tanques e blindados
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Re: tanques e blindados
Interessantíssimo o relato, JL. Somo-me à tua solicitação de relatos de testes AT no EB. Mas vou me prender ao começo do texto: eram alguns tanques leves e dois pelotões de Infantaria fortemente armados (não sei o que o autor considera 'fortemente armados') e sob apoio de artilharia obus 152 e mrt 82. O que essa gente toda ficou fazendo enquanto os tanques atacavam? Eu imagino muito bem! Então, muitos dos disparos PODEM ter sido efetuados FORA DOS PARÂMETROS considerados ótimos para sua missão, em termos de ângulo, distância (qualquer munição explosiva tem um tempo mínimo para armar a espoleta, com o fito de proteger o atirador), etc. Não deve ser essa moleza toda ficar calmamente fazendo 'tiro ao pato' nos tanques enquanto granadas arrebentam em torno e voa bala para tudo o que é lado. A Infantaria 'Charlie', como aliás qualquer Infantaria do mundo que acompanhe tanques, por certo estaria preferencialmente buscando e atirando em armas AT e seus operadores. E isso, além das baixas, obviamente degrada a capacidade de atirar conforme o treinamento. Sem falar na absurda quantidade de falhas nos RPGs ianques. Se vários falharam simplesmente em DISPARAR, quantos outros não terão, mesmo partindo do tubo, apresentado falhas NA DETONAÇÃO DA OGIVA? Porque é fato SABIDO que a blindagem do anfíbio PT-76 é mesmo 'casca de ovo', para mim as pistas para o entendimento do ocorrido são:
A duvidosa efetividade de suas munições AT em função do número de falhas DE DISPARO apresentadas. Assim, podemos crer que mesmo as que dispararam poderiam ter falhado NA DETONAÇÃO. Será porque foram desenhadas para outro clima que não o úmido e quente Vietnam?
A pontaria. os tanques tinham cobertura de artilharia e Infantaria. Isso complica um bocado a solução de tiro para quem está sob ataque.
Para finalizar, não haviam tanques nem apoio aéreo do lado ianque. Isso mostra a fragilidade da Infantaria, mesmo fortemente armada com RPGs, diante de um ataque blindado, mesmo que levado a cabo por tanques com blindagem pouco superior à de um carro-forte de banco mas dentro das melhores diretrizes táticas. O fato é que ele também está atirando, como foi demonstrado, e isso é um fator complicador a mais para a defesa...
A duvidosa efetividade de suas munições AT em função do número de falhas DE DISPARO apresentadas. Assim, podemos crer que mesmo as que dispararam poderiam ter falhado NA DETONAÇÃO. Será porque foram desenhadas para outro clima que não o úmido e quente Vietnam?
A pontaria. os tanques tinham cobertura de artilharia e Infantaria. Isso complica um bocado a solução de tiro para quem está sob ataque.
Para finalizar, não haviam tanques nem apoio aéreo do lado ianque. Isso mostra a fragilidade da Infantaria, mesmo fortemente armada com RPGs, diante de um ataque blindado, mesmo que levado a cabo por tanques com blindagem pouco superior à de um carro-forte de banco mas dentro das melhores diretrizes táticas. O fato é que ele também está atirando, como foi demonstrado, e isso é um fator complicador a mais para a defesa...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: tanques e blindados
Se forem disparos frontais, eu arriscaria olhar o ângulo das chapas de blindagem dos PTs russos.
Parecem o gume de uma faca.
Uma munição resvalaria ali com facilidade.
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Re: tanques e blindados
Dai é que eu não entendo o Guarani com canhão de 90mm. O Sprut D mais sofisticado tem um mais potente e ainda é anfíbio como era o PT76.
Vou ter que ler Tecnologia e Defesa com muita atenção para me convencer do 90mm e não o de 105mm.
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Re: tanques e blindados
Caro Tulio, coloquei apenas fragmentos do texto, é um capítulo inteiro. Tem um outro capítulo também interessante que é uma emboscada dos vietcongs contra um comboio, escoltado por carros M113. E os M113 não se sairam tão bem. Agora quanto as suas perguntas.
Creio que o armamento da infantaria norte vietnamita era o clássico Ak 47 com muita munição, granadas de mão, metralhadoras soviéticas, tinha inclusive uma de 12,7 mm que disparava traçantes verdes, bastante mencionada no texto. A tinha apoio aéreo sim, mas os ataques eram fora do perímetro do campo, pois estes carros do relato estavam junto da tropa. A o contigente americano era pequeno tinha muito vietnamitas do sul.
