtoras.

Nesta terça-feira, o petróleo tipo Brent é comercializado a quase 108 dólares, enquanto o petróleo dos EUA sai acima de 94 dólares por barril.

Birol disse que a alta pode prejudicar as balanças comerciais dos países industrializados, provocar inflação e causar uma pressão sobre os Bancos Centrais para ajustarem as taxas de juros.

Se o petróleo chegar a uma média de 100 dólares por barril, o Japão, por exemplo, irá gastar 3 por cento do seu PIB só com a importação do produto, acrescentou Birol.

A AIE tem autoridade para pedir a seus países membros - todos eles integrantes da OCDE - que liberem seus estoques estratégicos de petróleo em caso de perturbação no abastecimento.

Isso é algo que raramente acontece. A última vez foi em 2005, quando o furacão Katrina paralisou a produção de petróleo dos EUA no golfo do México.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3574 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 6:03 pm

Petróleo do pré-sal, um dos alvos da visita de Obama ao Brasil
Para CEO da Amcham, EUA passam a ver o Brasil como parceiro estratégico, o que nunca ocorreu; visita deve acelerar acordos

Claudia Facchini, iG São Paulo | 20/02/2011 19:34

Um dos interesses do presidente americano Barack Obama, que visita o Brasil entre os dias 19 e 20 de março, será favorecer as empresas americanas instaladas no Brasil ou que exportam para o País, principalmente aquelas que fornecem equipamentos para os setores de petróleo e infraestrutura. E há motivos para isso. Os Estados Unidos precisam dobrar suas exportações para conseguir tirar a economia do limbo após a crise das hipotecas e Obama, certamente, virá ao Brasil com essa missão em sua bagagem.

A indústria brasileira de petróleo está entre os setores que mais interessam aos Estados Unidos. Os americanos foram mais lentos que os chineses, por exemplo, no fornecimento de equipamentos para a produção petrolífera na região do pré-sal e a expectativa é de que, agora, os Estados Unidos tentem recuperar o terreno perdido.

A GE, um dos maiores conglomerados americanos, é um exemplo. Após em encontro com Dilma, em Brasília, na semana passada, o grupo americano anunciou investimentos de R$ 550 milhões nos próximos dois anos no Brasil e que prevê “aumentar” as suas relações com a Petrobras.

Não é esperado que Obama e a presidente Dilma Roussef assinem medidas específicas, mas a visita do presidente americano sinaliza uma importante aproximação comercial entre os dois países e deve criar um ambiente mais favorável para que os acordos bilaterais avancem.

O Chief Executive Officer ( CEO, presidente executivo em português) da Amcham (Câmara Americana de Comércio) no Brasil, Gabriel Rico, vai além. “Com a visita de Obama, o Brasil passa a ser visto com um parceiro estratégico para os Estados Unidos, e não apenas como um parceiro comercial importante. E isso nunca existiu”, avalia.

Em contrapartida, o Brasil deve negociar um maior acesso ao mercado americano para commodities e produtos agrícolas, como etanol.

Acordos bilaterais

A visita de Obama também pode destravar acordos bilaterais que beneficiariam investimentos.

Um dos acordos em estágio mais avançado e com maiores de chances de sair do papel é o TIFA (Trade and Investment Framework Agreement – em português acordo de sistema de comércio e investimento), afirma Rico. Os Estados Unidos possuem esse tipo de acordo com alguns países da África, Oriente Médio e Ásia, mas, na América Latina, a única nação com a qual o governo americano firmou essa parceria é o Uruguai. O Tifa permite uma série de consultas automáticas e troca de informações entre os EUA e os países signatários.

O foco da visita de Obama, avalia o presidente da Amcham, será no diálogo bilateral, em fortalecer as relações dos Estados Unidos com o Brasil. O aspecto regional, ou as relações com a América Latina como um todo, deve ficar em segundo plano.

Outro acordo que também deve avançar, após a visita de Obama, é o que trata da eliminação da bitributação dos investimentos nos dois países. Atualmente, as empresas americanas e brasileiras pagam impostos semelhantes em ambos países e um acordo nesse sentido poderia incentivar novos investimentos. Há também um acordo para desonerar os investimentos, o que igualmente poderia atrair mais capital produtivo para o Brasil, diz Rico.

Balança comercial

O Brasil sempre vendeu mais mercadorias para os Estados Unidos do que costumava importar do país. Mas,nos dois últimos anos, com a crise americana e a desvalorização do dólar, essa relação se inverteu, o que torna o mercado brasileiro ainda mais atraente aos EUA.

As importações de produtos americanos pelo Brasil cresceram 35%, de US$ 20 bilhões em 2009 para US$ 27 bilhões em 2010. As exportações brasileiras para o EUA aumentaram bem menos, ou 23,7%, de US$ 15,6 bilhões em 2009 para US$ 19,3 bilhões em 2010, segundo informações fornecidas pela Amcham.

A balança, que antes era favorável ao Brasil, agora é favorável aos EUA. E o saldo vem se ampliando. Entre 2009 e 2010, a diferença em favor dos americanos saltou de US$ 4,4 bilhões para US$ 7,7 bilhões.
Assinaremos o TIFA??? Essa eu não sabia... :shock:
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Re: GEOPOLÍTICA

#3575 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 7:28 pm

22/02/2011 às 18:16:08
França apoia Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas

A presidenta Dilma Rousseff recebeu o apoio do presidente da França, Nicolas Sarkozy, para que o Brasil se torne membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Neste mês de fevereiro, o Brasil ocupa a presidência temporária do Conselho. A sinalização foi pela ministra de Negócios Estrangeiros da França, Michèle Alliot-Marie, durante audiência no Palácio do Planalto. A ministra francesa, na oportunidade, entregou uma carta de Sarkozy e destacou que o presidente francês manifestou interesse em avançar a parceria estratégica com o governo brasileiro e manter o mesmo nível de relacionamento que teve com o ex-presidente Lula.

Durante o encontro, a ministra Alliot-Marie explicou que o governo da França vê a importância do Brasil no G20 e relatou a preocupação de seu país em relação as commodities. Mais cedo, a ministra assinou ato para a implementação do projeto de cooperação bilateral em computação de alto desempenho. Pelo Brasil, o ato foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. De acordo com documento divulgado pelo Itamaraty, Brasil e França vão elaborar “Programa de Trabalho” para, no prazo de três meses, definirem as diretrizes para implementação.

“O projeto terá por objetivo dotar o Brasil, até o ano de 2014, de infraestrutura de supercomputação de classe mundial, para apoiar a pesquisa científica e a prestação de serviços ao Governo brasileiro e à sociedade brasileira, em distintas aplicações, de caráter transversal – sistema que deverá situar o país entre os trinta maiores no mundo em termos de capacidade de processamento de informações.”

A ministra Michèle Alliot-Marie também esteve com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

http://blog.planalto.gov.br/franca-apoi ... es-unidas/
Parece-me que existe um recado nas entrelinhas para outras freguesias (nada a ver com o Jobim, antes que a paranoia se instale)...

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Re: GEOPOLÍTICA

#3576 Mensagem por Sterrius » Ter Fev 22, 2011 9:34 pm

Ao menos é bom ver que apesar das rusgas Brasil e França continuam com a amizade em pé.

Talvez pq a França ja teve que engolir muito sapo pior com a inglaterra o que ja deixo ela experiente nisso :p. (Nao digo que o Brasil tenha feito algo necessariamente errado, mas na visão dos franceses teve, logo estou vendo pela perspectiva deles).




