Notícias Espaciais (mundo afora)

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#106 Mensagem por LeandroGCard » Sex Out 22, 2010 6:51 pm

Olá Anunnarca,

Se você realmente der uma pesquisada mais à fundo com o próprio pessoal que você conhece perceberá facilmente que todos em um primeiro momento todos tendem a ser contra o programa espacial brasileiro, achando que é dinheiro jogado fora.

Mas se você parar um minuto e insistir na discusão sobre as razões pelas quais um programa espacial, não necessariamente o brasileiro, é importante e deveria ser levado à sério (e este é um ponto difícil, quase ninguém sabe os argumentos realmente pertinentes), vai notar imediatamente uma mudança de postura, e a conversa vai logo descambar para a questão do porquê o Brasil não fez praticamente nada no espaço até agora, passados 40 anos do início de nosso programa espacial, enquanto China e índia que começaram na mesma época estão muito mais avançadas. Na verdade, o que aparenta ser uma animosidade da população é principalmente falta de conhecimento a respeito, além de desânimo e descrença decorrentes da falta de resultados.

A população brasileira de fato não gostaria de nos ver gastando os tubos para mandar homens ao espaço ou à Lua, mas gostaria tanto de ver os foguetes brasileiros funcionando e colocando satélites em órbita ou mandando sondas à outros planetas quanto de ver nossa seleção ganhar uma copa do mundo. Agora, quando tudo o que nosso programa tem para mostrar é um astronauta PAGANDO para ir como turista até a ISS plantar feijõenzinhos, aí até eu que sou entusiasta não consigo deixar de ficar indignado.


Com relação ao sigilo dos programas espaciais, os EUA divulgavam sim tudo sobre todos os seus lançamentos não-militares, inclusive a sucessivas falhas do Vanguard, bem como as espetaculares explosões do Atlas que deveria levar a Mercury (cujas falhas recorrentes acabaram levando os americanos a fazer aqueles dois vôos sub-orbitais meio ridículos nos Redstone). E os europeus também divulgavam bastante, se as notícias não pareciam aqui é outra história.

Agora é claro que ninguém, nem lá nem cá, fica fazendo apologia dos seus fracassos. Se uma missão não foi um sucesso absoluto mas também não explodiu no momento do lançamento, alguma útil coisa se aprendeu (na verdade pode-se aprender até com explosões no primeiro segundo), e é isso que as agências espaciais divulgam. Já as informações que a mídia decide enfatizar e nós guardar na memória são outros quinhentos.


Um grande abraço,


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Re:

#107 Mensagem por Anunnarca » Sex Out 22, 2010 7:52 pm

LeandroGCard escreveu:Olá Anunnarca,

Se você realmente der uma pesquisada mais à fundo com o próprio pessoal que você conhece perceberá facilmente que todos em um primeiro momento todos tendem a ser contra o programa espacial brasileiro, achando que é dinheiro jogado fora.

Mas se você parar um minuto e insistir na discusão sobre as razões pelas quais um programa espacial, não necessariamente o brasileiro, é importante e deveria ser levado à sério (e este é um ponto difícil, quase ninguém sabe os argumentos realmente pertinentes), vai notar imediatamente uma mudança de postura, e a conversa vai logo descambar para a questão do porquê o Brasil não fez praticamente nada no espaço até agora, passados 40 anos do início de nosso programa espacial, enquanto China e índia que começaram na mesma época estão muito mais avançadas. Na verdade, o que aparenta ser uma animosidade da população é principalmente falta de conhecimento a respeito, além de desânimo e descrença decorrentes da falta de resultados.

A população brasileira de fato não gostaria de nos ver gastando os tubos para mandar homens ao espaço ou à Lua, mas gostaria tanto de ver os foguetes brasileiros funcionando e colocando satélites em órbita ou mandando sondas à outros planetas quanto de ver nossa seleção ganhar uma copa do mundo. Agora, quando tudo o que nosso programa tem para mostrar é um astronauta PAGANDO para ir como turista até a ISS plantar feijõenzinhos, aí até eu que sou entusiasta não consigo deixar de ficar indignado.


Com relação ao sigilo dos programas espaciais, os EUA divulgavam sim tudo sobre todos os seus lançamentos não-militares, inclusive a sucessivas falhas do Vanguard, bem como as espetaculares explosões do Atlas que deveria levar a Mercury (cujas falhas recorrentes acabaram levando os americanos a fazer aqueles dois vôos sub-orbitais meio ridículos nos Redstone). E os europeus também divulgavam bastante, se as notícias não pareciam aqui é outra história.

