Bolívia

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#946 Mensagem por Paisano » Ter Dez 28, 2010 10:14 am

Túlio, a Bolívia, em relação ao gás, é muito mais dependente do Brasil do que o Paraguai é em relação a Itaipu.

Em suma, no caso da Bolívia essa dependência favorece o uso do tempo como arma de dissuasão.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#947 Mensagem por Túlio » Ter Dez 28, 2010 10:27 am

Sei lá, tira-se Itaipu e se fecha a ponte e kabô-se o Paraguai. Não obstante, preferiu-se concentrar tropas na fronteira. Ainda acho que uma manobra assustaria e botaria o cocalero na mesa de negociações ao invés de quebrar sua economia e levá-lo ainda para mais perto da inevitável balcanização da colcha de retalhos (toda rasgada) política, econômica e etnocultural que chama de seu país. Esse tipo de remédio eu creio ser mais aplicável em casos de Países com quem não tenhamos fronteira, como o Equador. Aí sim, apenas sanções políticas e econômicas resolvem algo. Agora, tendo fronteira sou mais a "solução paraguaia"... :wink: 8-]




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#948 Mensagem por suntsé » Ter Dez 28, 2010 10:30 am

Túlio escreveu:Eu acho que aquilo lá vai estourar cedo ou tarde e quem vai ter que segurar o rojão somos NÓS. Essa notícia aí acima de que o gás vai baratear por se tornar mais abundante só complica ainda mais a equação. O ÚNICO grande produto de exportação da Bolívia - esqueçamos a coca - se desvaloriza a olhos vistos, isso gera desemprego e mantém a permanente crise política e institucional num país já à beira da ruptura do tecido Nacional (ajudado por Evil Morales, que aprofundou e institucionalizou/instrumentalizou as divisões internas). Quem intenta investir por lá - há o petróleo e o lítio, mantenhamos isso em mente - o faz tendo em que considerar esses fatores, começa a negociar com um governo, com um País e, quando os negócios começarem a frutificar, arrisca a ter diante de si não apenas um novo governo mas uma quantidade de novos e pequenos países com seus novos governos mutuamente antagônicos. Bálcãs, em suma. E quem quer ter uma usina bem no meio de uma área em disputa, possivelmente armada? Isso não é bueno para os negócios. É prejuízo, é queda do valor das ações da companhia, é assembléia de acionistas de cara feia. E para nós? É uma multidão de refugiados que teremos de acolher e alimentar, medicar, garantir segurança e morada. É uma MINUSTABOL aqui mesmo. E os negócios feitos lá indo para o beleléu. O mais tri é que, como todos sabemos, antes de uma missão de MANUTENÇÃO DE PAZ há sempre uma de IMPOSIÇÃO DE PAZ. Essa não é do nosso estilo, não é capacete azul bonzinho, é capacete camuflado de cara feia e sentando o dedo. O próprio Haiti foi assim, primeiro os ianques estabilizaram a situação e depois entregaram para nós. E aí, vamos deixar que se repita aqui do lado? Ianques mostrando quem manda porque não se envergonham de dar porrada quando é preciso e depois sim, chamam os 'bonzinhos' para manterem o status quo? Tipo assim, o quintal é deles e nós somos os jardineiros? Para não 'arranhar' a nossa 'imagem política'? Que imagem? A de JARDINEIRO DOS IANQUES? Eu é que não faço a menor questão disso, obrigado... :roll: 8-]
Mas você se esqueceu de uma coisa: Nós não estamos em condições de bancar uma de sargento do pedaço. No momento esse é o papel que podemos fazer. Nossos lideres são fracos e amadores em questões de segurança nacional.

Temos que ter capacidade militar não só para intervir nessas republiquetas quando o caldo engrossar mas também para segurar o rojão quando alguma potência tentar manipular países vizinhos contra nós. Todos nos sabemos que não estamo militarmente preparados para isso.

Vocês sabem que a hipocrisia impera nesse mundo, por isso temos que medir cada um de nossos passos.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#949 Mensagem por Túlio » Ter Dez 28, 2010 11:46 am

suntsé escreveu: Mas você se esqueceu de uma coisa: Nós não estamos em condições de bancar uma de sargento do pedaço. No momento esse é o papel que podemos fazer. Nossos lideres são fracos e amadores em questões de segurança nacional.

