Crise Econômica Mundial

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61324
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6593 vezes
Contato:

Re: Crise Econômica Mundial

#2176 Mensagem por Túlio » Seg Dez 06, 2010 1:08 am

EUA: O fedor da decadência económica fica cada vez mais forte

por Paul Craig Roberts [*]



Na véspera do dia de ação de graças o jornal em língua inglesa China Daily e People's Daily Online informaram que a Rússia e a China havia efetuado um acordo para abandonar a utilização do US dólar no seu comércio bilateral e usaram as suas próprias divisas em substituição. Os russos e os chineses disseram que haviam dado este passo a fim de isolar as suas economias dos riscos que minaram a sua confiança no US dólar como divisa de reserva mundial.

Isto é grande notícia, especialmente no período de poucas notícias do feriado do dia de acção de graças, mas não a vi relatada na Bloomberg, CNN, New York Times ou em qualquer media impresso ou na TV dos EUA. A cabeça do avestruz permanece na areia.

Anteriormente, a China concluíra o mesmo acordo com o Brasil.

Como a China tem uma grande e crescente provisão de dólares com os excedentes comerciais com os quais comercia, a China está a indicar que prefere rublos russos e reais brasileiros a mais US dólares.

A imprensa financeira americana consola-se com os episódios em que a dívida soberana amedronta a UE e remete o dólar para cima contra o euro e a libra esterlina. Mas estes movimentos de divisas são apenas medidas de atores financeiros a protegerem-se de dívidas perturbadas denominadas em euros. Eles não medem a força do dólar.

O papel do dólar como divisa mundial de reserva é um dos principais instrumentos da hegemonia financeira americana. Não nos disseram quanto dano a fraude da Wall Street infligiu às instituições financeiras da UE, mas os países da UE já não necessitam do US dólar para comerciarem entre si pois partilham uma divisa comum. Uma vez que os países da OPEP cessem de manter os dólares com que são pagos pelo petróleo, a hegemonia do dólar ter-se-á desvanecido.

Outro instrumento da hegemonia financeira americana é o FMI. Sempre que um país não pode honrar suas dívidas e reembolsar os bancos americanos, entra o FMI com um pacote de austeridade que esmaga a população do país com impostos mais altos e cortes em programas de educação, cuidados médicos e apoio ao rendimento até que os banqueiros obtenham o seu dinheiro de volta.

Isto está agora a acontecer à Irlanda e provável que se propague a Portugal, Espanha e talvez mesmo a França. Após a crise financeira causada pela América, o papel do FMI como uma ferramenta do imperialismo estadunidense é cada vez menos aceitável. O fato poderá tornar-se evidente quando os governos não puderem mais liquidar os seus povos em benefício dos bancos americanos.

Há outros sinais de que alguns países estão a cansar-se da utilização irresponsável do poder por parte da América. Governos civis da Turquia há muito têm estado sob o controle dos militares turcos influenciados pela América. Contudo, recentemente o governo civil atuou contra dois altos generais e um almirante suspeitos de envolvimento no planejamento de um golpe. O governo civil afirmou-se mais uma vez quando o primeiro-ministro anunciou no dia de ação de graças que a Turquia está preparada para reagir a qualquer ofensiva israelense contra o Líbano. Eis aqui um aliado da NATO americana a libertar-se da suserania americana exercida através dos militares turcos. Quem sabe a Alemanha podia ser o próximo.

Enquanto isso, na América a administração Obama conseguiu propor uma Comissão do Déficit cujos membros querem pagar as guerras de muitos trilhões de dólares que estão a enriquecer o complexo militar/segurança e o muitos bilhões de dólares dos salvamentos do sistema financeiro através da redução de aumentos anuais da Segurança Social conforme o custo de vida, da elevação da idade de aposentadoria para 69 anos, do fim da dedução do juro hipotecário, do fim da dedução fiscal de seguro de saúde proporcionado pelo empregador, da imposição de um imposto federal sobre vendas de 6,5 por cento, enquanto corta a taxa fiscal de topo para os ricos.