Agora é claro que ninguém, nem lá nem cá, fica fazendo apologia dos seus fracassos. Se uma missão não foi um sucesso absoluto mas também não explodiu no momento do lançamento, alguma útil coisa se aprendeu (na verdade pode-se aprender até com explosões no primeiro segundo), e é isso que as agências espaciais divulgam. Já as informações que a mídia decide enfatizar e nós guardar na memória são outros quinhentos.


Um grande abraço,


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Fala Leandro,

Na verdade eu vivo na Alemanha e estou acostumado como as coisas sao noticiadas por aqui. Nao existe essa midia feroz tentando desmoralizar todo o programa espacial por conta de falhas. Eu morava em Toulouse e tinha amigos dentro da airbus quando houve o acidente da air france por exemplo, e a maneira que isso é abordado por aqui é muito diferente. Pra começar que dentro da airbus existia um silencio total sobre o acidente e apenas alta gerencia discutia o assunto. Um amigo me disse que da noite pro dia soltaram a ordem de troca dos tubos de pitots e ninguem ficou questionando muito, pois sabem que isso contribui para piorar a imagem da empresa. Os proprios jornais tem muito cuidado pra noticiar algo.

Isso é totalmente diferente no Brasil por exemplo,onde todo mundo quer dar pitaco sobre tudo. Cade a AEB ou o proprio governo defendendo o Marcos Pontes na midia? O cara tomou bordoada de tudo quanto é lado, e ninguem se toca que o Brasil tem um excelente profissional com experiencia para treinar uma futura geraçao. E gostaria de citar que o cara é um tremendo patriota! Numa conversa minha, ele me incentivou ao maximo de trabalhar pra AEB quando conversei sobre minhas aspiraçoes de trabalhar na NASA. Eu conheço algumas pessoas da AEB, INPE e IAE, e posso dizer que tem que ser realmente muito patriota pra trabalhar nessas instituiçoes. A bolsa de pesquisa que oferecem pra trabalhar no INPE por exemplo é ridicula. Onde eu quero chegar com isso ? Acho que esse trabalho de mostrar a populaçao da importancia do nosso programa espacial nao depende de nos que entendemos da area, mas sim de toda uma midia favoravel pra isso acontecer. Nao sei até onde voce esta enfronhado no dia a dia dos nossos institutos, mas posso lhe dizer que o jogo politico motivado pelo interesse popular destroi qualquer iniciativa de bom grado que as pessoas tem. A verba destinada aos nossos programas sao volateis, evaporam do dia pra noite com o interesse particular da politicagem.

Uma coisa eu te garanto, é muito facil convencer pessoas com um alto grau de esclarecimento, mas tente convencer a populaçao em geral sobre soberania e estratégia de estado. Argumento que mais escuto é como vou pensar em gastar dinheiro com espaço enquanto temos pessoas morrendo de fome.

Mas independente disso, um cancer forte que o Brasil sofre é amarrar demais a nossa pesquisa espacial ao militarismo. Lembro que quando estava na minha graduaçao e tinhamos um grupo de pequeno projeteis, nao podiamos intrumentar de maneira alguma nosso pequeno foguete, pois apenas pesquisas de cunho militar eram permitidas pra desenvolvimento dessa parte de navegaçao. Nao sei exatamente como anda hoje as coisas pelo Brasil nesse sentido, mas vejo que nenhuma universidade brasileira participa de nenhuma competiçao internacional relacionada com espaço, o que é uma pena. Parece que o ITA e a UNB estao formando engenheiro espaciais na graduaçao agora. Sei que a USP Sao Carlos pretende abrir um curso na area também. Vamos ver, tenho alguma esperança pro longo prazo.




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Re: Re:

#108 Mensagem por LeandroGCard » Sex Out 22, 2010 10:16 pm

Anunnarca escreveu:Fala Leandro,

Na verdade eu vivo na Alemanha e estou acostumado como as coisas sao noticiadas por aqui. Nao existe essa midia feroz tentando desmoralizar todo o programa espacial por conta de falhas. Eu morava em Toulouse e tinha amigos dentro da airbus quando houve o acidente da air france por exemplo, e a maneira que isso é abordado por aqui é muito diferente. Pra começar que dentro da airbus existia um silencio total sobre o acidente e apenas alta gerencia discutia o assunto. Um amigo me disse que da noite pro dia soltaram a ordem de troca dos tubos de pitots e ninguem ficou questionando muito, pois sabem que isso contribui para piorar a imagem da empresa. Os proprios jornais tem muito cuidado pra noticiar algo.
Já visitei os EUA e alguns países na Europa, mas por períodos curtos e em viagens de trabalho, então não deu realmente para "sentir" exatamente com é que a coisa funciona por aí. Mas imagino que exista uma preocupação real da mídia (e de resto da sociedade inteira) em evitar propagar informações não confirmadas ou sensacionalistas, nem tanto por medo de processos na justiça ou coisa assim (que imagino possam mesmo ocorrer muito mais facilmente que aqui), mas pelo fato das pessoas serem mais responsáveis mesmo.

