GEOPOLÍTICA
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- irlan
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Re: GEOPOLÍTICA
Que isso negaram um acordo com os palestinos?,não foi lá que inauguraram a Brazil.St e tudo mais?
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
A ESTRANHA LÓGICA DAS ARMAS NUCLEARES
Sergio L. Y. dos Guaranys em 17 ago 2010
Olha, Roosevelt. Eu sou Leo Szilard, físico húngaro que ouvi Lize
Meittner e Otto Frisch interpretarem o sucesso de Otto Hahn em fazer
fissão nuclear. Trouxe o Einstein comigo para entregarmos a você esta
carta que diz em resumo a possibilidade dos nazistas desenvolverem uma
arma de 62 kg, capaz de destruir toda a Manhattan, matando todos que
estiverem lá no momento da explosão. Estou falando em linguagem mais
clara que a da carta para não correr o risco de nem você nem também
seus assessores não entenderem a carta. Por isso explico que se os
nazistas concluírem a arma deles antes de você não haverá necessidade
de guerra: Eles simplesmente dirão: Quero agora o Capitólio, Wall
Street, Fort Knox, Esso e United Steel! Levanta e dá!
Isso é modo correto de falar com políticos, tanto que os americanos
fizeram a bomba antes, enquanto impediam os nazistas de concluírem a
deles. Mal a Alemanha se rendera em 7 de maio, os soviéticos invadiram
as Sakalin em 10 de maio iniciando a conquista do Japão, que
certamente concluiriam antes dos americanos, que ainda estavam lutando
em Iwo Jima! Esta ação soviética precipitou os americanos, levando-os
a esconder decisão japonesa de rendição e a lançar em 06 de agosto
sobre Hiroxima uma bomba de urânio e três dias após sobre Nagasaki uma
de plutônio.
Todos os países que puderam correram a possuir bombas nucleares porque
nenhum aceitava permanecer na situação japonesa de ser objeto de
decisões americanas de geografia. Para ganhar tempo de se armarem,
todos proclamaram a cara enlameada norte americana. Deu certo para
esses países: ganharam o tempo necessário, mais o status privilegiado
de senhor do mundo e detentor do poder de veto. No período seguinte o
mundo assistiu produção desenfreada de bombas e seus lances seguintes:
“Primeiro Golpe”, ”Matança Folgada”, “Segundo Golpe”, “Tratado de Não
Proliferação Nuclear”, “Acordo de Salvaguardas”, “AIEA”, “Membros
Permanentes do Conselho de Segurança” e, totalmente destorcido “Países
Infratores do NPT”.
Primeiro Golpe é o ataque disponível para quem possui artefato nuclear
e vetor de trajeto curto sobre país que não os possua. Matança Folgada
é a possibilidade de primeiros golpes em quantidade suficiente para
subjugar o alvo. Segundo Golpe é poder responder ao primeiro golpe com
intensidade aniquilante, de modo adrede conhecido por todos. Substitui
a intenção destruidora pela desencorajadora.“Tratado de Não
Proliferação Nuclear” é o urdido em 1960, para sustar mediante
associação com os nucleares, execração aos USA. Nasceu morto porque
era um texto em busca de signatários, logo impreciso e inócuo,
imprescindível para alinhar o mundo aos USA e ser anterior ao “Acordo
de Salvaguardas”, efetivo para receber renúncias de manejo nuclear por
parte dos não nucleares. Introduziu um ente produtor de impessoalidade
e imparcialidade para desobrigar os nucleares de reprovar os não
nucleares, a Agência Internacional para Energia Nuclear. Feito isto
foi instituído o “Conselho de Segurança”, envoltório ostensivo e quase
igualitário exclusivo dos nucleares, doravante titulares do aspecto de
“Membros Permanentes do Conselho de Segurança”. São “Países Infratores
do NPT” os signatários que manejarem plutônio ou urânio enriquecido
acima de 60%, embora não seja o Tratado, mas o Acordo quem proíbe tal
manejo.
Os nucleares têm vetores aéreos, marítimos e terrestres (fixos ou
móveis), de artefatos dirigidos a um elenco semi-permanente de alvos,
tanto de força como de valor. É semi-permanente devido a ser acrescido
cada vez que surge outro nuclear ou novo alvo significante. A
concepção original do sistema tinha o vetor e o processo de pontaria
dele, mais tarde enriquecido com projetís múltiplos abrangendo ogivas
ativas causadoras de danos e estéreis despistadoras de defesas. Pouco
adianta descrever a evolução da vigilância, dos vetores, trajetos e
despistamentos, da interceptação no lançamento, a meio e ao fim do vôo
perante amplas conseqüências da idéia de segundo golpe, algumas
inibidoras do disparo. Mais de um nuclear sentiu a conveniência de
aplicar primeiro golpe, mas desistiu de motu próprio. Exceto os dois
primeiros golpes dos USA sobre o Japão há 65 anos, nenhum mais foi
desfechado.
Se hoje um nuclear ameaçar um primeiro golpe sobre qualquer país,
outros nucleares indagarão o que falta para chegar a vez deles,
mostrarão silêncio na questão, dando a entender que verberam o golpe,
pois todos são juízes natos da decisão, mesmo os não nucleares.
Sistemas de vigilância contra vetores são ininterruptos, detectam
vetores contra o possuidor deles quase do mesmo modo que detectam
contra outros, já estão na véspera de serem automáticos. Caso possam,
interceptarão antes de discriminar o alvo, dado o despistamento
inerente e a exigüidade do tempo necessário à defesa.
Após as idéias “primeiro e segundo golpe” surgem as de “primeiro e
segundo alvo”. A menos que seja elegível um país com rosto de inimigo
universal, que sumiria assim que desse prejuízo, todos são protegíveis
por um ou mais dos nucleares, possuem vigilâncias, interceptadores e
vetores. Nada é precisamente rotulado ou previsível a ponto de alguém
não se sentir segundo alvo a espera de algum primeiro golpe.
Na História da Humanidade disputas sangrentas ocorreram com arranjos
soberanos onde os lutadores sempre eram terceiros (os soldados),
praticamente só existiam forças a causarem danos, nada era valor a
apoiá-las e ser protegido por elas. O ser humano era fisicamente
hábil, hoje a habilidade física migrou para a máquina e o punho armado
deu breve lugar à mão acionadora logo cedido a controles automáticos.
Nada impede que essa tecnologia mal resguardada pelo Tratado e pelo
Acordo, sofra a inabilidade do mau preparador de petardo que em vez de
ajustá-lo de “tempo previsto em direção ao zero, vá de zero para tempo
previsto, bum!!!”, como as bombas do Riocentro. Não existe situação
congelada capaz de impedir novos vetores, novas armas, novos
nucleares, mas há esperança de comportamento preventivo da destruição.
Se faltar um requisito para o emprego de artefatos nucleares, tal como
vigilância, vetor, interceptador e o próprio artefato, o risco de
primeiro golpe se reduz ao esforço de suprir a falta, mas é a ausência
dessa falta ou a prontidão para segundo golpe quem paradoxalmente
garante a inviabilidade do primeiro golpe!
A visibilidade e o diálogo universais encolheram e iluminaram o mundo,
menos emotivo e mais comedido que nunca. A impunidade conviveu com o
hegemônico e com o disfarçado. A existência de vários nucleares
bastante equipados anulou a brilhante lei de Morton Kaplan (Naval War
College Review Nov.-Dec. 1974) que vedava o trânsito da situação de Bi-
polaridade para a de Multi-polaridade, mas admitia a de Hegemonia. A
situação é hoje de franca multipolaridade. O mundo nunca esteve tão
indisposto para assistir destruição em massa como agora onde há
diversos nucleares diversamente equipados, alguns até incompletamente.
Todos se armaram porque algum dia se sentiram ameaçados, após se
armarem nenhum desfechou primeiro golpe, porque não era homicida, não
era disfarçado. Duvido que surja algum suicida, um teatral, a
desfechar primeiro golpe, pois não conseguirá sobreviver a nenhum dos
segundo golpes causados por ele, talvez nem consiga concluir tal
desfecho. Antes da diplomacia do ping pong, houve necessidade de
apostar forte, tendo a China declarado que sobreviveria a qualquer
tipo de guerra, pois contava com a enormidade sua população. Foi a
mais antiga manifestação soberana a tratar como combatente terceiro a
totalidade da população. A seguir tratou de adquirir a capacidade de
segundo golpe, a qual defende das armas nucleares a Humanidade.
Neste 2010 quase toda a Humanidade está desfrutando a Dissuasão pelo
Segundo Golpe. Disse “quase toda” porque é possível que esforços
correntes de cientistas possam alcançar algum modo de concluir
primeiro golpe, também iniciável por insensatez. Daí ser valioso para
país não nuclear lançar e manter satélites vigilantes. Pouco importa
que fração de vigilância eficaz ele domine porque estará em atitude de
aliança com o mundo a partir da hora em que acionar um satélite. Com o
mundo se não quiser designar receptor de relatório de vigilância algum
país específico. Daí em diante se vier a mostrar mísseis assestados
para interceptar um míssil de certo trajeto, fica dissuasor redundante
até que a posse de artefato nuclear mude para capaz de golpe a
capacidade dissuasória. É nova espécie de dissuasor: Dissuasor Nuclear
Desprovido de Armas Nucleares. Caso possua interceptores não produzirá
reatores de propulsão nem de centrais elétricas, pois seria um nuclear
a mais. Seria um decreto de insensatez: possuir artefato e pretender a
posse de mísseis antimíssil.
O Tratado de Não Proliferação Nuclear não impediu nem impedirá mais
países nucleares. Os países dotados de segundo golpe poderão receber
contribuições de países não nucleares tanto em vigilância como em
interceptação, firmando via segundo golpe a proscrição de primeiro
golpe. Estes não nucleares estarão em aliança assim que possam
contribuir. Dificilmente surgirá justificativa para quantidade maior
que a atual de vetores para artefatos nucleares, de satélites
vigilantes e de redes de radares OTH (Além do Horizonte). Nesta
situação de Quase Esterilidade das Armas não cabem trocas de vetores
nem de sensores a menos que causem redução de despesas.
Em tal cenário o Irã, a Líbia, a Turquia, o Japão e outros estarão
retrocedendo em vez de avançando cada vez que progridam na confecção
de armas nucleares, pois deste modo ajudam já nucleares a possuírem
mais armas e a proclamar vícios deles, completamente emotivos e
irracionais perante o estado de não nuclear!
Dado que o Mundo vive o impasse inerente ao Segundo Golpe a temeridade
é vir em direção à capacidade nuclear, o sensato é ser Contribuinte ao
Segundo Golpe.
Sergio L. Y. dos Guaranys em 17 ago 2010
Olha, Roosevelt. Eu sou Leo Szilard, físico húngaro que ouvi Lize
Meittner e Otto Frisch interpretarem o sucesso de Otto Hahn em fazer
fissão nuclear. Trouxe o Einstein comigo para entregarmos a você esta
carta que diz em resumo a possibilidade dos nazistas desenvolverem uma
arma de 62 kg, capaz de destruir toda a Manhattan, matando todos que
estiverem lá no momento da explosão. Estou falando em linguagem mais
clara que a da carta para não correr o risco de nem você nem também
seus assessores não entenderem a carta. Por isso explico que se os
nazistas concluírem a arma deles antes de você não haverá necessidade
de guerra: Eles simplesmente dirão: Quero agora o Capitólio, Wall
Street, Fort Knox, Esso e United Steel! Levanta e dá!
Isso é modo correto de falar com políticos, tanto que os americanos
fizeram a bomba antes, enquanto impediam os nazistas de concluírem a
deles. Mal a Alemanha se rendera em 7 de maio, os soviéticos invadiram
as Sakalin em 10 de maio iniciando a conquista do Japão, que
certamente concluiriam antes dos americanos, que ainda estavam lutando
em Iwo Jima! Esta ação soviética precipitou os americanos, levando-os
a esconder decisão japonesa de rendição e a lançar em 06 de agosto
sobre Hiroxima uma bomba de urânio e três dias após sobre Nagasaki uma
de plutônio.
Todos os países que puderam correram a possuir bombas nucleares porque
nenhum aceitava permanecer na situação japonesa de ser objeto de
decisões americanas de geografia. Para ganhar tempo de se armarem,
todos proclamaram a cara enlameada norte americana. Deu certo para
esses países: ganharam o tempo necessário, mais o status privilegiado
de senhor do mundo e detentor do poder de veto. No período seguinte o
mundo assistiu produção desenfreada de bombas e seus lances seguintes:
“Primeiro Golpe”, ”Matança Folgada”, “Segundo Golpe”, “Tratado de Não
Proliferação Nuclear”, “Acordo de Salvaguardas”, “AIEA”, “Membros
Permanentes do Conselho de Segurança” e, totalmente destorcido “Países
Infratores do NPT”.
Primeiro Golpe é o ataque disponível para quem possui artefato nuclear
e vetor de trajeto curto sobre país que não os possua. Matança Folgada
é a possibilidade de primeiros golpes em quantidade suficiente para
subjugar o alvo. Segundo Golpe é poder responder ao primeiro golpe com
intensidade aniquilante, de modo adrede conhecido por todos. Substitui
a intenção destruidora pela desencorajadora.“Tratado de Não
Proliferação Nuclear” é o urdido em 1960, para sustar mediante
associação com os nucleares, execração aos USA. Nasceu morto porque
era um texto em busca de signatários, logo impreciso e inócuo,
imprescindível para alinhar o mundo aos USA e ser anterior ao “Acordo
de Salvaguardas”, efetivo para receber renúncias de manejo nuclear por
parte dos não nucleares. Introduziu um ente produtor de impessoalidade
e imparcialidade para desobrigar os nucleares de reprovar os não
nucleares, a Agência Internacional para Energia Nuclear. Feito isto
foi instituído o “Conselho de Segurança”, envoltório ostensivo e quase
igualitário exclusivo dos nucleares, doravante titulares do aspecto de
“Membros Permanentes do Conselho de Segurança”. São “Países Infratores
do NPT” os signatários que manejarem plutônio ou urânio enriquecido
acima de 60%, embora não seja o Tratado, mas o Acordo quem proíbe tal
manejo.
Os nucleares têm vetores aéreos, marítimos e terrestres (fixos ou
móveis), de artefatos dirigidos a um elenco semi-permanente de alvos,
tanto de força como de valor. É semi-permanente devido a ser acrescido
cada vez que surge outro nuclear ou novo alvo significante. A
concepção original do sistema tinha o vetor e o processo de pontaria
dele, mais tarde enriquecido com projetís múltiplos abrangendo ogivas
ativas causadoras de danos e estéreis despistadoras de defesas. Pouco
adianta descrever a evolução da vigilância, dos vetores, trajetos e
despistamentos, da interceptação no lançamento, a meio e ao fim do vôo
perante amplas conseqüências da idéia de segundo golpe, algumas
inibidoras do disparo. Mais de um nuclear sentiu a conveniência de
aplicar primeiro golpe, mas desistiu de motu próprio. Exceto os dois
primeiros golpes dos USA sobre o Japão há 65 anos, nenhum mais foi
desfechado.
Se hoje um nuclear ameaçar um primeiro golpe sobre qualquer país,
outros nucleares indagarão o que falta para chegar a vez deles,
mostrarão silêncio na questão, dando a entender que verberam o golpe,
pois todos são juízes natos da decisão, mesmo os não nucleares.
Sistemas de vigilância contra vetores são ininterruptos, detectam
vetores contra o possuidor deles quase do mesmo modo que detectam
contra outros, já estão na véspera de serem automáticos. Caso possam,
interceptarão antes de discriminar o alvo, dado o despistamento
inerente e a exigüidade do tempo necessário à defesa.
Após as idéias “primeiro e segundo golpe” surgem as de “primeiro e
segundo alvo”. A menos que seja elegível um país com rosto de inimigo
universal, que sumiria assim que desse prejuízo, todos são protegíveis
por um ou mais dos nucleares, possuem vigilâncias, interceptadores e
vetores. Nada é precisamente rotulado ou previsível a ponto de alguém
não se sentir segundo alvo a espera de algum primeiro golpe.
Na História da Humanidade disputas sangrentas ocorreram com arranjos
soberanos onde os lutadores sempre eram terceiros (os soldados),
praticamente só existiam forças a causarem danos, nada era valor a
apoiá-las e ser protegido por elas. O ser humano era fisicamente
hábil, hoje a habilidade física migrou para a máquina e o punho armado
deu breve lugar à mão acionadora logo cedido a controles automáticos.
Nada impede que essa tecnologia mal resguardada pelo Tratado e pelo
Acordo, sofra a inabilidade do mau preparador de petardo que em vez de
ajustá-lo de “tempo previsto em direção ao zero, vá de zero para tempo
previsto, bum!!!”, como as bombas do Riocentro. Não existe situação
congelada capaz de impedir novos vetores, novas armas, novos
nucleares, mas há esperança de comportamento preventivo da destruição.
Se faltar um requisito para o emprego de artefatos nucleares, tal como
vigilância, vetor, interceptador e o próprio artefato, o risco de
primeiro golpe se reduz ao esforço de suprir a falta, mas é a ausência
dessa falta ou a prontidão para segundo golpe quem paradoxalmente
garante a inviabilidade do primeiro golpe!
A visibilidade e o diálogo universais encolheram e iluminaram o mundo,
menos emotivo e mais comedido que nunca. A impunidade conviveu com o
hegemônico e com o disfarçado. A existência de vários nucleares
bastante equipados anulou a brilhante lei de Morton Kaplan (Naval War
College Review Nov.-Dec. 1974) que vedava o trânsito da situação de Bi-
polaridade para a de Multi-polaridade, mas admitia a de Hegemonia. A
situação é hoje de franca multipolaridade. O mundo nunca esteve tão
indisposto para assistir destruição em massa como agora onde há
diversos nucleares diversamente equipados, alguns até incompletamente.
Todos se armaram porque algum dia se sentiram ameaçados, após se
armarem nenhum desfechou primeiro golpe, porque não era homicida, não
era disfarçado. Duvido que surja algum suicida, um teatral, a
desfechar primeiro golpe, pois não conseguirá sobreviver a nenhum dos
segundo golpes causados por ele, talvez nem consiga concluir tal
desfecho. Antes da diplomacia do ping pong, houve necessidade de
apostar forte, tendo a China declarado que sobreviveria a qualquer
tipo de guerra, pois contava com a enormidade sua população. Foi a
mais antiga manifestação soberana a tratar como combatente terceiro a
totalidade da população. A seguir tratou de adquirir a capacidade de
segundo golpe, a qual defende das armas nucleares a Humanidade.