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Re: GEOPOLÍTICA

#3577 Mensagem por Enlil » Qui Fev 24, 2011 12:46 am

23 de fevereiro de 2011 às 14:32
Obama ainda vai pedir desculpas ao Celso Amorim

Diz a piada que as ideias levam 10 anos para chegar ao Brasil. E mais 10 para serem institucionalizadas. Donde a vantagem de ter gente capaz de enxergar antes, como o Celso Amorim:

Irã: uma nova viagem de descobrimento


23/2/2011, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online

“Os EUA esforçam-se muito para não aparecer como alvo desses gigantescos levantes populares, mas fracassam, porque o povo já sabe que as políticas dos EUA e seus comparsas são causa de humilhação e divisão entre as nações. Por isso, a chave para resolver os problemas do povo está em dar fim a todos os arranjos que os EUA impõem à Região”

(Supremo Líder do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei)

Na 2ª-feira, com dois navios de guerra iranianos preparados para cruzar o Canal de Suez – para grande preocupação em Israel, que interpreta o movimento “como de máxima gravidade” – o Supremo Líder do Irã aiatolá Ali Khamenei dirigiu-se a um grupo de dignitários estrangeiros de todo o mundo árabe e falou-lhes, confiante, da aurora de uma nova era no Oriente Médio, que refletiria “um novo despertar islâmico”.

Com o fim das duas ditaduras pró-ocidente na Tunísia e no Egito, e com protestos que crescem no Bahrain predominantemente xiita, onde está atracada a 5ª Frota da Marinha dos EUA, os líderes iranianos têm ampla justificativa para a confiança com que falam de “um Novo Oriente Médio”, cada dia menos rendido aos interesses ocidentais e cada dia mais independente e assertivo.

Uma fragata iraniana e um barco de suprimentos navegaram pelo Canal de Suez a caminho da Síria, depois de autorizados pelas autoridades egípcias –, primeira vez que navios iranianos navegam pelo canal, desde antes da queda do Xá, em 1979. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no domingo que o Irã estaria tentando aproveitar-se da instabilidade na Região.

Pela legislação internacional, só navios de países que estejam em guerra contra o Egito são impedidos de passar pelo Canal de Suez. Mas navios militares têm de, antes, ser autorizados pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores do Egito.

“Acho que hoje se pode ver o quanto é instável a região em que vivemos, cuja instabilidade o Irã tenta explorar. O movimento de passar pelo Canal de Suez foi pensado para ampliar a influência do Irã” – dizem as notícias, citando palavras de Netanyahu. O primeiro-ministro de Israel considerou a viagem “uma provocação” à qual “a comunidade internacional terá de responder”.

Na avaliação dos especialistas em política exterior do Irã, a decisão dos militares egípcios, de autorizar a passagem dos navios “Alvand” e “Khargh”, foi importante gesto para quebrar o gelo e dá tom positivo a uma muito necessária melhora nas relações entre o Irã e o Egito.

Acusados pelos israelenses de “conivência” com o Irã, no caso da autorização para a passagem dos navios, os militares egípcios – que hoje são governo, depois da deposição do presidente Mubarak – podem acelerar o processo de normalização das relações com o Irã, ainda antes das eleições marcadas para setembro. É decisão que nada tem a ver com a promessa que fizeram de manter todos os compromissos já assumidos com outras nações, inclusive o tratado de paz de Camp David com Israel.

Mas, para o jornal israelense Ha’aretz, Israel já não pode ter certeza de que o Egito continuará seu aliado contra o Irã. Interpretação mais acurada diria que Israel teme que o Egito se alie ao Irã contra Israel, o que, com certeza, alteraria o equilíbrio de forças, em detrimento do bloco conservador liderado por EUA e Israel que visa a isolar o Irã.

Nos tempos tumultuados que se vive no Oriente Médio e Norte da África, vê-se agora a queda de regimes pró-EUA, ou derrubados ou seriamente contestados pelas massas nas ruas, o que cria, para o bloco liderado pelo Irã (e que inclui a Síria, o Hezbollah no Líbano e o Hamás em Gaza), oportunidade única para colher um importante ganho (geo)político. Mais clara a oportunidade será, se o “efeito dominó” hoje ativado levar a mudança radical também no sistema político arcaico do Bahrain.

Apesar de o almirante Mike Mullen, presidente do Conselho do Estado-maior dos EUA, em sua última entrevista, ter acusado implicitamente o Irã de estar estimulando a agitação no Bahrain, fato é que muitos xiitas do Bahrain têm como sagrada a cidade iraquiana de Najaf e como líder espiritual o aiatolá Ali Sistani, enquanto só uma minoria segue a orientação de Khamenei.

Seja como for, a inevitável maior influência dos xiitas do Bahrain – que são superiores, em número, aos sunitas reinantes –, seja por revolução, seja mediante o “diálogo nacional” que o governo propôs, acabará por ser interpretada como importante ganho para o Irã. Com isso, será de esperar que o Bahrain e outros membros do Conselho de Cooperação do Golfo [ing. Gulf Cooperation Council (GCC)] passem a demonstrar maior deferência ao rapidamente crescente maior poder do Irã na região. O GCC foi criado em 1981 e inclui os estados do Golfo Persa, Bahrain, Kuwait, Oman, Qatar e Arábia Saudita, e os Emirados Árabes Unidos.

Esse reconhecimento de que a mudança na maré política favorece o Irã, a bete noir dos EUA no Oriente Médio, já é bem visível na decisão da Arábia Saudita, até agora sem precedentes, de permitir que navios de guerra iranianos passem por portos sauditas (os navios iranianos atravessaram o Mar Vermelho e o Canal de Suez, em rota para o porto de Latika, na Síria). Mas o ramo de oliveira estendido ao Irã pode também ter sido motivado pelo medo, em Riad, de um levante; e dessa vez, dos seus próprios xiitas descontentes (há dois milhões de xiitas na Arábia Saudita, numa população de 26 milhões).

Veem-se assim novas questões relativas ao futuro das relações EUA-Irã, à luz da complexa convivência entre interesses conflitantes e interesses partilhados entre os dois países no caldeirão do Oriente Médio e em outros pontos do mundo.

É provável que os EUA sejam obrigados a revisar a abordagem de coerção e violência contra o Irã e seu programa nuclear; que tenham de evitar futuras sanções e alterar a até agora perfeitamente inócua política de isolar o Irã. É possível que tenham de começar a trabalhar para ganhar a confiança de Teerã para defender interesses partilhados ou, no mínimo, paralelos não conflitantes, como, por exemplo, a tríplice ameaça que paira sobre Irã e EUA: a ação dos Talibã, o extremismo dos wahhabistas e o tráfico de drogas – para não falar da estabilidade regional, que interessa a todos.

No que tenha a ver com os programas nucleares, movimento prudente dos EUA seria aceitar imediatamente o projeto de troca de combustível nuclear para o reator médico de Teerã e apoiar, com todo seu peso político, os esforços da ONU para fazer do Oriente Médio zona livre de armas nucleares.

Deve-se desejar também que os EUA parem de impedir que a Índia participe do projeto do oleoduto Irã-Paquistão-Índia. A lógica econômica da interdependência, que ensina a praticar a moderação, não pode nem deve ser ignorada.