Temos que ter capacidade militar não só para intervir nessas republiquetas quando o caldo engrossar mas também para segurar o rojão quando alguma potência tentar manipular países vizinhos contra nós. Todos nos sabemos que não estamo militarmente preparados para isso.

Vocês sabem que a hipocrisia impera nesse mundo, por isso temos que medir cada um de nossos passos.
Discordo: no dia em que qualquer potência quiser manipular algum vizinho contra nós o fará com a maior facilidade (o governo bovino da Venezuela nem potência é e manipulou a Bolívia e Equador e possivelmente o Paraguai contra nós dos bastidores e sem fazer força): somos os intrusos Americanos Portugueses que tomaram mais de metade da AS para si às custas deles, os Americanos Espanhóis (lembremos que há só UM País de língua Portuguesa em toda a AL). Por mais que os ajudemos, por mais facilidades que lhes concedamos, por mais prejuízos que soframos em seu benefício, por mais ofensas que a gente engula com um sorriso sempre acharão isso não mais que um pequeno e muito insuficiente ressarcimento por tudo o que deveriam ter e não têm. Por nossa culpa, claro. Não de seus governos ineptos/corruptos, seus generais golpistas e seus povos indolentes e mal-acostumados. Assim, não me sinto absolutamente simpático à causa de nenhum deles, que não visa senão nos desgraçar e lucrar o que puder com isso. Saudável exceção seja feita ao Uruguay! Ao menos até certo ponto, aquele em que somos sua apólice de seguros contra a Argentina...

Ademais, de algum ponto temos que começar. Darfur e Líbano, por exemplo, não me parecem os mais adequados a neófitos como nós. Mas olhem os exercícios que fazemos, tipo CRUZEX e outros, das outras Forças: sempre operações em coalizão visando enfrentar uma ameaça de 'A' contra 'B'. IMPOSIÇÃO DE PAZ, em suma. Treinamos para isso. Em nível regional estamos equipadíssimos para isso. Não há rivais críveis nos arredores e vários estopins acesos. O mais perto do estouro me parece ser o da Bolívia mesmo. E aí, vamos ficar outra vez de JARDINEIROS DOS IANQUES? É essa a minha pergunta! Se podemos tomar conta do quintal e dizer 'aqui é o nosso' vamos franquear ao ianque e depois só cuidar ao nosso jeito do que ele semeou, como no HAITI? É este o motivo de minha indignação!

Cedo ou tarde chegará a hora de não apenas MOSTRAR mas sim de USAR os nossos músculos, ainda em lento crescimento. Melhor fazê-lo perto de casa - facilidade logística - do que nos cafundós, totalmente dependentes de logística estrangeira, dando ensejo a quem nos quiser puxar o tapete de fazê-lo mesmo e amargarmos um rotundo e altissonante fracasso...

Até o começo da segunda metade da primeira década deste século ainda podíamos nos dar ao luxo de estarmos deitados em berço esplêndido e sermos os 'nice guys': LULA mudou isso e não se dá marcha-a-ré depois de enveredar pelo caminho de Global Player. Compromissos são assumidos e, não sendo cumpridos, acarretam uma fama bem desagradável a quem assim age. A perda de credibilidade é imensa ao ponto de ser INACEITÁVEL! Considerem como uma inevitabilidade que o nosso porrete vai descer no lombo de alguém ainda nesta década que inicia e se acostumem à idéia de que não seremos mais tão 'nice guys'. É o preço em sangue e ouro de ser Global Player. Lula aparentemente nos inseriu neste contexto imaginando que tudo poderia ser resolvido com muita vaselina e uns capacetes azuis de vez em quando. Já deve se ter dado conta de que não é bem assim...
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#950 Mensagem por Wingate » Ter Dez 28, 2010 12:41 pm

Por mais que os ajudemos, por mais facilidades que lhes concedamos, por mais prejuízos que soframos em seu benefício, por mais ofensas que a gente engula com um sorriso sempre acharão isso não mais que um pequeno e muito insuficiente ressarcimento por tudo o que deveriam ter e não têm. Por nossa culpa, claro. Não de seus governos ineptos/corruptos, seus generais golpistas e seus povos indolentes e mal-acostumados. Assim, não me sinto absolutamente simpático à causa de nenhum deles, que não visa senão nos desgraçar e lucrar o que puder com isso. Saudável exceção seja feita ao Uruguay! Ao menos até certo ponto, aquele em que somos sua apólice de seguros contra a Argentina...
Isto merece uma moldura!