Mesmo as baixas taxas de juro do Federal Reserve são destinadas a ajudar os banksters [1] . As baixas taxas de juro privam os reformados e aqueles que vivem das suas poupanças do rendimento do juro. As baixas taxas de juro também privaram pensões corporativas de financiamento. Para colmatar o fosso há corporações que estão a emitir bilhões de dólares em títulos corporativos a fim de financiar as suas pensões. A dívida corporativa está a aumentar, mas não as instalações e equipamentos que produziriam receitas para o serviço da dívida. À medida que a economia piora, servir a dívida adicional será um problema.

Além disso, os idosos da América estão a descobrir que cada vez menos médicos os aceitarão como pacientes pois um corte de 23 por cento prepara-se nos já baixos pagamentos do Medicare aos médicos.

O governo americano só tem recursos para guerras de agressão, intrusões de estado policial e salvamentos de banksters ricos. O cidadão americano tornou-se um mero sujeito a ser sangrado para as oligarquias dominantes.

A atitude de estado policial do Ministério da Segurança Interna em relação a viajantes de linhas aéreas é uma clara indicação de que os americanos já não são cidadãos com direitos mas sujeitos sem direitos. Ainda virá o dia talvez em que americanos oprimidos tomarão as ruas como os franceses, os gregos, os irlandeses e os britânicos.

29/Novembro/2010

[1] Banksters: banqueiros+gangsters.

[*] Foi editor do Wall Street Journal e secretário assistente do Tesouro dos EUA. Seu livro mais recente é How the Economy Was Lost . Contacto: PaulCraigRoberts@yahoo.com

O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/roberts11292010.html




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Crise Econômica Mundial

#2177 Mensagem por soultrain » Seg Dez 06, 2010 7:14 am

Salvar o euro com os seus 16 países "é o melhor para os alemães"
06 Dezembro 2010 | 07:54
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt


Berlim mudou de discurso: a Alemanha tem de salvar o euro para se salvar a si mesma. E isso significa manter todos os 16 países a "bordo".
Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças e o mais experiente membro do Governo de Angela Merkel, prepara-se para dar uma guinada notável no seu discurso e na forma como Berlim tem vindo a explicar aos seus eleitores e contribuintes cada vez mais descontentes os pacotes de ajuda dados à Grécia e à Irlanda - e que poderão em breve vir a ter de ser estendidos a mais países do euro.

Depois do dramatismo de Merkel, que avisou que o fim do euro poderia ser o fim do projecto europeu - e, nessa medida, da paz que este tem garantido à Europa - Schäuble decidiu falar directamente ao bolso dos alemães e explicar que são eles os que têm tirado maior proveito do euro e que, consequentemente, mais teriam a perder com o seu fim e com o eventual regresso do marco.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
cabeça de martelo
Sênior
Sênior
Mensagens: 39243
Registrado em: Sex Out 21, 2005 10:45 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 2794 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2178 Mensagem por cabeça de martelo » Seg Dez 06, 2010 11:56 am

Uma perspectiva global e ao mesmo tempo histórica:





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55184
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceram: 2409 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2179 Mensagem por P44 » Seg Dez 06, 2010 4:10 pm

Últimas
Portugal, Grécia e Irlanda terão de reestruturar dívida

Professor da Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do FMI diz que Zona Euro está em negação

Portugal, Grécia e Irlanda terão, muito provavelmente, de reestruturar a sua dívida, ainda que os responsáveis políticos digam que estes países têm as ferramentas suficientes para dar a volta à situação, afirma o professor da Universidade de Harvard, Kenneth Rogoff.

Em entrevista à Bloomberg, o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que «eles não podem simplesmente estar num estado de negação», afirmou à Bloomberg TV. «Eles tentaram garantir tudo para dizer: Bom, a Alemanha apoia isto e o FMI também, é inconcebível que um país da Zona Euro reestruture a sua dívida. Teremos muita sorte se conseguirmos evitar a reestruturação» em países como Grécia, Irlanda e Portugal, disse.

