Guerra das Malvinas / Falkland

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Rock n Roll
Avançado
Avançado
Mensagens: 448
Registrado em: Ter Set 15, 2009 1:03 pm
Localização: Rio de Janeiro. RJ.

Re: Guerra das Malvinas

#976 Mensagem por Rock n Roll » Qui Nov 11, 2010 8:35 am

Já postei aqui, num dos meus tópicos favoritos, o silêncio e a cortina de fumaça sobre as reservas descobertas nas Falvinas/Malklands. Começa a vazar das próprias autoridades britânicas os argumentos que corroboram a real importância destas reservas. Vou colar direto do New York Times de hoje. Considerando os mesmos motivos que no início da década de 80 encorajaram a aventura insana de Galtieri. O famigerado corte de custos. Só que desta vez não são só corte de custos. Trata-se "apenas" de mandar para o CORTE os Porta-Aviões da frota, sem substitutos imediatos, ou plano (curto e médio prazo) para a substituição dos mesmos. Temos que aprender com os erros. Principalmente, e de preferência, os erros dos outros. Vou inclusive repetir o post no Geopolítica. É um tema explosivo e próximo demais geográficamente e por semelhança ao contexto do pré-sal; de onde escrevo neste momento.

Officers Tie British Cuts and Risk to FalklandsBy JOHN F. BURNS
Published: November 10, 2010
LONDON — A group of retired British admirals has publicly attacked the decision of Prime Minister David Cameron’s government to scrap Britain’s only aircraft carrier and its entire fleet of Harrier jump jets, saying it exposes the Falkland Islands to renewed attack by Argentina.
Retired Royal Navy commanders criticized the decision to scrap the Ark Royal, Britain's only aircraft carrier, in defense cuts.
The admirals used a platform traditionally favored by influential figures in Britain seeking to influence public policy: a letter to the newspaper The Times of London, published Wednesday.

They described the scrapping of the Ark Royal, the Royal Navy’s flagship, and the fleet of 80 carrier-borne Harrier jets as “strategically and financially perverse,” and warned of a repeat of Argentina’s seizure of the Falklands.

“In respect of the newly valuable Falkland Islands and their oil fields, because of these and other cuts, for the next 10 years at least, Argentina is practically invited to inflict on us a national humiliation on the scale of the loss of Singapore — one from which British prestige, let alone the administration in power at the time, might never recover,” the letter said.

The reference to Singapore summoned memories of one of Britain’s greatest 20th-century military disasters, the Japanese conquest of Singapore in February 1942, which historians have called one of the worst defeats ever suffered by Britain’s forces.

The Argentine invasion of the Falklands in 1982, and the military operation that restored British control, was a major shock for the government of Prime Minister Margaret Thatcher.

Over the succeeding years, Britain has reinforced its small military garrison on the islands, which are 8,000 miles from Britain, and repeatedly reaffirmed its intention to maintain control there in the face of continued Argentine claims to sovereignty.

The discovery of significant reserves of oil in the chilly waters surrounding the islands has added a new edge to the dispute.

Naval power, including the use of carrier-borne Harriers, was central to the recovery of the Falklands and added a new chapter to Britain’s historic reliance on the Royal Navy to project military power.

But last month when the Cameron government announced deep cuts in the $60 billion annual military budget as part of a wider austerity program aimed at cutting its growing debt burden, one of the principal casualties was the navy’s carrier force.

In a choice between competing claims by the Royal Navy and the Royal Air Force, the government chose to immediately mothball the Ark Royal — which, after 25 years in service, is the only British carrier capable of launching fixed-wing jets — and to scrap all of the Harriers operated by the navy and the air force.

The decision amounted to a reprieve for most but not all of the air force’s Tornado jets, which were chosen over the Harriers because, the Defense Ministry said, the Harriers alone could not have maintained the air support for Britain’s 10,000-strong military contingent in Afghanistan.

The new defense configuration also involved another highly contentious move: the go-ahead for a $9 billion program to complete two new aircraft carriers already under construction in British shipyards, and to equip one of them with a new generation of aircraft, a naval version of the Joint Strike Fighter.

The decision attracted widespread criticism, in part because the government said it was cheaper to finish building the carriers than to scrap them. It has said it intends to sell one of the two carriers within three years of its entering service, and does not expect the second to be operational, with aircraft, before 2020.

