GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#3421 Mensagem por Marino » Qua Jan 12, 2011 7:26 pm

gribel escreveu:Boa tarde a todos.

Tenho uma dúvida.
O fato de algumas de nossas principais indústrias de defesa serem compradas pelos israelenses, não abriria possibilidade de algumas tecnologias israelenses serem passíveis de veto ianque, e por consequência, nós tb sermos afetados por isso?

Obrigado.
Se não é tecnologia ianque, seja nossa, ou israelense, não é passível de veto.
Seria se fosse americana, com fabricação de algo sob licença.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3422 Mensagem por gribel » Qui Jan 13, 2011 3:48 pm

Obrigado, Marino.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3423 Mensagem por Marino » Qui Jan 13, 2011 8:09 pm

EUA pediram ajuda do Brasil na guerra do Afeganistão, revelam documentos vazados pelo WikiLeaks
Do UOL Notícias
Em São Paulo


O governo dos Estados Unidos procurou o serviço diplomático brasileiro para pedir formalmente que país contribuísse na guerra do Afeganistão e o Brasil se negou a participar, segundo relevam documentos confidenciais divulgados hoje (13) pelo WikiLeaks.

De acordo com uma comunicação diplomática do final de 2008 (íntegra aqui), ainda sob governo de George W. Bush, o então embaixador americano Clifford Sobel relata que a solicitação teria sido encaminhada a funcionários brasileiros em setembro, destacando que o Brasil “tem procurado por projetos relacionados a desenvolvimento, em detrimento a apoio para o setor militar”.

“Até o momento, o governo brasileiro não encontrou oportunidades factíveis de apoio ao Afeganistão”, escreve Sobel.

“O histórico brasileiro sugere que seria uma ruptura entre os precedentes o Brasil apoiar uma força militar estrangeira fora do mecanismo da Nações Unidas, com o qual o governo prefere trabalhar”, acrescenta.

“A demanda por cinco milhões de dólares dentro de cinco anos é muito maior do que muitos outros pedidos que fizemos e que ficaram sem resposta. Os recursos do Brasil para assistência em geral são extremamente limitados e o governo tende a preferir assistência técnica para projetos de desenvolvimento social”, analisa o embaixador.

Meses depois, já sob o governo de Barack Obama, Sobel volta ao tema (íntegra aqui) ao reportar um contato com o embaixador Roberto Jaguaribe.
Saiba mais sobre a guerra do Afeganistão



Os Estados Unidos lideram uma guerra no Afeganistão contra extremistas desde o final de 2001, na qual já morreram mais de dois mil soldados estrangeiros e que consome bilhões de dólares anualmente.

Especialistas divergem sobre a efetividade desta campanha militar, mas os EUA já admitem permanecer no país até mesmo depois de 2014

“Há três principais obstáculos a superar com relação aos pedidos de assistência: a) o orçamento brasileiro, b) receptividade política e c) dificuldade do Brasil em “comprar uma coisa que ele não formulou”.

“Observando que Afeganistão é um país ‘remoto e distante’ para o Brasil, Jaguaribe disse que o Brasil acompanha o desenvolvimento da situação no Afeganistão, mas não é um ‘ator relevante’, embora Afeganistão esteja para abrir uma embaixada em Brasília e o Brasil consideraria abrir uma em Cabul”.

De acordo com o relato de Sobel, o embaixador brasileiro chegou a fazer comentários sobre as ações americanas, destacando a importância de “incorporar os vizinhos do Afeganistão em uma nova estratégia, sobretudo Paquistão e Irã”.

“Irã poderia se revelar um importantíssimo ator no processo, ele acrescentou”, escreve Sobel sobre Jaguaribe.

Jaguaribe também teria recomendado que “ações militares no Paquistão e Afeganistão dificultam ao invés de fortalecer força política interna”, admitindo contudo que os EUA deveriam ter mais informações da situação local do que ele próprio.

“Segurança para quem? ele perguntou, sugerindo que a segurança para o governo e para a capital seriam condições insuficientes para construir o amplo apoio que o sucesso no Afeganistão requer”, continua Sobel.

O embaixador conclui dizendo que a missão diplomática dos EUA no Brasil não esperava que o país ainda viesse a dar nova resposta para o caso.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3424 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 14, 2011 10:58 am

terra.com.br

Avanço militar chinês desafia poderio americano, diz Gates
14 de janeiro de 2011

A presença militar dos EUA no oceano Pacífico é essencial para conter a assertividade da China, disse nesta sexta-feira o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, descrevendo os avanços tecnológicos da China como um desafio às forças dos EUA na região.

As declarações devem acirrar as tensões relacionadas a atritos políticos e econômicos entre as duas superpotências, a poucos dias de uma visita de Estado do presidente Hu Jintao a Washington, em 19 de janeiro.