Isso é totalmente diferente no Brasil por exemplo,onde todo mundo quer dar pitaco sobre tudo. Cade a AEB ou o proprio governo defendendo o Marcos Pontes na midia? O cara tomou bordoada de tudo quanto é lado, e ninguem se toca que o Brasil tem um excelente profissional com experiencia para treinar uma futura geraçao. E gostaria de citar que o cara é um tremendo patriota! Numa conversa minha, ele me incentivou ao maximo de trabalhar pra AEB quando conversei sobre minhas aspiraçoes de trabalhar na NASA. Eu conheço algumas pessoas da AEB, INPE e IAE, e posso dizer que tem que ser realmente muito patriota pra trabalhar nessas instituiçoes. A bolsa de pesquisa que oferecem pra trabalhar no INPE por exemplo é ridicula. Onde eu quero chegar com isso ? Acho que esse trabalho de mostrar a populaçao da importancia do nosso programa espacial nao depende de nos que entendemos da area, mas sim de toda uma midia favoravel pra isso acontecer. Nao sei até onde voce esta enfronhado no dia a dia dos nossos institutos, mas posso lhe dizer que o jogo politico motivado pelo interesse popular destroi qualquer iniciativa de bom grado que as pessoas tem. A verba destinada aos nossos programas sao volateis, evaporam do dia pra noite com o interesse particular da politicagem.
Enquanto o programa espacial brasileiro não mostrar resultados não vai ter jeito, serão só bordoadas por todo lado mesmo. Isto não acontece só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo. E quer mesmo saber, não está de todo errado. A pesquisa tecnológica TEM que buscar resultados, e se não os consegue o engenheiro/pesquisador tem que sentir mesmo a pressão (os políticos também tinham mas esta é outra história). No caso específico do Marcos Pontes ele pessoalmente não teve culpa de nada, a não ser de ter se colocado em uma posição de evidência que o transformou em alvo fácil. Não tenho a menor dúvida de que a intenção dele era boa, mas o programa ao qual ele estava ligado (a participação do Brasil na ISS) resultou em algo tão vergonhoso que não dava para evitar as críticas mais ácidas possíveis e imagináveis. O redundante fracasso não foi absolutamente por culpa do Marcos Pontes, mas ele era o alvo à vista... .

O problema em nosso programa espacial é que os trabalhos estão sendo desenvolvidos por inércia já há décadas, então não há objetivos claros a atingir. Por isso fica-se marcando passo no VLS, que todos sabem não levará a lugar nenhum, e por isso o programa não recebe o apoio necessário para funcionar de forma adequada (e nesta condição nem deveria mesmo). E as questões realmente importantes sequer são levantadas.

Tenho pouco contato com institutos de pesquisa hoje (até por escolha, em minha empresa aprendemos que dão muito trabalho e pouco retorno financeiro), mas fiz pós-graduação na COPPE e vivi diretamente esta questão de verbas inconstantes, política, etc... . Mas na minha opinião profissional (trabalho justamente divulgando e implantando novas tecnologias na indústria) esta não é a raiz do problema do desenvolvimento de tecnologia nacional, nem na área espacial nem em qualquer outra. O problema é a falta de tradição e prática de desenvolvimento de novos projetos, que na maior parte do mundo é considerada uma atividade natural mas aqui é vista como uma tarefa a se evitar, complexa e cara demais para os leigos e os administradores e pueril demais para os cientistas e pesquisadores. Falta um elo na nossa corrente, e nem que as verbas e os salários dos institutos de pesquisa no Brasil fossem multiplicados por 10 este problema desapareceria.

Mas esta é uma questão complicada demais para explicar em um post, talvez um dia eu escreva um livro sobre isso.

Uma coisa eu te garanto, é muito facil convencer pessoas com um alto grau de esclarecimento, mas tente convencer a populaçao em geral sobre soberania e estratégia de estado. Argumento que mais escuto é como vou pensar em gastar dinheiro com espaço enquanto temos pessoas morrendo de fome.
Nisto você tem razão, é claro que não se consegue convencer quem não tem nem o segundo grau da impotância do desenvolvimento tecnológico, das indústrias de ponta, da pesquisa científica, etc... . Mas sendo prático, também não temos que convencê-los de nada, para estes basta dar um bolsa-família. Nossa preocupação deveria ser que OS FILHOS DELES se formassem pelo menos no segundo grau... .