Neste 2010 quase toda a Humanidade está desfrutando a Dissuasão pelo
Segundo Golpe. Disse “quase toda” porque é possível que esforços
correntes de cientistas possam alcançar algum modo de concluir
primeiro golpe, também iniciável por insensatez. Daí ser valioso para
país não nuclear lançar e manter satélites vigilantes. Pouco importa
que fração de vigilância eficaz ele domine porque estará em atitude de
aliança com o mundo a partir da hora em que acionar um satélite. Com o
mundo se não quiser designar receptor de relatório de vigilância algum
país específico. Daí em diante se vier a mostrar mísseis assestados
para interceptar um míssil de certo trajeto, fica dissuasor redundante
até que a posse de artefato nuclear mude para capaz de golpe a
capacidade dissuasória. É nova espécie de dissuasor: Dissuasor Nuclear
Desprovido de Armas Nucleares. Caso possua interceptores não produzirá
reatores de propulsão nem de centrais elétricas, pois seria um nuclear
a mais. Seria um decreto de insensatez: possuir artefato e pretender a
posse de mísseis antimíssil.
O Tratado de Não Proliferação Nuclear não impediu nem impedirá mais
países nucleares. Os países dotados de segundo golpe poderão receber
contribuições de países não nucleares tanto em vigilância como em
interceptação, firmando via segundo golpe a proscrição de primeiro
golpe. Estes não nucleares estarão em aliança assim que possam
contribuir. Dificilmente surgirá justificativa para quantidade maior
que a atual de vetores para artefatos nucleares, de satélites
vigilantes e de redes de radares OTH (Além do Horizonte). Nesta
situação de Quase Esterilidade das Armas não cabem trocas de vetores
nem de sensores a menos que causem redução de despesas.
Em tal cenário o Irã, a Líbia, a Turquia, o Japão e outros estarão
retrocedendo em vez de avançando cada vez que progridam na confecção
de armas nucleares, pois deste modo ajudam já nucleares a possuírem
mais armas e a proclamar vícios deles, completamente emotivos e
irracionais perante o estado de não nuclear!
Dado que o Mundo vive o impasse inerente ao Segundo Golpe a temeridade
é vir em direção à capacidade nuclear, o sensato é ser Contribuinte ao
Segundo Golpe.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
É uma pena este tópico não ser tão lido quanto outros:
“Bacia do Atlântico” pode trazer risco ao Pré-Sal
Brasília, 16/12/2010 – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, em palestra sobre a “Política de Defesa do Governo Lula”, pronunciada nesta quarta-feira (15/12) na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), refutou a possibilidade de entendimentos sobre uma presença maior dos Estados Unidos no Atlântico Sul enquanto aquele País não referendar A Convenção do Mar, que fixa o atual limite de soberania de 200 milhas para o Brasil.
Durante a palestra (leia a íntegra acessando o link abaixo), ao fazer um balanço das realizações da pasta, e dos desafios para o futuro, Jobim destacou a questão marítima como uma das prioridades. “Atuei não somente para construir pontes, mas também para desarmar iniciativas que, a meu ver, poderiam ser nocivas aos interesses nacionais e à nossa soberania”.
Jobim disse que, em viagem recente aos Estados Unidos, foi abordado por autoridades americanas interessadas em discutir o que ele chama de “tentativas de construir um esdrúxulo conceito de Bacia do Atlântico, que anularia as distinções evidentes entre as realidades do Norte e do Sul do Oceano. Sintomaticamente, essas iniciativas partem de países do Norte do Atlântico, o que nos causa preocupação, sobretudo em vista de nossas reservas de petróleo na camada pré-sal”.
O ministro explicou que “na concepção americana, o mar vai até a praia de Copacabana, e na concepção do Brasil, a partir da concepção da Convenção do Mar, os fundos marinhos vão até 350 milhas do litoral”. O comentário refere-se ao novo limite de soberania sobre o subsolo marinho, que está sendo negociado com a Organização das Nações Unidas (ONU) e que ampliará a área de controle brasileira de 3 milhões de km² para 4,5 milhões de km².
Essa preocupação brasileira já havia sido manifestada por Jobim diante das novas atribuições da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que passaria a atuar em todo o mundo, inclusive no Atlântico Sul (acesse abaixo o link para a íntegra do discurso do ministro sobre o assunto, em Lisboa, Portugal).
A postura do Ministério da Defesa diante das questões internacionais, segundo Jobim, tem por objetivo maior a defesa dos interesses nacionais. “A timidez que caracterizou a atuação internacional das forças armadas em outros momentos do nosso processo histórico está superada. Precisamos aproveitar as inúmeras avenidas que se abrem ao Brasil no exterior. Precisamos ser ousados e pensar grande”.
Jobim demonstrou não estar preocupado com interpretações equivocadas dessa postura. “Alguém pode dizer que eu estou dizendo que sou arrogante. Pode ser que seja, mas arrogância não causa mal a ninguém. O que causa mal a alguém é a timidez”, avaliou.
A proatividade brasileira no cenário internacional tornará a agenda externa da Defesa cada vez mais intensa, previu Jobim “O que implica a necessidade de crescente cooperação com o Itamaraty – que, por sua vez, precisa se preparar para tal”, observou o ministro.
1)“POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA”
Palestra do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em 15 de dezembro de 2010 (sem os acréscimos feitos pelo autor durante a leitura)
https://www.defesa.gov.br/index.php/not ... lulaq.html
URL Curta: http://migre.me/2ZkVC
2) “O FUTURO DA COMUNIDADE TRANSATLÂNTICA”
Íntegra da palestra do ministro da Defesa do Brasil, Nelson A. Jobim no encerramento da Conferência Internacional – (Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, em 10 de setembro de 2010)
https://www.defesa.gov.br/arquivos/File ... nidade.pdf
(URL Curta: http://migre.me/2Bd3g)
“Bacia do Atlântico” pode trazer risco ao Pré-Sal
Brasília, 16/12/2010 – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, em palestra sobre a “Política de Defesa do Governo Lula”, pronunciada nesta quarta-feira (15/12) na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), refutou a possibilidade de entendimentos sobre uma presença maior dos Estados Unidos no Atlântico Sul enquanto aquele País não referendar A Convenção do Mar, que fixa o atual limite de soberania de 200 milhas para o Brasil.
Durante a palestra (leia a íntegra acessando o link abaixo), ao fazer um balanço das realizações da pasta, e dos desafios para o futuro, Jobim destacou a questão marítima como uma das prioridades. “Atuei não somente para construir pontes, mas também para desarmar iniciativas que, a meu ver, poderiam ser nocivas aos interesses nacionais e à nossa soberania”.
Jobim disse que, em viagem recente aos Estados Unidos, foi abordado por autoridades americanas interessadas em discutir o que ele chama de “tentativas de construir um esdrúxulo conceito de Bacia do Atlântico, que anularia as distinções evidentes entre as realidades do Norte e do Sul do Oceano. Sintomaticamente, essas iniciativas partem de países do Norte do Atlântico, o que nos causa preocupação, sobretudo em vista de nossas reservas de petróleo na camada pré-sal”.
O ministro explicou que “na concepção americana, o mar vai até a praia de Copacabana, e na concepção do Brasil, a partir da concepção da Convenção do Mar, os fundos marinhos vão até 350 milhas do litoral”. O comentário refere-se ao novo limite de soberania sobre o subsolo marinho, que está sendo negociado com a Organização das Nações Unidas (ONU) e que ampliará a área de controle brasileira de 3 milhões de km² para 4,5 milhões de km².
Essa preocupação brasileira já havia sido manifestada por Jobim diante das novas atribuições da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que passaria a atuar em todo o mundo, inclusive no Atlântico Sul (acesse abaixo o link para a íntegra do discurso do ministro sobre o assunto, em Lisboa, Portugal).
A postura do Ministério da Defesa diante das questões internacionais, segundo Jobim, tem por objetivo maior a defesa dos interesses nacionais. “A timidez que caracterizou a atuação internacional das forças armadas em outros momentos do nosso processo histórico está superada. Precisamos aproveitar as inúmeras avenidas que se abrem ao Brasil no exterior. Precisamos ser ousados e pensar grande”.
Jobim demonstrou não estar preocupado com interpretações equivocadas dessa postura. “Alguém pode dizer que eu estou dizendo que sou arrogante. Pode ser que seja, mas arrogância não causa mal a ninguém. O que causa mal a alguém é a timidez”, avaliou.
A proatividade brasileira no cenário internacional tornará a agenda externa da Defesa cada vez mais intensa, previu Jobim “O que implica a necessidade de crescente cooperação com o Itamaraty – que, por sua vez, precisa se preparar para tal”, observou o ministro.
1)“POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA”
Palestra do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em 15 de dezembro de 2010 (sem os acréscimos feitos pelo autor durante a leitura)
https://www.defesa.gov.br/index.php/not ... lulaq.html
URL Curta: http://migre.me/2ZkVC
2) “O FUTURO DA COMUNIDADE TRANSATLÂNTICA”
Íntegra da palestra do ministro da Defesa do Brasil, Nelson A. Jobim no encerramento da Conferência Internacional – (Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, em 10 de setembro de 2010)
https://www.defesa.gov.br/arquivos/File ... nidade.pdf
(URL Curta: http://migre.me/2Bd3g)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Para os que não tem paciência de clicar no link:
PALESTRA DO MINISTRO DA DEFESA, NELSON JOBIM,
NA SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS (SAE)
15 DE DEZEMBRO DE 2010
(Obs: NÃO CONTÉM OS ACRÉSCIMOS FEITOS DE IMPROVISO PELO PALESTRANTE DURANTE SUA EXPOSIÇÃO)
POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA
FAREI BREVE APRESENTAÇÃO SOBRE AS LINHAS GERAIS DA POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO DO PRESIDENTE LULA.
A CARACTERÍSTICA COMUM AOS GOVERNOS DO PERÍODO PÓS-AUTORITÁRIO ANTERIORES AO ATUAL FOI A BAIXA PRIORIDADE ATRIBUÍDA Á POLÍTICA DE DEFESA.
HÁ VÁRIAS RAZÕES PARA ISSO.
EIS ALGUMAS:
1) A EXCLUSÃO OBJETIVA DAS ELITES CIVIS DO TRATAMENTO DESSA TEMÁTICA.
ISSO DECORRE DA PERCEPÇÃO PELA SOCIEDADE, EM DECORRÊNCIA DO REGIME MILITAR, DE QUE A DEFESA SE CONFUNDIA COM A REPRESSÃO POLÍTICA (IDÉIA TRADUZIDA TAMBÉM NO BORDÃO DE QUE “DEFESA É COISA DE MILICO”);2) O BAIXO GRAU DE AMEAÇAS EXTERNAS NO CONTEXTO SUL-AMERICANO (TENDÊNCIA CONSOLIDADA DEPOIS DA NORMALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E ARGENTINA NOS ANOS 80, LEVANDO ATÉ MESMO ALGUNS SETORES A QUESTIONAR A NECESSIDADE DA DEFESA);
3) A PRIORIDADE ATRIBUÍDA À AGENDA SOCIAL EM CONTEXTO QUASE PERMANENTE DE RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS, O QUE LEVOU AO SUCATEAMENTO DOS MEIOS OPERATIVOS DAS FORÇAS ARMADAS.
DIANTE DESSE QUADRO, SINTETIZO OS PROBLEMAS QUE O GOVERNO LULA PRECISAVA ENFRENTAR NO CAMPO DA DEFESA, LOGO NO INÍCIO DE SUA GESTÃO:
1. MINISTÉRIO DA DEFESA CRIADO EM 1999:
1) DESPROVIDO DE QUADROS CIVIS CAPACITADOS PARA DIREÇÃO SUPERIOR DOS ASSUNTOS DE DEFESA;
2) COM BAIXA CAPACIDADE, INCLUSIVE DO PONTO DE VISTA LEGAL, DE DIRECIONAR E INTEGRAR AS POLÍTICAS SETORIAIS DAS TRÊS FORÇAS (MARINHA, EXÉRCITO E AERONÁUTICA);
3) COM BAIXA ADESÃO DAS LIDERANÇAS MILITARES AO NOVO FORMATO INSTITUCIONAL DE DIREÇÃO DA DEFESA;
4) COM POLÍTICAS SETORIAIS NAVAL, TERRESTRE E AEROESPACIAL AUTÔNOMAS E DESCOORDENADAS;
5) COM ELEVADO NÍVEL DE OBSOLESCÊNCIA DO MATERIAL DE EMPREGO MILITAR DAS FORÇAS;
6) COM RECURSOS DE CUSTEIO INSUFICIENTES:
= PARA MANTER OS MEIOS OPERATIVOS EXISTENTES (ELES PRÓPRIOS, EM REGRA, OBSOLETOS E EM NÚMERO MUITO ABAIXO DAQUILO QUE SERIA O IDEAL);
= PARA GARANTIR ADESTRAMENTO ADEQUADO DO PESSOAL; E
= PARA GARANTIR O INGRESSO E A PERMANÊNCIA DE QUADROS PROFISSIONAIS NAS FORÇAS EM FACE DE UM MERCADO ÁVIDO POR MÃO DE OBRA QUALIFICADA;
7) COM GASTOS CRESCENTES COM PESSOAL (SOBRETUDO INATIVO) E DECRESCENTES NO QUE SE REFERE AO INVESTIMENTO;
8) COM DEFASAGEM SALARIAL EM RELAÇÃO A OUTRAS CATEGORIAS DO FUNCIONALISMO PÚBLICO E DO SETOR PRIVADO – O QUE GERAVA FORTE INCENTIVO AO ABANDONO DA CARREIRA MILITAR;
ERAM, POIS, MUITOS OS DESAFIOS A SEREM SUPERADOS.
POUCO SE FEZ ATÉ 2002.
AO LONGO DOS ÚLTIMOS OITO ANOS
A CONDUÇÃO DA POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA PASSOU POR 05 MOMENTOS.
O PRIMEIRO MOMENTO, O DO EMBAIXADOR JOSÉ VIEGAS, QUE CHAMO ESSE MOMENTO DE “REFORMISMO MODERADO”.
REFORMISMO, PELO QUE IMPLICOU EM TERMOS:
- DE TENTATIVA DE AUMENTO DO NÍVEL DE CONTROLE CIVIL SOBRE AS POLÍTICAS SETORIAIS MILITARES;
- DE PENSAR A REESTRUTURAÇÃO E O FORTALECIMENTO DO MINISTÉRIO E
- DE RECOLHER INSUMOS JUNTO À SOCIEDADE QUE PUDESSEM APRIMORAR ESSAS INICIATIVAS.
MODERADO, PORQUE O PROCESSO FOI CONCEBIDO DE MANEIRA INCREMENTAL - AVANÇO NAS REFORMAS PASSO A PASSO.
INFELIZMENTE, O MINISTRO VIEGAS TEVE DE ATUAR EM UMA QUADRA DE EXTREMA AUSTERIDADE FISCAL.
À ESSA DIFICULDADE, SOMARAM-SE PROBLEMAS AINDA REMANESCENTES NO RELACIONAMENTO CIVIL-MILITAR QUE ACABARAM POR CONDUZIR À SUA SUBSTITUIÇÃO PELO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR.
O SEGUNDO MOMENTO CONSTITUI-SE EM BREVE PERÍODO.
CORRESPONDE À CHEFIA DO MD PELO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR.
NOMINO ESSE MOMENTO DE “ACOMODAÇÃO ESTRATÉGICA”.
O PRESIDENTE LULA, AO TROCAR O MINISTRO DA DEFESA, SE DEU CONTA DE QUE SERIA PRECISO ACALMAR OS ÂNIMOS ANTES QUE QUALQUER NOVO ESFORÇO DE MODERNIZAÇÃO PUDESSE SER ENCETADO.
A AUTORIDADE POLÍTICA DO VICE-PRESIDENTE GARANTIU QUE NOVAS CRISES NÃO SE REPETISSEM.
NO ENTANTO, SABIA O PRESIDENTE QUE AQUELA SOLUÇÃO DE COMPROMISSO, INTERINA NA SUA ORIGEM, NÃO PODERIA SE PROLONGAR INDEFINIDAMENTE.
PASSAMOS PARA O TERCEIRO MOMENTO.
O PRESIDENTE CONVIDA UM VELHO COMPANHEIRO DE LUTAS, FIGURA DE SINGULAR BONOMIA E CARÁTER, PARA A CHEFIA DO MD.
FALO DO EX-GOVERNADOR E EX-DEPUTADO WALDIR PIRES, QUE ASSUMIU O MINISTÉRIO EM MARÇO DE 2006.
POR FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, O PERÍODO DA GESTÃO PIRES FOI MARCADO POR GRANDES TURBULÊNCIAS, MUITAS DELAS DECORRENTES DE FATORES QUE ESCAPAVAM COMPLETAMENTE AO SEU CONTROLE.
EM UM ESFORÇO CLASSIFICATÓRIO, CHAMO ESSA ETAPA DE “INTERREGNO TURBULENTO”.
OS ACIDENTES AERONÁUTICOS QUE CHOCARAM O PAÍS, ALIADOS AO MOVIMENTO ILEGAL DOS CONTROLADORES MILITARES DE VÔO, ESGOTARAM AS ENERGIAS DA ADMINISTRAÇÃO PIRES.
TORNOU-SE INVIÁVEL A RETOMADA DA AGENDA MODERNIZADORA.
NÃO OBSTANTE, PIRES HÁ DE SER LEMBRADO COMO PRECURSOR DA PARCERIA ESTRATÉGICA COM A FRANÇA NO QUE TOCA À RETOMADA DO PROJETO DO SUBMARINO A PROPULSÃO NUCLEAR.
COUBE-LHE CONVENCER O PRESIDENTE LULA QUANTO À IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO PROJETO.
FOI ELE QUEM INICIOU OS ENTENDIMENTOS COM A ENTÃO MINISTRA DA DEFESA DA FRANÇA - MICHELLE ALLIOT MARIE.
SENHORAS E SENHORES.