That left Britain with the prospect of a 10-year gap without any carrier-borne strike aircraft, a prospect that the admirals seized upon in their letter to The Times.

“The last treasury-driven ‘10-year rule’ in the 1930s nearly cost us our freedom, faced with Hitler,” they said, referring to a military strategy that assumed Britain would have a decade to prepare for war with Germany, with resulting weaknesses that Hitler exploited.

The officers who signed the letter included two former heads of the Royal Navy, Lord Alan West and Sir Julian Oswald, as well as Vice Adm. Sir Jeremy Blackham and Vice Adm. John McAnally. They were joined by a former army commander, Maj. Gen. Julian Thompson.

Defense Minister Liam Fox rejected the assertion that the cuts exposed the Falkland Islands to attack, telling The Times in a statement that Britain maintained four Eurofighter Typhoon warplanes on the islands, as well as a small unit of Royal Marines.

“It is simply not the case that decommissioning the Harrier would impact on our ability to defend territories in the South Atlantic,” he said. “We maintain a wide range of assets, not least a well-defended airfield to ensure the defense of the Falkland Islands. We have a far greater presence than previously, able to respond to any and all threats.”

A version of this article appeared in print on November 11, 2010, on page A10 of the New York edition. Falkland Islands Defense and Military Forces




Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Avatar do usuário
varj
Avançado
Avançado
Mensagens: 646
Registrado em: Qua Out 21, 2009 4:08 pm
Localização: Belo Horizonte, MG
Agradeceu: 2 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#977 Mensagem por varj » Qui Nov 11, 2010 9:31 pm

Agora com a RN com recursos contingenciados em pouco tempo sua capacidade de atuar no Atlântico Sul ficará afetada, mesmo com os SubNucs navegando por terras Austrais.Se os primos do Sul tiverem a paciência e destreza no jogo podem obter uma condição melhor de negociação.




Avatar do usuário
Rock n Roll
Avançado
Avançado
Mensagens: 448
Registrado em: Ter Set 15, 2009 1:03 pm
Localização: Rio de Janeiro. RJ.

Re: Guerra das Malvinas

#978 Mensagem por Rock n Roll » Sáb Nov 13, 2010 12:07 pm

varj escreveu:Agora com a RN com recursos contingenciados em pouco tempo sua capacidade de atuar no Atlântico Sul ficará afetada, mesmo com os SubNucs navegando por terras Austrais.Se os primos do Sul tiverem a paciência e destreza no jogo podem obter uma condição melhor de negociação.

Concordo, ainda está arriscado pleitearem uma situação tipo Chipre. Espera até começarem a escoar a produção de óleo, vamos testemunhar uma gritaria com vuvuzela e tudo, engrossada pelos "companheiros bolivarianos", e "os nem tanto" em coro meu prezado.




Avatar do usuário
Boss
Sênior
Sênior
Mensagens: 4136
Registrado em: Ter Ago 10, 2010 11:26 pm
Agradeceu: 103 vezes
Agradeceram: 356 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#979 Mensagem por Boss » Sáb Nov 13, 2010 1:39 pm

Vamos pedir o Uruguai de volta, e ver a reação Argentina.

Vão nos apoiar ? Assim como fazem no CS ? :lol:




REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Avatar do usuário
varj
Avançado
Avançado
Mensagens: 646
Registrado em: Qua Out 21, 2009 4:08 pm
Localização: Belo Horizonte, MG
Agradeceu: 2 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#980 Mensagem por varj » Sáb Nov 13, 2010 7:53 pm

Acredito que qualquer escoamento comercial e rentável de óleo das Malvinas ainda demorará um bom par de décadas, mas a importância estratégica geográfica se tornará cada vez mais importante para os Ingleses, mas como tudo tem seu preço, o custo de manutenção do poderio militar e político no extremo sul do Atlântico pode atingir um limite em que o contribuinte Inglês ( estes sim) começaram a tocar suas vuvuzelas,Se nossos primos do sul estiverem prontos podem dar um cheque mate e desta vez sem tirar um avião do chão.




WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceu: 56 vezes
Agradeceram: 201 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#981 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Nov 13, 2010 11:20 pm

Boss escreveu:O HMS Ardent fez jus ao nome nessa foto.
Trocadilho macabro.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
Rock n Roll
Avançado
Avançado
Mensagens: 448
Registrado em: Ter Set 15, 2009 1:03 pm
Localização: Rio de Janeiro. RJ.

