Não entendo o mercado brasileiro! O mundo inteiro está de olho no mercado de defesa brasileiro, com as centenas de bilhões a serem investidos nos próximos 20/30 anos, e as empresas estratégicas "brasileiras" se preparam para os certos e fatais interesses das empresas estrangeiras em adquirí-las, atraídas pelo lucro fácil e na mão!Penguin escreveu:Para relembrar:Luís Henrique escreveu: No outro tópico eu já disse, mas repito aqui:
uma das piores notícias do ano.
Uma MERDA mesmo.
O Globo, 29/12
OPINIÃO
Invasões bárbaras
Carlos Frederico Queiroz de Aguiar
O Brasil virou uma espécie de Eldorado mundial. O bom momento econômico que vive o país e
os bilionários investimentos públicos a serem realizados até 2030 despertam um apetite sem
precedentes, e daí o título deste artigo, emprestado do filme canadense candidato à Palma de Ouro de
2003. Estamos no olho do furacão. E a indústria nacional que se segure: sem regras definidas, virá uma
invasão bárbara por aí. Só na área de infraestrutura, estima-se que investimentos públicos que
precisarão ser feitos para dar cabo à agenda de eventos esportivos globais previstos até 2016 cheguem
a US$26 bilhões. Some-se o setor de energia, onde só a Petrobras anuncia investimentos até 2014 de
US$224 bilhões na exploração do pré-sal - felizmente, neste caso, com 80% dos recursos reservados
para conteúdos industriais nacionais.
No segmento da Defesa e Segurança, há esforços para o reequipamento das Forças Armadas.
Pela Estratégia Nacional de Defesa, serão investidos US$ 247 bilhões, até 2030, na modernização dos
equipamentos da Marinha (US$ 70 bilhões), Exército (US$ 94 bilhões) e Aeronáutica (US$ 83 bilhões).
Não é, portanto, exagero estimar-se que haverá oportunidades que chegam a US$700 bilhões. Onde
mais se anuncia Eldorado semelhante? Sou testemunha da invasão que estamos sendo alvo de
empresas de todo o mundo. A Fiesp, a Firjan e a Abimde receberam ao longo deste ano delegações
empresariais de países como EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Israel, oferecendo suas
expertises. Se não houver cautela, a indústria nacional correrá imensos riscos.
No segmento industrial de Defesa, adianto ameaça adicional: a da desnacionalização. Afinal,
como enfrentaríamos uma eventual invasão de nosso território, da Amazônia, do pré-sal, se a tecnologia
empregada pelas nossas tropas não pertencesse a nós, mas aos nossos inimigos? As consequências já
são evidentes em território nacional: aumento das importações, diminuição das exportações pela queda
da competitividade em preço do produto nacional e desindustrialização.
A invasão bárbara que temos presenciado é como script de um filme conhecido, que começa
com empresas internacionais se associando a brasileiras e, depois, assumindo o controle acionário.
Segue-se, então, o epílogo dramático: após sorverem o que podem, elas se retiram do País com o qual
jamais tiveram compromisso. Nossa Constituição não limita o capital estrangeiro no segmento da Defesa,
apesar do seu caráter estratégico. Desde que o estabelecimento das empresas siga as normas legais,
tudo certo. Mas pergunto: tudo certo para quem?
CARLOS FREDERICO QUEIROZ DE AGUIAR é presidente da Associação Brasileira das
Indústrias de Materiais de Defesa.
Onde estão o MD e o GF com suas "golden share"? O que estão esperando para regulamentar este mercado? Não têm como barrar a venda destas duas empresas? Ou pelo menos, lhes retirar as tecnologias que detém, pagas certamente por verbas liberadas pelas FA's! Vão deixar isto ir para as mãos das rapineiras?
Do jeito que está todo o esforço a ser despendido vai pelo ralo, com o Brasil financiando o desenvolvimento e a produção de empresas multinacionais. Que disgreta de empresa nacional é esta, se será dominada pelas ditas cujas?
E, pior que isto, a independência desejada continuará a ser ditada pelos países de origem destas empresas!
Se é que a END está valendo, onde está a sua autoridade?
Já que vamos encher o rabo dos outros de dinheiro e subordinar nossa independência de qualquer jeito, é preferível continuar com as prateleiras!