FOI SOB A COMOÇÃO DO ACIDENTE DA TAM QUE RECEBEMOS O HONROSO CONVITE DO PRESIDENTE LULA PARA ASSUMIR A PASTA DA DEFESA.
AO ACEITAR ESSE ENORME DESAFIO, DEPOIS DE ALGUMAS NEGATIVAS, DISSE EU AO PRESIDENTE QUE PRECISARIA DE FORTE RESPALDO POLÍTICO - E O TIVE - PARA LEVAR À FRENTE BASICAMENTE AS SEGUINTES AÇÕES:
1. DEBELAR A CRISE NA AVIAÇÃO CIVIL E NO SISTEMA DE CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO, ÀQUELA ALTURA INSTALADAS NO “PALÁCIO DO PLANALTO”.
2. TRAÇAR UM PLANO DIRETOR PARA O SETOR DE DEFESA QUE PASSASSE A BALIZAR AS AÇÕES DO ESTADO NO CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO;
3. CONSOLIDAR O CONTROLE CIVIL SOBRE A POLÍTICA DE DEFESA;
4. FORTALECER O MINISTÉRIO DA DEFESA; E
5. ESTABELECER UM VÍNCULO MUITO CLARO ENTRE A DEFESA E O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS;
SOARIA CABOTINO ESTABELECER UMA CLASSIFICAÇÃO PARA O PERÍODO CORRESPONDENTE A MINHA PRÓPRIA GESTÃO.
NO ENTANTO, ESSE MOMENTO INICIAL, E QUE CULMINARIA COM A APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N. 136, DE 2010, PODE SER ENCARADO COMO O DE UM “FREIO DE ARRUMAÇÃO”.
FOI ASSIM QUE, DE JULHO DE 2007 ATÉ AGOSTO DE 2010 (MOMENTO DA PROMULGAÇÃO DA “LEI DA NOVA DEFESA”), TRABALHAMOS INTENSAMENTE PARA ARRUMAR A CASA.
FOI NESSE PERÍODO QUE CONSTRUÍMOS AS FUNDAÇÕES PARA O AVANÇO QUE ESTAMOS VIVENDO E QUE ESPERAMOS VER CONSOLIDADO NO FUTURO.
VALE AQUI REGISTRAR AS MAIS IMPORTANTES AÇÕES EM CADA UM DOS EIXOS QUE ACORDEI COM O PRESIDENTE NO MOMENTO EM QUE ACEITEI SEU CONVITE.
NO EIXO AVIAÇÃO CIVIL:
1. CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL, DENTRO DO MD, PARA COORDENAR OS ESFORÇOS DE REFORMA;
2. PROFISSIONALIZAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC) E CONSEQUENTE AFASTAMENTO VOLUNTÁRIO DE SEUS DIRETORES (TODOS TINHAM MANDATO);
3. SANEAMENTO ADMINISTRATIVO E PROFISSIONALIZAÇÃO DA INFRAERO;
4. APOIO IRRESTRITO ÀS MEDIDAS TÉCNICAS, ADMINISTRATIVAS, DISCIPLINARES E LEGAIS DO COMANDO DA AERONÁUTICA PARA A RECONSTRUÇÃO DA AUTORIDADE E DO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA NO SUBSISTEMA DE CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO;
5. RETOMADA DOS INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA E EM CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO.
NO EIXO DA DEFESA:
1. DISCUSSÃO, REDAÇÃO E APROVAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END), CUJO DECRETO PRESIDENCIAL DATA DE DEZEMBRO DE 2008;
2. DEFINIÇÃO DE DEZENAS DE AÇÕES DECORRENTES DA END, DENTRE ELAS:
1) CRIAÇÃO, NO MD, DE UMA SECRETARIA DE PRODUTOS DE DEFESA PARA COORDENAR A POLÍTICA DE PRODUTOS DAS FORÇAS ARMADAS;
2) ESTABELECIMENTO DE GRANDES PRIORIDADES EM TERMOS DE AQUISIÇÃO DE ARMAMENTO POR PARTE DAS TRÊS FORÇAS EM CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO;
3) INDICAÇÃO DOS SETORES NUCLEAR, ESPACIAL E CIBERNÉTICO COMO FOCOS PRIORITÁRIOS DE INVESTIMENTO;
4) REFORMULAÇÃO DO ARCABOUÇO INSTITUCIONAL RELACIONADO ÀS COMPRAS GOVERNAMENTAIS NO SETOR DE DEFESA, DE MODO A OFERECER À INDÚSTRIA NACIONAL CONDIÇÕES MÍNIMAS DE COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL;
5) ESTABELECIMENTO DE CLARO VÍNCULO ENTRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS E O FORTALECIMENTO DA DEFESA NACIONAL (A DEFESA COMO “ESCUDO DO DESENVOLVIMENTO”);
6) DEFINIÇÃO POLÍTICA DA NECESSIDADE DE FORTALECER A INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL COMO ÚNICA FORMA PARA ATINGIR GRAUS MAIS ELEVADOS DE AUTONOMIA NO CAMPO DA DEFESA;
7) DEFINIÇÃO POLÍTICA DA BUSCA DE AUTONOMIA TECNOLÓGICA NO PLANO DA DEFESA COMO ELEMENTO CENTRAL DOS ESFORÇOS DE RECOMPOSIÇÃO DA CAPACIDADE OPERATIVA DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS;
8) DEFINIÇÃO POLÍTICA PELA MANUTENÇÃO DO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO, MAS NÃO DE MANEIRA ESTÁTICA, OU SEJA, COM MODIFICAÇÕES QUE O TORNEM MAIS EFICIENTE E INCLUSIVO;
9) REDEFINIÇÃO DA DISPOSIÇÃO TERRITORIAL DAS UNIDADES DAS TRÊS FORÇAS.
(ISSO IMPLICA, POR EXEMPLO, NA MAIOR CONCENTRAÇÃO DE UNIDADES (A) NO CENTRO DO PAÍS - DOTADAS DA NECESSÁRIA MOBILIDADE - E (B) NA AMAZÔNIA - INCLUSIVE COM A CRIAÇÃO DE UMA SEGUNDA ESQUADRA SITUADA PRÓXIMO À FOZ DO RIO AMAZONAS).
NO EIXO DE CONTROLE CIVIL SOBRE A POLÍTICA DE DEFESA:
1. FORTALECIMENTO DA AUTORIDADE DO MINISTRO DA DEFESA, POR MEIO DAS SEGUINTES AÇÕES (CONSTANTES DA “LEI DA NOVA DEFESA”):
1) INSERÇÃO CLARA DO MINISTRO DA DEFESA NA CADEIA DE COMANDO POLÍTICO DAS FORÇAS ARMADAS EM SITUAÇÕES DE PAZ E DE CONFLITO;
2) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A INDICAR OS COMANDANTES DE FORÇA PARA A APROVAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – ANTES SOMENTE ENCAMINHAVA AO PRESIDENTE;
3) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A ESCOLHER OS MILITARES QUE COMPORÃO SEU QUADRO DE AUXILIARES NO MD;
4) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A APROVAR A DESIGNAÇÃO DE OFICIAIS-GENERAIS PARA A OCUPAÇÃO DE QUALQUER COMANDO, CARGO OU COMISSÃO;
2. FORTALECIMENTO DO PAPEL DO MINISTÉRIO DA DEFESA COMO ÓRGÃO CENTRAL DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA:
1) EFETIVA PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE DEFESA, INCLUÍDAS AS FORÇAS; E
2) DEFINIÇÃO DA POLÍTICA DE PRODUTOS DE DEFESA.
3. CRIAÇÃO DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, DIRETAMENTE SUBORDINADO AO MINISTRO DA DEFESA;
4. CRIAÇÃO DE UMA CARREIRA CIVIL DE DEFESA PARA ESTRUTURAR O MD;
DIANTE DO EXPOSTO, É IMPOSSÍVEL MINIMIZAR A ENVERGADURA DAS MUDANÇAS EM CURSO.
TODAS ELAS CONVERGEM NO SENTIDO DE DOTAR O BRASIL DE UM MINISTÉRIO DA DEFESA FORTE, ATUANTE E CAPAZ DE DAR RESPOSTA AOS GIGANTESCOS DESAFIOS AFETOS A ESSA PASTA.
AINDA NO ESCOPO DO QUE CHAMEI DE “FREIO DE ARRUMAÇÃO”, DOIS OUTROS ASPECTOS CRUCIAIS PRECISAM SER ABORDADOS:
1. A INTENSIFICAÇÃO DA AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA E
2. A PROBLEMÁTICA ORÇAMENTÁRIA.
QUANTO À AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA, AFIRMO, SEM QUALQUER PRETENSÃO, QUE ESTEVE À ALTURA DO NOVO PATAMAR AO QUAL O PRESIDENTE LULA ALÇOU A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA.
ALGUNS CRÍTICOS DA END MENCIONAM O SEU CARÁTER EXCESSIVAMENTE AUTONOMISTA.
ELES SE ESQUECEM DE QUE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS ESTIVE EM DEZENAS DE PAÍSES EM BUSCA DE OPORTUNIDADES DE COOPERAÇÃO.
FIRMAMOS INÚMEROS ACORDOS-QUADRO NA ÁREA DE DEFESA, COM O OBJETIVO DE FACILITAR POSSÍVEIS PARCERIAS.
NA AMÉRICA DO SUL, ENTORNO ESTRATÉGICO ESSENCIAL PARA O PAÍS, VISITEI TODOS OS NOSSOS VIZINHOS INCONTÁVEIS VEZES.
ATUEI, INTENSAMENTE, PARA A CONFORMAÇÃO DO CONSELHO SUL-AMERICANO DE DEFESA, INSTÂNCIA INOVADORA DE DIÁLOGO QUE PODERÁ SER EXTREMAMENTE ÚTIL PARA O AUMENTO DA COOPERAÇÃO EM NÍVEL SUBREGIONAL.
NESSE SENTIDO, NOTE-SE QUE ARGENTINA, CHILE E COLÔMBIA JÁ DEMONSTRARAM INTERESSE EM PARTICIPAR DO PROJETO DA AERONAVE DE CARGA E REABASTECIMENTO EM VOO KC-390 DA EMBRAER.
(ESSE PROJETO É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA AUMENTAR A MOBILIDADE TÁTICA E ESTRATÉGICA DE NOSSAS FORÇAS ARMADAS.)
SOBRE O KC-390, ASSINAMOS CARTAS DE INTENÇÕES TAMBÉM COM PORTUGAL E REPÚBLICA TCHECA. HÁ AINDA NEGOCIAÇÕES COM VÁRIOS OUTROS PAÍSES INTERESSADOS, COM O PERU.
COM A ÁFRICA DO SUL, ESTAMOS DESENVOLVENDO UM MÍSSIL AR-AR DE QUINTA GERAÇÃO CHAMADO A-DARTER.
COM A FRANÇA, ASSINAMOS PARCERIA ESTRATÉGICA E CONTRATAMOS:
1. A CONSTRUÇÃO DE UMA BASE NAVAL E DE UM ESTALEIRO, EM EXECUÇÃO EM ITAGUAÍ, NO RIO DE JANEIRO;
2. A PRODUÇÃO, NO ESTALEIRO, DE 04 SUBMARINOS SCORPENE-BR (VERSÃO MODIFICADA PARA AS NOSSAS NECESSIDADES); E
3. A CONSTRUÇÃO, EM PARCERIA, DA PARTE NÃO-NUCLEAR DO PRIMEIRO SUBMARINO BRASILEIRO DE PROPULSÃO NUCLEAR.
AINDA COM A FRANÇA, CONTRATAMOS A CONSTRUÇÃO NA PLANTA DA HELIBRÁS, EM ITAJUBÁ, DE 50 HELICÓPTEROS DE TRANSPORTE MILITAR DE ÚLTIMA GERAÇÃO – O EC-725 - PARA MOBILIAR A MARINHA, EXÉRCITO E AERONÁUTICA.
AS PRIMEIRAS AERONAVES JÁ ESTÃO NO BRASIL E SERÃO ENTREGUES ÀS FORÇAS AINDA ESTE ANO.
(ASSEGURAMOS OS MERCADOS DA AMÉRICA LATINA E DA ÁFRICA PARA A EMPRESA BRASILEIRA).
ADQUIRIMOS HELICÓPTEROS DE ATAQUE RUSSOS DOTADOS DE BLINDAGEM E DE ELEVADO PODER DE FOGO PARA A FORÇA AÉREA.
ESTAS AERONAVES JÁ ESTÃO ESTACIONADAS NA BASE DE PORTO VELHO - SÃO OS NOSSOS AH-2, SABRE.
PRETENDEMOS, COM ISSO, TRANSFORMAR O BRASIL EM PÓLO REGIONAL DE PRODUÇÃO E MANUTENÇÃO DE HELICÓPTEROS.
COM OUTROS PAÍSES, ESTAMOS EM IMPORTANTES DISCUSSÕES SOBRE O SETOR NAVAL DE SUPERFÍCIE.
NÃO ME RESTRINGI AO INCREMENTO DE RELAÇÕES COM PARCEIROS TRADICIONAIS.
PROCUREI ABRIR PORTAS NOS MAIS DIVERSOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.
TEMOS NO PRESENTE DIVERSAS POSSIBILIDADES DE INCREMENTO DO RELACIONAMENTO MILITAR COM NAÇÕES QUE, ANTES, NEM SEQUER COGITÁVAMOS.
NO PLANO MULTILATERAL, O BRASIL CONTINUA FORTEMENTE ENGAJADO NA MINUSTAH, QUE MUITO TEM AUXILIADO NOSSOS IRMÃOS HAITIANOS.
ATUEI NÃO SOMENTE PARA CONSTRUIR PONTES, MAS TAMBÉM PARA DESARMAR INICIATIVAS QUE, A MEU VER, PODERIAM SER NOCIVAS AOS INTERESSES NACIONAIS E À NOSSA SOBERANIA.
REFIRO-ME, POR EXEMPLO, ÀS TENTATIVAS DE CONSTRUIR UM ESDRÚXULO CONCEITO DE BACIA DO ATLÂNTICO, QUE ANULARIA AS DISTINÇÕES EVIDENTES ENTRE AS REALIDADES DO NORTE E DO SUL DO OCEANO.
SINTOMATICAMENTE, ESSAS INICIATIVAS PARTEM DE PAÍSES DO NORTE DO ATLÂNTICO, O QUE NOS CAUSA PREOCUPAÇÃO, SOBRETUDO EM VISTA DE NOSSAS RESERVAS DE PETRÓLEO NA CAMADA PRÉ-SAL.
PODERIA ME ESTENDER MUITO MAIS SOBRE ESTE TÓPICO.
CONCLUO AFIRMANDO QUE A TIMIDEZ QUE CARACTERIZOU A ATUAÇÃO INTERNACIONAL DAS FORÇAS ARMADAS EM OUTROS MOMENTOS DO NOSSO PROCESSO HISTÓRICO ESTÁ SUPERADA.
PRECISAMOS APROVEITAR AS INÚMERAS AVENIDAS QUE SE ABREM AO BRASIL NO EXTERIOR.
PRECISAMOS SER OUSADOS E PENSAR GRANDE.
BUSCAR A AUTONOMIA NÃO SIGNIFICA SE CONFORMAR COM A AUTARQUIA PARALISANTE.
POR ISSO, OUSO PREVER QUE A AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA DEVERÁ SER CADA VEZ MAIS INTENSA, O QUE IMPLICA A NECESSIDADE DE CRESCENTE COOPERAÇÃO COM O ITAMARATY – QUE, POR SUA VEZ, PRECISA SE PREPARAR PARA TAL.
PASSO ENTÃO À TEMÁTICA ORÇAMENTÁRIA.
A MATERIALIZAÇÃO DAQUILO QUE PREVÊ NOSSO PLANO DIRETOR, A END E OS PLANOS DE ARTICULAÇÃO E EQUIPAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS DELA DECORRENTES, OCORRERÁ APENAS SE HOUVER ESFORÇO ORÇAMENTÁRIO CONTINUADO.
TEMOS RECEBIDO IRRESTRITO APOIO DO PRESIDENTE LULA AOS PROGRAMAS APRESENTADOS PELO MINISTÉRIO DA DEFESA.
NO ENTANTO, O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ATUAL NÃO PERMITE GARANTIR A PREVISIBILIDADE NECESSÁRIA À CONSECUÇÃO DE PROJETOS DE MÉDIO E LONGO PRAZOS.
OS CONSTANTES CORTES E CONTINGENCIAMENTOS TORNAM VIRTUALMENTE IMPOSSÍVEL TRAÇAR PLANEJAMENTOS COERENTES.
PARA QUE A NOSSA VISÃO DE UMA INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL FORTE SE CONCRETIZE PRECISAMOS DE ESTABILIDADE, PREVISIBILIDADE E FLUXOS CONTÍNUOS DE RECURSOS.
TEMOS RECORRIDO AOS CHAMADOS “SUPPLIER CREDITS” PARA FINANCIAR OS PROGRAMAS DE APARELHAMENTO MILITAR DE MAIOR PORTE (SUBMARINOS, HELICÓPTEROS, FUTURAMENTE OS CAÇAS).
ORA, ESSE INSTRUMENTO NÃO SUBSTITUI OS ORÇAMENTOS REGULARES, PORQUE OS PAGAMENTOS DOS EMPRÉSTIMOS TÊM DE SAIR, AO FIM E AO CABO, DO PRÓPRIO ORÇAMENTO DO MD – AINDA QUE SEJAM GARANTIDOS PELO TESOURO NACIONAL.
MESMO NESSES CASOS, EM QUE O ESTADO BRASILEIRO SE COMPROMETE A GARANTIR A TOMADA DE EMPRÉSTIMOS INTERNACIONAIS, TEMOS TIDO PROBLEMAS RELACIONADOS À IRREGULARIDADE DOS FLUXOS FINANCEIROS – O QUE NOS COLOCA NA DESCONFORTÁVEL SITUAÇÃO DE SERMOS FORÇADOS A PAGAR MULTAS POR INADIMPLEMENTO.
A SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA MILITAR É A DE ADMITIRMOS QUE NÃO SE PODE TRATAR IGUALMENTE SITUAÇÕES DIFERENCIADAS.
É PRECISO QUE AVANCEMOS NO SENTIDO DO QUE É FEITO EM QUASE TODOS OS PAÍSES DO MUNDO EM QUE A DEFESA É RELEVANTE.