Re: Guerra das Malvinas

#982 Mensagem por Rock n Roll » Dom Nov 14, 2010 12:08 am

WalterGaudério escreveu:
Boss escreveu:O HMS Ardent fez jus ao nome nessa foto.
Trocadilho macabro.

Credo matéria.
Vai pensando num outro após Flamengo X Atlético MG.
Pra animar depois dessa.
Abço




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#983 Mensagem por Clermont » Qua Jan 12, 2011 9:53 am

(Achei uma perfeita decisão. Os britânicos querem as Malvinas? Ótimo. Mas não podem esperar apoio ou solidariedade das nações sul-americanas para tal fim.

_______________________________

Em apoio à Argentina, Brasil barra embarcação britânica.

Governo impede que navio de guerra vindo das Malvinas atraque no Rio. Segundo Itamaraty, decisão é "política e diplomática'; país quer maior elo com vizinho, que reclama as ilhas.

Juliana Rocha e Gustavo Hennemann, Folha de S. Paulo

Em apoio político à Argentina, o governo brasileiro impediu que um navio de guerra britânico vindo das ilhas Malvinas fizesse escala no porto do Rio de Janeiro.

Ontem, o Itamaraty confirmou que o governo negou autorização para que a embarcação atracasse no Brasil, explicando que foi uma decisão política e diplomática. O caso havia sido revelado pelo jornal argentino "Clarín".

"A decisão foi tomada à luz do quadro político e diplomático da região", informou o Itamaraty, acrescentando que o Brasil deseja ter um relacionamento mais denso com o país vizinho acerca da situação nas ilhas.

Antes de negar a escala ao navio de patrulha britânico, o governo brasileiro conversou com o argentino.
Apesar disso, o Itamaraty disse que a permissão para que navios britânicos parem será tomada caso a caso. Ou seja, não há uma ordem para que a decisão seja estendida a todas as embarcações vindas das Malvinas.

Segundo a Embaixada do Reino Unido no Brasil, foi feito um pedido de "autorização diplomática" para que o HMS Clyde -o navio de defesa das ilhas Malvinas- fizesse uma escala no porto do Rio entre o fim da primeira semana de janeiro e o início da segunda semana.




Avatar do usuário
joao fernando
Sênior
Sênior
Mensagens: 5208
Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
Localização: Santa Isabel - SP
Agradeceram: 29 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#984 Mensagem por joao fernando » Qua Jan 12, 2011 10:23 am

Apoio a Argentina não, um peão no tabuleiro, vamos ver como os britanicos agem sob pressão. Se a questão economica e militar não for atingida, prova que os britanicos, honram as calças, ao contrario dos Italianos




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
Avatar do usuário
Ilya Ehrenburg
Sênior
Sênior
Mensagens: 2449
Registrado em: Ter Set 08, 2009 5:47 pm
Agradeceram: 1 vez

Re: Guerra das Malvinas

#985 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qua Jan 12, 2011 11:24 am

Hum...
A notícia fala em "caso a caso". Mas parece um teste...




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg


Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Avatar do usuário
varj
Avançado
Avançado
Mensagens: 646
Registrado em: Qua Out 21, 2009 4:08 pm
Localização: Belo Horizonte, MG
Agradeceu: 2 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#986 Mensagem por varj » Qua Jan 12, 2011 3:37 pm

Ilya Ehrenburg escreveu:Hum...
A notícia fala em "caso a caso". Mas parece um teste...
E até o momento bem sucedido.Só não podem testarem a exaustão pois temos materiais novos ainda não experimentados.




Avatar do usuário
romeo
Sênior
Sênior
Mensagens: 869
Registrado em: Ter Fev 12, 2008 12:46 am
Agradeceu: 55 vezes
Agradeceram: 81 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#987 Mensagem por romeo » Qui Jan 13, 2011 1:05 am

Vai ver que foi por isso :

http://www.naval.com.br/blog/2010/08/05 ... -na-midia/
Rock n Roll escreveu:..... Trata-se "apenas" de mandar para o CORTE os Porta-Aviões da frota, sem substitutos imediatos, ou plano (curto e médio prazo) para a substituição dos mesmos....




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#988 Mensagem por Penguin » Qui Jan 13, 2011 12:35 pm

Clarin

Brasil le prohibió el ingreso a un buque de guerra británico
08/01/11 El gobierno de Dilma le negó permiso al HMS Clyde para amarrar en Río.