Mas independente disso, um cancer forte que o Brasil sofre é amarrar demais a nossa pesquisa espacial ao militarismo. Lembro que quando estava na minha graduaçao e tinhamos um grupo de pequeno projeteis, nao podiamos intrumentar de maneira alguma nosso pequeno foguete, pois apenas pesquisas de cunho militar eram permitidas pra desenvolvimento dessa parte de navegaçao. Nao sei exatamente como anda hoje as coisas pelo Brasil nesse sentido, mas vejo que nenhuma universidade brasileira participa de nenhuma competiçao internacional relacionada com espaço, o que é uma pena. Parece que o ITA e a UNB estao formando engenheiro espaciais na graduaçao agora. Sei que a USP Sao Carlos pretende abrir um curso na area também. Vamos ver, tenho alguma esperança pro longo prazo.
Acho que esta questão da tutela militar hoje não existe mais (embora aqui eu possa estar enganado), mas sei do que está falando. Perto do final da minha graduação (lá em 1987 na própria UnB) eu queria fazer meu projeto de formatura na área de foguetes, e tinha um professor que havia trabalhado com escoamentos supersônicos e combustão aí na Alemanha e que estava interessado em orientar o projeto. Mas o chefe do departamento na época ficou preocupado, deu umas ligações para o Comar e o exército e depois nos desaconselhou a trabalhar nesta linha. Mas agora eles tem um programa de foguetes híbridos por lá. Aqui onde moro em Sâo Bernardo do Campo a UFGA também tem um curso de engenharia na área espacial. Mas sinceramnete não acredito que apenas a parte acadêmica vá ajudar muita coisa no desenvolvimento da engenharia espacial brasileira. Vamos ter um lado da capacitação, que serão os cientistas, mas vão faltar engenheiros de verdade na área, pois estes só se formam fazendo, e o Brasil não faz ou faz muito pouco. Se fosse o contrário teríamos mais chance.


Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: Re:

#109 Mensagem por Anunnarca » Sáb Out 23, 2010 6:12 pm

Acho que esta questão da tutela militar hoje não existe mais (embora aqui eu possa estar enganado), mas sei do que está falando. Perto do final da minha graduação (lá em 1987 na própria UnB) eu queria fazer meu projeto de formatura na área de foguetes, e tinha um professor que havia trabalhado com escoamentos supersônicos e combustão aí na Alemanha e que estava interessado em orientar o projeto. Mas o chefe do departamento na época ficou preocupado, deu umas ligações para o Comar e o exército e depois nos desaconselhou a trabalhar nesta linha. Mas agora eles tem um programa de foguetes híbridos por lá. Aqui onde moro em Sâo Bernardo do Campo a UFGA também tem um curso de engenharia na área espacial. Mas sinceramnete não acredito que apenas a parte acadêmica vá ajudar muita coisa no desenvolvimento da engenharia espacial brasileira. Vamos ter um lado da capacitação, que serão os cientistas, mas vão faltar engenheiros de verdade na área, pois estes só se formam fazendo, e o Brasil não faz ou faz muito pouco. Se fosse o contrário teríamos mais chance.


Um grande abraço,


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Não sou tao dinossauro assim Leandro. haha
Isso aconteceu comigo la por 2004,2005. Mas talvez tenha mudado, andei vendo umas bolsas do governo pra universidades desenvolverem algumas pesquisas na area, entao acho que devem ter liberado alguma coisa.
Esse lance do cientista x engenheiro existe em todo lugar. Eu trabalho na DLR e realmente é muito dificil lidar com as dezenas de fisicos que ficam dando palpite e achando que tudo é possivel no mundo. Essa parte pratica so vem com projetos e mais projetos, nao acho que seja uma falha de formaçao brasileira, mas simplesmente falta de projetos. Os institutos aqui na alemanha funcionam de maneira legal, existe um plano de carreira e engenheiros acabam tendo chance de desenvolver carreira e continuar na parte tecnica ao mesmo tempo. Vejo que realmente a carreira y existe aqui e as pessoas acabam tendo uma qualidade de vida boa sem ter que largar o lado da engenharia.