O professor comentou também a reunião do Eurogrupo que decorre esta segunda-feira à tarde em Bruxelas, onde os ministros das Finanças da Zona Euro vão discutir um possível aumento do valor do fundo de resgate europeu, como defende o FMI. A Alemanha e a França disseram já não ver necessidade para esse reforço. Para Rogoff, a chanceler alemã, Angela Merkel, tem «falado sensatamente».

Merkel tem dito: «Temos de olhar à frente, para o fim do jogo. Vai haver uma reestruturação de dívida, como vamos lidar com isso?», explica Rogoff. «Mas mais ninguém quer falar disso».

Na mesma entrevista, o antigo economista-chefe do FMI considerou que os testes de stress levados a cabo sobre a banca europeia em Julho foram «realmente assustadores» e «patéticos».

«Disseram-nos que estavam todos bem, que não havia razões para nos preocuparmos», lembra. «Agora a credibilidade deles é a menor de sempre».
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/mer ... -1727.html




Triste sina ter nascido português 👎
Avatar do usuário
FoxTroop
Sênior
Sênior
Mensagens: 1477
Registrado em: Qui Mai 27, 2010 11:56 am
Localização: Portugal
Agradeceram: 112 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2180 Mensagem por FoxTroop » Seg Dez 06, 2010 8:18 pm

Government can’t print money properly
By Zachary Roth

As a metaphor for our troubled economic and financial era -- and the government's stumbling response -- this one's hard to beat. You can't stimulate the economy via the money supply, after all, if you can't print the money correctly.

Because of a problem with the presses, the federal government has shut down production of its flashy new $100 bills, and has quarantined more than 1 billion of them -- more than 10 percent of all existing U.S. cash -- in a vault in Fort Worth, Texas, reports CNBC.

"There is something drastically wrong here," one source told CNBC. "The frustration level is off the charts."

[Related: Money fair showcases $100,000 bill]

Officials with the Treasury and the Federal Reserve had touted the new bills' sophisticated security features that were 10 years in the making, including a 3-D security strip and a color-shifting image of a bell, designed to foil counterfeiters. But it turns out the bills are so high-tech that the presses can't handle the printing job.


More than 1 billion unusable bills have been printed. Some of the bills creased during production, creating a blank space on the paper, one official told CNBC. Because correctly printed bills are mixed in with the flawed ones, even the ones printed to the correct design specs can't be used until they 're sorted. It would take an estimated 20 to 30 years to weed out the defective bills by hand, but a mechanized system is expected to get the job done in about a year.

[Related: Design firm seeks to rebrand dollar with Obama's image]

Combined, the quarantined bills add up to $110 billion -- more than 10 percent of the entire U.S. cash supply, which now stands at around $930 billion.

The flawed bills, which cost around $120 million to print, will have to be burned.

The new bills are the first to include Treasury Secretary Tim Geithner's signature. In order to prevent a shortfall,the government has ordered production of the old design, which includes the signature of Bush administration Treasury Secretary Henry Paulson. That, surely, is not the only respect in which the nation's lead economic officials would like to turn back the clock to sometime before the 2008 financial crisis
:lol: :lol: :lol: :lol: Olha-me esta. Com que então..... O pessoal anda distraido, muito distraido




Imagem
Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Crise Econômica Mundial

#2181 Mensagem por soultrain » Seg Dez 06, 2010 10:22 pm

Nem dinheiro eles sabem fazer mais :shock: , isto é incrível mesmo :roll: :roll: :roll: :roll:





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61324
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6593 vezes
Contato:

Re: Crise Econômica Mundial

#2182 Mensagem por Túlio » Qua Dez 08, 2010 8:41 am

Olha as Treasuries aí, ó:

Bolsas asiáticas deslizam após venda de bônus dos EUA

08 de dezembro de 2010 • 08h01 • atualizado 08h24

As bolsas de valores da Ásia encerraram em queda nesta quarta-feira, pressionadas por baixa acentuada nos títulos do Tesouro americano (Treasuries) que impulsionou o dólar contra o iene e o euro e fez investidores optarem por ativos de risco menor. O índice MSCI que reúne bolsas da região Ásia-Pacífico, com exceção do Japão, teve baixa de 1,25%, a 463,64 pontos.
Apesar disso, o indicador acumula valorização de cerca de 12% no ano, ainda à frente do índice MSCI de ações globais.
Os preços dos Treasuries dos EUA despencaram em resposta à proposta do presidente americano Barack Obama de prorrogar por dois anos reduções de impostos, medida que pode apoiar a economia no curto prazo mas pode aumentar a dívida nacional no longo prazo. Os preços de dívida ao redor do mundo caíram diante da venda acima da esperada dos Treasuries.
"Os cortes de impostos mudaram o cenário", disse Arihiro Nagata, gerente de renda fixa no Sumitomo Mitsui Banking Corp. "Muitas pessoas estão agora alterando suas perspectivas. Muitos economistas estão dizendo que as reduções de impostos vão impulsionar o crescimento dos EUA em 0,5 a 1 ponto percentual".
Mas o custo dessas reduções tributárias vão provavalmente ampliar o déficit americano, o que fez investidores venderem bônus para elevar os prêmios de risco sobre a dívida dos EUA.
"Está se tornando cada vez mais claro que os EUA estão tomando um caminho muito diferente em relação aos europeus sobre o problema de dívida (...) Eles estão reinflacionando o caminho de saída enquanto os europeus estão indo na direção oposta", disse o estrategista do ANZ, Grant Turley.
O dólar subiu contra o iene e a maior parte das outras divisas asiáticas. Com o iene mais fraco, as ações de empresas exportadoras em Tóquio receberam impulso e o mercado japonês encerrou em alta de 0,9%, a 10.232 pontos.
Enquanto isso, vários mercados acionários da Ásia fecharam em queda diante da surpresa e do volume da venda de bônus dos EUA que adicionou incerteza rumo ao final do ano.
A bolsa de Seul recuou 0,35%, também pressionada em alguns momentos por informação sobre um exercício militar da Coreia do Norte.
Fraqueza em papéis atrelados a commodities pressionou a bolsa de Hong Kong, que perdeu 1,43%, a 23.092 pontos.
A bolsa de Xangai caiu 0,95%, Taiwan teve oscilação negativa de 0,01%, Sydney encerrou em baixa de 0,57% e Cingapura foi na contra-mão, fechando em alta de 0,34%.

Reuters News




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2183 Mensagem por Bourne » Qua Dez 08, 2010 10:54 am

O objetivo do Obama é fazer a economia crescer. Os mercados que se danem. Semelhante ao que um país em desenvolvimento faria.




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61324
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6593 vezes
Contato:

Re: Crise Econômica Mundial

#2184 Mensagem por Túlio » Qua Dez 08, 2010 11:22 am

Mas até que ponto ele PODE se dar ao luxo de agir como um País subdesenvolvido? O que isso irá custar à sua moeda e suas benditas Treasuries? Credibilidade é ou não é tudo?




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2185 Mensagem por Bourne » Qua Dez 08, 2010 11:35 am

Não importa. É um custo aceitável. O compromisso dos norte-americanos é com os norte-americanos. Desvalorizar a moeda não é apenas aceitável, mas desejável e ajuda a economia crescer e gerar empregos. A dívida externa é em dólares é como se fosse dívida interna. A desvalorização não representa tantos custos, ao contrário, pode reduzir o endividamento. Para aqueles países que detém a moeda vinculada ao dólar de alguma como Brasil, China, Coréia e outros não faz muita diferença. Para os que não como Japão e UE é uma pancada.