Infelizmente, é pouco provável que Washington, em futuro próximo, venha a reconhecer o papel de destaque de Teerã em todos os negócios no Oriente Médio. Em vez disso, como já transparece na fala de Mullen, os EUA continuarão a analisar o quadro político pelas lentes da fobia anti-Irã – motivo pelo qual toda uma enorme área de “interesses mútuos” permanecerá sem ser nem considerada nem explorada.

Direitos dos palestinos

Como esperado, a mídia no Irã atacou duramente o veto, pelo governo Obama, semana passada, contra projeto de Resolução do Conselho de Segurança da ONU que criticaria as colônias ilegais, exclusivas para judeus e erguidas em territórios palestinos ocupados.

Reforça-se assim a percepção, já generalizada no Irã e em outras partes do mundo árabe e do mundo muçulmano, de que o governo dos EUA está sob controle absoluto do lobby pró-Israel e fundamentalmente incapaz de agir com independência (e nem se fala de opor-se declaradamente aos planos de ação de Israel para a região).

A menos que a Casa Branca demonstre o contrário, ajustando suas abordagens do “processo de paz” e passando a efetivamente pressionar Israel, firma-se, em todo o Oriente Médio, a conclusão de que a política dos EUA para o Oriente Médio é concebida em Telavive.

O interesse do Irã na “questão” palestina é, simultaneamente, ideológico e resultado do desejo de ampliar suas áreas de influência – o que significa, essencialmente, que a política dos EUA, de excluir o Irã do diálogo multilateral sobre o processo de paz, é, ao mesmo tempo, disfuncional e contraproducente.

“As políticas expansionistas israelenses causaram grave dano aos interesses dos EUA e sem dúvida contribuíram para a impopularidade do Xá dos EUA, Hosni Mubarak” – diz cientista político especialista em assuntos de política exterior do Irã, da Universidade de Teerã. E completa: “Entende-se que os políticos israelenses estejam cegos para isso. Mas e os norte-americanos? Por que não veem?”

Sobre recente decisão dos militares egípcios de abrir a fronteira com Gaza por vários dias, como indicação da nova abordagem do Egito, que já não estaria a favor do sítio de Gaza, todos, o professor de Teerã e vários jornalistas e comentaristas iranianos, são otimistas quanto a um brilhante futuro para as relações Irã-Egito. Para todos, essas novas relações seriam baseadas “na solidariedade de todos aos palestinos”.

No mínimo, Cairo tem agora melhores condições para barganhar com EUA-Israel, depois de livrar-se dos impedimentos que afastavam o Irã – e esse é, sem dúvida, desenvolvimento extraordinariamente importante – além de extraordinariamente preocupante do ponto de vista dos interesses de EUA-Israel.

Perfeitamente consciente da necessidade de implantar uma cunha entre EUA e Israel, a estratégia iraniana combina hoje um porrete e uma cenoura. De um lado, o porrete do antiamericanismo e o correspondente slogan de “Oriente Médio sem EUA”, parafraseando o que o presidente Mahmud Ahmadinejad disse no discurso de comemoração do 32º aniversário da revolução de 1979; de outro, a cenoura da cooperação no campo das “preocupações comuns”, como os Talibã.

O fato de que o Irã pode ser muito oportuna linha de fuga, contra os repetidos ataques dos Talibã às linhas de suprimento da OTAN que atravessam o Paquistão e o Afeganistão, ou pode ser influência de moderação para escapar da fúria dos xiitas no Golfo Persa – também já apareceu comentado em veículos da mídia de Teerã.

Nessas possíveis negociações, o Irã introduziria, como pré-condição, o fim das políticas norte-americanas (1) de sanções e (2) de tentativas de golpe para derrubar o regime iraniano.

A ironia disso tudo é que o resultado das políticas dos EUA contra o Irã parece ser exatamente o oposto do que os EUA esperavam conseguir: os aliados dos EUA caem como maçãs podres de seus respectivos postos ditatoriais de governo; e o Irã sofreu impacto mínimo da “febre democrática” que varre a região. Por isso, exatamente, Teerã considera-se no pleno direito de conduzir os termos de qualquer diálogo futuro com os EUA.

Isso, também, porque os EUA estão sendo vistos como os principais perdedores, hoje; em posições muito enfraquecidas; na defensiva; e já “operando no modo ‘pânico’, à vista da chuva de dominós que caem” – como se leu ontem, no editorial de um dos jornais iranianos conservadores.

O império pode recuperar o fôlego e descobrir novas vias para retaliar e voltar ao comando do jogo. Mas os vencedores do dia, hoje, são o Irã e seus aliados.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... morim.html


Original em inglês: http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/MB24Ak03.html


>


Apesar do título irônico do viomundo não deixa de serem "conjecturas" a se pensar as análises do Asia Times. Por enquanto, de fato, os acontecimentos na região alterarão, em maior ou menor grau, o antigo statu quo pró-americano no Oriente Médio. Talvez nada "revolucionário" para agora, mas quiçá o semeamento de algumas reflexões para idéias com reflexos no futuro há médio prazo...



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Re: GEOPOLÍTICA

#3578 Mensagem por FOXTROT » Sáb Fev 26, 2011 9:47 am

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Rússia mantém planos de vender mísseis à Síria
26 de fevereiro de 2011

MOSCOU, 26 Fev 2011 (AFP) -A Rússia anunciou neste sábado que pretende cumprir seu contrato com a Síria de fornecimento de mísseis de cruzeiro apesar da turbulência que afeta o mundo árabe e da condenação ao acordo feita por Israel.
"O contrato está em estágio de implementação", informou a agência oficial russa, citando o ministro da Defesa, Anatoly Serdyukov.

A Rússia concordou inicialmente em enviar um grande carregamento de mísseis supersônicos navais antinavio Yakhont para a Síria em 2007, sob os termos de um acordo controverso que somente foi fechado por Serdyukov em setembro de 2010.

A revelação causou fúria tanto em Israel como nos Estados Unidos, e havia especulações de que a Rússia rasgaria o contrato em meio às turbulências que ocorrem no Oriente Médio e no Norte da África.

Israel - que tecnicamente está em estado de guerra com a Síria e teme os laços do país com o Irã - suspeita que o carregamento tenha como objetivo fornecer armamentos aos militantes do Hezbollah no Líbano.

O disputado acordo é avaliado em ao menos 300 milhões de dólares, no qual a Síria deverá receber um total de 72 mísseis.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3579 Mensagem por Penguin » Qua Mar 02, 2011 5:55 pm

EUA esperam que Brasil seja principal fornecedor de petróleo
1 de março de 2011, em Indústria Petrolífera, Noticiário Internacional, por Galante
http://www.naval.com.br

O chanceler brasileiro Antônio Patriota revelou recentemente que os Estados Unidos esperam que o Brasil seja o principal fornecedor de petróleo ao país.

Segundo Patriota, os EUA apresentaram interesse de importar petróleo do Brasil. Patriota foi recentemente aos EUA para fazer os preparativos para a visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil nos dias 19 e 20 de março.

O Brasil divulgou recentemente a descoberta de um grande reservatório de petróleo na Bacia de Santos, com um volume entre 5 bilhões e 6 bilhões de barris. Especialistas internacionais consideram que, por problemas de tecnologia, só daqui a dez anos o Brasil poderá será um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo.(por Zeng Yun)

FONTE: CRI Online




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Re: GEOPOLÍTICA

#3580 Mensagem por Sterrius » Qua Mar 02, 2011 6:52 pm

nao consigo gostar da ideia de vender petroleo. Um recurso raro de se conseguir.

