Geopolítica Energética

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joao fernando
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Re: Geopolítica Energética

#286 Mensagem por joao fernando » Qui Fev 17, 2011 11:48 am

Em CC, vc retifica e já era. Joga 500 usinas em paralelo, numa central, essa sim transformando em CA, como é feito em Itaupu, por exemplo

Retifica a parte não usada pelo Paraguai, e manda pro Brasil

Não sei nem como é uma turbina de perto, só sei os conceitos de geração. Em teoria, facilimo




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Re: Geopolítica Energética

#287 Mensagem por Loki » Qui Fev 17, 2011 4:06 pm

Olá João, obrigado por responder!

Também não sou especialista, mas vejamos o seguinte:

A geração eólica tem algumas particularidades entre elas para se conseguir um sincronismos entre turbinas é necessário que exista um parametro comum a todas, normalmente essa referência externa é a própria rede da concessionária que será alimentada pelo parque, mesmo que haja apenas um turbina a referência é necessária, para que o controle aja, de grosso modo, ditando o regime de rotação e em cascata o passo dos rotores.

Por exemplo: quando uma carga elevada é acoplada ao fornecimento ou desligada, sem a referência para indicar que tensão deve ser gerada pelo conjunto (onde os controles alterarão o passo dos hélices, freios, etc) a tendência do alternador é frear o movimento de rotação do conjunto podendo mesmo pará-lo, (quando se acrescenta carga) ou acrescentar rotação alterando a tensão gerado (quando do alívio).

Retificando a corrente antes da referência acaba-se por perdê-la, a referência, não é que isso é impossível, só que fica muito caro contornar esses problemas tendo uma solução mais prática e mais em conta, (todo mundo trabalhar em CA) ainda mais num sistema onde os equipamentos ainda possuem preços proibitivos.

Por isso que para pequenas potências de geração (até 5 ou 6 MW) a preferência sempre cai para os ciclos otto, diesel e até no Brayton. Pois os controles e sincronismos são simples e corriqueiros, claro que estamos falando de modo geral. Para potencias maiores ou de regime contínuo a preferência já recai para sistemas térmicos de combustão externa.

Por isso que geração eólica é tão pouco difundida por terras tupiniquins, temos o privilégio, ainda de temos :roll: , de ter uma energia muito barata, obviamente sem os impostos, por isso que os métodos de geração alternativa recebem pouca ou quase nenhuma atenção.

Ainda é necessário a regulamentação para esse tipo de geração, determinar os chamados direitos de vento, expandir o atual mapeamento das regiões, citei essas entre outras coisas básicas que nem se está falando em lugar nenhum por aqui. Outras prioridades acredito eu. 8-]

Não sei se fui claro, tentei ser o mais sucinto possível num assunto tão longo, e termino com um pedido de desculpas a todos pelo longo texto. :wink:

Abraço

Loki




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Re: Geopolítica Energética

#288 Mensagem por DELTA22 » Seg Fev 21, 2011 6:33 pm

Loki escreveu:Olá João, obrigado por responder!

Também não sou especialista, mas vejamos o seguinte:

A geração eólica tem algumas particularidades entre elas para se conseguir um sincronismos entre turbinas é necessário que exista um parametro comum a todas, normalmente essa referência externa é a própria rede da concessionária que será alimentada pelo parque, mesmo que haja apenas um turbina a referência é necessária, para que o controle aja, de grosso modo, ditando o regime de rotação e em cascata o passo dos rotores.

Por exemplo: quando uma carga elevada é acoplada ao fornecimento ou desligada, sem a referência para indicar que tensão deve ser gerada pelo conjunto (onde os controles alterarão o passo dos hélices, freios, etc) a tendência do alternador é frear o movimento de rotação do conjunto podendo mesmo pará-lo, (quando se acrescenta carga) ou acrescentar rotação alterando a tensão gerado (quando do alívio).

Retificando a corrente antes da referência acaba-se por perdê-la, a referência, não é que isso é impossível, só que fica muito caro contornar esses problemas tendo uma solução mais prática e mais em conta, (todo mundo trabalhar em CA) ainda mais num sistema onde os equipamentos ainda possuem preços proibitivos.

Por isso que para pequenas potências de geração (até 5 ou 6 MW) a preferência sempre cai para os ciclos otto, diesel e até no Brayton. Pois os controles e sincronismos são simples e corriqueiros, claro que estamos falando de modo geral. Para potencias maiores ou de regime contínuo a preferência já recai para sistemas térmicos de combustão externa.

Por isso que geração eólica é tão pouco difundida por terras tupiniquins, temos o privilégio, ainda de temos :roll: , de ter uma energia muito barata, obviamente sem os impostos, por isso que os métodos de geração alternativa recebem pouca ou quase nenhuma atenção.