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61324
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6593 vezes
Contato:

Re: Crise Econômica Mundial

#2186 Mensagem por Túlio » Qua Dez 08, 2010 11:47 am

Como não faz muita diferença? Se o dólar cai o real, o yuan e o won sobem, perdendo competitividade justamente para os ianques. Ademais, sendo as reservas em dólares, elas se desvalorizam também. E NÓS não fabricamos DÓLARES... :?




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Crise Econômica Mundial

#2187 Mensagem por soultrain » Qua Dez 08, 2010 11:57 am

Schmidt
Merkel tem sido “pouco hábil”, diz ex-chanceler alemão

Económico com Lusa
07/12/10 15:08

Juncker é dos poucos que escapa às críticas de Schmidt.

Helmut Schmidt critica o comportamento do governo alemão durante a crise financeira e lamenta "a falta de políticos com visão" na Europa.

"Faltam personalidades dirigentes na Europa, pessoas em altos cargos que dominem as questões nacionais e internacionais e tenham bom senso suficiente", disse Schmidt, de 91 anos, em entrevista ao jornal Handelsblatt.

Uma das excepções, segundo o antigo chanceler social-democrata, é o primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker.

"No entanto, o seu país é pequeno demais para desempenhar um papel substancial", comentou Schmidt.

Quanto à chanceler alemã Angela Merkel "tem sido pouco hábil" durante a crise e o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, "percebe de questões relacionadas com o orçamento e de questões fiscais, mas os mercados internacionais de capitais e moedas, o sistema bancário ou a supervisão dos bancos são novos para ele", afirmou Schmidt, que é economista.

O ex-chanceler atribuiu ainda a actual crise da moeda única ao facto de o Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia "não ter força de lei, e ser apenas um acordo entre governos".

Simultaneamente, reconheceu que "não ajudou nada" que a Alemanha e a França tenham violado as regras do Pacto, na primeira metade desta década.

"Angela Merkel gostaria de poder corrigir esse erro, mas as suas hipóteses de sucesso são muito reduzidas", afirmou Schmidt.

O homem que foi um dos pioneiros do euro, ao introduzir o seu antecessor, o ecu, em conjunto com o Presidente francês Valery Giscard D'Estaing. Sublinhou que a moeda única continua a ter o seu "total apoio", embora ache que foram admitidos demasiados países" na União Económica e Monetária.

Se não houvesse euro, "a Alemanha teria sido alvo de especulações contra o marco pelo menos uma ou duas vezes, nos últimos 20 anos, de uma dimensão muito maior do que aquelas a que se assistiu contra a Grécia e a Irlanda", referiu Schmidt.

O ex-chanceler e agora editor do semanário Die Zeit criticou também duramente o banco central alemão (Bundesbank), acusando os seus membros de serem "reaccionários" e "contra a integração europeia".

Na opinião de Schmidt, os administradores do Bundesbank "não pensam de forma verdadeiramente liberal e tendem a agir demasiado a favor dos interesses nacionais, por não entenderem a importância estratégica" da integração europeia.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2188 Mensagem por Bourne » Qua Dez 08, 2010 11:59 am

O efeito é muito menor que para outras moedas fortes. De alguma forma direta (como yuan) ou indireta (real e won) são mais vinculadas ao dólar. Quem sobre com a desvalorização do dólar é o euro e yene. O foco deles é principalmente competir com o velho mundo desenvolvido e alguns setores dos em desenvolvimento.




Avatar do usuário
P44
Sênior
Sênior
Mensagens: 55184
Registrado em: Ter Dez 07, 2004 6:34 am
Localização: O raio que vos parta
Agradeceram: 2409 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2189 Mensagem por P44 » Qua Dez 08, 2010 4:05 pm

e o DAX já passou os 7000 pontos :roll: , está tudo muito mau mas parece um foguetão...a Alemanha vai levar toda a Europa á miséria, desde que eles se safem

Ah, ó Fuhrer, se tivesses esperto no cabeça tinhas dominado a Europa sem disparar um tiro... :roll:
Situação económica da Europa é «muito preocupante», alerta Strauss-Kahn
Hoje às 16:25
A situação económica da Europa permanece «muito preocupante», já que as consequências da crise estão «longe de se esgotar», avisou o director-geral do FMI.