Concordo com você Túlio o clima com muita chuva e úmidade devem ter degradado as M72. Agora isso serve para o Brasil, será que um AT 4 ficando uma semana no relento da madrugada e pegando um chuva amazônica dispara bem depois.
Carlos, além do ângulo, talvez o segredo do PT 76 sejam certos compartimentos estanques do casco, feitos para da flutuabilidade ao carro que é um bom anfíbio. Estes espaços vazios absorvem o jato HEAT impedindo que ele atingisse pontos vitais. Mas é impressionante. Teve um tiro que atingiu o lado e a blindagem é de menos de 10 mm.
Creio que o armamento da infantaria norte vietnamita era o clássico Ak 47 com muita munição, granadas de mão, metralhadoras soviéticas, tinha inclusive uma de 12,7 mm que disparava traçantes verdes, bastante mencionada no texto. A tinha apoio aéreo sim, mas os ataques eram fora do perímetro do campo, pois estes carros do relato estavam junto da tropa. A o contigente americano era pequeno tinha muito vietnamitas do sul.
Concordo com você Túlio o clima com muita chuva e úmidade devem ter degradado as M72. Agora isso serve para o Brasil, será que um AT 4 ficando uma semana no relento da madrugada e pegando um chuva amazônica dispara bem depois.
Carlos, além do ângulo, talvez o segredo do PT 76 sejam certos compartimentos estanques do casco, feitos para da flutuabilidade ao carro que é um bom anfíbio. Estes espaços vazios absorvem o jato HEAT impedindo que ele atingisse pontos vitais. Mas é impressionante. Teve um tiro que atingiu o lado e a blindagem é de menos de 10 mm.
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Re: tanques e blindados
Pessoal a minha tropa usa o LAW individualmente, ou seja, todos os atiradores têm o seu (excepto os homens das ML). O que eu penso do LAW? É uma arma pouco precisa, pouco potente e que tem muito pouca capacidade real para fazer seja o que for. E olhem que o nosso alvo era um velho M-113 que já devia ter levado com uma quantidade impressionante de LAW em cima.
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Re: tanques e blindados
Carlos Mathias, foram relatados até disparos mal-sucedidos contra A TRASEIRA, que é achatada ou levemente inclinada como a da maioria dos tanques. Idem no que tange as laterais. Para mim foi uma combinação de munição em mau estado com o problema de fazer boa pontaria e atirar dentro dos melhores parâmetros estando sob fogo pesado. O PT-76, em qualquer de suas versões, pode ter sua fina blindagem perfurada até por metralhadoras .50 e mesmo de longe, POWS!!!
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Re: tanques e blindados
Túlio, o M-113 não fica longe com sua blindagem original.
Aliás, os VBTPs de hoje também protegem contra armas eleves e estilhaços.
Mas deve ter sido realmente uma combinação destes fatores, além dos EUA a meu ver não terem tanta experiência em armas do tipo RPG, não tanto quanto os russos, cuja doutrina preconizava o uso maciço pela infantaria destas versáteis armas.
Aliás, os VBTPs de hoje também protegem contra armas eleves e estilhaços.
Mas deve ter sido realmente uma combinação destes fatores, além dos EUA a meu ver não terem tanta experiência em armas do tipo RPG, não tanto quanto os russos, cuja doutrina preconizava o uso maciço pela infantaria destas versáteis armas.
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Re: tanques e blindados
Carlos Mathias escreveu:Túlio, o M-113 não fica longe com sua blindagem original.
Aliás, os VBTPs de hoje também protegem contra armas eleves e estilhaços.
Mas deve ter sido realmente uma combinação destes fatores, além dos EUA a meu ver não terem tanta experiência em armas do tipo RPG, não tanto quanto os russos, cuja doutrina preconizava o uso maciço pela infantaria destas versáteis armas.
Ei, acho que agora entendi o que querias dizer, graças à citação do M113, na prática uma grande caixa de sapatos de alumínio sobre lagartas. Sim, o arco frontal do PT-76 tem uma excelente angulação e a torre, mesmo sendo fundida, também tem todos os lados bem inclinados. Concordo, acrescento por conseguinte este fator - somado ao mau estado dos RPGs - como importante para o que ocorreu no caso citado pelo JL.
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Re: tanques e blindados
O RPG não era da Caramuru, e deu chabu
Como anda os testes desses RPG´s sob o clima tropical brasileiro? Existe algum estudo? Eles não ficam lacrados?
Como anda os testes desses RPG´s sob o clima tropical brasileiro? Existe algum estudo? Eles não ficam lacrados?
