Fico com a palavra do Brigadeiro Saito, se me permite.
Se me permite também, o Saito disse que os três atendem
TECNICAMENTE.
Ele responde pela FAB, e nisso ele está certo, qualquer dos três, e até o F-5M, atendem
tecnicamente.
Porém, como estamos mais do que carecas de saber, essa negociação vai muito além de uma compra, vai muito além de uma parceria superficial para fazer revisão de motores e fabricar portas de trem de pouso.
Os requisitos da FAB em termos de tecnologia eram, na minha opinião, ridiculamente acanhados diante do que se abre em termos de possibilidades político estratégicas no mundo atual e num futuro próximo.
A FAB pediu o que lhe cabe, e estava certa.
O tabuleiro mudou.
O GF pediu isso e muito mais, muito mesmo, pediu até o imponderável, coisa que as vezes dinheiro nenhum compra.
Veja o caso da ajuda russa no nosso programa espacial. Cito por mero acaso, sabe?
Os caras estão até hoje trabalhando aqui, ajudando, e por um custo que se estima irrisório diante dos avanços que a ajuda deles proporcionou.
Tivemos uns cem milhões de contratos anteriores que não nos deram talvez 10% disso, ao contrário, tivemos contratos quebrados e sabotagem sistemática no nosso programa espacial.
Então, antes mesmo das promessas e mais importantes mesmo que os contratos assinados de compras de armas, existem as negociações entre governos, entre Estados, que jamais saberemos do conteúdo e que envolvem questões que jamais sairão dos círculos de decisão de altíssimo nível dos países.
O que vazou no wiki prá mim é pinto diante do que se deve levar por aí escrito em papel, em mãos mesmo. Além do que é dito cara a cara, no ouvido.
Muito se fala da "antecipação do anúncio pelo presidente" e blá blá, blá.
Mas eu me pergunto.
Foi o Presidente, aliás, os Presidentes que se anteciparam, ou fatos e ações já acontecendo nos bastidores é que forçaram o "anúncio antes do tempo"?
Se foi isso (e eu acredito piamente que foi), na verdade o anúncio foi atrasado, porque os movimentos já estavam sendo feitos de modo a barrar um anúncio no "tempo certo".
O tempo pode ser certo para um, mas para outro pode ser muito tarde, as vezes tarde demais até.
Para começarmos a imaginar as coisas que se movem por trás dessas compras militares, poderíamos raciocinar em alguns aspectos sobre a relação entre países.
Basta pensarmos que há nesse bolo:
- A perda de espaço estratégico numa região do planeta rica em petróleo e recursos naturais sabidamente escassos num futuro próximo.
- A consolidação de um concorrente de peso a um produto cada vez mais de futuro incerto e que se planejou como o único no mercado, e em sendo único, colocaria todos os compradores sob a batuta do vendedor, obrigatoriamente.
- A divisão de poder no quadro estratégico mundial de maneira forçada e o estabelecimento de multi-polaridades e o multilateralismo crescente.
- A abertura de espaço para concorrentes em termos de fornecimento de tecnologias e a perda de controle das tecnologias bélicas usadas pelo aliado.
Incluso aí tecnologia nuclear, cujo fim/uso pode ser difuso até que seja tarde para se barrar uma suposta vertente militar (arma nucleares).
- O contraste/contraponto de forças no Oceano Atlântico, onde se perderá o controle absoluto e, forçosamente, ter-se-á que no mínimo compartilhar para não perder, ou então ter de lutar muito dolorosamente para ter de volta a "soberania" forçada sobre esse Oceano.
E alista segue...
Aí eu me pergunto:
- Preço de querosene é realmente importante?