«Actualmente, as consequências da crise estão longe de se esgotar, a situação na Europa segue muito preocupante e o futuro é mais incerto do que nunca», afirmou Strauss-Kahn, numa intervenção pública na sede europeia das Nações Unidas, em Genebra.

Dominique Strauss-Kahn apelou à necessidade de «reconstruir tudo» o quanto antes.

Disse ainda que o euro não está em perigo, mas frisou que é necessária uma melhor coordenação a nível político entre os países onde circula a moeda única.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Econom ... id=1730215

a Alemanha está bem, e como a Alemanha É a Europa, não percebo porque dizem que há problemas :roll:

Alemanha
Alemanha insiste na rejeição de emissão de dívida conjunta

Económico com Lusa
08/12/10 15:40


O secretário de Estado do Tesouro e das Finanças afirmou ontem que o Governo vai defender a emissão de ‘Eurobonds’.

O Governo de Angela Merkel avisa que não vai mudar a sua posição em relação à emissão de dívida comunitária.

"Há obstáculos económicos e jurídicos à introdução de 'Eurobonds' [obrigações comuns dos estados-membros do euro], e estas reservas continuarão a existir nas próximas semanas", disse hoje o porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, em Berlim.

O mesmo responsável lembrou ainda que a proposta de emissão de dívida europeia "já foi feita várias vezes, no passado e nada mudou na nossa posição".

Seibert repetiu o argumento invocado já esta semana por Angela Merkel de que a introdução de 'Eurobonds' faria desaparecer "um estímulo decisivo" entre os países membros da zona euro para levarem a cabo uma sólida política orçamental.

"Esta preocupação não é só dos alemães, mas de uma série de Estados-membros", sublinhou Seibert, adiantando ainda que o tema será debatido na cimeira franco-alemã, na sexta-feira, em Freiburgo, entre a chanceler Angela Merkel e o Presidente francês Nicolas Sarkozy.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, é uma das personalidades que tem defendido a emissão de dívida pública europeia, também apoiada pelo Governo português, na terça-feira, pela voz do secretário de Estado das Finanças, Costa Pina, e ainda pela Itália.

A colocação de 'Eurobonds' no mercado de capitais permitiria aos países da zona euro, a quem estão a ser exigidos altos juros, refinanciarem-se em condições mais favoráveis, alegam os defensores destas emissões.

Juncker, que é também chefe do governo e ministro das finanças do Luxemburgo, criticou hoje nas páginas do semanário alemão Die Zeit a recusa da chanceler Angela Merkel em aceitar esta proposta, acusando de estar a "pensar de uma forma simplista".

O presidente do eurogrupo explicou que não se trata de unificar os juros da dívida na zona euro, mas sim de unir parte das emissões de títulos das dívidas nacionais a nível europeu em 'Eurobonds', enquanto a grande parte das emissões continuariam a ser feitas país a país.
http://economico.sapo.pt/noticias/merke ... 06303.html




Triste sina ter nascido português 👎
Avatar do usuário
Bourne
Sênior
Sênior
Mensagens: 21087
Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
Localização: Campina Grande do Sul
Agradeceram: 21 vezes

Re: Crise Econômica Mundial

#2190 Mensagem por Bourne » Qua Dez 08, 2010 6:07 pm

Parte da segurança dos países europeus, principalmente os mais frágeis da periferia, são os eurobonds. Assim, o peso de um ajuste fiscal fica semelhante para todos e as dividas equacionadas fugindo da sombra da ameaça de especuladores. É um passo inicial para a política fiscal unificada que levaria décadas para começar a funcionar plenamente e dar supor ao euro. Entretanto, os grandes não querem por que perdem a soberania fiscal fundamental para um Estado soberano.




Responder