RobertoRS escreveu:Túlio escreveu:O mais engraçado é que, enquanto querem liberar a maconha, bebedores e fumantes estão sendo cada vez mais restringidos em toda parte, fumar cigarros já não é politicamente correto em parte alguma do mundo ocidental, a bebida já começa a sofrer restrições (nem cigarros nem bebidas alcoólicas podem fazer propaganda, ao menos aqui no Brasil). Mas a maconha trilha a rota inversa, enquanto se trava umas kôzaz, outras se quer liberar...
E mais engraçada ainda é essa charla de DEMANDA, há demanda para drogas mais pesadas também, para a pedofilia, para tudo de ruim, baita argumento esse aí, Bob Gaudério...
Então quer dizer que Pedofilia é a mesma coisa que Consumir Drogas? Ora, Túlio, convenhamos, tu podes mais do que essa comparação estapafúrdia.
Pedofilia é crime porque tem uma vítima bem facilmente identificável, um MENOR aviltado por um belo de um FDP... Consumir Droga só tem uma vítima, quem consome e fode à si mesmo.
Túlio... A idéia por trás da liberação da maconha e até de outras drogas hoje proibidas nunca foi de ser um "oba oba do caralho". É aquilo que eu falei inúmeras vezes lá no começo do tópico, a idéia é ter uma política restritiva do consumo (locais restritos) porém não proibilo de tudo. Quando você fala isso parece que você acha que você não poderá fumar o seu tabacco na rua, mas o Marcelo D2 vai poder fumar maconha andando na rua... Não é assim!!! A idéia de praticamente todos os "liberacionistas" que não são usuários é justamente o contrário: quer fumar maconha ou tabacco, ok, você pode ir numa tabacaria e comprar (desde que seja maior de idade, etc, etc, etc, assim como é a regra do tabaco hoje), só que só poderá consumir em casa, ou em locais especificados para isso (boates que queiram liberar, por exemplo, mas com certas regras especificas a seguir).
O problema é o tratamento diferenciado a drogas com efeitos nocivos parecidos com as duas legalizadas (maconha é praticamente uma cachaça de fumar)!
Falam em estudos isentos. O problema é que é impossível, atualmente, fazer um estudo assim e ter o resultado analisado com isenção! O resultado dos estudos isentos são vistos com olhos não isentos, e o resultado é o "Tem que pegar todos os maconheiros e mandar pra trabalhos forçados debaixo de chibata!", ou então aquelas perguntas recorrentes do tipo: Vocês ainda não tem filhos, o que fariam com o seu se ele chegasse em casa chapado de maconha?
Eu sou totalmente a favor de um estudo intenso e isento por parte de algum órgão governamental (ou internacional como a OMS) da possibilidade de uma revisão
total da política de drogas, tanto nacional quanto internacional, aplicando regras similares a drogas com o mesmo potencial ofensivo. Analisando
uma por uma! De duas uma, ou proibiriam o tabaco e o álcool, ou liberariam a maconha (e algumas outras, inclusive algumas ditas sintéticas).
E claro, nessa revisão a idéia por trás é um híbrido: diminui-se ainda mais as rédeas do álcool e tabaco, e libera-se apenas um pouco as rédeas das atualmente ilícitas. Mantendo diversas drogas na legalidade, mas com regras claras e lógicas: proibição de uso em locais públicos não designados (incluindo aí a rua), proibição de direção ou operação de máquinas (e até trabalho) sob influência delas (e com regras claras e aplicáveis, não essa besteira da atual lei anti-álcool no trânsito, facilmente burlada), e por aí vai. Enfim, é um trabalho
interdisciplinar que envolveria juristas (criação de leis lógicas e aplicáveis), pessoal da saúde (médicos, psicólogos, assistentes sociais etc),
difícil, visto que há a necessidade da criação, análise e interpretação de diversos estudos sobre o assunto,
e, principalmente,
polêmico, por isso a dificuldade, já que ninguém quer arcar o preço de enfrentar os grupos conservadores do "tem que proibir porque é proibido, e tem que liberar porque é liberado"!