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Re: Re:

#110 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Out 23, 2010 7:35 pm

Anunnarca escreveu:Esse lance do cientista x engenheiro existe em todo lugar. Eu trabalho na DLR e realmente é muito dificil lidar com as dezenas de fisicos que ficam dando palpite e achando que tudo é possivel no mundo. Essa parte pratica so vem com projetos e mais projetos, nao acho que seja uma falha de formaçao brasileira, mas simplesmente falta de projetos. Os institutos aqui na alemanha funcionam de maneira legal, existe um plano de carreira e engenheiros acabam tendo chance de desenvolver carreira e continuar na parte tecnica ao mesmo tempo. Vejo que realmente a carreira y existe aqui e as pessoas acabam tendo uma qualidade de vida boa sem ter que largar o lado da engenharia.
Este ponto que você menciona é exatamente o grande nó da questão.

Os engenheiros saem da faculdade com a formação teórica básica, que lhes permite em cada empresa ou instituto se envolver com os projetos em andamento e começar a aprender os detalhes da tecnologia específica envolvida em cada área. É impossível que este conhecimento seja passado já na universidade, por falta de tempo, porque a tecnologia é propriedade das empresas e não é divulgada, porque existe uma quantidade enorme de detalhes que sequer se encaixa nos programas das matérias acadêmicas, etc... .

Com o tempo e o envolvimento em vários projetos o engenheiro aprende o que as empresas já utilizam em seus produtos atuais e como desenvolver novas tecnologias e processos para os novos produtos, e passa a ser responsável pelo próprio avanço da tecnologia dentro da empresa. Mas para isso É IMPRESCINDÍVEL QUE EXISTAM SEMPRE NOVOS PROJETOS SENDO DESENVOLVIDOS, pois se isto não acontece os engenheiros experientes em cada empresa ou instituto param de se atualizar, e os novos não tem a chance de completar o processo. É exatamente aí que a coisa falha no Brasil, pois aqui em geral existe uma verdadeira "fobia" ao desenvolvimento de projetos novos, e por isso em nosso país o processo sempre se interrompe ou sequer chega a começar.

Os motivos para que isto aconteça são múltiplos e complexos, e eu mesmo ainda estou pesquisando para tentar entender todas as circunstâncias que levaram a que a situação ficasse assim, pois não é um fenômeno comum em países que se industrializam (embora pareça acontecer em alguns outros como a Malásia, mas não conheço estes países o suficiente para fazer comparações). Mas pode-se citar miríades de exemplos de como isto acontece na prática, desde o próprio programa espacial brasileiro não desenvolve um novo motor-foguete desde a década de oitenta até os planos da marinha brasileira, que está muito feliz em adquirir um único projeto de navio de escolta agora para produzir pelos próximos 20 anos, fazendo no máximo modificações menores.

É claro que existem alguns contra-exemplos como a Embraer, que está sempre trabalhando e investindo pesado no próximo produto enquanto vende os atuais, mas em termos numéricos estes exemplos são raríssimos. É por isso que países que iniciaram seu processo de industrialização até depois do Brasil (o nosso começou de forma mais consistente já na década de 30 do século passado), como Coréia do Sul e China, hoje estão na nossa frente, e outros em breve estarão nos ultrapassando (como a Índia). Mas é muito difícil até mesmo fazer as pessoas perceberem que existe algum problema (mesmo profissionais da indústria) e por isso não me empolgo muito quando vejo estas notícias sobre investimentos brasileiros nas universidades para a formação de engenheiros, pesquisadores e cientistas. Não é a primeira nem a segunda vez que isto acontece, mas nunca resolveu muita coisa porque o problema principal não está aí.


Um grande abraço,


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P.S.- Antes que eu me esqueça, dinossauro é a avó!!! :D :lol: :D




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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#111 Mensagem por Glauber Prestes » Dom Out 24, 2010 1:21 am

Leandro, UFGA?




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#112 Mensagem por LeandroGCard » Dom Out 24, 2010 10:47 am

glauberprestes escreveu:Leandro, UFGA?
Isso, Universidade Federal do Grande ABC.

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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#113 Mensagem por Glauber Prestes » Dom Out 24, 2010 11:15 pm

UFABC! Estudo lá (no campus de Santo André), tento me formar inclusive em Engenharia Aeroespacial... Somos meio que obrigados a fazer pesquisa (Na realidade, todos entram num curso chamado BC&T, ou Bacharelado em Ciência e Tecnologia, que é graduação para cientista, e depois vamos cair nas engenharias), e como é meio livre, quem quer aeroespacial pega pesquisa de aeroespacial.
Concordo contigo quando diz que só pesquisa não resolve, mas estamos ampliando a parte prática, com convênios com empresas privadas, e com esforços da própria faculdade, como:
-a aquisição de um Mirage, que servirá de exemplo para o desenvolvimento de produtos para aeronaves de alta performance;
-A participação em campeonatos como o "Aerodesign" em SJC, que nos dá bagagem de gestão, projeto, e execução de projetos aeronáuticos, além do encorajamento em se usar novos materiais;
-A participação dos nossos professores (e consequentemente a participação de alunos como "mão-de-obra escrava") em programas como o ASTER, que nos dá experiência prática. Em breve estaremos desenvolvendo um veículo próprio, com o intuito de colocar experimentos no espaço, que será continuamente aperfeiçoado, assim como o ITA o faz.
Além desses, temos n outros projetos que nos colocam no meio do mercado, e ampliando o programa espacial e aeronáutico brasileiro. Ah, é meio OT, mas eu estou projetando com um amigo, um UAV de vigilância que será virtualmente invisível (radar e opticamente), e terá autonomia virtualmente infinita...