FALO DA APROVAÇÃO DE UMA LEI DE PROGRAMAÇÃO MILITAR PLURIANUAL MANDATÓRIA, EM QUE UM PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO DE INVESTIMENTOS SERIA TRAÇADO AO INÍCIO DA LEGISLATURA.
OS PROGRAMAS INSERIDOS NESSA LEI NA CATEGORIA DE PRIORITÁRIOS NÃO PODERIAM TER SUAS VERBAS CONTINGENCIADAS.
NÃO VOU ME APROFUNDAR SOBRE ESSE PROJETO, PASSÍVEL DE TER AS CONFIGURAÇÕES MAIS DIVERSAS.
NO ENTANTO, ESSE É O ESPÍRITO DA INICIATIVA QUE PRECISAMOS DISCUTIR PARA DAR SUSTENTABILIDADE AOS NOSSOS ESFORÇOS DE CONSTRUÇÃO DE UM APARATO DE DEFESA QUE REALMENTE SIRVA DE ESCUDO DO DESENVOLVIMENTO.
RETOMO MEU ESFORÇO DE CLASSIFICAÇÃO DOS CINCO MOMENTOS POR QUE PASSOU, OU PASSA, A POLÍTICA DE DEFESA DO PRESIDENTE LULA.
O QUARTO MOMENTO FOI ALCUNHADO POR MIM COMO “FREIO DE ARRUMAÇÃO”.
É JUSTO RECONHECER QUE A CONDUÇÃO DA DEFESA NESSA QUARTA FASE FOI FACILITADA PELA ADESÃO E LEALDADE DAS FORÇAS, POR INTERMÉDIO DE SUAS LIDERANÇAS, QUE, DE IMEDIATO, ADERIRAM AO PROJETO QUE PROPUS.
O QUINTO MOMENTO, QUE É O DE HOJE, CHAMO DE “INTEGRAÇÃO TRANSFORMADORA”.
TEVE INÍCIO A PARTIR DA PROMULGAÇÃO DA LEI DA NOVA DEFESA, DE AGOSTO DESTE ANO.
TAL CONCEITO - “TRANSFORMAÇÃO DE DEFESA” – IMPÕE DESENVOLVER NOVAS CAPACIDADES PARA CUMPRIR NOVAS MISSÕES OU DESEMPENHAR NOVAS FUNÇÕES EM COMBATE.
É APOSTA NO FUTURO QUE SUPERA LARGAMENTE AS IDEIAS DE ADAPTAÇÃO (ADEQUAR AS ESTRUTURAS EXISTENTES PARA CONTINUAR CUMPRINDO AS TAREFAS PREVISTAS) OU DE MODERNIZAÇÃO (OTIMIZAR AS SUAS CAPACIDADES PARA CUMPRIR DA MELHOR MANEIRA AS MISSÕES PREVISTAS).
A PREMISSA DESSA TRANSFORMAÇÃO É A ADOÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS (CARREIRAS, REMUNERAÇÃO E SISTEMA PREVIDENCIÁRIO), DE MATERIAL E FINANCEIRA.
JÁ ESTAMOS TRATANDO DISSO.
OS VETORES TRANSFORMADORES SERÃO:
- A INTENSIFICAÇÃO DA INTEGRAÇÃO ENTRE AS FORÇAS, SEJA PELA AÇÃO DO MINISTÉRIO SEJA PELO CUIDADO DAS FORÇAS NA REALIZAÇÃO DE SEUS PLANEJAMENTOS, PRIORIZANDO A INTEROPERABILIDADE EM BENEFÍCIO DA RACIONALIDADE E DA EFICÁCIA;
- A CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA QUE APONTE OS CENÁRIOS DE EMPREGO MAIS PROVÁVEIS DOS QUAIS DECORRERÃO A DOUTRINA, OS MEIOS, A ORGANIZAÇÃO E A ARTICULAÇÃO ADEQUADOS; E
- A EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DE EMPREGO DAS FORÇAS.
SOBRE ESSE PROCESSO - “TRANSFORMAÇÃO DE DEFESA”, CABE UMA CONSIDERAÇÃO:
- NENHUMA REFORMA PODE SER CONSIDERADA BEM SUCEDIDA SE À MODIFICAÇÃO DO ARCABOUÇO LEGAL NÃO SE SEGUIREM MUDANÇAS CONCRETAS NO PLANO EMPÍRICO.
REFORMAS LEGAIS NADA SIGNIFICAM SE NÃO SE TRADUZIREM EM REALIDADE.
EM VISTA DESSA CONSTATAÇÃO ÓBVIA, PRECISAMOS TRABALHAR PARA QUE OS AVANÇOS CONCRETOS OBTIDOS EM VÁRIOS SETORES, INCLUSIVE NO PLANO LEGAL, SEJAM CONSOLIDADOS E POSSAM GERAR OS FRUTOS ESPERADOS.
TEMOS MUITO QUE FAZER NESSE SENTIDO.
A TÍTULO DE EXEMPLO, CITO ALGUMAS INICIATIVAS QUE PRECISAM DE CONTINUIDADE PARA PODER GERMINAR:
1. CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS;
2. CONSOLIDAÇÃO DA DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS NAS FFAA;
3. IMPLANTAÇÃO DA SECRETARIA DE PRODUTOS DE DEFESA NO MD;
4. IMPLEMENTAÇÃO DA CARREIRA CIVIL DE DEFESA NO MD;
5. IMPLANTAÇÃO DE COMANDO CIBERNÉTICO DAS FORÇAS ARMADAS;
6. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA SATELITAL DAS FFAA;
7. PRIORIZAÇÃO DO PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA;
8. IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DA AMAZÔNIA AZUL E DO SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS;
9. RENOVAÇÃO DOS VETORES DA AVIAÇÃO DE CAÇA BRASILEIRA;
10. CONTINUAÇÃO DO PROJETO KC-390;
11. CONCLUSÃO DOS PROJETOS DE SISTEMAS DE ARMAS ORA EM CURSO NAS FFAA, EM ESPECIAL, NA ÁREA DE MÍSSEIS ANTIAÉREO;
12. IMPLANTAÇÃO DOS NÚCLEOS DE ESTADOS-MAIORES CONJUNTOS REGIONAIS EM TODO O BRASIL;
13. CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE ORGANIZAÇÕES MILITARES DE ACORDO COM OS PRECEITOS DA END;
14. PROFISSIONALIZAÇÃO DAS TROPAS ESPECIAIS, PARAQUEDISTAS E AEROMÓVEIS - NOSSAS UNIDADES ESTRATÉGICAS.
15. MODERNIZAÇÃO DOS MEIOS NAVAIS, EM ESPECIAL, COM A CONSTRUÇÃO, NO BRASIL, DE NAVIOS PATRULHA OCEÂNICOS, IMPORTANTES VETORES NA VIGILÂNCIA DA ÁREA DO PRÉ-SAL.
NÃO PRECISO IR MUITO ALÉM PARA DEMONSTRAR A IMPERIOSA NECESSIDADE DE QUE O NOSSO PLANO DIRETOR – REQUISITO BÁSICO QUE NÃO EXISTIA ANTES DA END – TENHA CONTINUIDADE.
POSSO AFIRMAR COM CONFIANÇA QUE O MINISTÉRIO DA DEFESA NÃO SERÁ MAIS UMA ORGANIZAÇÃO DE BAIXO PERFIL, ANTES UM PROBLEMA DO QUE UMA SOLUÇÃO.
NÃO, NÃO SERÁ MAIS ASSIM.
O MD, GRAÇAS À SABEDORIA DO PRESIDENTE LULA, TORNOU-SE, HOJE, UMA INSTITUIÇÃO À ALTURA DE SUAS ENORMES RESPONSABILIDADES.
A TEMÁTICA DE DEFESA NÃO É MAIS ALGO MARGINAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA.
NO ENTANTO, ASSIM COMO EM QUASE TODAS AS ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, A CONTINUIDADE DOS ESFORÇOS AVULTA COMO PRIMORDIAL PARA QUE POSSAMOS PROSSEGUIR NO CAMINHO DO AVANÇO.
TENHO CONVICÇÃO DE QUE PODEREMOS CONTINUAR AVANÇANDO.
MUITO OBRIGADO.
PALESTRA DO MINISTRO DA DEFESA, NELSON JOBIM,
NA SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS (SAE)
15 DE DEZEMBRO DE 2010
(Obs: NÃO CONTÉM OS ACRÉSCIMOS FEITOS DE IMPROVISO PELO PALESTRANTE DURANTE SUA EXPOSIÇÃO)
POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA
FAREI BREVE APRESENTAÇÃO SOBRE AS LINHAS GERAIS DA POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO DO PRESIDENTE LULA.
A CARACTERÍSTICA COMUM AOS GOVERNOS DO PERÍODO PÓS-AUTORITÁRIO ANTERIORES AO ATUAL FOI A BAIXA PRIORIDADE ATRIBUÍDA Á POLÍTICA DE DEFESA.
HÁ VÁRIAS RAZÕES PARA ISSO.
EIS ALGUMAS:
1) A EXCLUSÃO OBJETIVA DAS ELITES CIVIS DO TRATAMENTO DESSA TEMÁTICA.
ISSO DECORRE DA PERCEPÇÃO PELA SOCIEDADE, EM DECORRÊNCIA DO REGIME MILITAR, DE QUE A DEFESA SE CONFUNDIA COM A REPRESSÃO POLÍTICA (IDÉIA TRADUZIDA TAMBÉM NO BORDÃO DE QUE “DEFESA É COISA DE MILICO”);2) O BAIXO GRAU DE AMEAÇAS EXTERNAS NO CONTEXTO SUL-AMERICANO (TENDÊNCIA CONSOLIDADA DEPOIS DA NORMALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E ARGENTINA NOS ANOS 80, LEVANDO ATÉ MESMO ALGUNS SETORES A QUESTIONAR A NECESSIDADE DA DEFESA);
3) A PRIORIDADE ATRIBUÍDA À AGENDA SOCIAL EM CONTEXTO QUASE PERMANENTE DE RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS, O QUE LEVOU AO SUCATEAMENTO DOS MEIOS OPERATIVOS DAS FORÇAS ARMADAS.
DIANTE DESSE QUADRO, SINTETIZO OS PROBLEMAS QUE O GOVERNO LULA PRECISAVA ENFRENTAR NO CAMPO DA DEFESA, LOGO NO INÍCIO DE SUA GESTÃO:
1. MINISTÉRIO DA DEFESA CRIADO EM 1999:
1) DESPROVIDO DE QUADROS CIVIS CAPACITADOS PARA DIREÇÃO SUPERIOR DOS ASSUNTOS DE DEFESA;
2) COM BAIXA CAPACIDADE, INCLUSIVE DO PONTO DE VISTA LEGAL, DE DIRECIONAR E INTEGRAR AS POLÍTICAS SETORIAIS DAS TRÊS FORÇAS (MARINHA, EXÉRCITO E AERONÁUTICA);
3) COM BAIXA ADESÃO DAS LIDERANÇAS MILITARES AO NOVO FORMATO INSTITUCIONAL DE DIREÇÃO DA DEFESA;
4) COM POLÍTICAS SETORIAIS NAVAL, TERRESTRE E AEROESPACIAL AUTÔNOMAS E DESCOORDENADAS;
5) COM ELEVADO NÍVEL DE OBSOLESCÊNCIA DO MATERIAL DE EMPREGO MILITAR DAS FORÇAS;
6) COM RECURSOS DE CUSTEIO INSUFICIENTES:
= PARA MANTER OS MEIOS OPERATIVOS EXISTENTES (ELES PRÓPRIOS, EM REGRA, OBSOLETOS E EM NÚMERO MUITO ABAIXO DAQUILO QUE SERIA O IDEAL);
= PARA GARANTIR ADESTRAMENTO ADEQUADO DO PESSOAL; E
= PARA GARANTIR O INGRESSO E A PERMANÊNCIA DE QUADROS PROFISSIONAIS NAS FORÇAS EM FACE DE UM MERCADO ÁVIDO POR MÃO DE OBRA QUALIFICADA;
7) COM GASTOS CRESCENTES COM PESSOAL (SOBRETUDO INATIVO) E DECRESCENTES NO QUE SE REFERE AO INVESTIMENTO;
8) COM DEFASAGEM SALARIAL EM RELAÇÃO A OUTRAS CATEGORIAS DO FUNCIONALISMO PÚBLICO E DO SETOR PRIVADO – O QUE GERAVA FORTE INCENTIVO AO ABANDONO DA CARREIRA MILITAR;
ERAM, POIS, MUITOS OS DESAFIOS A SEREM SUPERADOS.
POUCO SE FEZ ATÉ 2002.
AO LONGO DOS ÚLTIMOS OITO ANOS
A CONDUÇÃO DA POLÍTICA DE DEFESA DO GOVERNO LULA PASSOU POR 05 MOMENTOS.
O PRIMEIRO MOMENTO, O DO EMBAIXADOR JOSÉ VIEGAS, QUE CHAMO ESSE MOMENTO DE “REFORMISMO MODERADO”.
REFORMISMO, PELO QUE IMPLICOU EM TERMOS:
- DE TENTATIVA DE AUMENTO DO NÍVEL DE CONTROLE CIVIL SOBRE AS POLÍTICAS SETORIAIS MILITARES;
- DE PENSAR A REESTRUTURAÇÃO E O FORTALECIMENTO DO MINISTÉRIO E
- DE RECOLHER INSUMOS JUNTO À SOCIEDADE QUE PUDESSEM APRIMORAR ESSAS INICIATIVAS.
MODERADO, PORQUE O PROCESSO FOI CONCEBIDO DE MANEIRA INCREMENTAL - AVANÇO NAS REFORMAS PASSO A PASSO.
INFELIZMENTE, O MINISTRO VIEGAS TEVE DE ATUAR EM UMA QUADRA DE EXTREMA AUSTERIDADE FISCAL.
À ESSA DIFICULDADE, SOMARAM-SE PROBLEMAS AINDA REMANESCENTES NO RELACIONAMENTO CIVIL-MILITAR QUE ACABARAM POR CONDUZIR À SUA SUBSTITUIÇÃO PELO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR.
O SEGUNDO MOMENTO CONSTITUI-SE EM BREVE PERÍODO.
CORRESPONDE À CHEFIA DO MD PELO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR.
NOMINO ESSE MOMENTO DE “ACOMODAÇÃO ESTRATÉGICA”.
O PRESIDENTE LULA, AO TROCAR O MINISTRO DA DEFESA, SE DEU CONTA DE QUE SERIA PRECISO ACALMAR OS ÂNIMOS ANTES QUE QUALQUER NOVO ESFORÇO DE MODERNIZAÇÃO PUDESSE SER ENCETADO.
A AUTORIDADE POLÍTICA DO VICE-PRESIDENTE GARANTIU QUE NOVAS CRISES NÃO SE REPETISSEM.
NO ENTANTO, SABIA O PRESIDENTE QUE AQUELA SOLUÇÃO DE COMPROMISSO, INTERINA NA SUA ORIGEM, NÃO PODERIA SE PROLONGAR INDEFINIDAMENTE.
PASSAMOS PARA O TERCEIRO MOMENTO.
O PRESIDENTE CONVIDA UM VELHO COMPANHEIRO DE LUTAS, FIGURA DE SINGULAR BONOMIA E CARÁTER, PARA A CHEFIA DO MD.
FALO DO EX-GOVERNADOR E EX-DEPUTADO WALDIR PIRES, QUE ASSUMIU O MINISTÉRIO EM MARÇO DE 2006.
POR FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, O PERÍODO DA GESTÃO PIRES FOI MARCADO POR GRANDES TURBULÊNCIAS, MUITAS DELAS DECORRENTES DE FATORES QUE ESCAPAVAM COMPLETAMENTE AO SEU CONTROLE.
EM UM ESFORÇO CLASSIFICATÓRIO, CHAMO ESSA ETAPA DE “INTERREGNO TURBULENTO”.
OS ACIDENTES AERONÁUTICOS QUE CHOCARAM O PAÍS, ALIADOS AO MOVIMENTO ILEGAL DOS CONTROLADORES MILITARES DE VÔO, ESGOTARAM AS ENERGIAS DA ADMINISTRAÇÃO PIRES.
TORNOU-SE INVIÁVEL A RETOMADA DA AGENDA MODERNIZADORA.
NÃO OBSTANTE, PIRES HÁ DE SER LEMBRADO COMO PRECURSOR DA PARCERIA ESTRATÉGICA COM A FRANÇA NO QUE TOCA À RETOMADA DO PROJETO DO SUBMARINO A PROPULSÃO NUCLEAR.
COUBE-LHE CONVENCER O PRESIDENTE LULA QUANTO À IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO PROJETO.
FOI ELE QUEM INICIOU OS ENTENDIMENTOS COM A ENTÃO MINISTRA DA DEFESA DA FRANÇA - MICHELLE ALLIOT MARIE.
SENHORAS E SENHORES.
FOI SOB A COMOÇÃO DO ACIDENTE DA TAM QUE RECEBEMOS O HONROSO CONVITE DO PRESIDENTE LULA PARA ASSUMIR A PASTA DA DEFESA.
AO ACEITAR ESSE ENORME DESAFIO, DEPOIS DE ALGUMAS NEGATIVAS, DISSE EU AO PRESIDENTE QUE PRECISARIA DE FORTE RESPALDO POLÍTICO - E O TIVE - PARA LEVAR À FRENTE BASICAMENTE AS SEGUINTES AÇÕES:
1. DEBELAR A CRISE NA AVIAÇÃO CIVIL E NO SISTEMA DE CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO, ÀQUELA ALTURA INSTALADAS NO “PALÁCIO DO PLANALTO”.
2. TRAÇAR UM PLANO DIRETOR PARA O SETOR DE DEFESA QUE PASSASSE A BALIZAR AS AÇÕES DO ESTADO NO CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO;
3. CONSOLIDAR O CONTROLE CIVIL SOBRE A POLÍTICA DE DEFESA;
4. FORTALECER O MINISTÉRIO DA DEFESA; E
5. ESTABELECER UM VÍNCULO MUITO CLARO ENTRE A DEFESA E O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS;
SOARIA CABOTINO ESTABELECER UMA CLASSIFICAÇÃO PARA O PERÍODO CORRESPONDENTE A MINHA PRÓPRIA GESTÃO.