Brasil le prohibió el ingreso a un buque de guerra británico

En un gesto de clara sintonía con los pedidos argentinos, el gobierno de Brasil prohibió la entrada al puerto de Río de Janeiro de un buque de la armada británica, que viajaba desde las Malvinas. Así lo pudo confirmar Clarín de altas fuentes diplomáticas. En Buenos Aires, las autoridades se manifestaron por completo “satisfechas”, pero evitaron hacer declaraciones públicas que disgusten a Brasilia, en momentos en que se prepara la visita al país de Dilma Rousseff, del 31 de enero, para su primer encuentro como presidenta con Cristina Kirchner.
Según supo este diario, el buque en cuestión es el HMS Clyde, que se dedica al patrullaje marítimo en la zona del archipiélago que controlan los británicos. Si bien el gobierno de Chile sí le permitió permanecer en sus costas, los brasileños le dijeron esta vez que no, cuando Londres solicitó el permiso para que entrara a Río, en estos días de enero.
Clarín n o pudo confirmar más detalles del incidente.
Consultadas por este diario, fuentes de la embajada británica ante la Argentina señalaron que el Reino Unido “no” tiene “dudas” sobre “su soberanía” sobre las “Islas Falklands”, pero señalaron lo siguiente: “El gobierno británico respeta el derecho del gobierno brasileño a tomar esa decisión (la prohibición al Clyde). El gobierno británico mantiene una relación cercana con Brasil y tratado de cooperación en defensa que se firmó en setiembre es un buen ejemplo de la fortaleza de estos lazos”.
Esta es la primera vez que se registra un incidente concreto con un buque de las islas y Brasil. Desde Uruguay, ya se les ha prohibido dos veces a barcos de guerra británicos atracar en el puerto de Montevideo, en solidaridad con el reclamo argentino. Y la industria pesquera gallega denunció en 2010 que uno de sus buques con carga de las Malvinas debió desviarse a alta mar porque tampoco pudo atracar en la capital oriental. A su vez, se sabe que la Armada argentina busca cumplir a rajatabla el decreto presidencial 256 de febrero de 2010, que exige un permiso especial del Gobierno para todos aquellos buques que operen en aguas nacionales, y por lo tanto las de Malvinas, tal como figura en la Constitución.
Por otra parte, en lo que desde Malvinas se definió como un “serio” y “preocupante” golpe a la economía de las islas, se supo también que el servicio de transporte de containers que la South American Atlantic Services LTD (SAAS) cubre desde Malvinas a Río Grande, en Brasil, su crucial escala sudamericana, en su viaje hacia el mercado internacional, quedará suspendido a partir de junio. Ayer, uno de los directores de la compañía, Hamish Wylie, denunció ante la prensa isleña estar “convencido” de que ello se debía a “presiones” sobre sus socios para que la industria pesquera del archipiélago “no pueda desarrollarse en el futuro”.
El ejecutivo no lo dijo directamente. Pero la agencia Mercopress y el Penguin News especularon con que si bien la SAAS suspenderá el servicio por no poder cumplir con los volúmenes de carga, el hecho de que a las compañías que también operan desde Argentina lo sigan haciendo, demuestra que la situación se debe a la política de apoyo regional a los reclamos respecto a Malvinas. Vale recordar las últimas declaraciones del Mercosur y Unasur que llaman al diálogo argentino-británico por la soberanía de las islas, y condenan la exploración petrolera de firmas británicas como los ejercicios militares en la zona de disputa. A ello se sumó la decisión de la Unión de Naciones Sudamericanas, en noviembre de prohibir el atraco de barcos en sus puertos con la “bandera ilegal” de Malvinas, según el textual de la declaración.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
GustavoB
Sênior
Sênior
Mensagens: 2835
Registrado em: Qua Abr 23, 2008 10:05 am
Agradeceram: 68 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#989 Mensagem por GustavoB » Qua Jun 15, 2011 2:33 pm

‘O Reino Unido não poderá fazer nada caso a Argentina retome as Falklands’

O comandante da Força-Tarefa britânica durante a guerra das Falklands/Malvinas alertou que os cortes no Ministério da Defesa do Reino Unido farão com que o país não possa responder em caso de retomada do arquipélago pelos argentinos

Thomas Harding

O almirante Sir John “Sandy” Woodward disse também que os Estados Unidos da América já tinham pouco interesse em apoiar a Grã-Bretanha em qualquer conflito uma vez que uma Argentina mais estável seria mais importante para o Departamento de Estado dos EUA.