Vender exceço até vai mas nao gosto da ideia de tentar dar conta da demanda mundial que obviamente está acima da capacidade das reservas brasileiras.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3581 Mensagem por marcelo l. » Sáb Mar 05, 2011 9:50 pm

A posição americana é bem lógica para seus interesses no mundo, para aliados será forçar aos manifestantes a trabalhar com os governantes existentes em direção de "alterar o regime para compromissos democráticos" .


http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... TopStories

WASHINGTON-Após semanas de debate interno sobre como responder às revoltas no mundo árabe, a administração Obama está se instalando em uma estratégia para o Oriente Médio: ajudar a manter os aliados de longa data que estão dispostos a reforma no poder, mesmo que isso signifique a demanda plena e democrática de recentemente encorajou seus cidadãos possam ter de esperar.

Em vez de pressionar por uma mudança de regime imediata, como fez em vários graus no Egito e Líbia-agora os EUA estão incitando os manifestantes a partir de Bahrein para Marrocos para trabalhar com os governantes existente em direção ao que alguns oficiais e diplomatas estão chamando de "alteração de regime".

A abordagem surge em meio a lobby furioso da administração por parte dos governos árabes, que estavam alarmados que o presidente Barack Obama havia abandonado o presidente egípcio, Hosni Mubarak, e preocupados que, se os EUA fizeram o mesmo ao rei sitiado do Bahrain, uma cadeia de revoltas podem varrer los do poder, também, e derrubar ainda mais a estabilidade da região.

A estratégia também vem em face da crítica interna dos EUA que o governo enviou mensagens contraditórias em primeiro no Egito, tentativamente apoio Mubarak, antes de decidir lançar o seu total apoio aos manifestantes exigindo a sua demissão. Da mesma forma no Bahrein, a decisão dos EUA para lançar uma linha de vida para a família governante veio após fortes críticas de sua manipulação dos protestos lá. Na sexta-feira, a oposição do reino montada uma de suas maiores manifestações, sublinhando o desafio que a administração enfrenta uma estratégia de venda de mais uma mudança gradual para a população.

Funcionários do governo dizem que tem sido coerente ao longo, instando os governantes para evitar a violência e fazer as reformas democráticas que atendam às demandas de suas populações. Ainda assim, um alto funcionário do governo reconheceu no mês passado foi um processo de aprendizagem para os decisores políticos. "O que dissemos ao longo deste é que não há necessidade de uma reforma política, económica e social, mas a abordagem particular será por país", disse o funcionário.

Um momento crucial veio no final de fevereiro, nas horas tensas depois que Obama repreendeu publicamente o rei Hamad bin Isa al-Khalifa por reprimir violentamente manifestantes antigovernamentais em capital do Bahrein. Enviados para o rei e seus aliados árabes de transporte desde o Pentágono eo Departamento de Estado ea Casa Branca com uma mensagem cuidadosamente coordenados.

Se a administração Obama não inverter o curso e ficar de frente para trás a monarquia, que advertiu, o governo do Bahrein pode cair, o custeio dos Estados Unidos um aliado crítico e, potencialmente, passando o país para a órbita iraniano. Somando-se o senso de urgência foi um cenário que está sendo visto pelas agências de inteligência dos EUA: a possibilidade de que a Arábia Saudita poderia invadir o país vizinho pequeno para silenciar os manifestantes xiita, ameaçando parcerias décadas ea criação de turbulência política e econômica enorme.

"Precisamos do apoio total dos Estados Unidos", disse um diplomata do Bahrein topo suplicou os norte-americanos, incluindo o Joint Chiefs of Staff presidente o almirante Michael Mullen, Secretário de Estado Adjunto Feltman Jeffery, vice-conselheiro de Segurança Nacional Denis McDonough, e outros responsáveis políticos de topo .

Diplomatas árabes acreditam que a pressão funcionou. O secretário de Defesa, Robert Gates, ea secretária de Estado Hillary Clinton surgiu como líder vozes dentro do governo pedindo mais apoio dos EUA para o rei do Bahrein juntamente com uma agenda de reformas que Washington insistiu que seria para ser credível aos manifestantes de rua. Em vez de gritos de apoio para a remoção do rei, Obama pediu os manifestantes para negociar com a família governante, que está prometendo grandes mudanças.

Israel também fazia ouvir a sua voz. Como pega Mubarak no poder escapuliu no Egito, as autoridades israelenses fizeram lobby em Washington para mover cautelosamente e tranquilizar os aliados no Oriente Médio que não estavam sendo abandonados. Os líderes israelenses deixaram claro que eles temem as forças extremistas poderiam tentar explorar as liberdades recém-descobertas e minar a segurança de Israel, disseram diplomatas.

"A partir do Bahrein, o governo se moveu alguns entalhes para enfatizar a estabilidade mais a regra da maioria", disse um oficial dos EUA. "Todo mundo percebeu que o Bahrein foi muito importante para fracassar".

Uma exceção à política de alteração de regime é a Líbia, um adversário de longa data EUA parcialmente reabilitado pelo governo Bush após Tripoli concordou em desistir de seu programa nuclear. A reação inicial de Obama foi silenciado, mas mais tarde ele criticou o coronel Muamar Kadafi, para cometer actos de violência contra seu próprio povo e pediu que o ditador a deixar o cargo. Críticos dizem que a resposta tem sido muito lento e que a ação militar é necessária.

A abordagem emergentes podem ajudar a desacelerar o ritmo de turbulência, para evitar mais violência, a prioridade da administração, e ajudar a preservar importantes alianças estratégicas. Ao mesmo tempo, a abordagem acarreta riscos. governos autocráticos não pôde cumprir suas promessas de reforma, fazendo com que Washington olhar como ela estava fazendo seus lances, a expensas do público. Autoridades disseram que a resposta da administração no Bahrein, Iêmen e em outros lugares poderia mudar se as pessoas vão às ruas em massa, rejeitando as propostas apresentadas na mesa de negociação, ou se os governos apoiados pelos EUA reprimir violentamente. De fato, funcionários do governo dizem que a Casa Branca não é "incondicional" por trás da monarquia no Bahrein, e tornou claro que os EUA esperavam ver um progresso rápido nas reformas e contenção por parte das forças de segurança.

Os EUA estão tentando uma fórmula Bahrein-como em Marrocos, apoiando o Rei Mohammed VI, e no Iêmen, cujo fraco governo central foi dirigido por autocrático presidente Ali Abdullah Saleh por quase 33 anos. As abordagens sinalizam a disposição de Washington de variar a sua estratégia em função dos seus interesses e da vontade dos líderes autocráticos para responder aos protestos populares.

O esforço de lobby em nome do Bahrein foi conduzido pelo Conselho de Cooperação do Golfo. Além do Bahrein, o conselho inclui os estados do Golfo Pérsico do Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

Em reuniões privadas no mês passado com os responsáveis políticos de Washington, os enviados do Conselho de Cooperação leva a mensagem de que o Bahrein poderia ser um "modelo" que a administração Obama poderia seguir para fazer avançar as reformas democráticas sem alimentar conflitos que possam desestabilizar ainda mais a região.