NO ENTANTO, ESSE MOMENTO INICIAL, E QUE CULMINARIA COM A APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N. 136, DE 2010, PODE SER ENCARADO COMO O DE UM “FREIO DE ARRUMAÇÃO”.
FOI ASSIM QUE, DE JULHO DE 2007 ATÉ AGOSTO DE 2010 (MOMENTO DA PROMULGAÇÃO DA “LEI DA NOVA DEFESA”), TRABALHAMOS INTENSAMENTE PARA ARRUMAR A CASA.
FOI NESSE PERÍODO QUE CONSTRUÍMOS AS FUNDAÇÕES PARA O AVANÇO QUE ESTAMOS VIVENDO E QUE ESPERAMOS VER CONSOLIDADO NO FUTURO.
VALE AQUI REGISTRAR AS MAIS IMPORTANTES AÇÕES EM CADA UM DOS EIXOS QUE ACORDEI COM O PRESIDENTE NO MOMENTO EM QUE ACEITEI SEU CONVITE.
NO EIXO AVIAÇÃO CIVIL:
1. CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL, DENTRO DO MD, PARA COORDENAR OS ESFORÇOS DE REFORMA;
2. PROFISSIONALIZAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC) E CONSEQUENTE AFASTAMENTO VOLUNTÁRIO DE SEUS DIRETORES (TODOS TINHAM MANDATO);
3. SANEAMENTO ADMINISTRATIVO E PROFISSIONALIZAÇÃO DA INFRAERO;
4. APOIO IRRESTRITO ÀS MEDIDAS TÉCNICAS, ADMINISTRATIVAS, DISCIPLINARES E LEGAIS DO COMANDO DA AERONÁUTICA PARA A RECONSTRUÇÃO DA AUTORIDADE E DO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA NO SUBSISTEMA DE CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO;
5. RETOMADA DOS INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA E EM CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO.
NO EIXO DA DEFESA:
1. DISCUSSÃO, REDAÇÃO E APROVAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END), CUJO DECRETO PRESIDENCIAL DATA DE DEZEMBRO DE 2008;
2. DEFINIÇÃO DE DEZENAS DE AÇÕES DECORRENTES DA END, DENTRE ELAS:
1) CRIAÇÃO, NO MD, DE UMA SECRETARIA DE PRODUTOS DE DEFESA PARA COORDENAR A POLÍTICA DE PRODUTOS DAS FORÇAS ARMADAS;
2) ESTABELECIMENTO DE GRANDES PRIORIDADES EM TERMOS DE AQUISIÇÃO DE ARMAMENTO POR PARTE DAS TRÊS FORÇAS EM CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO;
3) INDICAÇÃO DOS SETORES NUCLEAR, ESPACIAL E CIBERNÉTICO COMO FOCOS PRIORITÁRIOS DE INVESTIMENTO;
4) REFORMULAÇÃO DO ARCABOUÇO INSTITUCIONAL RELACIONADO ÀS COMPRAS GOVERNAMENTAIS NO SETOR DE DEFESA, DE MODO A OFERECER À INDÚSTRIA NACIONAL CONDIÇÕES MÍNIMAS DE COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL;
5) ESTABELECIMENTO DE CLARO VÍNCULO ENTRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS E O FORTALECIMENTO DA DEFESA NACIONAL (A DEFESA COMO “ESCUDO DO DESENVOLVIMENTO”);
6) DEFINIÇÃO POLÍTICA DA NECESSIDADE DE FORTALECER A INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL COMO ÚNICA FORMA PARA ATINGIR GRAUS MAIS ELEVADOS DE AUTONOMIA NO CAMPO DA DEFESA;
7) DEFINIÇÃO POLÍTICA DA BUSCA DE AUTONOMIA TECNOLÓGICA NO PLANO DA DEFESA COMO ELEMENTO CENTRAL DOS ESFORÇOS DE RECOMPOSIÇÃO DA CAPACIDADE OPERATIVA DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS;
8) DEFINIÇÃO POLÍTICA PELA MANUTENÇÃO DO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO, MAS NÃO DE MANEIRA ESTÁTICA, OU SEJA, COM MODIFICAÇÕES QUE O TORNEM MAIS EFICIENTE E INCLUSIVO;
9) REDEFINIÇÃO DA DISPOSIÇÃO TERRITORIAL DAS UNIDADES DAS TRÊS FORÇAS.
(ISSO IMPLICA, POR EXEMPLO, NA MAIOR CONCENTRAÇÃO DE UNIDADES (A) NO CENTRO DO PAÍS - DOTADAS DA NECESSÁRIA MOBILIDADE - E (B) NA AMAZÔNIA - INCLUSIVE COM A CRIAÇÃO DE UMA SEGUNDA ESQUADRA SITUADA PRÓXIMO À FOZ DO RIO AMAZONAS).
NO EIXO DE CONTROLE CIVIL SOBRE A POLÍTICA DE DEFESA:
1. FORTALECIMENTO DA AUTORIDADE DO MINISTRO DA DEFESA, POR MEIO DAS SEGUINTES AÇÕES (CONSTANTES DA “LEI DA NOVA DEFESA”):
1) INSERÇÃO CLARA DO MINISTRO DA DEFESA NA CADEIA DE COMANDO POLÍTICO DAS FORÇAS ARMADAS EM SITUAÇÕES DE PAZ E DE CONFLITO;
2) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A INDICAR OS COMANDANTES DE FORÇA PARA A APROVAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – ANTES SOMENTE ENCAMINHAVA AO PRESIDENTE;
3) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A ESCOLHER OS MILITARES QUE COMPORÃO SEU QUADRO DE AUXILIARES NO MD;
4) O MINISTRO DA DEFESA PASSA A APROVAR A DESIGNAÇÃO DE OFICIAIS-GENERAIS PARA A OCUPAÇÃO DE QUALQUER COMANDO, CARGO OU COMISSÃO;
2. FORTALECIMENTO DO PAPEL DO MINISTÉRIO DA DEFESA COMO ÓRGÃO CENTRAL DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA:
1) EFETIVA PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE DEFESA, INCLUÍDAS AS FORÇAS; E
2) DEFINIÇÃO DA POLÍTICA DE PRODUTOS DE DEFESA.
3. CRIAÇÃO DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, DIRETAMENTE SUBORDINADO AO MINISTRO DA DEFESA;
4. CRIAÇÃO DE UMA CARREIRA CIVIL DE DEFESA PARA ESTRUTURAR O MD;
DIANTE DO EXPOSTO, É IMPOSSÍVEL MINIMIZAR A ENVERGADURA DAS MUDANÇAS EM CURSO.
TODAS ELAS CONVERGEM NO SENTIDO DE DOTAR O BRASIL DE UM MINISTÉRIO DA DEFESA FORTE, ATUANTE E CAPAZ DE DAR RESPOSTA AOS GIGANTESCOS DESAFIOS AFETOS A ESSA PASTA.
AINDA NO ESCOPO DO QUE CHAMEI DE “FREIO DE ARRUMAÇÃO”, DOIS OUTROS ASPECTOS CRUCIAIS PRECISAM SER ABORDADOS:
1. A INTENSIFICAÇÃO DA AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA E
2. A PROBLEMÁTICA ORÇAMENTÁRIA.
QUANTO À AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA, AFIRMO, SEM QUALQUER PRETENSÃO, QUE ESTEVE À ALTURA DO NOVO PATAMAR AO QUAL O PRESIDENTE LULA ALÇOU A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA.
ALGUNS CRÍTICOS DA END MENCIONAM O SEU CARÁTER EXCESSIVAMENTE AUTONOMISTA.
ELES SE ESQUECEM DE QUE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS ESTIVE EM DEZENAS DE PAÍSES EM BUSCA DE OPORTUNIDADES DE COOPERAÇÃO.
FIRMAMOS INÚMEROS ACORDOS-QUADRO NA ÁREA DE DEFESA, COM O OBJETIVO DE FACILITAR POSSÍVEIS PARCERIAS.
NA AMÉRICA DO SUL, ENTORNO ESTRATÉGICO ESSENCIAL PARA O PAÍS, VISITEI TODOS OS NOSSOS VIZINHOS INCONTÁVEIS VEZES.
ATUEI, INTENSAMENTE, PARA A CONFORMAÇÃO DO CONSELHO SUL-AMERICANO DE DEFESA, INSTÂNCIA INOVADORA DE DIÁLOGO QUE PODERÁ SER EXTREMAMENTE ÚTIL PARA O AUMENTO DA COOPERAÇÃO EM NÍVEL SUBREGIONAL.
NESSE SENTIDO, NOTE-SE QUE ARGENTINA, CHILE E COLÔMBIA JÁ DEMONSTRARAM INTERESSE EM PARTICIPAR DO PROJETO DA AERONAVE DE CARGA E REABASTECIMENTO EM VOO KC-390 DA EMBRAER.
(ESSE PROJETO É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA AUMENTAR A MOBILIDADE TÁTICA E ESTRATÉGICA DE NOSSAS FORÇAS ARMADAS.)
SOBRE O KC-390, ASSINAMOS CARTAS DE INTENÇÕES TAMBÉM COM PORTUGAL E REPÚBLICA TCHECA. HÁ AINDA NEGOCIAÇÕES COM VÁRIOS OUTROS PAÍSES INTERESSADOS, COM O PERU.
COM A ÁFRICA DO SUL, ESTAMOS DESENVOLVENDO UM MÍSSIL AR-AR DE QUINTA GERAÇÃO CHAMADO A-DARTER.
COM A FRANÇA, ASSINAMOS PARCERIA ESTRATÉGICA E CONTRATAMOS:
1. A CONSTRUÇÃO DE UMA BASE NAVAL E DE UM ESTALEIRO, EM EXECUÇÃO EM ITAGUAÍ, NO RIO DE JANEIRO;
2. A PRODUÇÃO, NO ESTALEIRO, DE 04 SUBMARINOS SCORPENE-BR (VERSÃO MODIFICADA PARA AS NOSSAS NECESSIDADES); E
3. A CONSTRUÇÃO, EM PARCERIA, DA PARTE NÃO-NUCLEAR DO PRIMEIRO SUBMARINO BRASILEIRO DE PROPULSÃO NUCLEAR.
AINDA COM A FRANÇA, CONTRATAMOS A CONSTRUÇÃO NA PLANTA DA HELIBRÁS, EM ITAJUBÁ, DE 50 HELICÓPTEROS DE TRANSPORTE MILITAR DE ÚLTIMA GERAÇÃO – O EC-725 - PARA MOBILIAR A MARINHA, EXÉRCITO E AERONÁUTICA.
AS PRIMEIRAS AERONAVES JÁ ESTÃO NO BRASIL E SERÃO ENTREGUES ÀS FORÇAS AINDA ESTE ANO.
(ASSEGURAMOS OS MERCADOS DA AMÉRICA LATINA E DA ÁFRICA PARA A EMPRESA BRASILEIRA).
ADQUIRIMOS HELICÓPTEROS DE ATAQUE RUSSOS DOTADOS DE BLINDAGEM E DE ELEVADO PODER DE FOGO PARA A FORÇA AÉREA.
ESTAS AERONAVES JÁ ESTÃO ESTACIONADAS NA BASE DE PORTO VELHO - SÃO OS NOSSOS AH-2, SABRE.
PRETENDEMOS, COM ISSO, TRANSFORMAR O BRASIL EM PÓLO REGIONAL DE PRODUÇÃO E MANUTENÇÃO DE HELICÓPTEROS.
COM OUTROS PAÍSES, ESTAMOS EM IMPORTANTES DISCUSSÕES SOBRE O SETOR NAVAL DE SUPERFÍCIE.
NÃO ME RESTRINGI AO INCREMENTO DE RELAÇÕES COM PARCEIROS TRADICIONAIS.
PROCUREI ABRIR PORTAS NOS MAIS DIVERSOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.
TEMOS NO PRESENTE DIVERSAS POSSIBILIDADES DE INCREMENTO DO RELACIONAMENTO MILITAR COM NAÇÕES QUE, ANTES, NEM SEQUER COGITÁVAMOS.
NO PLANO MULTILATERAL, O BRASIL CONTINUA FORTEMENTE ENGAJADO NA MINUSTAH, QUE MUITO TEM AUXILIADO NOSSOS IRMÃOS HAITIANOS.
ATUEI NÃO SOMENTE PARA CONSTRUIR PONTES, MAS TAMBÉM PARA DESARMAR INICIATIVAS QUE, A MEU VER, PODERIAM SER NOCIVAS AOS INTERESSES NACIONAIS E À NOSSA SOBERANIA.
REFIRO-ME, POR EXEMPLO, ÀS TENTATIVAS DE CONSTRUIR UM ESDRÚXULO CONCEITO DE BACIA DO ATLÂNTICO, QUE ANULARIA AS DISTINÇÕES EVIDENTES ENTRE AS REALIDADES DO NORTE E DO SUL DO OCEANO.
SINTOMATICAMENTE, ESSAS INICIATIVAS PARTEM DE PAÍSES DO NORTE DO ATLÂNTICO, O QUE NOS CAUSA PREOCUPAÇÃO, SOBRETUDO EM VISTA DE NOSSAS RESERVAS DE PETRÓLEO NA CAMADA PRÉ-SAL.
PODERIA ME ESTENDER MUITO MAIS SOBRE ESTE TÓPICO.
CONCLUO AFIRMANDO QUE A TIMIDEZ QUE CARACTERIZOU A ATUAÇÃO INTERNACIONAL DAS FORÇAS ARMADAS EM OUTROS MOMENTOS DO NOSSO PROCESSO HISTÓRICO ESTÁ SUPERADA.
PRECISAMOS APROVEITAR AS INÚMERAS AVENIDAS QUE SE ABREM AO BRASIL NO EXTERIOR.
PRECISAMOS SER OUSADOS E PENSAR GRANDE.
BUSCAR A AUTONOMIA NÃO SIGNIFICA SE CONFORMAR COM A AUTARQUIA PARALISANTE.
POR ISSO, OUSO PREVER QUE A AGENDA INTERNACIONAL DA DEFESA DEVERÁ SER CADA VEZ MAIS INTENSA, O QUE IMPLICA A NECESSIDADE DE CRESCENTE COOPERAÇÃO COM O ITAMARATY – QUE, POR SUA VEZ, PRECISA SE PREPARAR PARA TAL.
PASSO ENTÃO À TEMÁTICA ORÇAMENTÁRIA.
A MATERIALIZAÇÃO DAQUILO QUE PREVÊ NOSSO PLANO DIRETOR, A END E OS PLANOS DE ARTICULAÇÃO E EQUIPAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS DELA DECORRENTES, OCORRERÁ APENAS SE HOUVER ESFORÇO ORÇAMENTÁRIO CONTINUADO.
TEMOS RECEBIDO IRRESTRITO APOIO DO PRESIDENTE LULA AOS PROGRAMAS APRESENTADOS PELO MINISTÉRIO DA DEFESA.
NO ENTANTO, O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ATUAL NÃO PERMITE GARANTIR A PREVISIBILIDADE NECESSÁRIA À CONSECUÇÃO DE PROJETOS DE MÉDIO E LONGO PRAZOS.
OS CONSTANTES CORTES E CONTINGENCIAMENTOS TORNAM VIRTUALMENTE IMPOSSÍVEL TRAÇAR PLANEJAMENTOS COERENTES.
PARA QUE A NOSSA VISÃO DE UMA INDÚSTRIA DE DEFESA NACIONAL FORTE SE CONCRETIZE PRECISAMOS DE ESTABILIDADE, PREVISIBILIDADE E FLUXOS CONTÍNUOS DE RECURSOS.
TEMOS RECORRIDO AOS CHAMADOS “SUPPLIER CREDITS” PARA FINANCIAR OS PROGRAMAS DE APARELHAMENTO MILITAR DE MAIOR PORTE (SUBMARINOS, HELICÓPTEROS, FUTURAMENTE OS CAÇAS).
ORA, ESSE INSTRUMENTO NÃO SUBSTITUI OS ORÇAMENTOS REGULARES, PORQUE OS PAGAMENTOS DOS EMPRÉSTIMOS TÊM DE SAIR, AO FIM E AO CABO, DO PRÓPRIO ORÇAMENTO DO MD – AINDA QUE SEJAM GARANTIDOS PELO TESOURO NACIONAL.
MESMO NESSES CASOS, EM QUE O ESTADO BRASILEIRO SE COMPROMETE A GARANTIR A TOMADA DE EMPRÉSTIMOS INTERNACIONAIS, TEMOS TIDO PROBLEMAS RELACIONADOS À IRREGULARIDADE DOS FLUXOS FINANCEIROS – O QUE NOS COLOCA NA DESCONFORTÁVEL SITUAÇÃO DE SERMOS FORÇADOS A PAGAR MULTAS POR INADIMPLEMENTO.
A SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA MILITAR É A DE ADMITIRMOS QUE NÃO SE PODE TRATAR IGUALMENTE SITUAÇÕES DIFERENCIADAS.
É PRECISO QUE AVANCEMOS NO SENTIDO DO QUE É FEITO EM QUASE TODOS OS PAÍSES DO MUNDO EM QUE A DEFESA É RELEVANTE.
FALO DA APROVAÇÃO DE UMA LEI DE PROGRAMAÇÃO MILITAR PLURIANUAL MANDATÓRIA, EM QUE UM PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO DE INVESTIMENTOS SERIA TRAÇADO AO INÍCIO DA LEGISLATURA.
OS PROGRAMAS INSERIDOS NESSA LEI NA CATEGORIA DE PRIORITÁRIOS NÃO PODERIAM TER SUAS VERBAS CONTINGENCIADAS.
NÃO VOU ME APROFUNDAR SOBRE ESSE PROJETO, PASSÍVEL DE TER AS CONFIGURAÇÕES MAIS DIVERSAS.
NO ENTANTO, ESSE É O ESPÍRITO DA INICIATIVA QUE PRECISAMOS DISCUTIR PARA DAR SUSTENTABILIDADE AOS NOSSOS ESFORÇOS DE CONSTRUÇÃO DE UM APARATO DE DEFESA QUE REALMENTE SIRVA DE ESCUDO DO DESENVOLVIMENTO.
RETOMO MEU ESFORÇO DE CLASSIFICAÇÃO DOS CINCO MOMENTOS POR QUE PASSOU, OU PASSA, A POLÍTICA DE DEFESA DO PRESIDENTE LULA.