Na última quinta-feira, o secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, se queixou da China por descumprir suas promessas de abrir mercados, e defendeu "uma relação comercial mais equitativa". Washington acusa a China de manter sua moeda artificialmente desvalorizada, para obter vantagens comerciais.

Alguns analistas chineses dizem que tais discordâncias irão sempre afetar as relações sino-americanas. "Com interesses irreconciliáveis, é impossível eliminar diferenças políticas, o que limita as boas relações", disse Wu Xinbo, pesquisador do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan, de Xangai, em artigo publicado nesta sexta-feira no jornal Global Times, publicado na China em inglês.

"Hoje, a China está frustrada, insatisfeita e confusa com a série de políticas radicais contra a China no segundo ano do governo Obama. A China está preocupada de que isso seja um sinal de uma atual ou futura grande alteração na política e estratégia dos EUA em relação à China."

Gates, que passa pelo Japão após ter visitado a China nesta semana, disse em um discurso que os avanços dos militares chineses na tecnologia cibernética e antissatélite podem desafiar a capacidade das forças dos EUA de operarem no Pacífico.

Embora tenha dito que não vê a China como "um adversário estratégico inevitável", Gates salientou a importância dos laços militares do seu país com o Japão, onde há cerca de 49 mil militares norte-americanos estacionados.

Sem a presença avançada de tropas dos EUA no Japão, a China "iria se comportar mais assertivamente em relação aos seus vizinhos", afirmou.

O secretário citou uma disputa territorial entre Japão e China, que gerou um incidente naval no ano passado, como exemplo da importância da aliança EUA-Japão.

O alerta ocorreu dias depois de a China testar pela primeira vez um caça invisível a radares, justamente enquanto Gates estava em Pequim numa visita destinada a facilitar as relações militares bilaterais.

Pequim planeja também desenvolver porta-aviões, mísseis antissatélite e outros equipamentos avançados, o que tem alarmado países da região e os EUA, potência militar dominante no Pacífico.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3425 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 14, 2011 1:31 pm

terra.com.br

China e EUA disputam posições no Sudão do Sul
14 de janeiro de 2011

Juba, Sudão, 14 Jan 2011 (AFP) -A China, através do controle do petróleo, e os Estados Unidos, utilizando sua influência política, movem-se pelo tabuleiro do Sudão do Sul, uma região rica em recursos naturais, às vésperas de sua provável independência, que deve ser ratificada pelo referendo que termina no sábado.
Os Estados Unidos, que investiram milhões de dólares em ajuda humanitária durante a guerra civil e recebeu milhares de refugiados do sul, é considerado um aliado estratégico do novo país, enquanto a China é o principal sócio do governo de Cartum, no norte.

Os americanos acompanharam de perto os acontecimentos do referendo de autodeterminação do Sudão do Sul, que termina no dia 15, principalmente através do ex-presidente Jimmy Carter, do senador John Kerry e do enviado especial Scott Gration.

Os EUA já haviam desempenhado papel muito importante na assinatura do acordo de paz, em 2005, que pôs fim a duas décadas de guerra civil entre o norte árabe muçulmano e o sul majoritariamente cristão. Além disso, participaram das negociações sobre o futuro das relações entre as duas partes.

Washington oferece a Cartum vários incentivos, como a suspensão das sanções econômicas, a retirada do Sudão da lista de países terroristas ou ajuda para reduzir a dívida sudanesa, com o objetivo de convencer o governo a manter relações pacíficas com o sul caso a secessão se confirme.

A China, por sua vez, vende armas a Cartum e é o maior comprador de petróleo do país, além de servir às vezes como para-raios no Conselho de Segurança da ONU.

Mas, como 80% das reservas de petróleo sudanesas - avaliadas em mais de seis bilhões de barris - ficam no sul, a China teve que mudar sua imagem de aliado incondicional do norte perante as autoridades semiautônomas do Sudão do Sul.

Assim, a China abriu um consulado em Juba (capital do sul) em 2008 e a companhia CNPC financiou a criação de um centro de informática na universidade local.

"Os chineses, apoiados pela CNPC, montaram uma ofensiva de sedução no sul, levando dezenas de líderes regionais para a China", explicou um diplomata ocidental, que pediu o anonimato.

Estes esforços obtiveram "um certo êxito", segundo este diplomata, indicando que a China não está interessada apenas no petróleo do Sudão do Sul, mas também no potencial da mineração do futuro país.

"Há urânio, bauxita, diamantes, cobre, ouro. O Sudão do Sul é um dos raros lugares no mundo onde há grandes reservas de minerais inexploradas", disse.

As autoridades do sul se comprometeram a honrar os acordos petroleiros assinados durante a guerra pelo governo de Cartum com empresas chinesas, mas destacou que alguns destes compromissos eventualmente podem ser revistos.