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: tanques e blindados
Penso que a munição .50 seria mais perigosa para o PT 76 do que o projétil HEAT, explico a munição que depende da sua energia cinética para perfurar a blindagem não tem tantos problemas com o espaçamento da blindagem ou com a grade do tipo gaiola que se esta usando agora. O projétil fura a primeira chapa, passa pelo vazio e bate na outra furando. Além do mais o carro seria atingido por vários tiros que furariam e sofreriam ricochete no interior do carro.
Já a ogiva HEAT terrível contra uma chapa única e no impacto perpendicular, se bater meio de lado em uma chapa fina, vai detonar, porém o jato HEAT se dispersa no vazio do compartimento estanque por trás da primeira chapa, sem conseguir perfurar a segunda chapa, apenas a queimando. Isso é o que imagino que aconteceu, funcionaria de forma similar a blindagem gaiola que estão usando no Afeganistão. Isso é interessante porque a torre do Leo 1A5 tem uma blindagem espaçada na torre. Por isso penso que a torre do Leo 1A5 deve aguentar os disparos de uma LAW.
Já a ogiva HEAT terrível contra uma chapa única e no impacto perpendicular, se bater meio de lado em uma chapa fina, vai detonar, porém o jato HEAT se dispersa no vazio do compartimento estanque por trás da primeira chapa, sem conseguir perfurar a segunda chapa, apenas a queimando. Isso é o que imagino que aconteceu, funcionaria de forma similar a blindagem gaiola que estão usando no Afeganistão. Isso é interessante porque a torre do Leo 1A5 tem uma blindagem espaçada na torre. Por isso penso que a torre do Leo 1A5 deve aguentar os disparos de uma LAW.
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Re: tanques e blindados
No arco frontal eu acredito, como disse...
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Re: tanques e blindados
Seja como for a história é incrivel quase inacreditável. Um carro de combate leve com blindagem fina bancando um verdadeiro Tiger.
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Re: tanques e blindados
JL escreveu: ................................
Isso é interessante porque a torre do Leo 1A5 tem uma blindagem espaçada na torre. Por isso penso que a torre do Leo 1A5 deve aguentar os disparos de uma LAW.
JL,
não sei exatamente qual a finalidade (ou se realmente funciona como tal....), mas não é blindagem....
São só chapas de uma borracha espessa, uns 5 cm, e pouco maleável.
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Re: tanques e blindados
Caro amigo Eligioep.
Diante da sua afirmação, fico imaginando que você examinou o carro de combate de perto. Não tive a oportunidade de ver este veículo, apenas conheço pela literatura e pelo que leio aqui e ali na Net. Para tentar responder este enigma, fui procurar no meu material, encontrei a revista Tecnologia e Defesa nº108, onde na página 26, tem um artigo do nosso forista e papa dos blindados Reginaldo Bacchi. Segundo o artigo o Leopard 1A5 origina-se de uma modernização de 1224 carros do padrão A1 que passaram para o padrão A5, transcrevo o texto: “os veículos da série A1 receberam blindagem adicional na torre para mantê-la com a mesma capacidade balística da A2 e seguintes. Essa blindagem adicional foi feita em chapa de aço balístico fixada na lateral e na traseira da torre com coxins de borracha intermediários.” Por ventura será que dentro desta borracha de 5 cm de espessura não tem aço?
Independente do que seja qualquer anteparo antes da blindagem tem o papel de receber o impacto preventivamente antes que o projétil toque a blindagem principal. Talvez este antepara faça algum efeito com um projétil tipo HESH, que é mole e se amassa contra a blindagem antes de explodir. Isso é apenas uma hipótese, sem qualquer base.
Diante da sua afirmação, fico imaginando que você examinou o carro de combate de perto. Não tive a oportunidade de ver este veículo, apenas conheço pela literatura e pelo que leio aqui e ali na Net. Para tentar responder este enigma, fui procurar no meu material, encontrei a revista Tecnologia e Defesa nº108, onde na página 26, tem um artigo do nosso forista e papa dos blindados Reginaldo Bacchi. Segundo o artigo o Leopard 1A5 origina-se de uma modernização de 1224 carros do padrão A1 que passaram para o padrão A5, transcrevo o texto: “os veículos da série A1 receberam blindagem adicional na torre para mantê-la com a mesma capacidade balística da A2 e seguintes. Essa blindagem adicional foi feita em chapa de aço balístico fixada na lateral e na traseira da torre com coxins de borracha intermediários.” Por ventura será que dentro desta borracha de 5 cm de espessura não tem aço?
Independente do que seja qualquer anteparo antes da blindagem tem o papel de receber o impacto preventivamente antes que o projétil toque a blindagem principal. Talvez este antepara faça algum efeito com um projétil tipo HESH, que é mole e se amassa contra a blindagem antes de explodir. Isso é apenas uma hipótese, sem qualquer base.
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