O QUARTO MOMENTO FOI ALCUNHADO POR MIM COMO “FREIO DE ARRUMAÇÃO”.
É JUSTO RECONHECER QUE A CONDUÇÃO DA DEFESA NESSA QUARTA FASE FOI FACILITADA PELA ADESÃO E LEALDADE DAS FORÇAS, POR INTERMÉDIO DE SUAS LIDERANÇAS, QUE, DE IMEDIATO, ADERIRAM AO PROJETO QUE PROPUS.
O QUINTO MOMENTO, QUE É O DE HOJE, CHAMO DE “INTEGRAÇÃO TRANSFORMADORA”.
TEVE INÍCIO A PARTIR DA PROMULGAÇÃO DA LEI DA NOVA DEFESA, DE AGOSTO DESTE ANO.
TAL CONCEITO - “TRANSFORMAÇÃO DE DEFESA” – IMPÕE DESENVOLVER NOVAS CAPACIDADES PARA CUMPRIR NOVAS MISSÕES OU DESEMPENHAR NOVAS FUNÇÕES EM COMBATE.
É APOSTA NO FUTURO QUE SUPERA LARGAMENTE AS IDEIAS DE ADAPTAÇÃO (ADEQUAR AS ESTRUTURAS EXISTENTES PARA CONTINUAR CUMPRINDO AS TAREFAS PREVISTAS) OU DE MODERNIZAÇÃO (OTIMIZAR AS SUAS CAPACIDADES PARA CUMPRIR DA MELHOR MANEIRA AS MISSÕES PREVISTAS).
A PREMISSA DESSA TRANSFORMAÇÃO É A ADOÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS (CARREIRAS, REMUNERAÇÃO E SISTEMA PREVIDENCIÁRIO), DE MATERIAL E FINANCEIRA.
JÁ ESTAMOS TRATANDO DISSO.
OS VETORES TRANSFORMADORES SERÃO:
- A INTENSIFICAÇÃO DA INTEGRAÇÃO ENTRE AS FORÇAS, SEJA PELA AÇÃO DO MINISTÉRIO SEJA PELO CUIDADO DAS FORÇAS NA REALIZAÇÃO DE SEUS PLANEJAMENTOS, PRIORIZANDO A INTEROPERABILIDADE EM BENEFÍCIO DA RACIONALIDADE E DA EFICÁCIA;
- A CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA QUE APONTE OS CENÁRIOS DE EMPREGO MAIS PROVÁVEIS DOS QUAIS DECORRERÃO A DOUTRINA, OS MEIOS, A ORGANIZAÇÃO E A ARTICULAÇÃO ADEQUADOS; E
- A EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DE EMPREGO DAS FORÇAS.
SOBRE ESSE PROCESSO - “TRANSFORMAÇÃO DE DEFESA”, CABE UMA CONSIDERAÇÃO:
- NENHUMA REFORMA PODE SER CONSIDERADA BEM SUCEDIDA SE À MODIFICAÇÃO DO ARCABOUÇO LEGAL NÃO SE SEGUIREM MUDANÇAS CONCRETAS NO PLANO EMPÍRICO.
REFORMAS LEGAIS NADA SIGNIFICAM SE NÃO SE TRADUZIREM EM REALIDADE.
EM VISTA DESSA CONSTATAÇÃO ÓBVIA, PRECISAMOS TRABALHAR PARA QUE OS AVANÇOS CONCRETOS OBTIDOS EM VÁRIOS SETORES, INCLUSIVE NO PLANO LEGAL, SEJAM CONSOLIDADOS E POSSAM GERAR OS FRUTOS ESPERADOS.
TEMOS MUITO QUE FAZER NESSE SENTIDO.
A TÍTULO DE EXEMPLO, CITO ALGUMAS INICIATIVAS QUE PRECISAM DE CONTINUIDADE PARA PODER GERMINAR:
1. CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS;
2. CONSOLIDAÇÃO DA DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS NAS FFAA;
3. IMPLANTAÇÃO DA SECRETARIA DE PRODUTOS DE DEFESA NO MD;
4. IMPLEMENTAÇÃO DA CARREIRA CIVIL DE DEFESA NO MD;
5. IMPLANTAÇÃO DE COMANDO CIBERNÉTICO DAS FORÇAS ARMADAS;
6. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA SATELITAL DAS FFAA;
7. PRIORIZAÇÃO DO PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA;
8. IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DA AMAZÔNIA AZUL E DO SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS;
9. RENOVAÇÃO DOS VETORES DA AVIAÇÃO DE CAÇA BRASILEIRA;
10. CONTINUAÇÃO DO PROJETO KC-390;
11. CONCLUSÃO DOS PROJETOS DE SISTEMAS DE ARMAS ORA EM CURSO NAS FFAA, EM ESPECIAL, NA ÁREA DE MÍSSEIS ANTIAÉREO;
12. IMPLANTAÇÃO DOS NÚCLEOS DE ESTADOS-MAIORES CONJUNTOS REGIONAIS EM TODO O BRASIL;
13. CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE ORGANIZAÇÕES MILITARES DE ACORDO COM OS PRECEITOS DA END;
14. PROFISSIONALIZAÇÃO DAS TROPAS ESPECIAIS, PARAQUEDISTAS E AEROMÓVEIS - NOSSAS UNIDADES ESTRATÉGICAS.
15. MODERNIZAÇÃO DOS MEIOS NAVAIS, EM ESPECIAL, COM A CONSTRUÇÃO, NO BRASIL, DE NAVIOS PATRULHA OCEÂNICOS, IMPORTANTES VETORES NA VIGILÂNCIA DA ÁREA DO PRÉ-SAL.
NÃO PRECISO IR MUITO ALÉM PARA DEMONSTRAR A IMPERIOSA NECESSIDADE DE QUE O NOSSO PLANO DIRETOR – REQUISITO BÁSICO QUE NÃO EXISTIA ANTES DA END – TENHA CONTINUIDADE.
POSSO AFIRMAR COM CONFIANÇA QUE O MINISTÉRIO DA DEFESA NÃO SERÁ MAIS UMA ORGANIZAÇÃO DE BAIXO PERFIL, ANTES UM PROBLEMA DO QUE UMA SOLUÇÃO.
NÃO, NÃO SERÁ MAIS ASSIM.
O MD, GRAÇAS À SABEDORIA DO PRESIDENTE LULA, TORNOU-SE, HOJE, UMA INSTITUIÇÃO À ALTURA DE SUAS ENORMES RESPONSABILIDADES.
A TEMÁTICA DE DEFESA NÃO É MAIS ALGO MARGINAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA.
NO ENTANTO, ASSIM COMO EM QUASE TODAS AS ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, A CONTINUIDADE DOS ESFORÇOS AVULTA COMO PRIMORDIAL PARA QUE POSSAMOS PROSSEGUIR NO CAMINHO DO AVANÇO.
TENHO CONVICÇÃO DE QUE PODEREMOS CONTINUAR AVANÇANDO.
MUITO OBRIGADO.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
Esta muito claro dentro do establishment norte-americano, já faz mais de 8 anos, que o oceano é a próxima fronteira de conflitos. Discute-se o assunto como uma re-edição da corrida pela conquista do wild-west americano. Tá lá, é só ir pegar. Quem não se precaver quanto a isso terá a sua própria Trail of Tears... Se isto fosse mais discutido aqui no fórum não teríamos as lamentáveis disputas insanas que vemos no tópico do FX. Mas eu tenho fé...
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Re: GEOPOLÍTICA
O pacifismo perto do fim no Japão
Rusgas com Coreia do Norte e China conferem urgência ao debate sobre como Tóquio deve lidar
com desafios externos
*SIMON TISDALL - O Estado de S.Paulo
O Japão deve adotar uma posição militar mais "dinâmica" e voltada para a iniciativa, envolvendo
sofisticados novos armamentos, unidades móveis de resposta rápida e alianças de segurança mais
estreitas com os países amigos, como parte de uma ampla reavaliação estratégica de segurança
concentrada em ameaças reais e potenciais por parte da China e da Coreia do Norte.
Apesar de a mudança na direção de uma posição militar mais assertiva estar em debate já há
algum tempo em Tóquio, uma agressiva confrontação marítima com a China em setembro e o recente
ataque da Coreia do Norte contra território sul-coreano conferiram urgência às discussões relativas à
melhor maneira de lidar com os desafios que ambos os países representam para o Japão.
Ao mesmo tempo, medidas japonesas no sentido de romper os compromissos da Constituição
pacifista adotada pelo país depois da 2.ª Guerra Mundial e desempenhar um papel militar mais proativo
tanto no âmbito regional quanto no mundial certamente causarão alarme entre os Estados vizinhos,
incluindo aliados modernos como a Coreia do Sul e outros países que não esqueceram nem perdoaram
os crimes do passado.
Reportagens da mídia japonesa sugerem que a avaliação, cujo anúncio foi marcado para esta
semana e será a primeira atualização dos chamados "parâmetros do programa de defesa nacional" em
seis anos, vai identificar a Coreia do Norte como ameaça e classificar as atividades militares da China
como preocupantes. O jornal Nikkei Business Daily afirmou que a análise pediria a criação de uma
"capacidade defensiva dinâmica" com o objetivo específico de dissuadir incursões chinesas perto das
ilhas ao sul do Japão, disputadas por ambos os países, em parte por meio de uma mobilização mais ágil
das unidades da força japonesa de autodefesa.
Se o primeiro-ministro Naoto Kan, do Partido Democrata, adotar todas as recomendações feitas,
a frota japonesa de submarinos pode aumentar de 16 para 22 embarcações; a força aérea receberá
novos caças avançados e as tropas de autodefesa serão transferidas de Hokkaido para o sul, levando-se
em consideração a redução da ameaça enxergada na Rússia.
Dentro do plano, alianças defensivas com os Estados Unidos, Austrália, Índia e até Coreia do
Sul, sublinhando a integração militar e a inter-operabilidade, também devem ser buscadas. Isso seria
celebrado por Washington, que há muito pressiona por uma partilha mais justa do fardo da defesa. Logo
após o ataque norte-coreano, o presidente do estado-maior conjunto dos EUA, almirante Mike Mullen,
pediu a formação de uma aliança tríplice entre Japão, EUA e Coreia do Sul.
Desgaste. Preocupado com relações já desgastadas, Kan garantiu que a estratégia em evolução
não é voltada contra a China, apesar de os gastos militares de Pequim terem quase quadruplicado nos
últimos 10 anos. "Sem dúvida nosso país precisa organizar as próprias capacidades defensivas. Isso não
está diretamente relacionado a uma ameaça japonesa a outro país", disse Kan.
Mas o primeiro-ministro foi pressionado a enfrentar a China após o incidente do último mês de
setembro, quando um pesqueiro chinês se chocou contra uma embarcação da guarda costeira japonesa,
no que pareceu ser um ataque intencional. A resposta inicial de Kan foi criticada por ser considerada
fraca demais, fazendo com que sua popularidade caísse muito. Ironicamente, Kan foi conduzido ao poder
no ano passado com promessas de obrigar as forças americanas a abandonar a base de Okinawa,
envolvida em grande controvérsia. Agora ele tenta se aproximar cada vez mais de Washington, que tem
suas próprias preocupações em relação a Pequim.
Os novos parâmetros devem incorporar recomendações feitas em meados deste ano por uma
comissão de especialistas nomeados pelo governo. De acordo com Michael Auslin, diretor de estudos
sobre o Japão do American Enterprise Institute, se as ideias da comissão forem totalmente
implementadas, "o Japão seguiria apoiando a ordem internacional do pós-guerra". "Se o governo adotar
as recomendações feitas, o país se tornará uma força criadora na formação de uma comunidade de
interesses liberais na região da Ásia e do Pacífico", afirmou.
É exatamente isso que preocupa alguns vizinhos mais inseguros.
Escrevendo para a Rede de Segurança e Relações Internacionais, Axel Berkofski, do Instituto
para o Estudo da Política Internacional, de Milão, disse que as ideias da comissão "provocaram
considerável inquietação" entre os analistas.
"O relatório recomendou não apenas um reforço para a Marinha, a Guarda Costeira e as
capacidades japonesas de lançamento de mísseis balísticos... mas também uma reavaliação dos "três
princípios não nucleares" do Japão, que proíbem o país de receber, armazenar e fabricar armas
nucleares dentro de suas fronteiras."
Ao menos um destes princípios foi rotineiramente violado no passado pelas visitas de
embarcações americanas portando armas nucleares. Dito isso, Berkofski previu que não haveria um
gesto formal no sentido de alterar a política japonesa em relação às armas nucleares - e nem de adquirir
mísseis balísticos ofensivos projetados para um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, como
gostariam os mais aguerridos.
O temor de um retorno do militarismo japonês é infundado, disse ele. Ainda assim, não há dúvida
que as coisas estão ficando mais perigosas na Ásia Oriental - e ao Japão não restam muitas opções
senão reagir, alertou Berkofski. "Numa região em que a China continua a promover uma rápida
modernização de suas forças armadas e os programas de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte
representam importantíssimas preocupações de segurança, o Japão está respondendo na mesma
moeda, para se garantir." / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
*É EDITOR E COLUNISTA
Rusgas com Coreia do Norte e China conferem urgência ao debate sobre como Tóquio deve lidar
com desafios externos
*SIMON TISDALL - O Estado de S.Paulo
O Japão deve adotar uma posição militar mais "dinâmica" e voltada para a iniciativa, envolvendo
sofisticados novos armamentos, unidades móveis de resposta rápida e alianças de segurança mais
estreitas com os países amigos, como parte de uma ampla reavaliação estratégica de segurança
concentrada em ameaças reais e potenciais por parte da China e da Coreia do Norte.
Apesar de a mudança na direção de uma posição militar mais assertiva estar em debate já há
algum tempo em Tóquio, uma agressiva confrontação marítima com a China em setembro e o recente
ataque da Coreia do Norte contra território sul-coreano conferiram urgência às discussões relativas à
melhor maneira de lidar com os desafios que ambos os países representam para o Japão.
Ao mesmo tempo, medidas japonesas no sentido de romper os compromissos da Constituição
pacifista adotada pelo país depois da 2.ª Guerra Mundial e desempenhar um papel militar mais proativo
tanto no âmbito regional quanto no mundial certamente causarão alarme entre os Estados vizinhos,
incluindo aliados modernos como a Coreia do Sul e outros países que não esqueceram nem perdoaram
os crimes do passado.
Reportagens da mídia japonesa sugerem que a avaliação, cujo anúncio foi marcado para esta
semana e será a primeira atualização dos chamados "parâmetros do programa de defesa nacional" em
seis anos, vai identificar a Coreia do Norte como ameaça e classificar as atividades militares da China
como preocupantes. O jornal Nikkei Business Daily afirmou que a análise pediria a criação de uma
"capacidade defensiva dinâmica" com o objetivo específico de dissuadir incursões chinesas perto das
ilhas ao sul do Japão, disputadas por ambos os países, em parte por meio de uma mobilização mais ágil
das unidades da força japonesa de autodefesa.
Se o primeiro-ministro Naoto Kan, do Partido Democrata, adotar todas as recomendações feitas,
a frota japonesa de submarinos pode aumentar de 16 para 22 embarcações; a força aérea receberá
novos caças avançados e as tropas de autodefesa serão transferidas de Hokkaido para o sul, levando-se
em consideração a redução da ameaça enxergada na Rússia.
Dentro do plano, alianças defensivas com os Estados Unidos, Austrália, Índia e até Coreia do
Sul, sublinhando a integração militar e a inter-operabilidade, também devem ser buscadas. Isso seria
celebrado por Washington, que há muito pressiona por uma partilha mais justa do fardo da defesa. Logo
após o ataque norte-coreano, o presidente do estado-maior conjunto dos EUA, almirante Mike Mullen,
pediu a formação de uma aliança tríplice entre Japão, EUA e Coreia do Sul.
Desgaste. Preocupado com relações já desgastadas, Kan garantiu que a estratégia em evolução
não é voltada contra a China, apesar de os gastos militares de Pequim terem quase quadruplicado nos
últimos 10 anos. "Sem dúvida nosso país precisa organizar as próprias capacidades defensivas. Isso não
está diretamente relacionado a uma ameaça japonesa a outro país", disse Kan.
Mas o primeiro-ministro foi pressionado a enfrentar a China após o incidente do último mês de
setembro, quando um pesqueiro chinês se chocou contra uma embarcação da guarda costeira japonesa,
no que pareceu ser um ataque intencional. A resposta inicial de Kan foi criticada por ser considerada
fraca demais, fazendo com que sua popularidade caísse muito. Ironicamente, Kan foi conduzido ao poder
no ano passado com promessas de obrigar as forças americanas a abandonar a base de Okinawa,
envolvida em grande controvérsia. Agora ele tenta se aproximar cada vez mais de Washington, que tem
suas próprias preocupações em relação a Pequim.
Os novos parâmetros devem incorporar recomendações feitas em meados deste ano por uma
comissão de especialistas nomeados pelo governo. De acordo com Michael Auslin, diretor de estudos
sobre o Japão do American Enterprise Institute, se as ideias da comissão forem totalmente
implementadas, "o Japão seguiria apoiando a ordem internacional do pós-guerra". "Se o governo adotar
as recomendações feitas, o país se tornará uma força criadora na formação de uma comunidade de
interesses liberais na região da Ásia e do Pacífico", afirmou.
É exatamente isso que preocupa alguns vizinhos mais inseguros.
Escrevendo para a Rede de Segurança e Relações Internacionais, Axel Berkofski, do Instituto
para o Estudo da Política Internacional, de Milão, disse que as ideias da comissão "provocaram
considerável inquietação" entre os analistas.
"O relatório recomendou não apenas um reforço para a Marinha, a Guarda Costeira e as
capacidades japonesas de lançamento de mísseis balísticos... mas também uma reavaliação dos "três
princípios não nucleares" do Japão, que proíbem o país de receber, armazenar e fabricar armas
nucleares dentro de suas fronteiras."
Ao menos um destes princípios foi rotineiramente violado no passado pelas visitas de
embarcações americanas portando armas nucleares. Dito isso, Berkofski previu que não haveria um
gesto formal no sentido de alterar a política japonesa em relação às armas nucleares - e nem de adquirir
mísseis balísticos ofensivos projetados para um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, como
gostariam os mais aguerridos.