Os diplomatas árabes encontraram uma orelha particularmente receptivo no Pentágono. Enquanto o Egito começou a balançar, alguns oficiais militares dos EUA tinha dúvidas sobre a abordagem do governo. Os militares dos EUA tem fortes laços com o país. Alguns temem que os EUA estavam se movendo muito rapidamente para afastar um aliado firme e que a mudança radical no Cairo poderia desestabilizar a região.

As preocupações são partilhadas por Israel e vários aliados-chave árabes, que foram "furioso" com a administração de Obama por ignorar seus apelos para que Mubarak uma saída honrosa, um funcionário europeu militar sênior. Mas funcionários do governo disseram que, com centenas de milhares de manifestantes nas ruas, eles tiveram pouca escolha mas para ligar Mubarak, mais cedo ou mais tarde. Na verdade, o governo tem sido criticado por grupos de direitos humanos por não estar mais diretamente com os defensores da democracia desde o início.

Apesar de inicialmente céticos, o Pentágono deu a volta para ver a Casa Branca que se Mubarak agarrado ao poder, não haveria chance de uma reforma real. Mas a perspectiva do Pentágono era muito diferente quando o problema começou, no Bahrein.

movimento de protesto no Bahrein começaram a se reunir na intensidade de 14 de fevereiro, depois que a polícia matou um manifestante e feriu outros 25. Nos dias seguintes, mais seis manifestantes foram mortos e mais de 200 feridos, conforme notícias de que o governo do Bahrein estava se movendo em equipamento militar para dispersar os manifestantes.

Em uma reunião de emergência em Manama, a capital, em 17 de fevereiro, os líderes do Conselho de Cooperação do Golfo apoiado resposta Bahrein aos protestos e do ministro do Bahrein estrangeiros advertiu que o reino estava na "beira do abismo sectário."

A Casa Branca observou a evolução com alarme, especialmente os relatórios de que as forças do Bahrein tinha disparado sobre a multidão a partir de helicópteros. Um funcionário do Departamento de Estado telefonou para um alto diplomata do Bahrein e exigiu uma prestação de contas dos eventos, uma pessoa familiarizada com a troca, disse. funcionários do Bahrein disse que seus colegas americanos testemunhas confundiram com uma lente de telefoto longo de uma espingarda e que nunca os helicópteros abriram fogo.

No dia seguinte, no entanto, o exército disparou sobre os manifestantes do Bahrein de novo. Em uma chamada para o rei, Obama condenou a violência usada contra os "manifestantes pacíficos", e pediu ao rei para direcionar suas forças de segurança para punir os responsáveis pelo derramamento de sangue, segundo a Casa Branca.

Diplomatas árabes reagiram com alarme para a condenação dos EUA. Eles acreditavam que a administração pode estar retornando à cartilha do Egito, de acordo com funcionários e diplomatas.

Dentro do Pentágono, Gates e sua equipe foram rápidos em apontar que o Bahrein representou uma situação muito diferente da do Egito.

Bahrein tem uma maioria xiita rebelde que há muito sentia desligado das oportunidades disponíveis para a família real do país sunita e da elite social.

O país é a sede da Quinta da Marinha dos EUA Frota, que patrulha o mar da Arábia, Golfo Pérsico eo Mar Vermelho. Alguns no Pentágono temia que o Irã xiita poderia tentar seqüestrar o movimento de protesto no Bahrein e volta instalação de um governo anti-americano.

Embora cético quanto aos Bahrein que o Irã e seu proxy libanês, Hezbollah, instigar os protestos eram xiitas, autoridades dos EUA e europeus temem que a crise poderia beneficiar Teerã. As turbulências no Oriente Médio tem impulsionado os preços do petróleo, ajudando a encher seus cofres Teerã e resistir a sanções internacionais destinadas a conter seu programa nuclear.

Em 20 de fevereiro, como dois diplomatas do Bahrein fez o seu caso aos responsáveis políticos de topo em Washington, o almirante Mullen, presidente do Misto Chiefs, chegou à Arábia Saudita como parte de uma visita de uma semana para os aliados árabes.

No topo da agenda dos seus homólogos árabes: Bahrein. O almirante Mullen foi direto sobre suas intenções para tranquilizar os sauditas e outros aliados árabes que os EUA iriam viver de acordo com seus compromissos de segurança, e manteve-se um amigo.

No Bahrain, a família real se esforçavam para mostrar que estava cumprindo com as exigências americanas. Nos dias seguintes, o rei Khalifa aguentou as suas forças eo príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, um convite público para o início de um "diálogo nacional" com os grupos de oposição. Reservadamente, funcionários do Bahrein garantiu os seus homólogos dos EUA que o assassinato dos manifestantes foi devido não à política do governo, mas uma quebra na cadeia de comando.

Em 23 de fevereiro, o almirante Mullen chegaram em Manama e deu um endosso pleno-throated para o diálogo nacional, uma mensagem de aprovado pelo Sr. Gates.

Como ele tem em alguns outros debates críticos de segurança nacional no âmbito da administração, Gates encontrou o seu aliado mais importante na Sra. Clinton.

Ainda assim, enquanto o governo do Bahrein acreditava apoio do Pentágono para um diálogo nacional sobre as reformas era evidente, os diplomatas do país preocupado com a Casa Branca não estava a bordo.

Na quinta-feira, 24 de fevereiro, Conselheiro de Segurança Nacional Tom Donilon conversou com o príncipe herdeiro e, de acordo com um comunicado da Casa Branca, expressou "forte apoio" aos esforços para "iniciar um diálogo aberto sobre a reforma política com o espectro da sociedade do Bahrein. "

Mas, Bahrein e os seus aliados no Conselho de Cooperação do Golfo queria que a administração da iniciativa endosso de nível superior. Sem o apoio dos EUA aberta de Obama ou Clinton, os enviados árabes argumentavam, os manifestantes do Bahrein eram susceptíveis de levar suas demandas.

O "modelo de Bahrein", disseram eles, o governo ofereceu uma alternativa para o Egito e sua abordagem poderia ser uma solução não só para a crise em Manama, mas também um modelo para lidar com o Marrocos ou mesmo, potencialmente, o Iêmen.

No domingo, 27 de fevereiro, a Casa Branca lançou seu apoio ao rei Khalifa. No mesmo dia, William Burns, subsecretário de Estado para assuntos políticos, entregou uma mensagem semelhante ao rei de Marrocos Mohammed VI, outra inquietação aliado árabe enfrenta, dizendo que o país norte Africano "um modelo de reforma económica, social e político".




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA

#3582 Mensagem por Paisano » Seg Mar 07, 2011 10:48 am

Brasil Potência - Como Conquistar uma Cadeira no Conselho de Segurança da ONU

Fonte: http://engajarte-blog.blogspot.com/2011 ... r-uma.html - terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
No jogo de poder mundial, como em qualquer outro, espaços não são concedidos, são conquistados, estas conquistas são realizadas em diversas esferas, e no final é o conjunto que vale.

E como o Brasil poderia realizar seu destino de quinto maior país do mundo em extensão e população, com a correspondente parcela de poder e dos benefícios desta posição no tabuleiro mundial?

Discorreremos aqui sobre alguns dos vários componentes relevantes nesta almejada conquista, sempre tomando em conta que a meta de ser um país poderoso, relevante no cenário mundial, em benefício dos brasileiros, motivo de orgulho nacional, satisfação e qualidade de vida para seu povo, e que pode ser um objetivo aglutinador político das vontades dos próprios brasileiros.