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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#114 Mensagem por LeandroGCard » Seg Out 25, 2010 8:18 am

glauberprestes escreveu:UFABC! Estudo lá (no campus de Santo André), tento me formar inclusive em Engenharia Aeroespacial... Somos meio que obrigados a fazer pesquisa (Na realidade, todos entram num curso chamado BC&T, ou Bacharelado em Ciência e Tecnologia, que é graduação para cientista, e depois vamos cair nas engenharias), e como é meio livre, quem quer aeroespacial pega pesquisa de aeroespacial.
Concordo contigo quando diz que só pesquisa não resolve, mas estamos ampliando a parte prática, com convênios com empresas privadas, e com esforços da própria faculdade, como:
-a aquisição de um Mirage, que servirá de exemplo para o desenvolvimento de produtos para aeronaves de alta performance;
-A participação em campeonatos como o "Aerodesign" em SJC, que nos dá bagagem de gestão, projeto, e execução de projetos aeronáuticos, além do encorajamento em se usar novos materiais;
-A participação dos nossos professores (e consequentemente a participação de alunos como "mão-de-obra escrava") em programas como o ASTER, que nos dá experiência prática. Em breve estaremos desenvolvendo um veículo próprio, com o intuito de colocar experimentos no espaço, que será continuamente aperfeiçoado, assim como o ITA o faz.
Além desses, temos n outros projetos que nos colocam no meio do mercado, e ampliando o programa espacial e aeronáutico brasileiro. Ah, é meio OT, mas eu estou projetando com um amigo, um UAV de vigilância que será virtualmente invisível (radar e opticamente), e terá autonomia virtualmente infinita...
Olá Glauber,


Tenho um estagiário da UFGA na minha equipe, e ele também está empolgado para pegar a parte prática do curso (mas ele está no início e ainda vai demorar um pouco). Um outro funcionário meu da Uniban desenvolveu um ROV como projeto de final de curso. Eu noto nas escolas novas (as boas) uma preocupação real em colocar os alunos o mais perto possível da realidade de engenharia, com a ênfase no desenvolvimento de projetos em diversos campos e a participação em eventos como o AeroDesign e a competição de Bajas da SAE. Algumas das escolas mais tradicionais (POLI, UFRJ, IME, etc...) ainda tem enfoque basicamente teórico, mas muitas outras sempre que possível procuram se envolver em aplicações práticas. Na verdade a parte acadêmica no Brasil não me preocupa, embora existam muitos cursos de engenharia um tanto fracos já temos massa crítica para fornecer o pessoal que as empresas necessitem.

O problema maior está mesmo nas empresas, que simplesmente não tem tradição em inovação. É muito difícil ver alguma tentando iniciar algo diferente da simples adaptação de algum projeto importado ao nosso mercado. Então acaba não adiantando muito formar engenheiros com experiência, se depois as próprias empresas não deixam que eles desenvolvam nada. Por isso fico meio triste quando vejo grandes oportunidades de alavancar o desenvolvimento nacional como o programa espacial, os de armamentos, o de escoltas, etc... simplesmente comprando projetos de fora prontos para ficar produzindo pelas próximas décadas, (Cyclone-4, Tor, Igla, FREMM, etc...) ao invés de já colocar no programa a tentativa de desenvolver algo local mais adaptado às nossas necessidades, masmo que se inicie com a aquisição do mínimo necessário para se aprender.


Um grande abraço,


Leandro G. Card

P.S.: Já dei aula como convidado na UFGA, na cadeira de materiais. Foi uma apresentação em duas aulas (uma por semana) sobre a aplicação de sistemas que usam o método dos elementos finitos aplicados aos problemas de projeto e desenvolvimento).




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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#115 Mensagem por Anunnarca » Qua Nov 24, 2010 6:35 pm

Noticia saiu ha umas duas semanas, mas nao sei se alguem viu. Muito legal, eles tinham aberto o compartimento B e nao tinham achado nada, agora conseguiram achar algo no A.
Essa missao foi uma das coisas mais fantasticas que ja aconteceram na pesquisa espacial
Que venha Hayabusa 2!!!