O temor de um retorno do militarismo japonês é infundado, disse ele. Ainda assim, não há dúvida
que as coisas estão ficando mais perigosas na Ásia Oriental - e ao Japão não restam muitas opções
senão reagir, alertou Berkofski. "Numa região em que a China continua a promover uma rápida
modernização de suas forças armadas e os programas de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte
representam importantíssimas preocupações de segurança, o Japão está respondendo na mesma
moeda, para se garantir." / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
*É EDITOR E COLUNISTA
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- jumentodonordeste
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Re: GEOPOLÍTICA
BZ JOBIM...Marino escreveu: A proatividade brasileira no cenário internacional tornará a agenda externa da Defesa cada vez mais intensa, previu Jobim “O que implica a necessidade de crescente cooperação com o Itamaraty – que, por sua vez, precisa se preparar para tal”, observou o ministro.
PQP faltava homem nesse país pra falar desse jeito...
É ASSIM QUE UM MINISTRO DA DEFESA ATUA, PORRA.
- alexmabastos
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Re: GEOPOLÍTICA
"...O ministro explicou que “na concepção americana, o mar vai até a praia de Copacabana, e na concepção do Brasil, a partir da concepção da Convenção do Mar, os fundos marinhos vão até 350 milhas do litoral”. O comentário refere-se ao novo limite de soberania sobre o subsolo marinho, que está sendo negociado com a Organização das Nações Unidas (ONU) e que ampliará a área de controle brasileira de 3 milhões de km² para 4,5 milhões de km²...".
Enquanto não tivermos mísseis em lançadores móveis anti navios supersônicos lançados do mar e da terra, nosso limite vai continuar até alí na praia de copa mesmo...não serão alguns subs que vão parar uma decisão de vida ou morte de um país grande vendo sua economia colapsar por falta de matérias prima...
Enquanto não tivermos mísseis em lançadores móveis anti navios supersônicos lançados do mar e da terra, nosso limite vai continuar até alí na praia de copa mesmo...não serão alguns subs que vão parar uma decisão de vida ou morte de um país grande vendo sua economia colapsar por falta de matérias prima...
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
DIPLOMACIA DE LULA A DILMA
Processo irreversível
"Abraço"bolivariano entre Lula e Hugo Chávez é parte de uma integração regional que não terá
retorno
Isabel Fleck
Se a proximidade da relação entre dois países pode ser medida pela quantidade de visitas
trocadas pelos presidentes, a afinidade entre Brasília e Caracas se torna inquestionável. A Venezuela foi
o país para o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mais visitas oficiais — foram 13 em oito anos
—, além de três para participar de fóruns multilaterais. Do outro lado, a frequência por aqui foi ainda
maior. Hugo Chávez foi, de longe, o presidente que mais veio ao Brasil durante o governo Lula, somando
20 visitas no período, contra 12 dos presidentes da Colômbia e da Argentina. Para o embaixador
venezuelano no Brasil, Maximilien Sanchez, não há como reverter tamanha aproximação no próximo
governo brasileiro.
“O primeiro presidente brasileiro que visitou a Venezuela, um vizinho com o qual divide uma
grande fronteira, foi em 1979. Perceba como avançamos na última década, e quanto os presidente
Chávez e Lula se reuniram, se não em reuniões bilaterais, em reuniões do Mercosul. Creio que esse é
um processo irreversível”, arriscou Sanchez, ao conversar com o Correio para a última entrevista da série
com os embaixadores de 10 países sobre as expectativas para a gestão de Dilma Rousseff. O jovem
embaixador, que assumiu a representação em Brasília com 38 anos e é conhecido pela proximidade com
o presidente Chávez, disse que Lula abraçou o ideal bolivariano de integração da América do Sul, mas
evitou creditar aos dois líderes a aproximação, tanto bilateral como da região. “Tudo isso é fruto dos seus
povos e de seus líderes. Talvez os líderes hoje se pareçam mais com seus povos.”
Sanchez minimizou o impacto das declarações presentes em documentos divulgados
recentemente pelo site WikiLeaks. Segundo telegramas originados na embaixada americana em Brasília,
o ministro da Defesa, Nelson Jobim teria considerado a Venezuela uma “nova ameaça” para a região, e
justificado a criação do Conselho de Defesa da América do Sul como forma de “enquadrar” o regime de
Caracas. “É muito difícil opinar sobre especulações”, disse, rechaçando a ideia de que um maior contato
do Brasil com os Estados Unidos, no governo Dilma, possa acender um sinal de alerta em Caracas.
Logo após a Assembleia Nacional da Venezuela aprovar o projeto da Lei Habilitante, que
permitirá ao presidente governar por decreto nos próximos 18 meses, o embaixador também minimizou
os temores de uma centralização cada vez mais excessiva do poder nas mãos de Chávez. “Quem
conhece a realidade venezuelana sabe que a principal bandeira do presidente e da Revolução
Bolivariana é o aprofundamento da democracia. A Lei Habilitante é um mecanismo contemplado na
Constituição precisamente para fazer frente a situações extraordinárias, como é o estado de emergência
que o país está vivendo atualmente.”
ENTREVISTA - MAXILILIEN SANCHEZ, EMBAIXADOR DA CENEZUELA
Processo irreversível
O início de seu governo, o presidente Lula já era muito próximo ao presidente Hugo
Chávez, e a relação, aparentemente, se intensificou com os anos. Mas esse movimento foi
constante ou podemos encontrar momentos de real turbulência entre os dois países, durante a
gestão Lula?
Foram oito anos muito intensos na relação. Na realidade, essa aproximação começou já com
Fernando Henrique Cardoso. O presidente Chávez sempre nos lembra que quando foi eleito, em 1998,
antes de tomar posse ele pediu autorização ao então presidente, tomou um avião e veio a Brasília e a
Buenos Aires. É claro que, com a entrada do presidente Lula, essa aproximação foi acelerada. Hoje,
temos uma agenda muito forte e inédita — inclusive para o Brasil — de cooperação bilateral e regional,
com iniciativas como a Unasul, o Banco do Sul, a Celac (Comunidade de Estados da América Latina e
Caribe). A partir do segundo mandato do Lula, o processo se intensificou ainda mais: estabelecemos um
mecanismo de reuniões trimestrais entre os presidentes, que está ajudando bastante a avançar com
todos os projetos que temos.
Os senhor acredita que essa aproximação bilateral e regional foi impulsionada pela
afinidade entre os dois presidentes ou era um caminho que seria feito de qualquer maneira?
Creio que foi uma conjuntura de vários elementos. Todo isso é fruto dos seus povos e de seus
líderes. Talvez os líderes hoje se pareçam mais com seus povos. O presidente Lula sempre lembra que,
quando era sindicalista, tinha mais contato com os sindicatos da Europa do que da América Latina, e
essa contradição mostra que hoje houve uma tomada de consciência. Além disso, há uma realidade no
mundo que é a formação de blocos na Europa, na Ásia. Então, ou nós nos unimos, ou realmente
podemos continuar na periferia. Mas o presidente Chávez também tem uma formação, uma cultura
bolivariana, e cremos na união e na integração deste continente. Uma geração de líderes políticos
também apostou na integração sul-americana e, a partir daí, tomou-se uma série de iniciativas.
Na sua opinião, o presidente Lula também abraçou esse ideal bolivariano em seu
mandato?
Sim, claro.
Nesse contexto de integração, foi criado em 2008 o Conselho de Defesa da Unasul. Qual a
real função de um órgão como esse na América do Sul?
Se temos um processo de aproximação e integração econômico, político, não podemos deixar de
fora a defesa. Este continente está em construção para existir como um bloco, então a defesa também é
importante.
Um telegrama da embaixada americana em Brasília, datado de 2008 e divulgado
recentemente pelo site WikiLeaks, revela que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, teria justificado
a criação do conselho como um meio para “enquadrar a Venezuela e outros países da região em
uma organização comum que o Brasil possa controlar”. Como o governo venezuelano recebeu
essa visão?
É muito difícil opinar sobre especulações, porque estamos falando aqui de uma nota de um
embaixador que conta o que teria sido dito a ele. Não podemos responder ou opinar a partir daí. A
questão é que nós temos apoiado e respaldado o Conselho de Defesa, e o ministro Jobim teve um papel
muito importante na construção desse espaço.
O mesmo telegrama revela que Jobim teria classificado a Venezuela como uma nova
ameaça à região. Isso gerou lgum pedido de explicações?
Não aconteceu nada. Nem houve telefonemas. A última vez que conversamos com o ministro
Nelson Jobim foi para tratar da ajuda humanitária à Venezuela, no marco do terrível momento que
estamos passando por conta das chuvas.
Um outro documento da embaixada americana, deste ano, afirma que o governo brasileiro
teria se oferecido para intermediar uma aproximação entre o governo dos EUA e o presidente
Chávez. O Brasil chegou a fazer a mesma proposta ao lado venezuelano?
Não tenho conhecimento disso.
A Venezuela acredita que uma maior aproximação do Brasil com os EUA, como preveem
alguns para o governo Dilma, poderia afetar a autonomia da região?
Não. Primeiro é preciso lembrar que não podemos opinar sobre as escolhas que são feitas pelo
Brasil. Mas os tempos mudaram neste continente. Eu estava analisando a história diplomática entre
Brasil e Venezuela, e o que encontrei é que o primeiro presidente brasileiro que visitou a Venezuela foi
em 1979, há 31 anos. Imagina que a visita oficial de um presidente brasileiro a um vizinho, com o qual
divide uma grande fronteira, foi apenas em 1979? Perceba como avançamos na última década, e quanto
os presidente Chávez e Lula se reuniram, se não em reuniões bilaterais, em reuniões do Mercosul. E
creio que é um processo irreversível.
Então Dilma terá, inevitavelmente, de continuar com os olhos voltados para a região?
É difícil de opinar, mas tudo indica que vá se manter essa política. Creio que seria muito difícil
frear ou reverter essa integração.
Como pudemos ver pelas declarações do presidente Chávez logo após a eleição de Dilma,
inclusive no Twitter, ele ficou muito feliz com o resultado...
É preciso saudar simplesmente o fato de ter sido eleita uma mulher no país mais importante da
América do Sul. E o presidente Chávez tem muito respeito, muito apreço por ela, com quem pôde, nos
últimos anos, ter muito contato.
A Venezuela espera um papel protagonista da presidente Dilma em temas que possam
provocar atritos na região?
Estamos em uma fase na qual o importante é aprofundar e seguir institucionalizando todos os
espaços que surgiram nos últimos anos — a Unasul, a Celac. E, sem dúvida, é preciso que o Brasil
participe disso.
Depois de mais de quatro anos esperando, a Venezuela está finalmente próxima de
ingressar no Mercosul. Ainda é bom negócio para a Venezuela?
É bom negócio para todos, na verdade. Temos muito respeito pelo tempo dos outros países. Está
ocorrendo um processo no Paraguai, e estamos na expectativa de que ele termine logo. O Paraguai está
com a presidência temporária do Mercosul, e tomara que tenhamos a notícia ainda nesse período (até
julho). No Brasil, também levou tempo para que a entrada da Venezuela fosse aprovada no Congresso,
mas nesse tempo nos conhecemos e entendemos melhor. É um processo de aprendizagem para todos.
O senhor espera que projetos como a refinaria Abreu e Lima (em Pernambuco) e o
Gasoduto do Sul vão, de fato, deslanchar no governo Dilma?
A refinaria só depende de um tema técnico-financeiro. Mas vai acontecer, estamos terminando
umas fórmulas financeiras e não há nenhum problema com a refinaria. Já o gasoduto, bem… tudo na
América do Sul está tudo por ser feito. Mas temos, juntos, um grande potencial energético. Como disse a
presidente (argentina) Cristina Kirchner, em Foz do Iguaçu, o ingresso da Venezuela será a equação
energética para o Mercosul e para o continente. Há muitos desafios e projetos importantes para
fortalecer este continente, e os primeiros beneficiados serão os povos.
O senhor citou a forte agenda bilateral que temos hoje. Quais projetos estão envolvidos
nessa agenda?
Importantes agências e instituições brasileiras estão cooperando com a Venezuela hoje: a
Embrapa, a Caixa Econômica Federal, a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), o Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Isso é inédito. No caso da Embrapa, temos uma parceria
sobre desenvolvimento agrícola, para ter soberania alimentar na Venezuela, aproveitando toda a
experiência extraordinária da Embrapa. Já a ABDI tem ajudado no processo de industrialização,
enquanto a Caixa tem dado apoio ao processo de “bancarização”. Uma grande parte da população na
Venezuela não tinha conta bancária, porque durante muito tempo o sistema bancário foi muito neoliberal.
Também há um grande esforço para aproximar o sul da Venezuela e o norte do Brasil. Hoje, pode-se ir
de Manaus a Caracas de carro, mas não de avião — é preciso ir até São Paulo.
A Assembleia Nacional venezuelana acaba de aprovar a lei que dá ao presidente o poder
de governar por decreto por 18 meses. Isso não podecomprometer a democracia?
Quem conhece a realidade venezuelana sabe que a principal bandeira do presidente Chávez e
da Revolução Bolivariana é o aprofundamento da democracia. A democracia venezuelana não corre
nenhum risco por conta da aprovação da Lei Habilitante, pelo contrário: é um mecanismo contemplado
na Constituição precisamente para fazer frente a situações extraordinárias, como a que o país está
vivendo atualmente, produto de fortes chuvas e inundações que deixaram mais de 133 mil prejudicados.
Processo irreversível
"Abraço"bolivariano entre Lula e Hugo Chávez é parte de uma integração regional que não terá
retorno
Isabel Fleck
Se a proximidade da relação entre dois países pode ser medida pela quantidade de visitas
trocadas pelos presidentes, a afinidade entre Brasília e Caracas se torna inquestionável. A Venezuela foi
o país para o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mais visitas oficiais — foram 13 em oito anos
—, além de três para participar de fóruns multilaterais. Do outro lado, a frequência por aqui foi ainda
maior. Hugo Chávez foi, de longe, o presidente que mais veio ao Brasil durante o governo Lula, somando
20 visitas no período, contra 12 dos presidentes da Colômbia e da Argentina. Para o embaixador
venezuelano no Brasil, Maximilien Sanchez, não há como reverter tamanha aproximação no próximo
governo brasileiro.
“O primeiro presidente brasileiro que visitou a Venezuela, um vizinho com o qual divide uma
grande fronteira, foi em 1979. Perceba como avançamos na última década, e quanto os presidente
Chávez e Lula se reuniram, se não em reuniões bilaterais, em reuniões do Mercosul. Creio que esse é
um processo irreversível”, arriscou Sanchez, ao conversar com o Correio para a última entrevista da série
com os embaixadores de 10 países sobre as expectativas para a gestão de Dilma Rousseff. O jovem
embaixador, que assumiu a representação em Brasília com 38 anos e é conhecido pela proximidade com
o presidente Chávez, disse que Lula abraçou o ideal bolivariano de integração da América do Sul, mas
evitou creditar aos dois líderes a aproximação, tanto bilateral como da região. “Tudo isso é fruto dos seus
povos e de seus líderes. Talvez os líderes hoje se pareçam mais com seus povos.”
Sanchez minimizou o impacto das declarações presentes em documentos divulgados
recentemente pelo site WikiLeaks. Segundo telegramas originados na embaixada americana em Brasília,
o ministro da Defesa, Nelson Jobim teria considerado a Venezuela uma “nova ameaça” para a região, e
justificado a criação do Conselho de Defesa da América do Sul como forma de “enquadrar” o regime de
Caracas. “É muito difícil opinar sobre especulações”, disse, rechaçando a ideia de que um maior contato
do Brasil com os Estados Unidos, no governo Dilma, possa acender um sinal de alerta em Caracas.
Logo após a Assembleia Nacional da Venezuela aprovar o projeto da Lei Habilitante, que
permitirá ao presidente governar por decreto nos próximos 18 meses, o embaixador também minimizou
os temores de uma centralização cada vez mais excessiva do poder nas mãos de Chávez. “Quem
conhece a realidade venezuelana sabe que a principal bandeira do presidente e da Revolução
Bolivariana é o aprofundamento da democracia. A Lei Habilitante é um mecanismo contemplado na
Constituição precisamente para fazer frente a situações extraordinárias, como é o estado de emergência
que o país está vivendo atualmente.”
ENTREVISTA - MAXILILIEN SANCHEZ, EMBAIXADOR DA CENEZUELA
Processo irreversível
O início de seu governo, o presidente Lula já era muito próximo ao presidente Hugo
Chávez, e a relação, aparentemente, se intensificou com os anos. Mas esse movimento foi
constante ou podemos encontrar momentos de real turbulência entre os dois países, durante a
gestão Lula?
Foram oito anos muito intensos na relação. Na realidade, essa aproximação começou já com
Fernando Henrique Cardoso. O presidente Chávez sempre nos lembra que quando foi eleito, em 1998,
antes de tomar posse ele pediu autorização ao então presidente, tomou um avião e veio a Brasília e a
Buenos Aires. É claro que, com a entrada do presidente Lula, essa aproximação foi acelerada. Hoje,
temos uma agenda muito forte e inédita — inclusive para o Brasil — de cooperação bilateral e regional,
com iniciativas como a Unasul, o Banco do Sul, a Celac (Comunidade de Estados da América Latina e
Caribe). A partir do segundo mandato do Lula, o processo se intensificou ainda mais: estabelecemos um
mecanismo de reuniões trimestrais entre os presidentes, que está ajudando bastante a avançar com
todos os projetos que temos.
Os senhor acredita que essa aproximação bilateral e regional foi impulsionada pela
afinidade entre os dois presidentes ou era um caminho que seria feito de qualquer maneira?
Creio que foi uma conjuntura de vários elementos. Todo isso é fruto dos seus povos e de seus
líderes. Talvez os líderes hoje se pareçam mais com seus povos. O presidente Lula sempre lembra que,
quando era sindicalista, tinha mais contato com os sindicatos da Europa do que da América Latina, e
essa contradição mostra que hoje houve uma tomada de consciência. Além disso, há uma realidade no
mundo que é a formação de blocos na Europa, na Ásia. Então, ou nós nos unimos, ou realmente
podemos continuar na periferia. Mas o presidente Chávez também tem uma formação, uma cultura
bolivariana, e cremos na união e na integração deste continente. Uma geração de líderes políticos
também apostou na integração sul-americana e, a partir daí, tomou-se uma série de iniciativas.