O primeiro requisito é a atitude dos brasileiros, de seu governo, da vontade nacional, é querer e acreditar no objetivo, pois subdesenvolvimento é um estado mental.

Poder é ação, e ação diplomática sempre será um dos pilares deste jogo, e o Brasil mostrou como se pode ter uma projeção de poder maior que suas possibilidades relativas, com a inteligente política externa autônoma do governo Lula, implementada pelo Chanceler Celso Amorim, onde a consigna “ativa e altiva”, marca o rumo de um país que se respeita e quer construir seu lugar entre as grandes potências mundiais.

Poder político e poder econômico nunca estão dissociados, e assim a recolocação do Brasil passa por um ciclo de desenvolvimento acelerado, onde em 10 anos poderíamos superar o PIB da Inglaterra e França, seriamos o quinto país em tamanho de PIB, algo plenamente viável e alcançável, se tivermos isto com meta e organizarmos o país para isto.

Desenvolvimento e projeção de um país na história contemporânea está diretamente ligado ao poder econômico do país, de sua capacidade tecnológica, da eficiência e produtividade de sua economia e de suas empresas, de suas empresas nacionais, onde o centro de decisão, acionistas e desenvolvimento avançado está baseado no Brasil.

Não atingiremos o desenvolvimento ou uma situação de poder, respeito e consideração mundial convivendo com milhões de miseráveis, o governo Dilma acerta em decidir erradicar a vergonhosa miséria que sucessivos governos trataram de criar, manter, esconder e justificar.

O tamanho do PIB é relevante, mas mais ainda é a sua qualidade, produção industrial de produtos dinâmicos assim como serviços avançados, ambos de tipo exportáveis e de qualidade diferenciada, isto é que faz um país enriquecer, como levar a economia neste sentido? Primeiro bloqueando e reduzindo substancialmente os ganhos de especulação financeira, ganhos cambiais e operações financeiras exógenas, sinalizando ao mercado a primazia do investimento produtivo.

Se o modelo é o de mercado, é a concorrência que deve imperar, sendo necessário o reforço da ação do CADE, e o sério combate a cartéis e oligopólios.

A segurança financeira do país, passa pelo controle do fluxo de capitais externos, país fraco que não controla o fluxo especulativo é país vagabundo, que jamais será respeitado, pode ser no máximo bajulado como a Islândia antes da quebra.

O caminho da segurança demonstrou o governo Lula quando pela exportação atingiu superávit na conta de capitais, levando o país a tornar-se credor internacional.

Iniciar a conversão de reservas internacionais em ouro, para um nível de até 40% do total das reservas, focar o manejo das dívidas internas e externas para o alongamento de prazos.

Ciência e Tecnologia

Construir estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico para ciência aplicada, com geração de produtos, patentes, modelos produtivos empresariais e tecnologias para gestão e ação públicas.

Alguns elementos de desenvolvimento tecnológico são mais críticos e relevantes que outros, e em alguns deles o Brasil já dispõe de relevante desenvolvimento ou potencial:

Desenvolver sistemas de sensoriamento, Comando-Comunicação-Controle a serem utilizados pelas três forças armadas e outras agências governamentais.

Integrar o gerenciamento dos sistemas de sensoriamento das três forças como Sindacta/Sivam/SIAA.

Expandir o planejado Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisgAAz-Marinha do Brasil) para um sistema de escuta e monitoramento de submarinos no Atlântico Sul (com sensores sônicos e supercomputadores).

Concluir e tornar operacional o Veículo Lançador de Satélites, inclusive com um estágio de propulsão a combustível líquido.

Lançar e manter satélites geoestacionários de sensoriamento e de comunicação.

Setor Militar

Força militar é parâmetro de alta relevância no cenário internacional, e tem força quem tem indústria militar nacional avançada, o Brasil tem potencial para produzir alguns sistemas chaves e de perfil eminentemente defensivo, norteado por projetos de sistemas de armas que possam ser utilizados pelas três forças armadas, com exemplo:

Sistema de defesa antiaérea de médio alcance (50Km) baseado em radares de longo alcance (já em desenvolvimento) e uma família de mísseis (curto e médio alcance com diferentes sensores – radar/Infra Vermelho/Laser), seja baseado em terra ou embarcado em navios, a partir dos misseis também se desenvolveria uma família de mísseis para combate aéreo.

Sistema de armas baseado em míssil anti-navio supersônico, com tecnologia furtiva (radar/Infra Vermelho), com capacidade de lançamento de terra, mar e ar.

Veículo aéreos autônomos “drones” de reconhecimento e posteriormente de bombardeio, poderão equipar as três forças.

Sistemas de mísseis anti-carro avançado, tipo direcionado e autônomo, e com variantes antiaéreas, para equipar as três forças.

Sistema anti-satélite, desenvolvido com míssil baseado no VLS.

Lançar a frota de 3 submarinos nucleares brasileiros.

Instituir o programa de caças FX com ênfase na absorção de tecnologia no Brasil, no qual o Grippen NG seria o de melhor perfil, pois parte do desenvolvimento do avião seria realizado no Brasil, os outros aviões concorrentes já estão prontos.

Administrativo,

Normatizar a exigência de manutenção de Centros de Gerenciamento Informatizado no Brasil de indústrias estratégicas como comunicação, energia, petróleo e financeira.

Exigir que grandes provedores de serviços via internet mantenham centro de processamento e armazenamento em território nacional.

Energia e petróleo:

Focar o desenvolvimento de energias renováveis e com máxima reserva (Hidrelétrica com grandes reservatórios). Com complemento de geração via biomassa e eólica. Por fim desenvolver a produção de energia nuclear dentro do desenvolvimento da cadeia do Urâneo.

Definir o regime de partilha como modelo único de para todo o território nacional.

Desenvolver a indústria de produtos e serviços para a indústria petrolífera, com meta mínima de 90% de nacionalização.

Desenvolver a indústria petroquímica com vistas ao processamento agregação de valor ao petróleo do pré-sal, com definido pelo governo Lula.

Tratar de consolidar as grandes cadeias produtivas, integrando o setor de commodities com indústria de transformação e exportação de produtos acabados. A abolição da Lei Kandir e tributação da exportação de commodities poderá facialmente financiar o desenvolvimento das grandes cadeias.

Estruturar a cadeia do Urânio, consolidando uma plataforma exportadora de Urânio enriquecido a 5% para utilização em geração de energia. Investimento de 10 Bilhões de Reais com tecnologia totalmente nacional já desenvolvida pela Marinha do Brasil.

Cadeia do aço, o Brasil tem em Carajás imensas reservas de ferro de alta qualidade, riqueza e desenvolvimento se fazem transformando esta matéria prima em produtos dinâmicos exportáveis, esta é a decisão de país maduro que se respeita, e que quer gerar emprego e bem estar para 200 milhões de pessoas.

Cadeia agrícola

Focar no desenvolvimento de biotecnologia, aplicado a produção agropecuária de alimentos e insumos industriais avançados.

Desenvolvimento agrícola seguro e de alta qualidade, com aperfeiçoamento do manejo, aumento da diversidade biológicas, reduzindo uso de agrotóxicos e cultivares exógenos(transgênicos).

Desenvolver indústria de transformação de alimentos de perfil global, agregando valor a produção agrícola básica.