Identification of origin of particles
brought back by Hayabusa

November 16, 2010 (JST)

Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA)

The Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA) has been engaged in collecting and categorizing particles in the sampler container* that were brought back by the instrumental module of the asteroid exploration spacecraft "Hayabusa."

Based on the results of the scanning electron microscope (SEM) observations and analyses of samples that were collected with a special spatula from sample catcher compartment "A", about 1,500 grains were identified as rocky particles, and most of them were judged to be of extraterrestrial origin, and definitely from Asteroid Itokawa.

Their size is mostly less than 10 micrometers, and handling these grains requires very special skills and techniques. JAXA is developing the necessary handling techniques and preparing the associated equipment for the initial (but more detailed) analyses of these ultra-minute particles.

* The Hayabusa sampler container consists of 2 compartments that are called "Sample Catcher A and B.

http://www.jaxa.jp/press/2010/11/201011 ... usa_e.html




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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#116 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Nov 25, 2010 10:26 am

Lançado o maior satélite de espionagem do mundo

Imagem

O exército norte-americano lançou o maior satélite de espionagem do mundo, o NROL-32, segundo informou a United Launch Alliance (ULA), em comunicado. O NROL-32 foi lançado com sucesso no domingo a partir da base aérea do Cabo Canaveral, num foguete Delta IV, referiu a ULA, uma empresa privada que colabora com o Departamento da Defesa norte-americano.

Foram revelados poucos detalhes, por se tratar de uma operação secreta, mas sabe-se que o NROL-32 é um satélite geostacionário cuja missão é dar apoio à defesa nacional. O satélite transporta uma grande antena colectiva útil para a espionagem electrónica, o que o transforma no maior satélite posto em órbita.

Trata-se do quarto lançamento de um Delta IV Heavy, o foguete com maior capacidade de carga útil actualmente ao serviço. Num discurso pronunciado em Setembro passado, o director da agência nacional de reconhecimento (NRO, na sigla em inglês), Bruce Carlson, tinha adiantado que o Delta IV lançaria este outono “o maior satélite do mundo”.

A NRO é uma das 16 agências de segurança dos Estados Unidos e a sua principal missão é manter-se a par das últimas tecnologias espaciais para “vigiar a partir de cima”.

De acordo com o site deste organismo, a sua função é desenhar, construir e operar os satélites de reconhecimento norte-americanos para facilitar à CIA e ao Departamento da Defesa serviços de inteligência via satélite.

“Esta missão vai ajudar a garantir que os recursos vitais da NRO continuem a reforçar a nossa defesa nacional”, afirmou o general da brigada Ed Wilson, responsável pelo lançamento.

Ciência Hoje




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#117 Mensagem por LeandroGCard » Qua Dez 01, 2010 3:42 pm

Nasa anuncia conferência de imprensa para divulgação de notícia importante para as pesquisas sobre a astrobiologia. Nenhuma informação foi antecipada, mas importantes nomes da agência atuando nesta área estarão presentes.

Em português:

http://noticias.terra.com.br/ciencia/no ... estre.html

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=234997

No site oficial da NASA:

http://www.nasa.gov/home/hqnews/2010/no ... ology.html

Pode ser algo importante, mas por outro lado é muito conveniente para a agência espacial americana que apareça alguma novidade nesta área justamente agora, quando o orçamento dela está sendo cortado no osso.

Vamos aguardar até amanhã à tarde para ver no que dá.


Leandro G. Card




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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#118 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Dez 02, 2010 3:57 pm

Castelo Branco testa vaivém espacial
O Laboratório de Ensaios Termodinâmicos (Labet), situado em Castelo Branco, está a testar os componentes do primeiro vaivém espacial da Agência Espacial Europeia. Depois de uma parte do corpo do aparelho, o laboratório prepara-se para testar o nariz da nave.

Por: João Carrega
18 de Junho de 2009 às 15:10h

Considerado o mais avançado da Europa, o Laboratório de Ensaios Termodinâmicos (Labet), pertencente ao Instituto de Soldadura e Qualidade, dirigido por Telmo Nobre, foi o primeiro a nível mundial a desenvolver testes do revestimento térmico da nave espacial que está em desenvolvimento pela Agência Espacial Europeia. Os trabalhos decorreram nas instalações do Labet em Castelo Branco, paredes meias com o Reconquista, na Zona Industrial.