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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#951 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 28, 2010 12:43 pm

Ser sargento tem custos e muito alto, são perdas humanas e monetárias. Você precisa criar é uma nova forma de dialogo saindo do velho chavão força militar e/ou influência política, o que interessa é criar uma forma de ter um projeto que seja razoavelmente simetrico, nem sempre é fácil tanto bolivianos, chineses, americanos, franceses (?), venezuelanos tem idéias de poder e império dentro de mundo que acabou.

É muito caro dominar, mais simples seria utilizar as potencialidades de cada lado, a Bolívia tem gás, nós temos tecnologia e mão de obra para industrializarmo-os e fazer fertilizantes, esse seria o caminho natural das coisas.

Com o crescimento dos estados democráticos no Atlântico Sul e sem grandes disputas entre países, o ideal é unir-se em torno de "alianças de segurança" regionais como Unasul...e não OTan que será muito cara a projeção da força, ou seja, deixar os locais cuidarem o que já fazem bem, não é por causa de um crescimento economico que precisa enviar o segurança :roll:




Editado pela última vez por marcelo l. em Ter Dez 28, 2010 12:51 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#952 Mensagem por suntsé » Ter Dez 28, 2010 12:47 pm

Túlio escreveu:
suntsé escreveu: Mas você se esqueceu de uma coisa: Nós não estamos em condições de bancar uma de sargento do pedaço. No momento esse é o papel que podemos fazer. Nossos lideres são fracos e amadores em questões de segurança nacional.

Temos que ter capacidade militar não só para intervir nessas republiquetas quando o caldo engrossar mas também para segurar o rojão quando alguma potência tentar manipular países vizinhos contra nós. Todos nos sabemos que não estamo militarmente preparados para isso.

Vocês sabem que a hipocrisia impera nesse mundo, por isso temos que medir cada um de nossos passos.
Discordo: no dia em que qualquer potência quiser manipular algum vizinho contra nós o fará com a maior facilidade (o governo bovino da Venezuela nem potência é e manipulou a Bolívia e Equador e possivelmente o Paraguai contra nós dos bastidores e sem fazer força): somos os intrusos Americanos Portugueses que tomaram mais de metade da AS para si às custas deles, os Americanos Espanhóis (lembremos que há só UM País de língua Portuguesa em toda a AL). Por mais que os ajudemos, por mais facilidades que lhes concedamos, por mais prejuízos que soframos em seu benefício, por mais ofensas que a gente engula com um sorriso sempre acharão isso não mais que um pequeno e muito insuficiente ressarcimento por tudo o que deveriam ter e não têm. Por nossa culpa, claro. Não de seus governos ineptos/corruptos, seus generais golpistas e seus povos indolentes e mal-acostumados. Assim, não me sinto absolutamente simpático à causa de nenhum deles, que não visa senão nos desgraçar e lucrar o que puder com isso. Saudável exceção seja feita ao Uruguay! Ao menos até certo ponto, aquele em que somos sua apólice de seguros contra a Argentina...

Ademais, de algum ponto temos que começar. Darfur e Líbano, por exemplo, não me parecem os mais adequados a neófitos como nós. Mas olhem os exercícios que fazemos, tipo CRUZEX e outros, das outras Forças: sempre operações em coalizão visando enfrentar uma ameaça de 'A' contra 'B'. IMPOSIÇÃO DE PAZ, em suma. Treinamos para isso. Em nível regional estamos equipadíssimos para isso. Não há rivais críveis nos arredores e vários estopins acesos. O mais perto do estouro me parece ser o da Bolívia mesmo. E aí, vamos ficar outra vez de JARDINEIROS DOS IANQUES? É essa a minha pergunta! Se podemos tomar conta do quintal e dizer 'aqui é o nosso' vamos franquear ao ianque e depois só cuidar ao nosso jeito do que ele semeou, como no HAITI? É este o motivo de minha indignação!