Desenvolver uma estratégia para o setor de serviços, com foco em serviços de alta complexidade, ensino, desenvolvimento de tecnologia, engenharias, saúde, software e indústria cultural.

Jamais seremos ricos e fortes baseando nossa economia em exportação de commodities e especulação financeira, no modelo dependente associado, isto todo mundo sabe, cabe aos patriotas, aos humanistas, aos que se sentem ofendidos por viver em um país rico e cheio de potenciais com um enorme contingente de pessoas pobres e miseráveis, vamos tomar o destino do país em nossas mãos e lutar por grandes ideais de desenvolvimento humano sustentável no Brasil.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3583 Mensagem por joao fernando » Seg Mar 07, 2011 12:27 pm

Pra mim as reservas brasucas aguentam sim o consumo mundial. Eu chuto, mais de 100 bi de barris facil facil...

Da Argentina até a Venezuela, se me entendem...

Mas tambem não exportava uma gota, apenas o suficiente para bancar a exploração, nada a mais. E que nossas empresas, com energia barata, dominem o mercado mundial




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: GEOPOLÍTICA

#3584 Mensagem por irlan » Seg Mar 07, 2011 7:19 pm

A idéia do barbudo era exportar produtos de valor agregado...




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
Enlil
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Re: GEOPOLÍTICA

#3585 Mensagem por Enlil » Ter Mar 08, 2011 12:07 am

01 de Fevereiro de 2011

O militarismo americano

É hora de perguntar se os EUA não cometeram um grave erro implantando mais de mil bases militares ao redor do mundo. Essa rede tentacular, concebida para garantir a segurança nacional americana, na verdade parece ter atiçado conflitos e agravado a insegurança
por William Pfaff

O princípio que consiste em espalhar bases militares por todo o planeta tem enfrentado objeções políticas e práticas. Esse sistema fez crescer a hostilidade de muitas populações contra os Estados Unidos, alimentou guerras inúteis e perdidas de antemão no Afeganistão e no Iraque e pode, no futuro próximo, facilitar outras aventuras americanas no Paquistão, Iêmen, Chifre da África e Magreb.

Osama bin Laden justificou os atentados do 11 de Setembro em nome da “blasfêmia” que significava, aos olhos de certos muçulmanos, a presença de bases dos EUA no território “sagrado” da Arábia Saudita. Claramente, essas bases agravaram a insegurança em vez de diminuí-la.

A expansão das forças dos EUA certamente não resulta de um processo inconsciente, mas também não demonstra ser um esquema estratégico muito bem pensado. A responsabilidade cabe, em primeiro lugar, a uma burocracia mal controlada.

No final da Segunda Guerra Mundial, o público americano exigiu a repatriação rápida das tropas estacionadas no exterior e o desmantelamento de um exército cujo número correspondia a um período de guerra. Esse processo foi interrompido pelo aumento das tensões do que viria a se tornar a Guerra Fria.

Pouco mais de uma década depois, a intervenção no Vietnã se traduziu numa ampliação das bases militares no sudeste da Ásia, mas, depois de seu fracasso, as tropas dos EUA abandonaram essa parte do mundo para se concentrar sobre o que viram então como sua principal missão: garantir a Europa contra uma eventual invasão soviética.

Uma nova doutrina militar foi então formulada. O Blitzkrieg baseava-se numa capacidade militar esmagadora, com objetivos claros e retirada rápida, supostamente para garantir o apoio popular que tinha faltado no Vietnã. Os militares dos EUA se opuseram à ideia de se envolver na ex-Iugoslávia, até que a incapacidade da Europa em dar uma resposta às atrocidades cometidas na Bósnia e no Kosovo levou os americanos a liderar uma intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

MILITARES COMO REFERÊNCIA

Como Dana Priest demonstra em seu livro The mission1, a proliferação de bases dos EUA no exterior, que começou nessa época, se desenvolveu de maneira quase desconhecida da mídia e do público. Ela ilustra a crescente influência exercida na Casa Branca pelas forças armadas, donas de enorme orçamento militar, em detrimento da diplomacia e da CIA, com financiamento menor e em estado de pane quanto a ideias para lidar com as crises internacionais. Os militares apresentavam a vantagem de fornecer soluções rápidas e fáceis, cuja aplicação não exigia longas confabulações. Além disso, transmitiam uma imagem adicional, útil tanto no país como no exterior: a de uma América forte e bem organizada.

O sistema de comandos regionais espalhados por todo o mundo, inaugurado pelos militares dos EUA – cada um com seu comandante, capacidade autônoma e meios operacionais potentes – permitiu às forças armadas desempenhar um papel cada vez mais importante na condução da política externa americana. A influência desses comandantes-em-chefe regionais (denominados “CinCs”), que dispõem de recursos consideráveis e tratam diretamente com os líderes políticos e militares dos países agrupados dentro de sua área de comando, ultrapassa rapidamente a dos embaixadores.

Após a chegada ao poder de George W. Bush, o novo secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, queria restaurar o “controle civil dos militares” e conter a burocracia do Pentágono, considerado ineficiente por ele.

A invasão do Afeganistão pelos EUA, em 2001, deu-lhe a oportunidade de concretizar sua ideia de “guerras do futuro”: o envio de unidades especiais superequipadas com alta tecnologia, ofensivas aéreas e a procura de apoios locais, representados neste caso pela Aliança do Norte – comandada, até sua morte, por Ahmad Shah Massoud.

Sob a batuta do secretário de Defesa, os militares continuaram a ganhar força. No Iraque, inspirada na doutrina de “Choque e Terror”, a operação de 2003 permitiu ao Pentágono ter sob controle a administração do país. Isso teve como consequência, imprevista na época, seu mergulho no caos. Foi necessário esperar até março de 2010 para que a estratégia de contrainsurgência do general David Petraeus, baseada na distribuição de subsídios para as tribos “aliadas”, em sua maioria sunita, culminasse em eleições parlamentares.

Mas os iraquianos ainda não encontraram a estabilidade, ao contrário, estão longe disso. O programa do general Petraeus está sendo implementado agora no Afeganistão, com o pouco sucesso que conhecemos.

A proliferação de bases no exterior procura defender os interesses dos Estados Unidos no mundo e tornar mais convenientes suas futuras intervenções militares. Ela reflete a ideologia da “promoção da democracia” que domina a política externa dos EUA desde a presidência de Woodrow Wilson [1913-1921]. Esse sistema provou, de fato, ser um poderoso incentivo para que as tropas dos EUA interviessem longe das suas fronteiras.

Em 1993, Samuel Huntington causou sensação ao afirmar na revista Foreign Affairs que a “próxima guerra mundial” assumiria a forma não de um conflito entre Estados, mas de um “choque de civilizações”2. Para apoiar sua tese, ele apresentou o cenário de uma guerra entre o Ocidente e os países muçulmanos para controlar o mundo. Ele também conjecturou que a China, a “civilização confuciana”, se alinharia com o bloco árabe-muçulmano.

A profecia revelou-se falsa, tão falsa quanto a teoria preconizada por Bush, em 2001, de que o Islã se explicaria pelo ódio que os muçulmanos têm pelas liberdades ocidentais. De fato, o crescimento do fundamentalismo muçulmano é resultado de uma crise interna no Islã. O objetivo dos fundamentalistas islâmicos é purificar as práticas religiosas dos muçulmanos para repelir a influência do Ocidente, não para invadi-lo.