Ainda é necessário a regulamentação para esse tipo de geração, determinar os chamados direitos de vento, expandir o atual mapeamento das regiões, citei essas entre outras coisas básicas que nem se está falando em lugar nenhum por aqui. Outras prioridades acredito eu. 8-]

Não sei se fui claro, tentei ser o mais sucinto possível num assunto tão longo, e termino com um pedido de desculpas a todos pelo longo texto. :wink:

Abraço

Loki
Eita, Loki!!! [100] [100] [009]

Só complemento com uma frase: Fernando, transmissão por CC é exceção, no mundo todo ainda. :wink:

[]'s aos 2.




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Re: Geopolítica Energética

#289 Mensagem por Loki » Ter Fev 22, 2011 8:29 am

8-] :lol:

Abraço amigo Delta1

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Re: Geopolítica Energética

#290 Mensagem por joao fernando » Ter Fev 22, 2011 9:10 am

Sim o mais simples seria em CA mesmo, CC teria o complexo de conversão no final, que barato não deve ser

Mas...se Itaipu retifica 6 Gigawatts... :twisted: :twisted: :twisted:

Como falei, a turbina gera em CC, alimenta um sistema de conversão em cada torre mesmo, e tal sistema, usando a frequencia da rede, faz o disparo. Dai casa tudo

Quando ao sistema de frequencia, com carga a rotação cai. O proprio sistema de controle, altera o passo, ou aciona o freio

Tudo automatico, e é coisa que já existe. Como temos trocentos Km´s de litoral, vento é o que não falta por aqui

Ps - Dentro da usina de Itaipu, existe laboratorios de CC, o tamanho do retificador...parece aqueles filmes e ficção cientifica japoneses...




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Re: Geopolítica Energética

#291 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 9:42 am

Fernando, o problema não é a retificação, já que a escolha do sistema CC de transmissão de Itaipú foi usada para atender especificações tecnico-financeiras, não porque transmissão em CC era a "joia da coroa". Este sistema é mais vantajoso economicamente e tecnicamente para transmissão de grandes "pacotes" de energia a grandes distâncias (caso da ligação Itaipú-Sudeste do Brasil), mas nunca é a primeira opção.

[]'s.




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Re: Geopolítica Energética

#292 Mensagem por joao fernando » Ter Fev 22, 2011 10:02 am

Sim, eu sei disso. A transmissão em CA sempre vai ser mais barata, e pratica. A pergunta foi, como sincronizar cada turbina eolica, com o sistema

Usar CC para todas as turbinas, e uma central joga no sistema?

Cada turbina eolica, dispondo de um sistema de autocontrole, entrando em sincronia com os 60 hz da rede?

A turbina gerando em CC, e usando um sistema de controle (não sei se com tiristores) fazendo CA em sinc com a rede?

Afinal, como é no mundo real atual?




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Re: Geopolítica Energética

#293 Mensagem por Loki » Ter Fev 22, 2011 10:17 am

Mas João, existe alguma turbina eólica comercial gerando em CC? Eu realmente não conheço!

Pelo que lembro, as regiões até hoje mapeadas indicam potenciais eólicos num trecho do litoral do Nordeste, entre o CE e o RN, um trecho do litoral do RS, por sinal muito promissor em regimes continuos de ventos e um região serrana de MG. Boa parte do nosso litoral e demais regiões foram descartados ou ainda não foram estudados.

Salvo engano, a utilização de CC é para aproveitamento da energia em 50 Hz do Paraguai.

Abraço

Loki




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Re: Geopolítica Energética

#294 Mensagem por joao fernando » Ter Fev 22, 2011 10:29 am

Voltando: sim, disso eu sei

A pergunta inicial era: como colocar a usina eolica no sistema, em CA 60 hertz

Não sei como é o processo, mas:

Usar CC, e numa central transformar em CA, jogando na rede

Cada torre de geração tem um sistema autonomo, que entra (ou sai) da rede já em 60 hertz

Baterias: gira o tempo todo, carrega baterias, e das baterias, se faz CA em 60 hertz, no momento de maior consumo

São todas saidas viaveis e funcionam, Como é na pratica?

Existe como aproveitar o vento como geração de energia eletrica, mas o processo em si, desconheço. Sei como pode ser, não como é




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Re: Geopolítica Energética

#295 Mensagem por Loki » Ter Fev 22, 2011 3:00 pm

João na prática a teoria é outra! :D

Não é que não funciona em CC, funciona, só que até hoje não tenho conhecimento de uso de contínua em geração eólica.

Como faz o sincronismo em CA? Não é simples, é bastante trabalhoso e complexo, todas são sincronizadas em CA na tensão e caracteristicas da linha que vai ser fornecida, ou seja é preciso uma referência desta mesma linha que será alimentada. Se faltar essa fonte de referência ela para de gerar ou a referência é substituida por um black start da vida.