"Nos contratos fechados com a China, várias coisas foram deixadas de lado, como o respeito aos direitos humanos e o meio ambiente", explicou à AFP o ministro do Petróleo do Sudão do Sul, Garang Diing, que defende medidas mais duras para combater a poluição de fontes d''água provocada pela indústria petroleira chinesa que opera na região.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3426 Mensagem por Paisano » Sex Jan 14, 2011 4:50 pm

Governo espanhol envia acordo de Defesa com o Brasil ao Parlamento

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... mento.html
O Governo espanhol aprovou nesta sexta-feira o envio do acordo de cooperação em Defesa entre Espanha e Brasil ao Parlamento, que foi autorizado pelo Conselho de Ministros no dia 26 de novembro.

A presença do Brasil como potência da América do Sul e o aumento permanente das relações bilaterais no âmbito econômico e cultural justificam a relevância dos sucessivos acordos internacionais com o Brasil para a Espanha, que devem se estender ao âmbito da Defesa, destacou a nota do Conselho de Ministros realizado nesta sexta-feira.

O acordo permitirá a cooperação entre as Forças Armadas e as indústrias de Defesa da Espanha e do Brasil, especialmente nas áreas de planejamento, pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico e aquisição de produtos e serviços de Defesa, e a cooperação científica e tecnológica.

O acordo também promoverá a colaboração em assuntos relacionados com a aquisição e utilização de equipamentos e sistemas militares de origem nacional e estrangeira, assim como a troca de conhecimento e experiências no âmbito operacional e de participação em operações internacionais de manutenção da paz.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3427 Mensagem por Penguin » Sáb Jan 15, 2011 10:37 am

Imagem

Conexão diplomática

Isabel Fleck

A passagem da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, por Brasília, no dia da posse de Dilma Rousseff, chamou a atenção pela rapidez e pelo desencontro com a anfitriã no coquetel oferecido no Itamaraty, do qual Hillary saiu antes da chegada da presidente. Foram apenas três horas em Brasília — menos de um quinto do tempo passado no avião —, e menos de um minuto de conversa, na fila dos cumprimentos dos chefes de Estado no Palácio do Planalto. Para o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, no entanto, o complicado deslocamento da secretária americana — que encurtou seu feriado para vir ao Brasil logo após o réveillon — não foi mal aproveitado. “Sabíamos que ia ser rápido, que ela teria de voltar logo a Washington. Mas a questão não é o tempo, mas o que ocorreu durante este tempo”, disse Shannon.

Hillary, que chegou ao Planalto quando Dilma já terminava o discurso no parlatório, aproveitou o pouco tempo para conversar com o já ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu chanceler, Celso Amorim, além do novo colega, Antonio Patriota. Mas a atenção de Hillary não era só para o governo brasileiro. “Havia, no Planalto e no Itamaraty, 13 chefes de Estado e 12 chefes de governo. A secretária trabalhou bastante, bilateralmente e globalmente. Nas três horas em que ela esteve aqui, o Brasil era o centro mundial da diplomacia para nós”, assegurou. O momento foi de conversa surpreendentemente amigável com o presidente Hugo Chávez, com quem trocou sorrisos em meio a mais uma desavença entre Caracas e Washington por causa da recusa do venezuelano em aceitar o novo embaixador americano para o país, Larry Palmer. Entre os outros agraciados com a atenção da enviada de Barack Obama, estavam os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Chile, Sebastián Piñera, e o primeiro-ministro português, José Sócrates.

Oportunidade de ouro
Decisão da delegação americana de dispensar o comboio oferecido pelo cerimonial da posse deu a um brasileiro anônimo a chance única de ter uma conversa próxima com a secretária de Estado americana. Hillary, que saiu do Planalto e chegou ao Itamaraty antes de todas as outras delegações, passou quase uma hora à espera da chegada de Dilma, acessível aos poucos que estavam no início da recepção. Foi nesta brecha que o brasileiro se aproximou de uma simpática Hillary para perguntar sobre os direitos dos homossexuais nos Estados Unidos, em um momento em que o país acaba de derrubar a lei que vetava os militares assumidamente gays de servirem às Forças Armadas americanas.

Leitura para casa
Os senadores americanos John McCain e John Barrasso, que visitaram o Brasil nesta semana, levaram, do breve encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, dois livros, que devem ler em casa se quiserem realmente entender o que se passa no “gigante adormecido” que resolveu despertar. Um deles, traz uma compilação de todas as ações brasileiras realizadas até hoje no Haiti, onde o Brasil está desde 2004. Segundo fontes presentes à reunião, os dois ficaram “bastante impressionados” com a aula dada pelo próprio Jobim sobre a atuação brasileira no país caribenho. O ministro teria aproveitado o envolvimento dos visitantes com seu discurso para insistir na necessidade de um trabalho conjunto entre os dois países no Haiti, e de mais recursos para o país devastado por um terremoto há um ano. É que o governo americano tem sido um pouco lento para liberar as quantias que prometeu.