Os testes realizados recentemente foram feitos a uma parte do corpo da nave espacial. Para que isso fosse feito, Telmo Nobre e a sua equipa "desenvolveram um equipamento especial e um método de ensaio inovador, bem mais completo do que aquele que é utilizado na NASA. Além do estudo das temperaturas, fizemos também um estudo das tensões e deslocamento, com aplicação de cargas", explica aquele responsável.

O ensaio feito em Castelo Branco simulou 50 lançamentos da nave no espaço e 50 reentradas na atmosfera. Os resultados foram positivos. "Em termos térmicos verificámos que a estrutura que será utilizada na nave correspondeu muito bem. Com uma temperatura de 1000º (mil graus) no exterior, verificámos que o seu interior não ultrapassava os 34 ou 35º. Já ao nível mecânico há melhorias a fazer. A este nível, os testes que aqui fizemos acabaram por comprovar algumas desconfianças do próprio construtor", explica Telmo Nobre.

Para realizar os testes em Portugal o Labet apresentou uma proposta a qual foi aceite. "Comprámos novos equipamentos e os construtores - os italianos da Thales Alenia - ficaram satisfeitos com os trabalhos realizados em Castelo Branco, pelo que tudo indica que iremos ficar parceiros dessa empresa até à construção final do vaivém", adianta.

Novos testes

De acordo com Telmo Nobre para este ano estão previstos novos testes, agora ao nariz da nave. Aquele responsável mostra-se entusiasmado com os resultados obtidos e com o reconhecimento internacional que o laboratório de Castelo Branco tem.

Ao que tudo indica a nave espacial europeia deverá fazer o primeiro voo não tripulado em 2013 ou 2014, sendo o ano de 2017 uma previsão para o início dos voos tripulados. Durante a construção da nave, o Labet vai ter um papel importante no teste da estrutura do vaivém.

O reconhecimento do Laboratório instalado em Castelo Branco surge do trabalho desenvolvido pelos técnicos do Labet sob a coordenação de Telmo Nobre. Aquele responsável é, nesta área, uma referência internacional, desempenhando o cargo de presidente do Grupo WP11 - divisão de Transportes Terrestres das Nações Unidas.
http://www.reconquista.pt/noticia.asp?i ... on=noticia




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#119 Mensagem por LeandroGCard » Qui Dez 02, 2010 5:32 pm

LeandroGCard escreveu:Nasa anuncia conferência de imprensa para divulgação de notícia importante para as pesquisas sobre a astrobiologia. Nenhuma informação foi antecipada, mas importantes nomes da agência atuando nesta área estarão presentes.
A apresentação da NASA ainda está em andamento, mas pelo que deu para entender até agora a descoberta não tem a ver com nada encontrado no espaço, mas sim com um novo microorganismo encontrado aqui mesmo na Terra.

Segundo o que já foi dito este novo microorganismo vive em um ambiente rico em arsênico, que deveria ser fatal para todas s formas de vida conhecida. Mas este micróbio sobrevive e se desenvolve neste ambiente, e estudando como ele pode fazer isso descobriu-se que seu código genético possui uma estrutura química diferente do DNA de todas as demais formas de vida conhecidas até agora. Ao invés de ter a molécula de DNA estruturada com ligações do elemento fósforo (como toda a vida conhecida até hoje), ele utiliza o elemento arsênico para a mesma função.

Pelo que se conhece até agora isto deve significar que este organismo provém de uma linha evolucionária que não tem a mesma origem de todos os demais organismos conhecidos, o que se for comprovado pode ter duas implicações importantes: Primeiro, que o fenômeno do surgimento da vida deve acontecer com bastante facilidade, pois teria acontecido em duas ocasiões distintas aqui mesmo na Terra. E segundo, que a vida pode se adaptar a mais ambientes do que se imagina, porque com diferentes componentes químicos as reações químicas podem ocorrer de forma diferente, permitindo metabolismo vivo em ambientes onde antes se pensava impossível (ambientes muito quentes, muito frios, etc...). E que outras formas diferentes de combinações poderiam ser encontradas?

É claro que muita pesquisa ainda terá que ser feita para confirmar até que ponto este microorganismo é realmente original (e não apenas uma forma extrema de mutação de algum outro mais comum) e quais as implicações disso para o seu metabolismo. Mas é de fato uma nova descoberta muito interessante.


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Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#120 Mensagem por Francoorp » Qui Dez 02, 2010 5:41 pm

Ou quem sabe até mesmo um organismo "Alienígena"... e é realmente alienígena, pois é diferente de toda a vida que conhecemos no nosso sistema solar, e isso aqui mesmo na terra... será que veio com algum cometa que caiu aqui Bilhões de anos atras??




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