CONVERGÊNCIAS

O nascimento da Al Qaeda se explica por vários fatores convergentes: o forte ressurgimento do fundamentalismo religioso; o fracasso dos países árabes em substituir o conceito de “nação”, antes associada ao Império Otomano, que entrou em colapso na Primeira Guerra Mundial; a divisão colonial do Oriente Médio entre França e Inglaterra e, finalmente, a divisão da Palestina e a criação de Israel.

A política dos EUA, após a Segunda Guerra Mundial, foi a de formar alianças com a Arábia Saudita e o xá do Irã. Em Washington, poucos duvidavam que o Islã fosse uma prática antiquada, que teria o destino de ceder progressivamente seu lugar à modernidade ocidental. Essa visão se baseava na falsa premissa de que todas as civilizações, necessariamente, evoluíam para um destino comum e que os Estados Unidos e seus aliados, nesse sentido, tinham uma vantagem confortável. A ciência, a tecnologia, a cultura e os sistemas políticos não tinham adotado esse caminho brilhante?

Mas isso é esquecer que Roma impôs sua hegemonia à custa de Atenas, que foi precedida, por sua vez, pelas civilizações egípcia, mesopotâmica e persa. É a Bíblia que inventou o conceito de história como um processo linear, levando a um final redentor, que dá sentido a tudo o que o precede. E é sobre este fundo que prosperou o milenarismo dos iluministas, incluindo suas versões modernas e totalitárias, o marxismo-leninismo e o nacional-socialismo.

A utopia que permeia a política externa dos EUA bebe na mesma fonte, especialmente desde a presidência de Woodrow Wilson. É o legado secular da visão dos antepassados peregrinos da colônia da baía de Massachusetts, do Novo Mundo, como a materialização de uma área banhada pela graça do Deus Todo-Poderoso. Uma visão sempre enraizada na cultura política americana.

Para o historiador Andrew Bacevich, o novo militarismo americano não é mais que um derivado do seu milenarismo político, isto é, a ideia de que as boas intenções e os ideais democráticos de Washington acabariam por saltar aos olhos do mundo inteiro.

No início da guerra do Vietnã, observou Bacevich, os americanos “se convenceram que sua segurança e seu bem-estar seriam conseguidos na ponta da espada”3. Eles estavam convictos de que “o mundo em que viviam era mais perigoso do que nunca e deveriam redobrar seus esforços”. O cenário de uma extensão do poder militar para o resto do planeta tornava-se, portanto, “uma prática habitual, uma condição normal, que parecia não admitir qualquer alternativa plausível”.

Os Estados Unidos apresentam, hoje em dia, as características de uma sociedade militarista, onde a demanda por segurança interna e externa supera todas as demais e cuja imaginação política é obcecada por ameaças hipotéticas.

Com um otimismo incongruente, Washington garante que o Iraque está no caminho para a democracia. A administração de Obama parece tentada, também, a retirar as tropas dos EUA do Afeganistão. No entanto, essa opção é rejeitada pelo Pentágono, que está construindo um complexo militar “sustentável” para servir como centro de comando estratégico para toda a região. Mas o Talibã exclui quaisquer negociações de paz até que as forças aliadas deixem o país.

Barack Obama vai ter que fazer uma escolha difícil. Caso decida a favor da retirada, que é a opção formulada por um relatório sobre a estratégia dos EUA no Afeganistão publicado em dezembro último, num momento em que o apoio da opinião pública a favor da guerra está afundando, ele poderá atrair a ira da oposição republicana, mas também, presumivelmente, do Pentágono (que veria nesta retirada uma derrota humilhante). O sistema de bases militares é, de fato, um obstáculo fundamental para qualquer solução na região.

Os Estados Unidos, que possuem um poder de fogo maior que o de todos os seus rivais e aliados juntos, nem sempre reverenciaram a força militar. A Declaração de Direitos (“Bill of Rights”), acrescentada em 1787 à Constituição, afirma, na sua segunda emenda, que “uma milícia bem regulamentada seria necessária à segurança de um Estado livre”. Mas a existência de um exército federal só é mencionada na seção 8 do artigo 1o da Constituição. A cláusula relativa confere ao Congresso o poder para “levantar e manter exércitos, com a reserva de que nenhuma apropriação de dinheiro para esse fim se estenda por mais de dois anos”.

O artigo II da Constituição, consagrado ao Poder Executivo, limita-se a afirmar que “o presidente será o Comandante-em-chefe do Exército e da Marinha dos Estados Unidos, assim como das milícias dos diversos Estados, quando convocadas ao serviço ativo dos EUA”. A Constituição é um documento profundamente antimilitarista, refletindo a oposição popular à presença militar britânica nas colônias. Até a metade do século XX, a opinião pública norte-americana manteve-se hostil ao exército. Durante a eclosão da Segunda Guerra Mundial, as tropas dos EUA tinham apenas 175 mil homens.

A rápida desmobilização iniciada em 1945 foi suspensa apenas por causa da Guerra Fria, e o princípio de um exército de alistados só foi abandonado após a intervenção no Vietnã. Assim, até a década de 1970, o exército dos EUA era “cidadão”, e muitos oficiais saíam da reserva ou do recrutamento.

Ao substituí-lo por um exército profissional, o poder político ganhou um instrumento de poder sobre o qual o povo não tem mais controle. Ao mesmo tempo, a influência do “complexo militar-industrial” tem crescido consideravelmente. A defesa e segurança formam hoje o setor mais importante da economia industrial dos EUA. Seus interesses são tão colossais que eles se impõem tanto no Congresso como no governo.

Há dois séculos e meio, o conde de Mirabeau escreveu sobre o país mais poderoso na Europa da época: “A Prússia não é um Estado que possui um exército, é um exército que conquistou uma nação”. Esta descrição aplicaria-se muito bem aos Estados Unidos de hoje.

Entre o início da Guerra Fria e a atual guerra no Afeganistão, não tem faltado oportunidade para os Estados Unidos se envolverem em combates: guerra da Coreia, guerra do Vietnã, invasão do Camboja, operações militares no Líbano, Granada, Panamá, República Dominicana, El Salvador (indiretamente), Somália (primeiro sob mandato da ONU; em seguida, através da Etiópia), duas invasões do Iraque e uma do Afeganistão. Com exceção da primeira guerra do Golfo, nenhuma dessas expedições mereceria o título de vitoriosa.

Dentro de suas próprias fronteiras, os Estados Unidos permanecem invulneráveis a qualquer ataque convencional. Não se pode dizer o mesmo de suas tropas posicionadas nos quatro cantos do mundo.

A segurança do país poderia ser mais bem garantida se a sua política externa finalmente virasse a página de 50 anos de intervencionismo e negociasse a retirada do Afeganistão e do Iraque sem se intrometer de forma agressiva nos assuntos dos outros. Essa mudança viria, claramente, com um alto custo político no país e no exterior. Chegou o momento para que os líderes desse país fixem um novo curso. Será que eles terão vontade ou capacidade política e ideológica?

William Pfaff

é colaborador da New York Review of Books e autor de inúmeros livros, entre eles The irony of manifest destiny: the tragedy of American Foreign Policy, Walker Books, Nova York, 2010.

1 The mission, Norton, Nova York, 2004.
2 “The Clash of Civilizations?”, Foreign Affairs, Tampa, verão de 1993.
3 The New American Militarism: how Americans are seduced by war, Oxford, New York, 2005.


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