Na sua opinião, o presidente Lula também abraçou esse ideal bolivariano em seu
mandato?
Sim, claro.
Nesse contexto de integração, foi criado em 2008 o Conselho de Defesa da Unasul. Qual a
real função de um órgão como esse na América do Sul?
Se temos um processo de aproximação e integração econômico, político, não podemos deixar de
fora a defesa. Este continente está em construção para existir como um bloco, então a defesa também é
importante.
Um telegrama da embaixada americana em Brasília, datado de 2008 e divulgado
recentemente pelo site WikiLeaks, revela que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, teria justificado
a criação do conselho como um meio para “enquadrar a Venezuela e outros países da região em
uma organização comum que o Brasil possa controlar”. Como o governo venezuelano recebeu
essa visão?
É muito difícil opinar sobre especulações, porque estamos falando aqui de uma nota de um
embaixador que conta o que teria sido dito a ele. Não podemos responder ou opinar a partir daí. A
questão é que nós temos apoiado e respaldado o Conselho de Defesa, e o ministro Jobim teve um papel
muito importante na construção desse espaço.
O mesmo telegrama revela que Jobim teria classificado a Venezuela como uma nova
ameaça à região. Isso gerou lgum pedido de explicações?
Não aconteceu nada. Nem houve telefonemas. A última vez que conversamos com o ministro
Nelson Jobim foi para tratar da ajuda humanitária à Venezuela, no marco do terrível momento que
estamos passando por conta das chuvas.
Um outro documento da embaixada americana, deste ano, afirma que o governo brasileiro
teria se oferecido para intermediar uma aproximação entre o governo dos EUA e o presidente
Chávez. O Brasil chegou a fazer a mesma proposta ao lado venezuelano?
Não tenho conhecimento disso.
A Venezuela acredita que uma maior aproximação do Brasil com os EUA, como preveem
alguns para o governo Dilma, poderia afetar a autonomia da região?
Não. Primeiro é preciso lembrar que não podemos opinar sobre as escolhas que são feitas pelo
Brasil. Mas os tempos mudaram neste continente. Eu estava analisando a história diplomática entre
Brasil e Venezuela, e o que encontrei é que o primeiro presidente brasileiro que visitou a Venezuela foi
em 1979, há 31 anos. Imagina que a visita oficial de um presidente brasileiro a um vizinho, com o qual
divide uma grande fronteira, foi apenas em 1979? Perceba como avançamos na última década, e quanto
os presidente Chávez e Lula se reuniram, se não em reuniões bilaterais, em reuniões do Mercosul. E
creio que é um processo irreversível.
Então Dilma terá, inevitavelmente, de continuar com os olhos voltados para a região?
É difícil de opinar, mas tudo indica que vá se manter essa política. Creio que seria muito difícil
frear ou reverter essa integração.
Como pudemos ver pelas declarações do presidente Chávez logo após a eleição de Dilma,
inclusive no Twitter, ele ficou muito feliz com o resultado...
É preciso saudar simplesmente o fato de ter sido eleita uma mulher no país mais importante da
América do Sul. E o presidente Chávez tem muito respeito, muito apreço por ela, com quem pôde, nos
últimos anos, ter muito contato.
A Venezuela espera um papel protagonista da presidente Dilma em temas que possam
provocar atritos na região?
Estamos em uma fase na qual o importante é aprofundar e seguir institucionalizando todos os
espaços que surgiram nos últimos anos — a Unasul, a Celac. E, sem dúvida, é preciso que o Brasil
participe disso.
Depois de mais de quatro anos esperando, a Venezuela está finalmente próxima de
ingressar no Mercosul. Ainda é bom negócio para a Venezuela?
É bom negócio para todos, na verdade. Temos muito respeito pelo tempo dos outros países. Está
ocorrendo um processo no Paraguai, e estamos na expectativa de que ele termine logo. O Paraguai está
com a presidência temporária do Mercosul, e tomara que tenhamos a notícia ainda nesse período (até
julho). No Brasil, também levou tempo para que a entrada da Venezuela fosse aprovada no Congresso,
mas nesse tempo nos conhecemos e entendemos melhor. É um processo de aprendizagem para todos.
O senhor espera que projetos como a refinaria Abreu e Lima (em Pernambuco) e o
Gasoduto do Sul vão, de fato, deslanchar no governo Dilma?
A refinaria só depende de um tema técnico-financeiro. Mas vai acontecer, estamos terminando
umas fórmulas financeiras e não há nenhum problema com a refinaria. Já o gasoduto, bem… tudo na
América do Sul está tudo por ser feito. Mas temos, juntos, um grande potencial energético. Como disse a
presidente (argentina) Cristina Kirchner, em Foz do Iguaçu, o ingresso da Venezuela será a equação
energética para o Mercosul e para o continente. Há muitos desafios e projetos importantes para
fortalecer este continente, e os primeiros beneficiados serão os povos.
O senhor citou a forte agenda bilateral que temos hoje. Quais projetos estão envolvidos
nessa agenda?
Importantes agências e instituições brasileiras estão cooperando com a Venezuela hoje: a
Embrapa, a Caixa Econômica Federal, a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), o Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Isso é inédito. No caso da Embrapa, temos uma parceria
sobre desenvolvimento agrícola, para ter soberania alimentar na Venezuela, aproveitando toda a
experiência extraordinária da Embrapa. Já a ABDI tem ajudado no processo de industrialização,
enquanto a Caixa tem dado apoio ao processo de “bancarização”. Uma grande parte da população na
Venezuela não tinha conta bancária, porque durante muito tempo o sistema bancário foi muito neoliberal.
Também há um grande esforço para aproximar o sul da Venezuela e o norte do Brasil. Hoje, pode-se ir
de Manaus a Caracas de carro, mas não de avião — é preciso ir até São Paulo.
A Assembleia Nacional venezuelana acaba de aprovar a lei que dá ao presidente o poder
de governar por decreto por 18 meses. Isso não podecomprometer a democracia?
Quem conhece a realidade venezuelana sabe que a principal bandeira do presidente Chávez e
da Revolução Bolivariana é o aprofundamento da democracia. A democracia venezuelana não corre
nenhum risco por conta da aprovação da Lei Habilitante, pelo contrário: é um mecanismo contemplado
na Constituição precisamente para fazer frente a situações extraordinárias, como a que o país está
vivendo atualmente, produto de fortes chuvas e inundações que deixaram mais de 133 mil prejudicados.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- Registrado em: Ter Set 15, 2009 1:03 pm
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Re: GEOPOLÍTICA
Venho desde o início de minha carreira e da participação neste tópico, comentando sobre as deficiências de nossa soberania de fato na amazônia azul.
É preciso dotar a Marinha com GRANA e uma frota que faça o trabalho de guarda costeira.
Conto nos dedos de uma mão só as vezes em que vi a marinha patrulhando as áreas offshore (nos últimos 27 anos !!!).
É preciso que as bases da marinha tenham poder dissuasório aeronaval de fato e patrulhamento aéreo constante.
A aviação de patrulha da FAB ainda agora não pode ser chamada de dissuasória ou eficaz.
Por uma destas curvas da sorte o Lula resolveu nomear o Nélson Jobim. Se ele mirou no que viu, bem, o Bingo foi onde ele não viu.
Se Jobim como jurista conseguir mostrar aos criminosos incompetentes/competentes criminosos que votam o orçamento do país, apenas um pouco do que está em jogo, podemos ter alguma esperança de sermos de fato um Player e não um passageiro da política externa de outrem.
Ainda há muito o que fazer.
Off topic mas nem tanto.
Torço pelo Rafale pelo motivo mais simples. O não alinhamento automático aos que menos nos respeitam.
Debater é Preciso.
É preciso dotar a Marinha com GRANA e uma frota que faça o trabalho de guarda costeira.
Conto nos dedos de uma mão só as vezes em que vi a marinha patrulhando as áreas offshore (nos últimos 27 anos !!!).
É preciso que as bases da marinha tenham poder dissuasório aeronaval de fato e patrulhamento aéreo constante.
A aviação de patrulha da FAB ainda agora não pode ser chamada de dissuasória ou eficaz.
Por uma destas curvas da sorte o Lula resolveu nomear o Nélson Jobim. Se ele mirou no que viu, bem, o Bingo foi onde ele não viu.
Se Jobim como jurista conseguir mostrar aos criminosos incompetentes/competentes criminosos que votam o orçamento do país, apenas um pouco do que está em jogo, podemos ter alguma esperança de sermos de fato um Player e não um passageiro da política externa de outrem.
Ainda há muito o que fazer.
Off topic mas nem tanto.
Torço pelo Rafale pelo motivo mais simples. O não alinhamento automático aos que menos nos respeitam.
Debater é Preciso.
Editado pela última vez por Rock n Roll em Ter Dez 21, 2010 11:32 am, em um total de 1 vez.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Tito Lívio.
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- Registrado em: Ter Set 15, 2009 1:03 pm
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Re: GEOPOLÍTICA
Hader escreveu:Esta muito claro dentro do establishment norte-americano, já faz mais de 8 anos, que o oceano é a próxima fronteira de conflitos. Discute-se o assunto como uma re-edição da corrida pela conquista do wild-west americano. Tá lá, é só ir pegar. Quem não se precaver quanto a isso terá a sua própria Trail of Tears... Se isto fosse mais discutido aqui no fórum não teríamos as lamentáveis disputas insanas que vemos no tópico do FX. Mas eu tenho fé...
[]'s
A hora da ação já passou Mestre, temos que partir para a reação pró ativa em patrulhamento ostensivo e interceptação aérea e marítima.
Aí sim teremos manchetes e muitas, muitas surpresas.....
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Rússia apoia vaga para Índia no Conselho da ONU
terça-feira, 21 de dezembro de 2010 09:26 BRST
Por Alexei Anishchuk e Krittivas Mukherjee
NOVA DÉLHI (Reuters) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, apoiou nesta terça-feira a candidatura da Índia a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, num dia em que os dois países assinaram acordos sobre cooperação nuclear e militar.
Os governos de Nova Délhi e Moscou mantêm uma grande proximidade econômica e política desde os tempos da União Soviética, e há décadas os russos detêm praticamente um monopólio nas vendas militares para a Índia.
Mas agora, refletindo sua relevância no cenário internacional, o governo indiano quer reduzir sua dependência em relação a um só país. A crescente relação com os EUA, o que inclui um histórico acordo de cooperação nuclear civil, causou desconforto entre os russos.
EUA e França já manifestaram meses atrás seu apoio à presença da Índia no Conselho de Segurança da ONU. Por isso, tal aval já era esperado na visita de Medvedev a Nova Délhi.
"A Federação Russa apoia a Índia como candidato merecedor e forte a uma vaga permanente num Conselho de Segurança da ONU expandido", disse um comunicado conjunto.
A Índia pleiteia uma vaga no Conselho de Segurança -- o principal órgão da ONU -- refletindo sua importância econômica e demográfica. Outros países emergentes, como o Brasil, também reivindicam sua inclusão como membro permanente do Conselho, propondo sua ampliação.
O Conselho tem atualmente cinco membros permanentes com poder de veto -- Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos --, além de dez membros rotativos e sem direito a veto. A China, rival regional de Nova Délhi, tradicionalmente se opõe à reivindicação indiana.
ACORDOS
Num acordo assinado na terça-feira, os dois países se comprometem a desenvolver conjuntamente uma quinta geração de aviões caças, um negócio que pode valer dezenas de bilhões de dólares. Eles devem também ampliar a capacidade de uma usina nuclear com tecnologia russa no sul da Índia.
Os acordos formalizados já eram conhecidos de antemão, e nenhuma cifra financeira foi divulgada. Mas sua assinatura deve tranquilizar quem temia que a Índia estivesse rompendo muito rapidamente suas relações de defesa com o antigo aliado da Guerra Fria.
A Rússia também vê a Índia como contrapeso à China e como possível aliado no Afeganistão.
Acompanhado por uma grande delegação empresarial, Medvedev conversou com o primeiro-ministro Manmohan Singh e com a presidente do Partido do Congresso (governista), Sonia Gandhi. Sua agenda inclui ainda uma visita ao Taj Mahal e uma passagem por Mumbai, onde visitará o complexo cinematográfico conhecido como Bollywood.
Numa entrevista coletiva ao lado de Singh, o presidente russo lembrou que existe no seu país um canal que transmite filmes indianos em tempo integral.
"Acho que isso só existe na Índia e na Rússia", afirmou.
(Reportagem adicional de Henry Foy)
terça-feira, 21 de dezembro de 2010 09:26 BRST
Por Alexei Anishchuk e Krittivas Mukherjee
NOVA DÉLHI (Reuters) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, apoiou nesta terça-feira a candidatura da Índia a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, num dia em que os dois países assinaram acordos sobre cooperação nuclear e militar.
Os governos de Nova Délhi e Moscou mantêm uma grande proximidade econômica e política desde os tempos da União Soviética, e há décadas os russos detêm praticamente um monopólio nas vendas militares para a Índia.
Mas agora, refletindo sua relevância no cenário internacional, o governo indiano quer reduzir sua dependência em relação a um só país. A crescente relação com os EUA, o que inclui um histórico acordo de cooperação nuclear civil, causou desconforto entre os russos.
EUA e França já manifestaram meses atrás seu apoio à presença da Índia no Conselho de Segurança da ONU. Por isso, tal aval já era esperado na visita de Medvedev a Nova Délhi.
"A Federação Russa apoia a Índia como candidato merecedor e forte a uma vaga permanente num Conselho de Segurança da ONU expandido", disse um comunicado conjunto.
A Índia pleiteia uma vaga no Conselho de Segurança -- o principal órgão da ONU -- refletindo sua importância econômica e demográfica. Outros países emergentes, como o Brasil, também reivindicam sua inclusão como membro permanente do Conselho, propondo sua ampliação.
O Conselho tem atualmente cinco membros permanentes com poder de veto -- Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos --, além de dez membros rotativos e sem direito a veto. A China, rival regional de Nova Délhi, tradicionalmente se opõe à reivindicação indiana.
ACORDOS
Num acordo assinado na terça-feira, os dois países se comprometem a desenvolver conjuntamente uma quinta geração de aviões caças, um negócio que pode valer dezenas de bilhões de dólares. Eles devem também ampliar a capacidade de uma usina nuclear com tecnologia russa no sul da Índia.
Os acordos formalizados já eram conhecidos de antemão, e nenhuma cifra financeira foi divulgada. Mas sua assinatura deve tranquilizar quem temia que a Índia estivesse rompendo muito rapidamente suas relações de defesa com o antigo aliado da Guerra Fria.
A Rússia também vê a Índia como contrapeso à China e como possível aliado no Afeganistão.
Acompanhado por uma grande delegação empresarial, Medvedev conversou com o primeiro-ministro Manmohan Singh e com a presidente do Partido do Congresso (governista), Sonia Gandhi. Sua agenda inclui ainda uma visita ao Taj Mahal e uma passagem por Mumbai, onde visitará o complexo cinematográfico conhecido como Bollywood.
Numa entrevista coletiva ao lado de Singh, o presidente russo lembrou que existe no seu país um canal que transmite filmes indianos em tempo integral.
"Acho que isso só existe na Índia e na Rússia", afirmou.
(Reportagem adicional de Henry Foy)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
Pura verdade Rock! Se você tivesse visto a papelada sobre o ártico que passou por estas mãos aqui... Se eu fosse canadense estaria revendo muitas posições do meu governo. Nós brasileiros? Temos que buscar aquilo que a MB nos aponta ja faz um tempo. Feliz do país que tem uma instituição como a MB. O que nos falta é homens públicos com esta mesma envergadura moral e patriótica. Mas não nos furtemos de fazer nossa parte, ainda que quântica, e transformar espaços como o DB em pontas de lança desta transformação. É esta enorme responsabilidade que nos espreita todos os dias aqui, e que uns e outros parecem fazer questão de ignorar.Rock n Roll escreveu:Hader escreveu:Esta muito claro dentro do establishment norte-americano, já faz mais de 8 anos, que o oceano é a próxima fronteira de conflitos. Discute-se o assunto como uma re-edição da corrida pela conquista do wild-west americano. Tá lá, é só ir pegar. Quem não se precaver quanto a isso terá a sua própria Trail of Tears... Se isto fosse mais discutido aqui no fórum não teríamos as lamentáveis disputas insanas que vemos no tópico do FX. Mas eu tenho fé...
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A hora da ação já passou Mestre, temos que partir para a reação pró ativa em patrulhamento ostensivo e interceptação aérea e marítima.
Aí sim teremos manchetes e muitas, muitas surpresas.....
Grande abraço! Oil Rocks!
- Carlos Lima
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Re: GEOPOLÍTICA
Brazil's Rising Star...
Brazil's Rising Star
December 12, 2010 5:20 PM
As the U.S. and most of the world's countries limp along after the crippling recession, Brazil is off and running with jobs, industry, and resources. Steve Kroft reports.
[]s
CB_Lima
Brazil's Rising Star
December 12, 2010 5:20 PM
As the U.S. and most of the world's countries limp along after the crippling recession, Brazil is off and running with jobs, industry, and resources. Steve Kroft reports.
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CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima
- Rock n Roll
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Re: GEOPOLÍTICA
Hader escreveu:Pura verdade Rock! Se você tivesse visto a papelada sobre o ártico que passou por estas mãos aqui... Se eu fosse canadense estaria revendo muitas posições do meu governo. Nós brasileiros? Temos que buscar aquilo que a MB nos aponta ja faz um tempo. Feliz do país que tem uma instituição como a MB. O que nos falta é homens públicos com esta mesma envergadura moral e patriótica. Mas não nos furtemos de fazer nossa parte, ainda que quântica, e transformar espaços como o DB em pontas de lança desta transformação. É esta enorme responsabilidade que nos espreita todos os dias aqui, e que uns e outros parecem fazer questão de ignorar.Rock n Roll escreveu:
A hora da ação já passou Mestre, temos que partir para a reação pró ativa em patrulhamento ostensivo e interceptação aérea e marítima.
Aí sim teremos manchetes e muitas, muitas surpresas.....
Grande abraço! Oil Rocks!
Os recíprocos e devidos amplexos muito repetidos. Aguarde o novo nome do campo de Tupy...
Eu acredito que faço parte da/na construção de um país melhor.
Com suor, liberdade de expressão e muito debate.
Debater é Preciso.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Tito Lívio.