Eólico sozinho não tenho conhecimento, pode ser que o Delta que conhece muito mais que eu, tenha alguma informação sobre isso.

Sobre baterias, vc já viu um banco de bateria com 1 ou 2 MVA? É grande, posso garantir! 8-] La garantia soy yo. :roll: :mrgreen:

Só em sistemas críticos que não podem ter falhas se justifica financeiramente uma solução destas, até pela reduzida vida útil das baterias, só para ter uma idéia do custo, o local onde as baterias estão instaladas necessita de climatização constante e de grande porte com sistema de troca de ar e filtragem de gases nocivos.

Ninguém faz isso, já que se gera em alternada e o consumo é em alternada.

Abraço

Loki




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Re: Geopolítica Energética

#296 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 3:26 pm

Vixe! :twisted: :mrgreen: Esse negócio de sincronismo é complicado... Se só bastasse sincronizar tensão e frequência seria fácil, mas tem a parte fasorial também... Se não entrar tudo "na risca" é impacto no sistema e pode danificar o gerador, já que esse enxerga o SIN quase como uma 'barra infinita' (pode-se quebrar eixos de turbinas quando falta sincronia), o gerador as vezes é um potencial candidato a "virar" motor, uma "festa". [003]
Não sei direito como se dá o sincronismo CA em eólicas, mas creio que deva ser um pouco diferente do que nos outros tipos de geração (exceto solar) já que não se tem controle sobre os ventos (uma "torneirinha" :lol: ) e mesmo mudando o paço dos hélices, tem hora que o vento falta mesmo e dai tem que tirar o "catavento" do sistema... Geração eólica é, por melhor que seja, um sistema instável por si só e por isso não é colocado na base do sistema de geração.
-------------------------------------------------------
Edit: 22/02/2011 - 13h32

Consumo de energia crescerá 4,8% ao ano no Brasil até 2020

Vitor Abdala
Da Agência Brasil
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Re: Geopolítica Energética

#297 Mensagem por Loki » Ter Fev 22, 2011 4:09 pm

Já vi turbina a gás parar, imagina "catavento", vai virar ventilador, kkkkkkk! :lol: :lol:

Duas coisas complicadas, mas interessantes, sincronismo e curva de seletividade! 8-]

Agora sério, na falta de rede as proteções atuam e a turbina fica girando em vazio até a entrada do black start (caso exista) ou a volta da rede, no caso da falta de vento, o sistema excluir o parque que passa a ser consumidor, atravês da referência.

Por falar nisso, sabia que até hoje nem regulamentaram o direito de vento? Quem tem prioridade no recebimento do vento, como tarifar esse direito se é que vai ser tarifado ou será concessão, falta muita coisa ainda para eólica deslanchar por aqui.

Por enquanto, no meu pouco conhecimento, eólica está fadada a ser sempre complemento, complemento importante lógico, mas nunca matriz.

Abraço

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Re: Geopolítica Energética

#298 Mensagem por DELTA22 » Ter Fev 22, 2011 4:19 pm

Pois é... [082] [082] [082] [082]

Engatinhamos mesmo nesse tema. Royalties pelo uso da água etc. e tal são pagos para as regiões e cidades "afetadas", bem como pelo uso do solo pelas eólicas, mas e os ventos? A quem pagar? O vento pertence ao local onde é captado ou de onde "saiu"? E se eles vem do oceano? Sardinha está interessada num "troco"($)? E o Congresso... ZzZzZzZzZz [027] ..... :lol:

[]'s.




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Re: Geopolítica Energética

#299 Mensagem por Penguin » Ter Fev 22, 2011 4:35 pm

joao fernando escreveu:Sim o mais simples seria em CA mesmo, CC teria o complexo de conversão no final, que barato não deve ser

Mas...se Itaipu retifica 6 Gigawatts... :twisted: :twisted: :twisted:

Como falei, a turbina gera em CC, alimenta um sistema de conversão em cada torre mesmo, e tal sistema, usando a frequencia da rede, faz o disparo. Dai casa tudo

Quando ao sistema de frequencia, com carga a rotação cai. O proprio sistema de controle, altera o passo, ou aciona o freio

Tudo automatico, e é coisa que já existe. Como temos trocentos Km´s de litoral, vento é o que não falta por aqui

Ps - Dentro da usina de Itaipu, existe laboratorios de CC, o tamanho do retificador...parece aqueles filmes e ficção cientifica japoneses...
Por incrivel que pareça, uma boa parte do potencial eólico não está no litoral.

Imagem




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Geopolítica Energética

#300 Mensagem por Loki » Ter Fev 22, 2011 5:27 pm

Homologado hoje, só a região entre o Ceará e o RN, a costa do RS e a região entre MG e BA.

Abraço

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