Cedo ou tarde chegará a hora de não apenas MOSTRAR mas sim de USAR os nossos músculos, ainda em lento crescimento. Melhor fazê-lo perto de casa - facilidade logística - do que nos cafundós, totalmente dependentes de logística estrangeira, dando ensejo a quem nos quiser puxar o tapete de fazê-lo mesmo e amargarmos um rotundo e altissonante fracasso...

Até o começo da segunda metade da primeira década deste século ainda podíamos nos dar ao luxo de estarmos deitados em berço esplêndido e sermos os 'nice guys': LULA mudou isso e não se dá marcha-a-ré depois de enveredar pelo caminho de Global Player. Compromissos são assumidos e, não sendo cumpridos, acarretam uma fama bem desagradável a quem assim age. A perda de credibilidade é imensa ao ponto de ser INACEITÁVEL! Considerem como uma inevitabilidade que o nosso porrete vai descer no lombo de alguém ainda nesta década que inicia e se acostumem à idéia de que não seremos mais tão 'nice guys'. É o preço em sangue e ouro de ser Global Player. Lula aparentemente nos inseriu neste contexto imaginando que tudo poderia ser resolvido com muita vaselina e uns capacetes azuis de vez em quando. Já deve se ter dado conta de que não é bem assim...
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É meu prezado amigo Tulio. È sempre um prazer debater com foristas como você.

Diante dos seus sólidos argumentos tenho que tirar o chapéu para você.

A sua visão é uma combinação de Soft-Power com Hard-Power. O Famoso Smart-Power

Saudações Cordiais.




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#953 Mensagem por Túlio » Ter Dez 28, 2010 12:58 pm

marcelo l. escreveu: É muito caro dominar, mais simples seria utilizar as potencialidades de cada lado, a Bolívia tem gás, nós temos tecnologia e mão de obra para industrializarmo-os e fazer fertilizantes, esse seria o caminho natural das coisas.
SIMPLES? Acabei de dizer que essa gente NÃO GOSTA DE NÓS, querem nos ver atolados até os olhos na josta mais podre e fedorenta que puderem encontrar. Parceria com eles é a mais legítima CARACU, onde entram com a cara e nós...

Como foi Itaipu, aliás. Os paraguaios botaram o que além da cara? Quem botou o resto fomos NÓS e até hoje somos chamados de LADRÕES. E se usássemos só a nossa parte do rio? Mas não, queríamos ser 'nice guys' e ajudar os vizinhos. Taí no que dá...

A Bolívia tem riquezas no subsolo. Fomos lá e fizemos usinas para ajudá-los a explorar porque riqueza debaixo da terra não é riqueza, é POTENCIAL! Se não for desenvolvido não serve para nada, é como se não existisse. Bueno, quando achavam que não precisavam mais de nós mandaram suas ridículas FFAA para lá e botaram os nossos técnicos para correr, simplesmente ROUBANDO as instalações. Na mão grande.

Para não falar em outras iniciativas 'desenvolvimentistas' como o Mercosul, outra arapuca para nós, onde é a vez DA ARGENTINA nos sabotar onde puder.

Não dá, repito, ESSA GENTE NÃO GOSTA DE NÓS! De nada nos irá adiantar gostar deles, dizer 'tadinho, vem cá que a mãe ajuda', tirar dinheiro do nosso Povo e dar para o DELES: no Brasil se paga IR, no Paraguai não. Para isso é que querem mais dinheiro daqui, a gente paga IR para eles não precisarem pagar.

Então, essa de somas de potenciais e recursos funcionaria onde houvesse alguma RACIONALIDADE: com essa gente há apenas UMA razão que funcione: A DA FORÇA! Vide Paraguai...