A outra leitura entregue por Jobim — essa ainda mais importante para quem, inclusive, quer vender ao país caças supersônicos — é a Estratégia Nacional de Defesa, sua menina dos olhos. Ao entregar um exemplar do documento a cada um dos congressistas republicanos, o ministro ressaltou que o governo brasileiro continua com a atenção voltada para a transferência de tecnologia, e não apenas a compra de equipamentos.

A preocupação de sempre
Na visita ao Brasil, McCain e Barrasso estavam visivelmente interessados na questão da segurança. Ao passarem pelo Rio, sobrevoaram o Complexo do Alemão e visitaram uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Morro Dona Marta. Em Brasília, quiseram saber mais sobre o trabalho realizado nas fronteiras brasileiras. A preocupação maior dos americanos: a complicada Tríplice Fronteira. Jobim respondeu que há desafios maiores do que a fronteira com o Paraguai e a Argentina, mas “vendeu” o projeto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), orçado em US$ 6 bilhões, como a melhor solução para a região. Os senadores saíram do Ministério aparentemente convencidos dos esforços brasileiros na modernização da segurança das fronteiras. E cheios de ideias de possíveis negócios em Defesa para levar a Washington.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA

#3428 Mensagem por Marino » Sáb Jan 15, 2011 11:41 am

Notícia importante da base russa na Bolívia.
===================================

Merval Pereira
Fronteiras
As fronteiras brasileiras, que se estendem por mais de 16 mil quilômetros - motivo de orgulho de nossa
diplomacia, por não termos problemas com nada menos que dez vizinhos -, são também motivo de
preocupação crescente, devido, sobretudo, ao contrabando de armas e drogas.
Mas há também questões políticas que reaparecem numa região em que governos de esquerda, como os
de Hugo Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia, têm que conviver com governos conservadores, como
os da Colômbia e do Peru.
Se não chegou a haver uma corrida armamentista, como se temia há alguns anos, há movimentos na
região que eventualmente emitem sinais preocupantes.
É o caso de uma suposta base aérea da Rússia que estaria sendo negociada pelo governo da Bolívia, o
"centro para a manutenção dos aviões russos que voam na América do Sul", em Chimboré, província de
Cochabamba, na região amazônica.
Ao mesmo tempo, o reconhecimento recente pelo governo brasileiro das fronteiras de 1967 para um
futuro Estado palestino no Oriente Médio - uma mudança de procedimento do Itamaraty, que sempre
considerou um tabu mexer em questões de fronteiras - trouxe à discussão as questões de fronteira na América
do Sul.
O Itamaraty sempre teve o máximo cuidado na questão das fronteiras, sem aceitar arbitragens externas.
Sempre foi uma posição brasileira consensual não apoiar revisão de tratados, especialmente de fronteiras.
Mesmo em 1975, durante o governo do general Geisel, quando o Brasil, devido à crise do petróleo, se
preocupou em tomar uma posição mais claramente pró-árabe - diferente da equidistância assumida até aquele
momento -, o ministro das Relações Exteriores Azeredo da Silveira discutiu muito esse aspecto, dizendo que
não podíamos aceitar que tratados pudessem ser submetidos a uma arbitragem externa, e nem que as
fronteiras pudessem ser revistas ou modificadas pela força.
Para o professor de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira, a preocupação com
uma eventual contaminação dessa mudança de atitude do governo brasileiro não corresponde à nossa
realidade política, pois "as fronteiras na América do Sul são as mais estáveis, e reconhecidas, do mundo depois
de cem anos".
É verdade, porém, que antigas pendências territoriais adormecidas voltaram a ser lembradas no
ambiente político convulsionado com a chegada ao poder de dirigentes como Chávez e Morales.
Como a disputa pela Guiana, que a Venezuela considera sua até o Rio Essequibo, território que até hoje
classifica de zona de disputa internacional.
Para defender a ex-Guiana Inglesa contra as bravatas bolivarianas, os americanos estariam negociando
instalar uma base no Suriname.
Todas as nossas fronteiras dependem do reconhecimento de tratados territoriais firmados, pois a Bolívia
não esquece o Acre, nem a França, o Amapá, que consideravam parte da Guiana Francesa.
Sem contar com a Argentina, que ainda considera seu o território de Palmas, na região das Missões.
O professor Francisco Carlos Teixeira, no entanto, considera que, mesmo nos casos de Chile x Bolívia,
Peru x Equador e Venezuela x Guiana, há estabilidade, e as guerras foram seguidas de tratados de paz entre
as partes, "o que não existe no caso de Israel".
O receio sobre nossas fronteiras seria, na opinião dele, "hipótese com certeza construída em
argumentação pró-Israel".
Enquanto não houver um tratado de paz em boa forma do Direito Internacional, diz Teixeira, as atuais
fronteiras de Israel serão precárias e contestadas.
Já as fronteiras do Brasil foram arbitradas pacificamente, reconhecidas em tratados internacionais
assinados pelas partes soberanas em condições iguais.
Também sobre a suposta base aérea da Rússia em região amazônica, na Bolívia, especialistas são
consensuais em considerar que a notícia carece de fundamento.
Francisco Carlos Teixeira acha que é uma informação "plantada", com fins ainda obscuros, pois "os
russos hoje não possuem meios logísticos diretos para uma base permanente na região, ao contrário dos EUA,
que possuem um poder aeronaval muito superior aos russos e pontos de apoio no Caribe e na Colômbia
capazes de alavancar tal pretensão".
Do ponto de vista estratégico, a operação seria de tal fragilidade que se tornaria refém de qualquer poder
local médio, como o Brasil ou a Argentina, capazes de operar caças modernos, lembra Teixeira.
Do ponto da política internacional, uma base russa na Bolívia "geraria um mal-estar profundo e
permanente no continente, pois os russos não possuem qualquer interesse vital - seja de segurança,
narcotráfico, matérias primas - que justifique tal pretensão, custos materiais e políticos", afirma Francisco Carlos
Teixeira.
Além do mais, ele lembra que o presidente Evo Morales, em conversa pessoal, declarou-se radicalmente
contra toda e qualquer base estrangeira no seu país, e no continente, e inclusive avançou que pediria ao presidente Lugo, do Paraguai, a retirada das bases americanas de Mariscal Estigarribia, que seriam uma
ameaça para a área de hidrocarburos da Bolívia.
Também o professor Expedito Carlos Stephani Bastos, coordenador dos estudos de defesa da
Universidade Federal de Juiz de Fora, não acredita que exista uma base aérea russa sendo montada no interior
da Bolívia:
"Já se falou de uma base americana no Paraguai e ela nunca existiu, era apenas uma pista de pouso de
grande porte, mas sem qualquer construção ao redor, e nunca houve grande movimentação que envolvesse
equipamentos para ali serem instalados e operados. Foi usada para conter o narcotráfico e nada mais".
Além do mais, diz ele, se isso realmente estivesse ocorrendo, "haveria reações por parte dos Estados
Unidos e até mesmo do próprio Paraguai e do Chile, que possuem questões fronteiriças mal resolvidas desde o
século XIX entre eles".