Em uma carta ao jornal ‘The Daily Telegraph’, Woodward disse que Washington estava pressionando para o estabelecimento de negociações sobre a soberania das ilhas e que “elas já são chamadas de Malvinas pelos EUA”.

Com o fim da Guerra Fria e a emergência de potências asiáticas, a OTAN e a Grã-Bretanha não são tão importantes para Washington, que em 1982 desempenhou um papel importante no fornecimento de informações de satélites e mísseis para as forças britânicas.

“Não podemos mais contar com o apoio do Pentágono para ajudar-nos a manter a soberania dos territórios britânicos e defender os seus cidadãos”, escreveu ele.

Se forem confirmadas as prováveis reservas de petróleo ao redor das ilhas, então a pressão da Argentina em partilhar as riquezas será imensa.

Os EUA apoiariam uma “acomodação” da Argentina, pois está em acordo com os seus interesses nacionais e contribui para a estabilidade na região. “Isso nos diz muito claramente que lado o vento está soprando”. A Organização dos Estados Americanos (OEA), um espaço de debate para o norte e sul-americanos, na semana passada aprovou uma declaração pedindo a retomada das negociações entre o Reino Unido e a Argentina sobre a “soberania” das Ilhas Malvinas.

A administração do presidente Barack Obama também deixou claro no início de 2010 que iria apoiar as chamadas para as conversações sobre as ilhas, quando a comissão da OEA aprovou a utilização do termo “Malvinas”, em vez de “Falklands”.

Woodward disse que com as Forças Armadas já “bastante comprometidas” no Afeganistão e na Líbia e a Marinha drasticamente enfraquecida depois da revisão do ano passado, “a resposta parece ser que nós não podemos fazer absolutamente nada em ceder às pressões dos EUA”.

O almirante de 79 anos, comandou uma força-tarefa composta por dois porta-aviões, uma dúzia de fragatas e destróieres, quatro submarinos e um total de 100 navios de superfície, juntamente com 25 mil soldados para retomar as Ilhas Malvinas em 1982.

Mas a Royal Navy não tem mais porta-aviões, perdeu sua força de jatos Harrier e viu sua frota de navios de guerra cortada pela metade na última década.

As ilhas estão protegidas por uma força de mais de 1.000 soldados com uma companhia de infantaria blindada e quatro caças Typhoon e uma única fragata. No entanto, os Typhoon não tem capacidade anti-navio ou anti-submarino.

Em carta obtida pelo ‘The Daily Telegraph’ no ano passado Liam Fox, o secretário de Defesa, advertiu o primeiro-ministro de que as defesas da ilha se tornariam frágeis, tendo em vista os cortes previstos pelo Strategic Defence and Security Review (SDSR).

Ele disse que a retirada dos Nimrod MRA4, aviões de reconhecimento marítimo, poderá “limitar a nossa capacidade de implantar rapidamente forças marítimas em zonas de grande ameaça, e excluir um elemento do nosso plano de reforço das Malvinas”.

O último dos Nimrods foi destruído em Março passado, após a revisão do orçamento.

Um porta-voz do Ministério da Defesa disse: “As afirmações de que as Ilhas Malvinas poderiam ser tomada sem uma luta são completamente infundadas. A guarnição corrente nas Ilhas Malvinas é muito maior em escala e tem uma maior capacidade do que em 1982 e juntamente com nossa capacidade de transporte aéreo. ela pode ser reforçada rapidamente. ”

FONTE: The Telegraph




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

Re: Guerra das Malvinas

#990 Mensagem por Clermont » Qua Jun 15, 2011 4:14 pm

Quem corta capacidades militares tem de cortar, antes, os comprometimentos, como via de regra. Caso contrário, fica-se exposto a situações vexaminosas.

De qualquer modo, seria difícil para os argentinos, caso fossem tomados por outro surto de loucura, conseguirem dominar mil soldados britânicos, dotados de equipamento de primeira classe e com um bocado de experiência operacional obtida no Iraque e Afeganistão, em tempo o bastante para evitar a chegada de reforços da metrópole européia.




Responder