:wink: 8-]




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#954 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 28, 2010 1:31 pm

Túlio escreveu:
marcelo l. escreveu: É muito caro dominar, mais simples seria utilizar as potencialidades de cada lado, a Bolívia tem gás, nós temos tecnologia e mão de obra para industrializarmo-os e fazer fertilizantes, esse seria o caminho natural das coisas.
SIMPLES? Acabei de dizer que essa gente NÃO GOSTA DE NÓS, querem nos ver atolados até os olhos na josta mais podre e fedorenta que puderem encontrar. Parceria com eles é a mais legítima CARACU, onde entram com a cara e nós...

Como foi Itaipu, aliás. Os paraguaios botaram o que além da cara? Quem botou o resto fomos NÓS e até hoje somos chamados de LADRÕES. E se usássemos só a nossa parte do rio? Mas não, queríamos ser 'nice guys' e ajudar os vizinhos. Taí no que dá...

A Bolívia tem riquezas no subsolo. Fomos lá e fizemos usinas para ajudá-los a explorar porque riqueza debaixo da terra não é riqueza, é POTENCIAL! Se não for desenvolvido não serve para nada, é como se não existisse. Bueno, quando achavam que não precisavam mais de nós mandaram suas ridículas FFAA para lá e botaram os nossos técnicos para correr, simplesmente ROUBANDO as instalações. Na mão grande.

Para não falar em outras iniciativas 'desenvolvimentistas' como o Mercosul, outra arapuca para nós, onde é a vez DA ARGENTINA nos sabotar onde puder.

Não dá, repito, ESSA GENTE NÃO GOSTA DE NÓS! De nada nos irá adiantar gostar deles, dizer 'tadinho, vem cá que a mãe ajuda', tirar dinheiro do nosso Povo e dar para o DELES: no Brasil se paga IR, no Paraguai não. Para isso é que querem mais dinheiro daqui, a gente paga IR para eles não precisarem pagar.

Então, essa de somas de potenciais e recursos funcionaria onde houvesse alguma RACIONALIDADE: com essa gente há apenas UMA razão que funcione: A DA FORÇA! Vide Paraguai...

:wink: 8-]
Tulio, quem diz que o Brasil gosta deles, eles também sabem disso, e isso vale para o resto do mundo, ninguém se ama, todos se destestam, como a Catherine Zeta-Jones para Renee Zellweger em chicago antes de Nowadays, por isso ninguém precisa se amar e pode se detestar, mas ainda podem construir algo de bom e ganharem juntos...no caso do filme deu essa obra-prima.





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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#955 Mensagem por Túlio » Ter Dez 28, 2010 1:55 pm

É tudo o que tens a dizer e a MOSTRAR após eu te dar três exemplos claros de que essa gente NÃO QUER NADA DE BUENO CONOSCO? Que não falo exatamente de GOSTAR mas de ter ao menos BOA VONTADE, que sem isso não se faz nada que preste junto? Eu poderia dizer muito mais mas se é para escrever à toa prefiro ficar por aqui... 8-]




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#956 Mensagem por RobertoRS » Ter Dez 28, 2010 2:02 pm

Túlio escreveu:Eu acho que aquilo lá vai estourar cedo ou tarde e quem vai ter que segurar o rojão somos NÓS. Essa notícia aí acima de que o gás vai baratear por se tornar mais abundante só complica ainda mais a equação. O ÚNICO grande produto de exportação da Bolívia - esqueçamos a coca - se desvaloriza a olhos vistos, isso gera desemprego e mantém a permanente crise política e institucional num país já à beira da ruptura do tecido Nacional (ajudado por Evil Morales, que aprofundou e institucionalizou/instrumentalizou as divisões internas). Quem intenta investir por lá - há o petróleo e o lítio, mantenhamos isso em mente - o faz tendo em que considerar esses fatores, começa a negociar com um governo, com um País e, quando os negócios começarem a frutificar, arrisca a ter diante de si não apenas um novo governo mas uma quantidade de novos e pequenos países com seus novos governos mutuamente antagônicos. Bálcãs, em suma. E quem quer ter uma usina bem no meio de uma área em disputa, possivelmente armada? Isso não é bueno para os negócios. É prejuízo, é queda do valor das ações da companhia, é assembléia de acionistas de cara feia. E para nós? É uma multidão de refugiados que teremos de acolher e alimentar, medicar, garantir segurança e morada. É uma MINUSTABOL aqui mesmo. E os negócios feitos lá indo para o beleléu. O mais tri é que, como todos sabemos, antes de uma missão de MANUTENÇÃO DE PAZ há sempre uma de IMPOSIÇÃO DE PAZ. Essa não é do nosso estilo, não é capacete azul bonzinho, é capacete camuflado de cara feia e sentando o dedo. O próprio Haiti foi assim, primeiro os ianques estabilizaram a situação e depois entregaram para nós. E aí, vamos deixar que se repita aqui do lado? Ianques mostrando quem manda porque não se envergonham de dar porrada quando é preciso e depois sim, chamam os 'bonzinhos' para manterem o status quo? Tipo assim, o quintal é deles e nós somos os jardineiros? Para não 'arranhar' a nossa 'imagem política'? Que imagem? A de JARDINEIRO DOS IANQUES? Eu é que não faço a menor questão disso, obrigado... :roll: 8-]
O negócio é deportar os bolivianos ilegais e fechar as fronteiras, hehe...