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Re: GEOPOLÍTICA

#3429 Mensagem por suntsé » Sáb Jan 15, 2011 1:33 pm

infelizmente, não existe qualquer possibilidade dessa noticia ser verdade.

Eu adoraria que existi-se um incentivo. para o Brasil levar questões de defesa com seriedade.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3430 Mensagem por jauro » Sáb Jan 15, 2011 2:37 pm

É verdade, porém, que antigas pendências territoriais adormecidas voltaram a ser lembradas no
ambiente político convulsionado com a chegada ao poder de dirigentes como Chávez e Morales.
Como a disputa pela Guiana, que a Venezuela considera sua até o Rio Essequibo, território que até hoje
classifica de zona de disputa internacional.
Para defender a ex-Guiana Inglesa contra as bravatas bolivarianas, os americanos estariam negociando instalar uma base no Suriname.
Todas as nossas fronteiras dependem do reconhecimento de tratados territoriais firmados, pois a Bolívia não esquece o Acre, nem a França, o Amapá, que consideravam parte da Guiana Francesa.
Sem contar com a Argentina, que ainda considera seu o território de Palmas, na região das Missões.
:?: :?: :?: :?: :?: Será? Se for, então......... 8-] [004]




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Re: GEOPOLÍTICA

#3431 Mensagem por Penguin » Sáb Jan 15, 2011 5:09 pm

Brasil rejeita convite do Irã para inspeção nuclear
País posiciona-se ao lado de potências do Conselho de Segurança e se recusa a integrar grupo que visita hoje centrais atômicas iranianas
15 de janeiro de 2011 | 0h 00
Jamil Chade - O Estado de S.Paulo

Em mais um sinal da aparente fim de lua de mel nas relacoes entre Brasília e Teerã, o Itamaraty recusou-se a integrar uma missao internacional convidada pelo regime iraniano para supostamente inspecionar a partir de hoje as instalações nucleares do Irã e dar aval de que os projetos de Teerã têm fins pacíficos.