Se não houver campo aberto
lá em cima, quando me for
um galpão acolhedor
de santa fé bem coberto
um pingo pastando perto
só de pensar me comovo
eu juro pelo meu povo,
nem todo o céu me segura
retorno à velha planura
pra ser gaúcho de novo
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#957 Mensagem por J.Ricardo » Ter Dez 28, 2010 3:04 pm

Nem tanto Roberto, os bolivianos tem hoje em SP o mesmo papel que o imigrante nordestino tinha décadas atrás (e que hoje não mais se submete, ainda bem!), mão-de-obra barata barata, e não falo da construção civil, mas de semi-escravidão nos mesaninos da lojas de confecção popular!
Mas concordo com o Túlio e com Sunstsé, na verdade acredito na soma dos dois pontos de vista, aliás muito bem explicados, acho que o Brasil tem de ter força o suficiente pra dizer "ow 'hermano' abaixa sua bolinha aí ou meto-lhe a mão nas fuça, tá entendendo?!" e ao mesmo tempo fortalecer suas economias e deixa-las o mais integrada com a nossa de modo a também dizer-lhes "ow 'hermano' abaixa sua bolinha aí ou fecho a fronteira e quero ver pra quem você vai vender essa porcaria de gás/muamba/energia/etc, tá entendendo?!".




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#958 Mensagem por RobertoRS » Ter Dez 28, 2010 4:06 pm

J.Ricardo escreveu:Nem tanto Roberto, os bolivianos tem hoje em SP o mesmo papel que o imigrante nordestino tinha décadas atrás (e que hoje não mais se submete, ainda bem!), mão-de-obra barata barata, e não falo da construção civil, mas de semi-escravidão nos mesaninos da lojas de confecção popular!
Mas concordo com o Túlio e com Sunstsé, na verdade acredito na soma dos dois pontos de vista, aliás muito bem explicados, acho que o Brasil tem de ter força o suficiente pra dizer "ow 'hermano' abaixa sua bolinha aí ou meto-lhe a mão nas fuça, tá entendendo?!" e ao mesmo tempo fortalecer suas economias e deixa-las o mais integrada com a nossa de modo a também dizer-lhes "ow 'hermano' abaixa sua bolinha aí ou fecho a fronteira e quero ver pra quem você vai vender essa porcaria de gás/muamba/energia/etc, tá entendendo?!".
É uma questão complexa. O que é lamentável é que na última década fizemos Acordos Caracu com a América Latina e temos tomado um tufo atrás do outro.




Se não houver campo aberto
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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#959 Mensagem por marcelo l. » Ter Dez 28, 2010 4:08 pm

Túlio escreveu:É tudo o que tens a dizer e a MOSTRAR após eu te dar três exemplos claros de que essa gente NÃO QUER NADA DE BUENO CONOSCO? Que não falo exatamente de GOSTAR mas de ter ao menos BOA VONTADE, que sem isso não se faz nada que preste junto? Eu poderia dizer muito mais mas se é para escrever à toa prefiro ficar por aqui... 8-]
Ah, Tulio, a 8 anos atrás você nunca veria um brasileiro defendendo a Colombia, Venezuela, Bolivia, Equador, Argentina etc...só o Chile por razões apenas ideológicas por que em termos de contatos era zero, hoje diferente há sim um novo momento de conhecimento entre os países depois que o Brasil ficou de costas 500 anos para eles, quando aparecia era mais por causa da nossa posição na guerra fria.