O Brasil, que em 2010 causou polêmica por ter mediado um acordo nuclear com Teerã, optou agora por ficar no mesmo lado dos países do Conselho de Segurança da ONU. Rússia e China também se negaram a fazer parte da viagem, alegando que o trabalho de inspeção não cabe a países e o Irã deve abrir suas portas à ONU. A Turquia, que também havia participado de uma mediação com o Brasil, foi outra que recusou a oferta.

Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, conseguiu levar a Teerã apenas diplomatas da Liga Árabe, e de membros do Movimento dos Países Não Alinhados, Egito, Omã, Cuba, Venezuela e Síria. Os observadores internacionais visitariam a usina de enriquecimento de Natanz e um reator em Arak. "Diplomatas poderão ver tudo o que quiserem. Essa é uma viagem para oferecer total transparência", disse Ali Asghar Soltanieh, embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica.

Segundo a diplomacia europeia, o tour patrocinado pelo Irã tem como objetivo converter-se em instrumento de propaganda do regime.

A decisão do Brasil ocorre menos de uma semana depois que Teerã apresentou ao governo brasileiro uma queixa formal pelos comentários da presidente Dilma Rousseff sobre a situação dos direitos humanos no Irã. Dilma, em uma entrevista nos EUA antes de assumir o governo, declarou que o Brasil sob a gestão de Celso Amorim no Itamaraty havia errado em se abster em uma votação na ONU que condenava o apedrejamento no Irã.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3432 Mensagem por Marino » Dom Jan 16, 2011 9:00 am