Mesmo com os países de lingua portuguesa só existe relação agora, eu particularmente não gosto de colocar como o Brasil comece nos últimos oito anos, mas pelo menos em algumas áreas foi uma mudança do que tínhamos, pegamos vários governos que queriam algo que poderiamos dizer excessivo, no caso paraguaio acredito que minha posição é clara, não sabemos e nunca soubemos como lidar com eles, acho que ali está o dilema da diplomacia brasileira.

Quanto ao resto tudo se assenta, o tempo e sanidade tem para mim que deverá existir uma maior interação entre Brasil, América do Sul e países de lingua portuguesa, claro se a crise financeira mundial não exacerbar o nacionalismo no mundo...




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Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás

#960 Mensagem por Túlio » Ter Dez 28, 2010 4:49 pm

marcelo l. escreveu:
Ah, Tulio, a 8 anos atrás você nunca veria um brasileiro defendendo a Colombia, Venezuela, Bolivia, Equador, Argentina etc...só o Chile por razões apenas ideológicas por que em termos de contatos era zero, hoje diferente há sim um novo momento de conhecimento entre os países depois que o Brasil ficou de costas 500 anos para eles, quando aparecia era mais por causa da nossa posição na guerra fria.

Aí é que está: não vejo esse 'novo momento de conhecimento', nas buenas, não é implicância mas não vejo nada disso mesmo. Vejo o Brasil despertando para uma inédita importância no cenário mundial, há muito desejada por nós, e tentando cooptar o resto da AS, oferecendo-lhe novas benesses em troca de deixarem de ser o quintal dos EUA para serem o NOSSO. Trocar de dono sempre foi traumático, ainda mais quando o dono é aquele vizinho DETESTADO que lhes tomou mais de metade do continente. Certamente lhes é infinitamente mais insuportável a NOSSA coleira do que a dos EUA...
marcelo l. escreveu:Mesmo com os países de lingua portuguesa só existe relação agora, eu particularmente não gosto de colocar como o Brasil comece nos últimos oito anos, mas pelo menos em algumas áreas foi uma mudança do que tínhamos, pegamos vários governos que queriam algo que poderiamos dizer excessivo, no caso paraguaio acredito que minha posição é clara, não sabemos e nunca soubemos como lidar com eles, acho que ali está o dilema da diplomacia brasileira.

Não é bem assim: Itaipu foi o que surgiu em função da Ditadura Militar NOSSA se dar bem com a DELES. Eram compadres e sócios. O erro foi pensar que a guerra fria duraria para sempre, que Stroessner duraria para sempre, que a NOSSA ditadura duraria para sempre. Fora deste contexto não há como imaginar Itaipu como ela é. Podíamos fazê-la sem entrar um centímetro em território paraguaio; e faríamos o mesmo que foi feito naquela época se o contexto fosse o atual?

marcelo l. escreveu:Quanto ao resto tudo se assenta, o tempo e sanidade tem para mim que deverá existir uma maior interação entre Brasil, América do Sul e países de lingua portuguesa, claro se a crise financeira mundial não exacerbar o nacionalismo no mundo...
Chegaste tarde, está se exacerbando por toda parte, pelo menos entre os que estão PERDENDO com a Grande Crise. Europeus gostam cada vez menos de ver Latino-Americanos, Africanos e Árabes empregados ou vivendo da Previdência enquanto eles amargam o desemprego ou têm seus salários rebaixados e seus impostos aumentados. Tu gostarias? Idem nos EUA. A consequente perda de poder e influência desses atores excita e exacerba os nacionalismos de outras terras, acostumadas a considerar seu jugo, sua influência como coisas da vida, que devem ser aceitas sem discussão pela absoluta falta de uma alternativa aceitável. O tabuleiro geopolítico está se alterando muito depressa para ser compreendido por todos os que nele atuam e temo que tenhamos de aprender a jogar já com nosso rei ameaçado por uma rainha, uma torre e um bispo... :wink: 8-]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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