Marino escreveu:Notícia importante da base russa na Bolívia.
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diplomacia, por não termos problemas com nada menos que dez vizinhos -, são também motivo de
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Mas há também questões políticas que reaparecem numa região em que governos de esquerda, como os
de Hugo Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia, têm que conviver com governos conservadores, como
os da Colômbia e do Peru.
Se não chegou a haver uma corrida armamentista, como se temia há alguns anos, há movimentos na
região que eventualmente emitem sinais preocupantes.
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futuro Estado palestino no Oriente Médio - uma mudança de procedimento do Itamaraty, que sempre
considerou um tabu mexer em questões de fronteiras - trouxe à discussão as questões de fronteira na América
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classifica de zona de disputa internacional.
Para defender a ex-Guiana Inglesa contra as bravatas bolivarianas, os americanos estariam negociando
instalar uma base no Suriname.
Todas as nossas fronteiras dependem do reconhecimento de tratados territoriais firmados, pois a Bolívia
não esquece o Acre, nem a França, o Amapá, que consideravam parte da Guiana Francesa.
Sem contar com a Argentina, que ainda considera seu o território de Palmas, na região das Missões.
O professor Francisco Carlos Teixeira, no entanto, considera que, mesmo nos casos de Chile x Bolívia,
Peru x Equador e Venezuela x Guiana, há estabilidade, e as guerras foram seguidas de tratados de paz entre
as partes, "o que não existe no caso de Israel".
O receio sobre nossas fronteiras seria, na opinião dele, "hipótese com certeza construída em
argumentação pró-Israel".
Enquanto não houver um tratado de paz em boa forma do Direito Internacional, diz Teixeira, as atuais
fronteiras de Israel serão precárias e contestadas.
Já as fronteiras do Brasil foram arbitradas pacificamente, reconhecidas em tratados internacionais
assinados pelas partes soberanas em condições iguais.
Também sobre a suposta base aérea da Rússia em região amazônica, na Bolívia, especialistas são
consensuais em considerar que a notícia carece de fundamento.
Francisco Carlos Teixeira acha que é uma informação "plantada", com fins ainda obscuros, pois "os
russos hoje não possuem meios logísticos diretos para uma base permanente na região, ao contrário dos EUA,
que possuem um poder aeronaval muito superior aos russos e pontos de apoio no Caribe e na Colômbia
capazes de alavancar tal pretensão".
Do ponto de vista estratégico, a operação seria de tal fragilidade que se tornaria refém de qualquer poder
local médio, como o Brasil ou a Argentina, capazes de operar caças modernos, lembra Teixeira.
Do ponto da política internacional, uma base russa na Bolívia "geraria um mal-estar profundo e
permanente no continente, pois os russos não possuem qualquer interesse vital - seja de segurança,
narcotráfico, matérias primas - que justifique tal pretensão, custos materiais e políticos", afirma Francisco Carlos
Teixeira.
Além do mais, ele lembra que o presidente Evo Morales, em conversa pessoal, declarou-se radicalmente
contra toda e qualquer base estrangeira no seu país, e no continente, e inclusive avançou que pediria ao presidente Lugo, do Paraguai, a retirada das bases americanas de Mariscal Estigarribia, que seriam uma
ameaça para a área de hidrocarburos da Bolívia.
Também o professor Expedito Carlos Stephani Bastos, coordenador dos estudos de defesa da
Universidade Federal de Juiz de Fora, não acredita que exista uma base aérea russa sendo montada no interior
da Bolívia:
"Já se falou de uma base americana no Paraguai e ela nunca existiu, era apenas uma pista de pouso de
grande porte, mas sem qualquer construção ao redor, e nunca houve grande movimentação que envolvesse
equipamentos para ali serem instalados e operados. Foi usada para conter o narcotráfico e nada mais".
Além do mais, diz ele, se isso realmente estivesse ocorrendo, "haveria reações por parte dos Estados
Unidos e até mesmo do próprio Paraguai e do Chile, que possuem questões fronteiriças mal resolvidas desde o
século XIX entre eles".
Merval Pereira
Sem Guerra Fria
A possibilidade de surgir um cenário de crise internacional na América do Sul, com Estados Unidos e
Rússia envolvidos em uma disputa de poder do tipo da Guerra Fria - com os dois países instalando bases
militares na região -, é vista por especialistas como bastante remota, embora seja verdade que os russos estão
interessados em vender equipamentos militares na região, e contam com um certo apoio de Venezuela e
Equador, dentro de uma política antiamericana dos governos bolivarianos da área.
As fronteiras brasileiras se estendem por mais de 16 mil quilômetros, são motivo de orgulho de nossa
diplomacia por não termos problemas graves com nada menos que dez vizinhos. Mas há também questões
políticas que reaparecem numa região em que governos de esquerda, como os de Hugo Chávez na Venezuela
e Evo Morales na Bolívia, têm que conviver com governos conservadores, como os da Colômbia e do Peru.
Mas o fato de o Brasil estar anunciando um extenso programa para a vigilância de nossas fronteiras nada
tem a ver com essa suposta tensão, e sim com a tentativa de evitar a entrada de armas e drogas, e de o país
servir como refúgio para grupos guerrilheiros tipo Farc e Sendero Luminoso.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), orçado em US$6 bilhões, deve ser
implantado até 2019 com recursos de financiamento externo.
O projeto inclui radar de imagem, radares de comunicação de diferentes graus de sofisticação, Vants
(veículos aéreos não tripulados) e blindados para abranger a fronteira terrestre, com o foco na Amazônia.
Os Pelotões Especiais de Fronteira passarão de 21 para 49. Com o monitoramento do espaço aéreo na
região pelo sistema de satélites, e com a Lei do Abate, o contrabando e o tráfico de armas passaram a ser feitos principalmente por estradas e rios, o que explicitou nossas deficiências no controle dos mais de 16 mil
quilômetros.
Do ponto de vista brasileiro, diz o professor Francisco Carlos Teixeira, da História Contemporânea da
UFRJ, "é absolutamente insuportável uma base russa na América do Sul, como o seria da China ou de
Luxemburgo, países "não hemisféricos".
Por isso o Brasil condenou a presença americana na Colômbia e exigiu compromissos e transparência da
parte de Bogotá, diz ele.
Para Teixeira, a tentativa de internacionalizar as rivalidades mundiais no nosso continente "é um erro e
um risco", daí a importância do projeto do Ministério da Defesa de criação do Conselho Regional de Segurança.
"Creio que a Guerra Fria - um complexo sistema de rivalidades militares, políticas, econômicas e
intelectuais em torno de uma utopia de futuro - é um fato do passado e com tal complexidade jamais se
repetirá", diz Teixeira, para quem teremos, sim, "rivalidades", como já tivemos a rivalidade anglo-francesa entre
1680-1815, ou a nipo-americana, entre 1922-1945.
"Mas rivalidades não formam Guerra Fria, onde a disputa de supremacia de sistemas sociais e
ideológicos era a tônica maior. Hoje, até a China emula o capitalismo".
De qualquer forma, ele considera estranha a notícia de que a Rússia estaria construindo uma base aérea
na região amazônica boliviana, inclusive porque o presidente americano Barack Obama "acaba de fazer uma
superoferta, aceita, de colaboração com Moscou no âmbito da Otan".
Já o professor Expedito Carlos Stephani Bastos, coordenador dos estudos de defesa da Universidade
Federal de Juiz de Fora, diz que, em relação à construção de bases na América do Sul em diversos países, "há
muita especulação e não se tem nada de concreto".
As bases americanas na Colômbia nada mais são, segundo Expedito Bastos, do que bases colombianas,
administradas por eles e que servem de apoio para operações americanas no combate ao narcotráfico, com
presença de um determinado grupo de americanos. Mas elas são comandadas pelos colombianos.
As bases funcionam da mesma maneira que a existente no Equador (Manta), que não teve seu contrato
renovado. "Justamente por isso os americanos ampliaram os acordos com os colombianos, muito embora esses
acordos estejam sofrendo pressões internas com o novo governo eleito, o que vai limitar muito os americanos",
explica Bastos.
Ele também não vê essas movimentações como uma disputa tipo Guerra Fria, "até porque a região não é
tão importante que justificasse uma presença física de americanos e russos, sendo que estes últimos teriam
grande dificuldade em manter uma base na região, em razão de custos e de seus problemas fronteiriços, sem
que haja um interesse tão profundo que justifique".
Bastos não vê ligação entre os fatos, e considera a região amazônica "muito extensa e complexa" para
que se possa tê-la como um fator que se aproximasse com o que representou a Guerra Fria.
"É muito mais fácil termos problemas com questões indígenas na região, e com os velhos problemas
fronteiriços não resolvidos entre Colômbia e Venezuela, Venezuela e Guiana, Bolívia e Paraguai, Peru com
Equador e Colômbia.
O professor Expedito Bastos também acredita que "estejam criando uma grande especulação sobre este
tema" com fins ainda não conhecidos.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Marino
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Re: GEOPOLÍTICA

#3433 Mensagem por Marino » Dom Jan 16, 2011 12:58 pm

Com o dinheiro do BNDES?
Melzinho na chupeta, não quer também?
==============
Economia » Notícias
Venezuela fará aporte de US$ 480 mi para refinaria em PE
16 de janeiro de 2011 • 09h49 • atualizado 10h21

A estatal petrolífera da Venezuela, a PDVSA, dará em breve a sua esperada contribuição para a parceria que tem com a Petrobras em uma refinaria em construção em Pernambuco, disse na noite de sábado o ministro de Energia venezuelano, Rafael Ramírez. "Está tramitando (o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES), e nós vamos fazer nosso aporte de US$ 480 milhões, que é o aporte inicial", disse ele. O aporte seria enviado ao Brasil antes de fevereiro, de acordo com ele.

A declaração foi feita depois de o ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão, afirmar no início do mês que a Petrobras poderia construir a refinaria Abreu Lima sozinha, caso a Venezuela não cumprisse sua parte do acordo.

A PDVSA tem 40% de participação no projeto da refinaria, que deverá produzir 230 mil barris por dia. O custo total da refinaria estimado pela PDVSA é de US$ 12 bilhões.

Ramírez anunciou também que a PDVSA aumentará seus investimentos para 2011 em 4,3%, para US$ 12 bilhões. Em 2010, a estatal investiu US$ 11,5 bilhões, bem menos do que o previsto inicialmente (US$ 16,4 bilhões). "Estimamos manter o nosso ritmo de investimento...", disse Ramírez.




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Hader

Re: GEOPOLÍTICA

#3434 Mensagem por Hader » Dom Jan 16, 2011 1:30 pm

O aporte do BNDES é para o projeto como um todo, não para a PDVSA. Prevê uma contrapartida desembolsada pelos dois operadores, PDVSA e Petrobras. Esta dividido por fases. Esta é a primeira.

[]'s




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Re: GEOPOLÍTICA

#3435 Mensagem por FOXTROT » Dom Jan 16, 2011 4:00 pm

terra.com.br

Conflitos deixam 32 mortos na fronteira Camarões-Nigéria
16 de janeiro de 2011

Pelo menos 32 pessoas morreram desde a semana passada em confrontos tribais na região de fronteira entre Camarões e Nigéria, informou neste domingo a Rádio Nacional camaronesa. Os protagonistas dos choques armados são membros das tribos essimbi e bawuru, ambas pertencentes à etnia mesaka, originais dos dois países, indica a emissora. Os enfrentamentos começaram no último dia 8, depois do assassinato de um pescador nigeriano que tinha passado o Natal em território camaronês.

No último dia 8, quatro camaroneses foram sequestrados por homens desconhecidos, supostamente nigerianos, aparentemente em represália pela morte do pescador, assinala a rádio, que cita fontes do Ministério da Defesa de Camarões. Após ter solicitado sem sucesso às autoridades camaronesas que prendessem o autor do crime, grupos tribais nigerianos preferiram fazer justiça com as próprias mãos. Em 11 de janeiro, eles atacaram as aldeias do noroeste de Camarões e mataram 20 pessoas.

O ministro da Defesa camaronês, Edgar Alain Mebe Ngo'o, se deslocou neste domingo à região para tomar conhecimento de primeira mão sobre as circunstâncias dos últimos enfrentamentos entre os essimbi e bawuru, que mantêm rivalidades ancestrais pela posse das terras e o uso de água tanto em Camarões como na Nigéria.

Toda a área de fronteira comum é objeto de disputas territoriais há muito tempo entre os dois países, especialmente a península de Bakassi, rica em petróleo e minerais, que foi entregue pela Nigéria a Camarões em 2006, em cumprimento a uma sentença da Corte Internacional de Justiça (CIJ), de Haia. Em 1980, os dois países estiveram à beira da guerra pela disputa da região.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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